Consumo

Foto de Inês Santos

Rituais de uma poetisa...

Rituais de uma poetisa

Antes de começar a poetar…
Ponho a tocar um bom som…
Consumo-me em goluseimas…
Rebuçado, goma e bombom…
São os meus tira teimas…

Numa esplanada me sento…
Conjuntamente com raios de sol…
Sinto o sopro do vento…
Dou começo ao meu rol…

Escolho uma amálgama de temas…
Escrevo-os a limpo no papel…
Faço uma série de esquemas…
Saem riscos e rabiscos…
Começa a tomar corpo,até já está bel!

Palavras eu risco…
Enquanto petisco…

Oxalá não me ocorra vocábulos bizarros…
Se tal, corroi-o-me em cigarros….

Vou escrevendo….vou pensando….
-Já pensei !
Depois acabo repensando…
Com efeito de ver…
-Constatei…
Que lindo que ficou…
Com veleidade estou a vibrar…

Não foi a mente que sonhou…
É real, até o posso apalpar…
Que conjunto de versos cintilantes…
Leio, releio….
Que bem que aprecio….
Com riso e siso…
Entretanto creio…
Sou uma miúda fascinante….

Foto de Inês Santos

nem sei....

Apetece-me ser dura e cruel…
Ser fraca e estupidamente infiel…
Não tolero poemas bizarros
Se tal, consumo-me em ópio e cigarros…

Raquítica mulher…
Nem tem de comer…
Triste vida, pobrezinha…
Coitadinha…

Que péssimo humor…
Desafio o pudor…
Versos rasguei..
Nunca pensei…
Louca fiquei!

É feia,não paga a conta do pão…
Dramaticamente trabalhadora e pálida…
Jornais a cobrem no chão…
E não tem conversa valida…

Sinto-me freneticamente irritada…
Apetece-me tudo de nada…
Já palavras risquei…
A ousadia não temerei…

Que desprezível mulher…
Dormirá sem ceia?
Incrível…é mesmo feia…
Feia!feia!feia!

Ainda se põe a cantarolar…
Que som irritante, número um no top!
E ainda aturar ???
Uma música pop!!!
Coitadinha…
Da menina…

Foto de Paulo Gondim

Natal sertanejo - (Cordel)

NATAL SERTANEJO
Paulo Gondim
04/12/2007

O natal do sertanejo
Não tem muita regalia
Com pouca coisa se faz
Como é seu dia-a-dia
Vai à igreja rezar
Pede a Deus pra lhe ajudar
Pede paz e alegria

Não é dia de natal
É dia de Nascimento
Natal é coisa de rico
Que vive criando invento
É pra quem tem muito dinheiro
E o nosso pobre roceiro
Só ganha para o sustento

Por isso o bom sertanejo
Não faz festa no natal
Não se dar a esse luxo
É coisa bem natural
Nem por isso sente culpa
Nem sequer se preocupa
Se alguém vai falar mal

O rico, sim, é de festa
Com seu povo da cidade
Come e bebe como bicho
Tudo em grande quantidade
Se mostra ser poderoso
No seu jeito escandaloso
Com luxúria e vaidade

O rico faz muita festa
Mas nem sabe pra quem é
Coitado do Deus Menino
De Maria e de José
Por ninguém vão ser lembrados
Ficam sós, abandonados
Ali, num canto qualquer

É assim há muito tempo
Um natal de hipocrisia
De divino não tem nada
Só profano, só orgia
Só comércio, só consumo
Eis o mais triste resumo
Desta triste fantasia

Mas tem muita gente pobre
Que embarca nessa farsa
Quer fazer natal de rico
E acaba na desgraça
Se comprou não vai pagar
Quando a loja vem cobrar
Suja seu nome na praça

Por isso que o sertanejo
É mais sábio, sim senhor!
Sua festa é mais discreta
Mas é cheia de amor
Não se mete com “gastança”
Mas não lhe falta esperança
E a Deus canta louvor

Sua festa é muito simples
Diferente da cidade
Nela se festeja a vida
Sem nenhuma vaidade
Não se bebe caros vinhos
Mas com todos os vizinhos
Se pratica a caridade

É com esse objetivo
Que se festeja o natal
Com respeito ao Deus Menino
Que vem combater o mal
Renovar a esperança
Reforçar a confiança
Num plano espiritual

Foto de Noslen

Obrigado

haaaaaaaaaaa...
Não consigo dormir,
Cada vez que tento fechar os olhos penso em ti...
Navego no escuro do meu quarto e rompo as paredes inflexíveis deste silencio ensurdecedor...
Consumo e absorvo toda esta catadupa de pensamentos que me invadem a mente...
Afogo-me nas ondas de sentimentos que me inundam o peito...
O destino quis que seguissemos caminhos separados...
Mas aqui mando eu...
No mundo dos sonhos mandamos nós...
Sem precisar-mos de pensar no que irão os outros pensar ou sentir...
Somos donos e senhores para divagar á vontade...
Volto aquele beijo meio roubado...
Aquele tempo de inocência...
Reescrevo a nossa historia...
Mas...
Na realidade agradeço por ter a tua amizade...
Mais importante que qualquer outro sentimento guardado no tempo...
Não mudes, continua a seres tu mesma linda...
Obrigado por me deixares fazer parte da tua vida...
Que a nossa amizade perdure acima de tudo...
Obrigado pelo teu sorriso...
Obrigado por estares desse lado...
Simplesmente, OBRIGADO...

