Coração

Foto de Civana

Navegando no Sono

Como seria deitar a cabeça agora e dormir?
Sentir a suavidade do tecido,
A maciez do travesseiro,
A cabeça pousando lentamente,
E afundando como num filme em câmera lenta...
A brisa entraria pela janela,
O aroma das damas-da-noite no ar,
Somente o luar a iluminar.
Nesse momento respiraria bem fundo,
Ajeitaria a cabeça como se acariciasse o travesseiro,
Mantendo os olhos fechados,
E o coração aberto.
O corpo relaxado se harmonizaria com a cama,
Os pés brincando, alisariam o colchão,
E as mãos, em sintonia com a alma,
Repousariam a frente do corpo,
Como em sinal de oração,
Agradecendo por mais uma noite,
E por esse sono tão desejado...Bem Vindo!

(Civana)

Foto de Carmen Vervloet

Labirintos

Labirintos

Rubro coração
Irrigado por veias
Descaminhos da dor
Trilhas da emoção
Encruzilhadas de feridas descobertas
Vias incertas
Ruas desertas
Razão de ser dos poetas
Esquinas de apaixonados encontros
Nascente de poéticos contos
Labirintos mapeados
Por sonhos
Que morrem sufocados
No vazio da ilusão
E renascem
No alvorecer do seu perdão!

Carmen Vervloet

Foto de Francisca Lucas

Coração De Pedra

Fiquei ali a distância
Só observando,
E olhando...

Aquele rapaz,
Sua paz
Era de concreto...

Com o sumiço
Do jardim
O moço
Ficou assim...

Olhar distante
E coração de pedra,
E a borboleta,
Sobrevoando a terra
E o concreto,
Procurando flores,
Para ajudar o pobre poeta,
A refazer aquele jardim!

Plantando de novo
Todas as flores,
Reciclando os seus sentimentos!

Foto de carlosmustang

"UM REFÚGIO..."

Um tocador de ilusões...
Certa vez, fez me uma lágrima cair!
Eu, "sequaz" com meus sentimentos
Relutei...

Assim à navegar em águas profundas!
Sem noção nenhuma
Nem mesmo de "ser" a razão!
A revelação de um desejo...

O, de necessitar deslizar em seu ventre...
Como esposa ou amante
Fazer do tempo,
Um encantamento constante...
Sentir se assim, em minha terra!

Eu mesmo criei esse sonho!!!
Mesmo que muitas lágrimas caissem...
Eu precisava da dádiva de existir!
Que fosse no coração de um colono.

Sendo num opúsculo... hei toda nossa história!!!
O necessário de amor...
Para dois univérsos
Que encontraram-se.

Foto de Izaura N. Soares

Com saudades de você

Com saudades de você
Izaura N. Soares

Meu lindo amor...
Hoje acordei com saudades de você!
Acordei numa busca insana, vasculhei
gavetas, olhei fotografias, senti o perfume
de onde o seu cheiro pairava no ar para
ver se matava um pouco essa saudade que
invadiu o meu peito transformou minha
vida numa eterna lembrança.
Ah, como é bom te amar...
Não existem datas especiais para eu dizer
que te amo!
Foram tantos momentos felizes, momentos
que passamos juntinhos nos amando
balbuciando palavras de carinho, de amor e
de ternura. Sei que às vezes pareço-me uma
adolescente me entregar a você com tanta
paixão, com tanto desejo.
Hoje sinto sua falta, sinto o gosto dos seus beijos.
Quando imagino suas mãos passeando pelo o
meu corpo eu tremo de tesão.
É uma vontade transloucada de estar contigo
a cada minuto, a cada segundo, sentindo a todo
momento o pulsar do teu coração.
Mas nem tudo meu amor, nem tudo podemos ter.
Nem tudo que sonhamos, que almejamos podemos
realizar. Só me resta curtir essa saudade, essa
vontade louca e a esperança de te ter novamente
em meus braços me chamando; de minha querida...
Me dizendo bem baixinho...
Eu te amo meu amor...
Eu te quero só pra mim!
É um devaneio misturado com os sonhos regado de
magia e sedução!

Foto de Fernanda Queiroz

Lembrar, é poder viver de novo.