Foto de Lou Poulit

O PORCO-ESPINHO DE ESTIMAÇÃO

CONTO: O PORCO-ESPINHO DE ESTIMAÇÃO

Plac, plac, plac... plac-plac... O relógio antigo pendurado na parede encardida do escritório sequer fazia o tic-tac comum e implacável, com o que qualquer relógio de corda tenta destruir os nervos dos ansiosos. No entanto muito pior, era a impressão de que ele movia o ponteiro mais lentamente, à medida que se aproximava a hora de ir embora.

Plac, plac, plac... plac-plac... Era sexta-feira e fim de mês, mas o salário, que já estava no bolso do Filé, não pagaria as dívidas, nem mesmo todas as despesas normais do mês. Por que então não gastar uma parte, para se divertir um pouco? Depois de um mês inteiro catando milho naquela máquina, datilografando guias carbonadas nas quais era proibido haver uma rasura sequer, isso parecia muito justo. Só que era preciso esperar o maldito relógio apontar a hora de parar.

O Filé, como era amigavelmente tratado no trabalho, era um homem infeliz porque pensava não ter expectativas para a sua vida. Pegar o trem de volta para casa era uma alternativa absurdamente sem graça. Fizera isso o mês inteiro. O cardápio seria o mesmo, assim como as cobranças do senhorio e da mercearia. E da sua mulher, com o sorriso escasseado pela vida dura e fartos depósitos de gordura pelo corpo, ele não poderia esperar nem um lapso de desejo, felizmente. Naquela sexta-feira, pensar em fazer sexo com sua mulher era impensavelmente proibido. Durante o mês inteiro ela o proibira disso e daquilo. Agora era a sua vez de mostrar que também tinha o poder de proibir. Ao menos isso.

Não. Não e não. Naquela noite, assim que o miserável relógio se dignasse a apontar o fim do expediente, ele sairia sem rumo e sem destino. Queria ser o que todo mundo parecia se orgulhar de ser: um cidadão comum, numa cidade comum, sob regime capitalista comum, sem que tivesse que fazer para isso algum esforço incomum. Ora, só queria ter a impressão de que as notas no seu bolso, faziam dele alguém importante, ou pelo menos alguma coisa. Ansiava por julgar justificada a tortura diária de fazer aquele mesmo serviço durante o mês todo. Filé tinha sempre a sensação de ser consumido, agora queria consumir um pouquinho, ser servido, assediado para comprar algo e ter o inusitado prazer de dizer que “não, muito obrigado”, mas não por dissimulada incapacidade. Queria dizer não porque não, e pronto, já que passara o mês dizendo sim. Estava assim determinado a fazer apenas algumas das coisas que todo mundo faz naturalmente. E só poderia fazer isso naquela sexta-feira pois no sábado estaria de novo nas mãos da mesmice.

O Filé sentiu um friozinho na espinha quando o chefe passou pelas suas costas e com um tapinha no ombro autorizou o fim do serviço, segundos antes do relógio. Enfim, ali renascia o rapaz viçoso por cujo sorriso, noutros tempos completo e carnudo, a mulherada perdia a compostura. Não era rico, longe disso, mas se vestia bem e usava algumas pulseiras douradas, além de um grosso cordão, onde se via sempre uma medalha com o triângulo maçônico, cujo significado Alfredo desconhecia por completo, mas tudo fantasia. Sua aparência, somada ao sorriso de quem não tinha dívidas ou qualquer outra preocupação, era o suficiente para que conseguisse a maioria das coisas que desejava. O que na verdade não era muito, porque seus desejos tendiam a uma certa proporcionalidade, em relação à sua, digamos, sintética compreensão do mundo. Alfredo era um rapaz feliz, ironicamente, porque não tinha grandes expectativas.

Filé passou pelas portas do escritório e da entrada do prédio sem deixar de cumprimentar uma única pessoa. Já na rua, passou a se comportar como um respeitável senhor. Não quis entrar em nenhuma condução. Como ainda não sabia para onde estava indo, o melhor era andar pelas calçadas, assim poderia parar em frente às vitrines, e esperar que alguma atendente jovem e gostosa viesse lhe oferecer o seu melhor sorriso. Durante todos os demais dias do mês isso não aconteceria, a menos que estivesse no caminho de alguma daquelas evangélicas, que saem em grupo pelas ruas vendendo revistas de igreja e oferecendo a salvação das almas, ou o inverso, como acreditava o Filé. Logo uma vendedora veio de dentro da loja. Não lhe pareceu tão bonita quanto esperava, mas era razoável. A noite estava começando.

Satisfeito por não ter cedido à tentação das vendedoras que encontrou pelo caminho, que até pediram cartão de visitas e número de telefones para futuras compras, depois de percorrer quatro quarteirões encontrou uma boate do lado oposto da rua. Chegou a parar para atravessar dali mesmo, porém viu entrar e sair da casa pequenos grupos de homossexuais e decidiu que devia aplicar melhor seu rico dinheiro, tão arduamente conseguido. Voltou às vitrines. Ainda era cedo para ele, mas a maioria das lojas já estava fechando as portas. Sem problemas, disse a si mesmo, de qualquer forma não pretendia comprar coisa nenhuma. Mas se não teria mais belas e jovens atendentes para lhe sorrir na porta das lojas, então teria que procurá-las noutros lugares. Não haveria de ser tão difícil. Nos quarteirões próximos decerto as encontraria.