Lembranças que trás ainda mais recordação, deixando um soluço em nossos corações.
Lembranças de minhas chupetas, eram tantas, todas coloridas.
Não me bastava uma para sugar, sempre carregava mais duas, três, nas mãos, talvez para que elas não sentissem saudades de mim, ou eu em minha infinita insegurança já persistia que era chegado o momento delas partirem.
Meu pai me aconselhou a plantá-las junto aos pés de rosas no jardim, por onde nasceriam lindos pés de chupetas coloridas, que seria sempre ornamentação.
Mas, nem mesmo a visão de um lindo e colorido pé de chupetas, venceram a imposição de vê-las soterradas, coibidas da liberdade.
Pensei no lago, poderiam ser mais que ornamento, poderia servir aos peixinhos, nas cores em profusão, mesmo sem ser alimentação, prismaria pela diversão.
Já com cinco anos, em um domingo depois da missa, com a coração tão apertadas quanto, estava todas elas embrulhadas no meu pequenino lenço que revestia meus cabelos do sol forte do verão, sentamos no barco, papai e eu e fomos até o centro do lago, onde deveria se concentrar a maior parte da família aquática, que muitas vezes em tuas brincadeiras familiar, ultrapassavam a margem, como se este fosse exatamente o palco da festa.
Ainda posso sentir minhas mãos tateando a matéria plástica, companheira e amiga de todos os dias, que para provar que existia, deixaram minha fileira de dentinhos, arrebitadinhos.
Razão óbvia pela qual gominhas coloridas enfeitaram minha adolescência de uma forma muito diferente, onde fios de metal era a mordaça que impunha restrição e decorava o riso, como uma cerca eletrificada, sem a placa “Perigo”.
O sol forte impôs urgência, e por mais que eu pensasse que elas ficariam bem, não conseguia imaginar como eu ficaria sem elas.
A voz terna e suave de papai, que sempre me inspirava confiança e bondade, como um afago nas mãos, preencheu minha mente, onde a coragem habitou e minhas mãos pequeninas, tremulas, deixaram que elas escorregassem, a caminho de teu novo lar.
Eram tantas... de todas as cores, eu gostava de segura-las as mãos alem de poder sentir teu paladar, era como se sempre poderia ter mais e mais ás mãos, sem medos ou receios de um dia não encontrá-las.
Papai quieto assistia meu marasmo em depositá-las na água de cor amarelada pelas chuvas do verão.
Despejadas na saia rodada de meu vestido, elas pareciam quietas demais, como se estivessem imaginando qual seria a próxima e a próxima e a próxima, e eu indecisa tentava ser justa, depositando primeiro as mais gasta, que já havia passado mais tempo comigo, mesmo que isto não me trouxesse conforto algum, eram as minhas chupetas, minhas fiéis escuderias dos tantos momentos que partilhamos, das tantas noites de tempestade, onde o vento açoitava fortes as árvores, os trovões ecoavam ensurdecedores, quando a casa toda dormia, e eu as tinha como companhia.
Pude sentir papai colocar teu grande chapéu de couro sobre minha cabeça para me protegendo sol forte, ficava olhando o remo, como se cada detalhe fosse de suprema importância, mas nós dois sabíamos que ele esperava pacientemente que se cumprisse à decisão gigante, que tua Pekena, (como ele me chamava carinhosamente) e grande garota.
Mesmo que fosse difícil e demorado, ele sabia que eu cumpriria com minha palavra, em deixar definitivamente as chupetas que me acompanharam por cinco felizes anos.
Por onde eu as deixava elas continuavam flutuantes, na seqüência da trajetória leve do barco, se distanciavam um pouco, mas não o suficiente para eu perdê-las de vista.
Só me restava entre os dedinhos suados, a amarelinha de florzinha lilás, não era a mais recente, mas sem duvida alguma minha preferida, aquela que eu sempre achava primeiro quando todas outras pareciam estar brincando de pique - esconde.
Deixei que minha mão a acompanhasse, senti a água fresca e turva que em contraste ao sol forte parecia um bálsamo em repouso, senti que ela se desprendia de meus dedos e como as outras, ganhava dimensão no espaço que nos separava.
O remo acentuava a uniformes e fortes gestos de encontro às águas, e como pontinhos coloridos elas foram se perdendo na visão, sem que eu pudesse ter certeza que ela faria do fundo do lago, junto a milhões de peixinhos coloridos tua nova residência.
Sabia que papai me observava atentamente, casa gesto, cada movimento, eu não iria chorar, eu sempre queria ser forte como o papai, como aqueles braços que agora me levantava e depositava em teu colo, trazendo minhas mãozinhas para se juntar ás tuas em volta do remo, onde teu rosto bem barbeado e bonito acariciava meus cabelos que impregnados de gotículas de suor grudava na face, debaixo daquele chapéu enorme.
Foi assim que chegamos na trilha que nos daria acesso mais fácil para retornar para casa, sem ter que percorrer mais meio milha até o embarcadouro da fazenda.
Muito tempo se passou, eu voltei muitas e muitas vezes pela beira do rio, ou simplesmente me assustava e voltava completamente ao deparar com algo colorido boiando nas águas daquela nascente tão amada, por onde passei minha infância.
Nunca chorei, foi um momento de uma difícil decisão, e por mais que eu tentasse mudar, era o único caminho a seguir, aprendi isto com meu pai, metas identificadas, metas tomadas, mesmo que pudesse doer, sempre seria melhor ser coerente e persistente, adiar só nos levaria a prolongar decisões que poderia com o passar do tempo, nos machucar ainda mais.
Também nunca tocamos no assunto, daquela manhã de sol forte, onde a amizade e coragem prevaleceram, nasceu uma frase... uma frase que me acompanhou por toda minha adolescência, que era uma forma delicada de papai perguntar se eu estava triste, uma frase que mais forte que os trovões em noites de tempestade, desliza suava pelos meus ouvidos em um som forte de uma voz que carinhosamente dava conotação a uma indagação... sempre que eu chegava de cabeça baixa, sandálias pelas mãos e calça arregaçada á altura do joelho... Procurando pelas chupetas, Pekena?