Logo adiante, Alfredo passou por uma bela moça, que parecia esperar pelo namorado, encostada num poste de luz. Não... Pensando bem, não podia ser isso. A mulher parecia uma vitrine ambulante. Estava vestida e postada de modo a oferecer partes suas que, pelo jeito, julgava mais ao gosto popular, e só faltava mesmo uma plaquinha em algum lugar, para indicar o que houvesse ali a preço promocional. Além do mais, estava lhe sorrindo com o mesmo ar de sem-decepções que acabara de ver nos rostos das vendedoras nas lojas. Ah, então ela está a fim de um programinha... É bonita demais – pensou – é perfeita. Nem sua mulher, quando era novinha, era tão perfeita. Ora, por que fora se lembrar dela justo agora? Era como se a lembrança da mulher, de tão concreta, lhe empurrasse pelas costas em direção à garota. Mas assim, tão bonita, com certeza lhe custaria os olhos da cara.

Ei, gostei de você... – Filé falou de mal jeito, pois já nem se lembrava direito como se fazia isso. Ela fez que não o ouviu, e ele remendou perguntando: Quanto custa o chorinho?... Para alguém que pergunta como um extra-terreno é bem mais barato – Respondeu a mulher simpaticamente, fazendo graça... Mais barato quanto?... Depende do que você quiser fazer... Como assim? Tem algum tipo de tabela de preços? – Tentando repetir seu velho e irrecusável sorriso – Tem alguma coisa em promoção?... A mulher não gostou muito, clientes que pedem promoção no início da noite são, no mínimo, idiotas. Entretanto, ela resolveu propor um preço intermediário. Derrubaria esse cliente rapidamente, pensou ela, e depois arrumaria mais dinheiro com outro. Mas como mesmo aquele preço mais barato era inviável para o Filé, ele lamentou com muita sinceridade. Quando virou as costas, ela propôs outro menor e logo um outro ainda mais barato, todos recusados. Filé a ouviu dizer a certa distância que fosse à merda, mas nem se importou. Estava dividido. Dessa vez não tinha sentido prazer em dizer que não. Aquela mulher era realmente muito bonita e ele seria capaz de uma verdadeira loucura, se fosse para tê-la só para si... Quem disse que ela aceitaria? Paciência – confortou-se – a noite é uma criança...

Filé prosseguiu em sua caminhada. Mais uma última vez olhou para trás e ela ainda estava lá, na mesma posição, no mesmo poste de luz. E para se recolocar no lugar de quem decide ele disse à meia-voz: É apenas uma puta... Havia muitas na região em que estava, uma espécie de centro com muitas casas de diversão para homens que tivessem algum dinheiro. Uma cerveja! Sim, para matar a sede que já se fazia sentir. Atravessou a rua e passou por uma vitrine redonda, engastada na parede, onde haviam fotos de streepers. Poderia entrar naquela. Eram todas mais ou menos a mesma coisa.

CAPÍTULO II

De início, o ambiente era escuro demais para que o Filé pudesse identificar o que havia dentro da boate. Mas dava pra ver onde era o balcão do bar e lá ele resolver ficar um pouco, até que sua visão se adaptasse à brusca mudança de luz. Pediu um caneco de cerveja com o tom de uma ordem, foi prontamente servido e bebeu o primeiro todo de uma só vez. Estava com sede por causa da caminhada, mas também queria impressionar. Sabia que durante alguns minutos, embora ele não pudesse observar as pessoas com muita clareza, estaria sendo observado pelas mulheres que já se encontrassem lá desde antes, à espera de um cliente. O espaço era pequeno e o condicionador de ar mantinha a temperatura mais baixa do que ele gostaria. Apontou para uma marca de conhaque que conhecia e, servido, percebeu que já era possível enxergar algumas mesas vazias. Tomou a bebida e levou outra dose para uma daquelas mesas, escolhendo a que estava mais ao canto.

Em alguns minutos já havia desprezado vários olhares. Havia ali mulheres de vários tipos, para muitos gostos, sendo naquela casa a maioria composta de mulatas bundudas. Uma das mulheres lhe chamava mais a atenção, uma loira alta e carnuda, porém ela sequer olhava pra ele. Irritado com o que lhe parecia uma falta de consideração da tal mulher, o Filé chamou uma das meninas e mandou que levasse um recado seu. Precisou esperar por longos minutos, mas enfim a mulher levantou-se e veio ao seu encontro, sentando-se no lado oposto da mesa sem cerimônias. Ao chegar trouxera o mesmo sorriso de sem-decepções e, antes que ele o perguntasse, foi logo adiantando o seu preço para o serviço mais rápido, um boquete à queima-roupa. Ele balançou a cabeça positivamente, mas começou uma conversa qualquer. Queria beber mais e ganhar tempo para criar algum clima. Ela preferiu cerveja e Filé mandou que trouxessem para si próprio a garrafa de conhaque.

Dizendo se chamar Paula e mantendo uma aparência de interesse profissional, a mulher aceitou a tal conversa qualquer, mas a partir de certo ponto encurtou a distância e começou a tocá-lo, pegando em sua mão. Ela tinha um hálito forte de bala sabor eucalipto e palavras doces que, entretanto, não dissimulavam o timbre de voz surpreendente, encorpado demais para uma mulher tão bela. O Filé, que se sentia o dono da situação e mantinha um ritmo de goles acima do hábito, tinha a sua capacidade de avaliação já comprometida. Estranhou apenas que ela o tocasse com força e, depois, que suas mãos eram de fato grandes e fortes. Começou então a pensar, que aquela também não era a mulher ideal. Ela bebia muito pouco e, a julgar pelo tamanho do corpo e pela robustez das mãos, caso tivesse que pegá-la à força teria muita dificuldade. Contudo, como já estava mesmo gastando o seu parco dinheiro, era preferível que não fosse em vão.

Com o andar da conversa Filé foi se sentindo cada vez mais pressionado. A doçura inicial cedera lugar a palavras sempre mais impositivas e isso dava a ele a frustrante impressão de que ela estava no comando das ações. Em contra-partida, as suas coxas eram irrecusáveis e ele não resistiu à tentação de pegar nelas ali mesmo. Podiam estar melhor depiladas, porém ele estava perto demais do que pretendia, e não quis recuar. E foi chegando a mão, até que ela o interrompeu e decidiu: Vamos subir, tem um quarto lá em cima esperando por nós. O homem olhou para a escada, que lhe pareceu muito longa, mas normal para uma casa de sobrado como era aquela, e concordou.

Passaram por um corredor escuro, estreito e curto, no alto da escada, e depois por outro maior. De ambos os lados, vários espaços, separados por placas prensadas à guisa de biombos, eram destinados aos amantes com um mínimo de estética e conforto, e sem janelas. Impaciente com a lerdeza etílica dele, Paula o puxava pela mão. Filé parou de repente, se esforçando para conter aquele trem, e perguntou para onde estavam indo. Tenho um quartinho logo ali, só para clientes especiais – ela explicou. Ele achou razoável, pois uma mulher com tanto comprimento não caberia mesmo num daqueles cubículos. Subiram mais dois lances curtos de escada, numa passagem de penumbra que cheirava a forro de telhado, e finalmente Paula abriu a porta do tal quarto. Era apenas um pouco maior que os demais. Como ventilação, o que poderia fornecer um basculante de dois palmos, uma cama e um criado-mudo, uma mesa de bar com duas cadeiras, pregos nas paredes serviam de cabide e uma lâmpada pequenina, a mesma que iluminava uma pequena imagem de Santa Joana D’Arc, colocada no alto, acima da cabeceira da cama.

A sós com aquele mulherão, o Filé devia estar feliz. Tão perto dos seus atrativos, devia estar muito excitado. Prestes a consumar o seu plano, devia jogá-la na cama e obrigá-la a fazer todas as suas vontades, sem avisos ou ponderações, e com todas as concessões. Entretanto, ficou ali mesmo, parado como um bichinho indefeso esperando o bote do predador á sua frente. A mulher desistiu de esperar pela iniciativa dele e foi para cima. Empurrou o Filé para a cama e começou a lhe tirar a camisa, com pouca ou nenhuma delicadeza. Aceitando o pega aqui e espreme ali, o homem chegou rapidamente a duas conclusões pouco desejáveis: primeiro que ela era musculosa e dura demais, o extremo oposto da mulher passiva à qual estava acostumado, e segundo, que estava por demais armada entre as pernas!...

Que isso, mulher... Isso é um assalto? – Perguntou ele com o seu sorriso mais tímido... Não, meu amor, é só uma brincadeira que nós vamos fazer... Que brincadeira?... Meinha, amor... Que estória é essa de meinha?... Assim ó, primeiro você, pode até esculachar que eu topo, mas depois será a minha vez... Pode parar que eu sou macho – garantiu o Filé, tentando parecer bravo e definitivo... Mas Paula ajoelhou-se na cama e, muito convincentemente, arrancou de um só golpe o próprio vestido. Depois disse com inacreditável doçura: E daí, meu amor? Eu também sou, olha aqui ó... Não senhor! Então você quer me comer, seu viadão?... Não amor, só o seu pintinho medroso...

O que se seguiu foi um verdadeiro pandemônio, um arranca-rabo que não poderia caber num espaço tão exíguo, com o fundo sonoro dos gemidos do estrado e das juntas da cama. Sobretudo, não havia espaço para escapar! Pequeno, magrelo e bêbado, o Filé esperneava e dava coices, suas mordidas pareciam inúteis. Pensou em gritar por socorro, talvez alguém o escutasse, mas achou que isso seria vergonhoso demais para um macho com passado glorioso. Para aumentar seu desespero, embora procurasse não conseguia saber exatamente onde estava a porta, cuja face interna era pintada com a mesma tinta da parede. Com tanto pega, estica e puxa, veio enfim o cansaço, o esgotamento precipitado pelo álcool, e uma grande e desesperadora perda de esperança. O homem era muito mais forte e o Filé sentiu os olhos embaçarem, eram as suas lágrimas, que não podia mais conter. Sentiu-se bruscamente levantado pela cintura e posto de quatro na cama. Esperou o golpe de misericórdia. Mas este não veio.

Inexplicavelmente, a imagem da incólume Santa Joana D’Arc havia despencado do seu dossel. Surpreso, Paula a pegou com desesperado carinho, e depois sentou na cama com tal desgosto, que o estrado já alquebrado não suportou e desabou, levando os três para o chão. O Filé já não estava mais tão bêbado que não pudesse entender a raríssima oportunidade que estava tendo. Lembrou-se ainda de pegar a sua camisa, e para escapou daquela bicha enorme, esparramada no que sobrou da cama, achou a maldita porta camuflada e foi-se embora, escorregando nos degraus escuros, segurando as calças à meia-bunda. Aos trancos e barrancos, passou pelos largos homens da segurança e ganhou afinal a rua. Estava ofegante, mas aliviado. Poucas vezes na vida sentira um tamanho alívio.

CAPÍTULO III

Depois de andar mais alguns quarteirões, sempre olhando para trás porque havia saído sem ter pago a ninguém, a garganta novamente secou e o Filé escolheu um bar qualquer para beber alguma coisa. Entrou sob os olhares desconfiados dos que estavam bebendo no balcão, e teve de passar por todos eles, porque o bar era comprido e estreito, só havendo uma vaga no final. Lá também haviam várias mulheres, mas àquela altura todas lhe pareciam suspeitas.