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

**Texto não concorrendo.**

Foto de Emerson Mattos

Sentimento Sepultado

Autor: Emerson
Data: 08/09/03

Lembro do nascimento daquele sentimento, em que presumia ser duradouro. Mas, logo percebi que a cada investida desastrosa morria aos poucos, se equiparando a uma vela de cera – tem tanto fogo e se acaba sozinha. Logo então, ele, agonizante morreu.
Percebia que a exérquia dos sentimentos seguia a passos rápidos, junto da desesperança que sobrepujava a esperança, rumo ao funeral onde não teve, sequer, direito a um velório. E via claramente as ferramentas trabalharem:
Cavadeiras que cavam além das raízes do coração, na busca desesperada de um atrativo à correspondência, incentivada ou motivada pelas indagações encefálicas.
Picaretas que cavam com as pontas afiadas do desprezo, a cova da consternação, ou do coração não correspondido; seguidas de pás que servem para retirar os resquícios resultantes do esmorecimento e que depois trabalham para inumar, as mágoas, desapontamentos afáveis e o conveniente amor unilateral.
Soquetes e marretas perfazem o serviço golpeando o terreno seco do coração, que de tão fraco se despedaça e os pedaços mendigam o amor acalante de sua raiz e aguardam esperançosamente à correlação em um novo amor que lhes possa juntar os pedaços. E que possa buscar a morte súbita da transcendente saudade do coração.
Sobre a cal, as pétalas das flores espargidas são as únicas companhias do desvanecido anseio que terá, sempre...
E, por fim, apenas a lápide fixada de pé, que guarda em si a reminiscência descrita, isolada, esquecida... “Aqui jaz um sentimento”.

Foto de Paulo Gondim

Nossa Música

NOSSA MÚSICA
Paulo Gondim
23/02/2006

Não há como ouvir essa música sem pensar em ti.
É impossível disfarçar o pensamento, desviar a atenção
Todos os acordes, todas as notas me levam para ti.
Como se fosse um rio, uma onda, um oceano,
Que me transportam a teu sorriso, tua paz, tua alegria.

E aí, eu mergulho nesse mundo de fantasia
Que são meus dias longe de ti, eternos, sem fim...
Mas que se tornam breves, pois te sinto perto
Ali, bem juntinho, na minha lembrança
Pois também sei que vives a pensar em mim

E me conforma a certeza desse amor maior
Esse amor só nosso, lindo, puro e verdadeiro
Um amor intenso, porém calmo, sincero
Cheio de paixão, com gosto de um amor primeiro

Por isso ouço essa música, a nossa música!
Sem pressa, baixinho... Só, mas na tua companhia
Que fica na minha lembrança, como criança
Que dorme feliz e sonha com um novo dia

E ouço e repito, várias vezes, essa música mágica,
Encantadora, suave, para compensar a tua ausência
Que me toma por inteiro, que me deixa triste
Pois tua saudade persiste nesta insistência

E, assim, passo os dias que me separam de ti
Desde que nos amamos pela penúltima vez,
E ouço nossa música, por vezes repetida
Na espera ansiosa de que virá a próxima vez

E nessa espera longa, conto os dias, os minutos
E meu coração se deixa levar pelo som
E bate no compasso de cada acorde dessa música tão bonita
Escuto-a novamente, repito-a e continuo a pensar em ti
E tenho mais certeza dessa paixão tão infinita.

Foto de matheus.caem

O Abraço

Anestesia para o meu sofrimento
Que todas manhãs eu agüento.

Ninguém conhece a sensação,
Mas sim o tamanho do coração.

Num cenário de agonia...
Avisto no horizonte o ébano.
Carpe diem, aproveite o dia!
Mas como pode... Mistério!

É meio que dúblo de minha parte.
Será de júpiter, do sol ou de Marte?
Saio das trevas para o Eldorado,
Com seu simples, mas caloroso... Abraço!

Foto de Lokokebas

Coisas do Coração

Coisas do Coração

Lembro como se fosse ontem...
Eu olhei pra você e você pra mim
Foi assim que tudo começou
Simples assim
Muitas vezes não há o que se falar
as palavras estão no segredo de um olhar...
Dizem que o cupido é burro
Mas dessa vez ele acertou em cheio
Aos poucos fui ganhando seu jeito
E percebendo que achei meu encaixe perfeito
A menina meiga que não é mimada
Aquela com quem eu adoro dar risada
Com quem eu adoraria sair todos os dias
Mesmo que fosse pra não fazer nada
Porque com você, fazer nada seria fazer tudo
Com você nao me importo com o tempo
Não me importo com dinheiro
Quando estou com você, vivo pra você
E só quero te ver feliz
Quando te beijo, te abraço forte
Fico me perguntando, o que fiz
Pra merecer tanta sorte...
Mas existem coisas que não têm explicação
Principalmente, as do coração

Lucas Carneiro

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