Ali foi bebendo, sem prestar atenção às conversas dos outros que, entretanto, queriam que participasse e volta-e-meia perguntavam sua opinião sobre uma coisa qualquer. Eles não sabiam, mas o Filé ainda não se recuperara do susto e sua falta de sorte podia estar teimando, querendo mais. Além do que, nesse bar não havia nem um calendário com a figura de Santa Joana D’Arc! Junto à caixa registradora, até havia um calendário, mas o Filé não sabia de que santo era. E disse a si mesmo que se ele não conhecia o santo, com certeza a recíproca era verdadeira. Como se não bastasse, aquele santo, em vez de estar num dossel, estava num pregador metálico dos grandes. Não dava pra acreditar que o tal santo fizesse tamanho esforço por um desconhecido.

Na verdade, o pessoal do balcão queria trazê-lo para a conversa porque a conta já estava alta. E tanto fizeram, que o Filé sentiu-se à vontade para dar uma curta opinião a respeito da questão em pauta: um jogo de futebol. Foi o suficiente, já estava dentro. Assim, pediram mais bebida e algum tira-gosto. Agora já gostavam do Filé, que soltava cada vez mais. Achavam que ele entendia tudo de futebol e não economizava palavras, empolgava-se e seus argumentos deixavam a todos convencidos. Porém, de repente, o assunto mudou para mulheres boas de cama. Então a performance do Filé mudou, não queria falar sobre isso. Falou apenas para defender a sua opção sexual, posta em dúvida por brincadeira e tão infeliz coincidência. No mais se calava, comia e bebia, mais dedicado aos seus próprios pensamentos do que à conversa.

Lá pelas tantas, alguém sugeriu um jogo de palitos para decidir quem pagaria a conta. Filé gostou da idéia, pois na purrinha ele se garantia. Contudo a idéia foi derrubada pela maioria. O bar era de um velho senhor, que entregava toda a responsabilidade a seu filho adotivo. Tinha plena confiança nele, havia tirado o negrinho da rua. Ele sabia que tinha sido abandonado à própria sorte pelos pai e era de devotada gratidão ao velho. Porém não era mais o moleque franzino que vivia de esmolas e pequenos furtos. O negro agora era um homem grande e falava grosso, para quem quisesse ouvir.

Olha aí, pessoal, deu só isso aí. Já dividi e a cota de cada um está no avesso. Mas vocês já sabem que aqui não vale cartão, quero grana, dinheiro vivo... Num pedaço de papel, rasgado de algum pacote de cigarros, estava uma discriminação incompreensível do total. O Filé resolveu protestar, pediu que o negro explicasse a conta e o homem torceu o beiço: Mas tu é marrento, heim... Todos ali sabiam que o Filé tinha a sua razão, mas o negro tinha fama de encrenqueiro e ninguém queria passar a noite na delegacia. A maior parte deles concordou, sem saber se a conta estava certa, e o Filé teve que se conformar. O dinheiro que tinha dava para pagar a sua cota, mas faria diferença mais na frente, ainda queria andar para achar uma mulher que valesse à pena.

Esgotadas as escaramuças, todos meteram a mão nos seus bolsos sob o olhar satisfeito do negro. Em princípio ninguém percebeu, porém o Filé não estava nem ali, ou preferia não estar. Sua mente vasculhava desesperadamente a memória recente, em busca de uma pista. Por eliminação de todas as possibilidades restantes, a dedução parecia certa: Aquele viado da boate, bateu a minha carteira! Eu devia ter imaginado, lógico, por isso me deixaram escapar e nem vieram atrás de mim. E agora? Sem a grana da cota da despesa e sem santinha... Achou que tivera mais sorte antes, pois lá seria apenas um! Só de olhar para o negão, já dava vontade de sair correndo. Era o que queria fazer, mas com toda aquela gente entupindo o corredor do balcão... Lembrou-se do mictório, talvez lá houvesse um basculante por onde pudesse escapar. Foi até o fundo do bar, mas logo viu-se frustrado. Era apenas um cubículo. Além de não haver nele nenhuma passagem além da porta, sentiu-se mal ali. Era inseguro demais, muito menor que o quartinho da boate. Estreito como um curral de matadouro, era o lugar ideal para o negão demonstrar a sua imensa generosidade.

Não havia outra esperança, teria muito o que correr, se conseguisse chegar até a calçada. Como esperava, ao abrir a porta do mictório para sair, deu de cara com um olhar terrivelmente coletivo. Feita e refeita a soma do pagamento, faltava exatamente uma cota e só podia ser do cotista ausente. Eu já sei que vocês não vão querer acreditar, mas roubaram a minha carteira... – O Filé optou por ser sincero. O mais velho dos cotistas, tentando ajudar, sugeriu que ficasse para limpar pratos e copos. Porém o negro tinha uma outra alternativa: Não... Tenho aqui uma coisa pra ele deixar bem limpinha...

Prevendo o que estava para acontecer, uma senhora levantou-se de uma das mesas enfileiradas junto à parede e pediu que deixassem o pobre-coitado, e que ela pagaria a parte dele. Ninguém quis acreditar, muito menos o Filé. Ele olhou a negra velhinha de cima a baixo e pensou em recusar a ajuda, mas depois se lembrou de que não tinha alternativa, e ficou olhando, procurando entender o que estava acontecendo. Era uma mulher idosa e mal vestida, tinha ao lado um despencado carrinho de feira e nele amarradas, com barbantes e tiras de trapos, várias bugingangas sem valor. A negra cheirava mal e estava bebendo cachaça, mas em uma caneca feita de lata de salsicha. Ora, era uma mendiga. Como poderia ter dinheiro para pagar a sua cota? Acanhado, o Filé se aproximou para agradecer e foi então que reparou em algo embaraçoso. Pendurada em seu pescoço, ruço por falta de banho, havia uma medalha enzinabrada, onde ainda se podia ver a imagem de santo, o mesmo santo do calendário, que protegia a caixa registradora do bar.

A mulher resolveu acabar com todo aquele descrédito. Meteu a mão na sua sacola de perna de calça jeans, tirou uma nota de cinqüenta, entregou ao negro e ainda lhe disse que não precisava fazer troco, porque da próxima vez que viesse tomaria umas doses por conta. Passado o aperto, os demais foram tomando cada um o seu caminho, uns fazendo piada, e outros perguntas, cujas respostas explicassem aquilo. O Filé convenceu-se de que a mendiga era louca, coitada, e sentou na outra cadeira da mesa, só para não ir embora assim, sem demonstrar uma gratidão mais verdadeira. Para ter o que falar, ele perguntou a ela que santo era aquele, gravado na medalha. A velha disse que não sabia, mas era de muita estimação. O Filé torceu o beiço, em sinal de dúvida. Qual é o problema? Você nunca teve nada de estimação?... – Disse ela desconfiada...Problema nenhum, mas eu nunca tive não. Não gosto de bichos de estimação, nem de me sentir preso a nada. Aliás, já tenho a encrenca da minha mulher pra me prender... Porém a mendiga não achou a graça que ele esperava. Torceu, agora ela, os beiços largos e úmidos de cachaça, como sinal de desaprovação, e lhe disse que tratasse de não fazer mais tantas perguntas. E que voltasse para o seu caminho, com a proteção do santinho, qualquer que fosse o nome. Sem jeito, o Filé foi mesmo embora.

CAPÍTULO IV

A maré estava mais baixa do que o normal. O mar havia recuado vários metros. Diversas traineiras e canoas, de todos os tamanhos, ficaram tombadas no fundo de areia e lodo da praia, normalmente submerso, e que agora exibia uma insuspeita diversidade de coisas, umas naturais e outras bastante estranhas. Dentro de uma canoa enorme e antiga, das que eram talhadas de um único e imenso tronco de árvore, um grupo de mendigos, desinteressados do fundo do mar e dos latidos distantes e furiosos de um vira-latas, dormia profundamente, bem próximo da parede de pedras cimentadas que descia da calçada para a praia. Apesar da miséria, sentiam-se felizes e seguros, no lugar que escolheram para passar a noite, aproveitando a baixa-mar tão pronunciada. A canoa mais parecia um grande balaio-de-gatos, grandes e pequenos, sendo impossível saber-se onde começava e terminava a mesma pessoa. Salvo no caso dos casais que haviam feito sexo antes de dormir, porque estes ainda estavam cobertos pelos seus panos, que haviam usado como se isso diminuísse a intimidade generalizada.

Os seus sonhos nada rasos, entretanto, foram bruscamente interrompidos. Alguém viera correndo pela calçada, que ficava bem acima do nível da praia e, para escapar da perseguição do vira-latas zangado, bem perto dos seus calcanhares, havia saltado para a areia, sem ter tempo de medir onde cairia. Pois caiu estrondosamente, justo na proa da canoa onde estavam os mendigos. Com o susto, foi mendigo para todo lado. Uns ainda se lembraram de catar por instinto alguns pertences seus, enquanto outros, com dificuldade para suspender as próprias calças, não tiveram tempo nem mãos livres para isso. Algumas crianças de colo berravam, abandonadas que foram, mas ninguém ali sabia ainda o que estava acontecendo, tão pouco imaginava para onde estava indo.

Todo dolorido, o Filé se levantou para ver se o seu perseguidor também havia pulado da calçada para baixo, e viu que felizmente ficara no alto da parede. Dois dos mendigos se aproximaram dispostos a mostrar sua raiva, porém foram surpreendidos pela ira do intruso. Mas não contra eles. O Filé estava furioso porque só agora estava vendo que o tal cão, que ainda latia para ele do beiral da calçada, não era de meter medo nem a um gatinho faminto. Muito pequeno e magro, se não houvesse corrido poderia tê-lo pego pelo pescoço e arremessado longe. Em vez disso, quase quebrara o próprio pescoço, ou o de alguém inocente, naquela queda estúpida.

Compreendendo que não se tratava da polícia, nem de alguma das ameaças comuns à vida de rua, e vendo que o homem não conseguia se aprumar direito dentro da canoa, alguns mendigos mais piedosos foram lhe ajudar. Um deles, o mais velhinho, lhe ofereceu da sua própria cachaça, insistindo para que tomasse ao menos um gole, sob uma duvidosa alegação: É pra não inflamar. Constrangido pela boa fé do velhote, o Filé acabou tomando um gole. Depois outro e logo mais um. Acabaram achando que o intruso era apenas atabalhoado, ou azarado, mas que não era tão diferente assim, afinal, também gostava de cachaça. Tudo foi virando uma galhofada, na medida em que foram aparecendo outras garrafas.

O Filé acabou contando a sua estória, desde que saíra do escritório. Sobre a corrida e o salto desesperado, conseguiu uma gargalhada geral dos mendigos, contando que aquele vira-latas só podia ter pensado, que ele ia pegar o frango que estava num despacho na encruzilhada. Essas madames ficam trazendo comida pros cachorros de rua, o bicho, que não sabe o que é despacho, pensa que é santo e não quer dividir com ninguém... Tava só esperando a vela apagar... – Remendou o mais velho... Também, você nem pra pedir licença... – Outro fez graça... Eu? Que pedir licença? Eu só passei por perto porque me desequilibrei... Não chegava a ser uma estória surpreendente, cada um ali tinha a sua própria, no mais das vezes bem pior e mais prolongada. Ademais, se ele não tinha grana, de que poderia lhes servir? Era somente mais um e dos mais mentirosos. Onde já se viu, uma mendiga pagar a conta de alguém que sequer conhece? A cachaça acabou e os mendigos foram se acomodando novamente na canoa.

Já era madrugada quando o Filé resolveu retomar o seu caminho, por mais desafortunado que ele fosse. Uma idéia não lhe saía da cabeça, agora enfeitada por um galo doído: ainda faltava uma mulher. Estava decidido, era então uma questão de honra. Não voltaria para casa sem antes pegar uma mulher. Procurou em vão aquele maldito vira-latas, que já devia estar dormindo também, e com o caminho livre pôs-se novamente a andar a esmo. Em razão do esforço de continuar, suas escoriações incomodavam, a visão embaçava, transpirava por todos os poros e tinha a impressão de estar ficando febril. Mas pensou que só podia ser efeito de tanta cachaça.

Depois de algum tempo, tropeçando aqui e ali, vinha-lhe à mente o corpo pesadíssimo da sua mulher. Ele era esteticamente feio, mas estava lá à sua disposição, bastando entrar em uma condução e voltar para casa. Poderia então se esparramar sobre ele, servir-se do que quisesse e depois dormir ali mesmo, como se fosse um colchão macio. Ela não se importaria, nessas horas sempre fora muda e obediente. Alfredo sempre fora a sua única ambição de consumo. Agora ela não tinha mais nenhuma. Mas não... Não, não e não! O homem se aprumava e seguia adiante. Depois de passar por tantos sufocos, ter os seus documentos roubados junto com o dinheiro do mês... Escapar, por um segundo milagre na mesma noite, de apanhar e ser literalmente encurralado no mictório do bar. Por pouco não quebrou o pescoço e ainda foi acolhido, pelo grupo de miseráveis sobre cujos pescoços havia acabado de cair! Definitivamente, não. Ou encontrava uma mulher para se vingar do azar, ou não voltava para casa.

Mais à frente, o Filé estava atravessando um parque público, com grama e jardins, cujos postes de iluminação incandescente por entre arvoredos espalhavam sombras sobre os canteiros. Viu então adiante um vulto estranho, que fazia movimentos pequenos mas ritmados. Da distância em que estava e com os olhos embaçados não conseguia distinguir o que era. Mais próximo, achou que eram duas e não apenas uma pessoa. Tentando não fazer barulho chegou mais perto. Estava agora certo de que era um casal de namorados e quis ver o que estavam fazendo. Ora, o que um casal de namorados poderia estar fazendo, em uma posição incômoda, entre as sombras de um parque lá pelas tantas da madrugada? Devia ser bom de se fazer. Pelo menos, de se ver.

De modo a não ser percebido, deu a volta num dos canteiros para chegar em uma outra posição, de onde certamente poderia ser um expectador privilegiado. Porém, assim que chegou onde pretendia, ouviu latidos próximos. Caramba, uma mulher que late enquanto faz sexo! Isso era muito mais do que estava procurando. Mas por entre as plantas do canteiro, enfim conseguiu ver que se tratava apenas de mais um mendigo e, deitado ao seu lado, o seu cachorro de estimação. Não... Outro cachorro?... Com base em sua memória recente, estava em perigo. Droga, por que os cachorros gostam tanto de mendigos? Não tem nenhum despacho por perto e aquele cão está latindo pra mim... Filé não entendia mesmo nada de cachorros. Novamente ele correu e de novo foi perseguido. O animal só parou depois que ouviu o assobio do seu dono. E o Filé gastou em mais essa corrida as últimas energias de que dispunha.

CAPÍTULO V

Sentado em um banco de ripas de madeira, O Filé sentia-se esgotado, mas descansaria ali um pouco e depois prosseguiria. Quando as suas pálpebras começaram a pesar, para não adormecer ele respirou fundo e pôs-se a caminho de novo. Seguindo na sua obstinada peregrinação, ele encontrou o que fora, por pouco tempo, um outro despacho. Esse havia sido maior e mais variado, coisa de madame. Porém já não restava quase nada, aquele cão com certeza chegara antes. O Filé chegou perto para espiar. Por um instante achou que pudesse adivinhar o que o cão havia encontrado para o jantar. Não seria uma tarefa fácil, mas uma coisa era certa: ali havia uma galinha, pois haviam penas por todo lado. Uma coisa o intrigou. Por que motivo o cão havia deixado as vísceras onde devia estar a galinha inteira? Com certeza ele fizera um trato com o santo, do tipo “eu como só a galinha e deixo as tripas pro senhor”. Ora, será que ele achou que quando eu chegasse ia lamber o fundo do alguidar? – Perguntou a si mesmo. O homem se divertiu por algum tempo consigo próprio, mas logo o seu sarcasmo perdeu a graça e ele retomou os seus passos de filigranas, não estava mais interessado em despachos.

Ao passar pelo último canteiro do parque, Filé sentiu um aroma no ar que lhe despertou a fome. Lembrou-se então de que não havia comido quase nada, desde a hora do almoço. Então percebeu que do meio do canteiro subia uma fumaça tênue e ficou curioso por saber do que se tratava. Tendo ouvido que alguém se aproximava, de dentro do canteiro, que tinha forma circular, uma velha mendiga interrompeu os preparativos do seu jantar. Sentada na grama e protegida pela cerca-viva do canteiro, ela tinha entre as pernas quase todos os principais ingredientes para isso, retirados do despacho que haviam deixado no parque. Por entre os galhos, o Filé via apenas o seu vulto.

Desconfiada do intruso, que devia ser um mendigo covarde disposto a lhe tomar a refeição, ela pegou a galinha, virou de cabeça para baixo e, pelo buraco aberto por ela no ventre para retirar as vísceras que não comeria, ela foi despejando o que havia em volta. E assim foram para dentro o dendê, a farinha e a pimenta malagueta. Na pressa, ainda foram indevidamente para dentro do buraco alguns cigarros e muitos palitos de dente. Com mais pressa ainda retirou da sua sacola uma latinha de condimentos, ia destampá-la, mas achou que não haveria mais tempo. Pensou que, caso colocasse a galinha na água de cozimento, que já fervia, o pilantra logo a encontraria, então a negra empurrou a galinha para o lugar que lhe parecia mais seguro, onde ninguém nunca queria mexer: debaixo da saia, entre as suas pernas. Depois, imaginando que ainda não estivesse segura o bastante, por via das dúvidas, empurrou ainda mais para dentro das pernas, até senti-lo em segurança, junto da sua genitália.

Bem, não se tratava exatamente de um mendigo. Tão pouco o homem tinha a galinha por prioridade. Todavia, ela não o sabia. A mendiga não pode imaginar que ele tivesse uma única coisa em mente, que por isso ele seria capaz de qualquer coisa, e ainda que, vendo-o depois dele passar pelas plantas do canteiro, reconheceria nele o pobre coitado, cuja conta havia pago quando estavam no bar. Ué, você de novo?... – Ela logo perguntou com surpresa e simpatia. Achando que não havia motivo para toda aquela sua preocupação e que o perigo havia passado, ela começou a reclamar com ele, porque havia lhe dado um susto dos diabos, nem pudera temperar direito o seu jantar. Contudo o Filé, que não a reconhecia do bar, sequer a estava ouvindo.

Na verdade, ele estava diante de uma decisão muito difícil. Se perdesse aquela oportunidade, com certeza não encontraria outra mulher para saciar seu desejo imperativo. Aquela velha mendiga, esmulambada demais para ser despida, suja demais para ser pega e fedorenta demais para se chegar perto, era a sua única alternativa. Por uma mísera fração de segundo, ele julgou que os fartos depósitos de gordura da sua mulher eram preferíveis, porém todos os sofrimentos que juntos lotavam sua memória, faziam da velha magrela uma alternativa válida. Afinal, ela estava logo ali, tão disponível e com um inesquecível sorriso de três dentes na cara. Como ele se mantinha mudo, a mendiga já não sabia se a sua galinha estava de fato em segurança. E preferiu deixá-la onde estava, para não despertar atenção dele.

No que você tava remexendo quando eu cheguei? – Quis saber ele. Deduzindo pela pergunta que ele não sabia da sua galinha, ela arriscou uma mentira por garantia: O que? Eu? Ah... Era a minha coelhinha de estimação... O que o Filé pensava saber existir entre as pernas dela, não era o que ele chamaria de coelhinha de estimação, mas lhe pareceu que aquela expressão devia ser uma espécie de convite. Ou melhor, uma gentil concessão. Ora, naquelas alturas dos acontecimentos fosse uma coelhinha ou uma porquinha, que diferença poderia fazer o nome do bicho?

O homem tirou do bolso um pedaço de papel. Sem tirar os olhos dela, rasgou e enrolou fazendo dois tampões, que meteu nas narinas. Ah... – Ela arriscou de novo – To vendo que você também gosta de um pozinho, eu também, mas tem um tempão... Antes que a mulher pudesse terminar o que ia dizendo, o Filé atirou-se em cima dela como um doido. Com o impacto do corpo dele ela caiu para trás, e sentindo sua mão a lhe levantar os panos ela gritava: Não! Deixa a minha galinha aí!... Não! A minha galinha não!... Ela pensava que gritando alguém poderia vir lhe socorrer, contudo, nem o Filé e nem ninguém podia acreditar que existisse alguma galinha por ali. O homem ensandecido meteu uma perna sua entre as delas, depois a outra perna, abriu as coxas da velha e aplicou o seu golpe de misericórdia. Logo de início achou que era bem melhor do que pudera imaginar. Estava bom – pensava ele – doía um pouco e ardia muito, mas estava bom! Tanto que até se demorou. Já a velha não parecia estar gostando. Resmungava e fazia careta de nojo, dizia que parasse com aquela porcaria e prometia nunca mais pagar a sua conta no bar, com o dinheiro emprestado pelo santo.

Só então ele se deu à razão. A mendiga era a mesma do bar e, em vez de lhe ajudar, havia lhe repassado a sua dívida com o tal santo! O homem de um só pulo ficou de pé. Quer dizer que a senhora pagou a minha cota na despesa lá do bar, com o dinheiro que roubou da macumba?... Pera lá, mocinho. “Roubei” não, que isso é muito feio pra uma senhora da minha idade. Na verdade eu pedi emprestado... E agora eu é que devo ao santo?... Não senhor, não era santo não, agora você deve ao diabo, que era o dono do despacho... Eeeuuu?!... Você, sim. Quem mais poderia ser? Mas não se desespere, nem precisa pagar tudo de uma vez só não. Pague como eu pagaria, em suaves prestações. Ele não vai se importar. O que ele quer mesmo é a sua alma – disse ela com voz grossa, para aterrorizá-lo... E como eu faço pra pagar?... Quando você tiver a grana me procura, que eu te explico tudo bem direitinho...

O Filé refletiu por três segundos e depois protestou: Não senhora, você me enganou, mentiu pra mim... Eu não, mocinho. Fique sabendo que eu não sou mulher de mentiras. Você foi quem veio pulando em cima de mim como um cão esfomeado, e eu uma pobre e indefesa velhinha... Furioso, o Filé virou as costas para ir embora e a mendiga ficou reclamando com a galinha na mão, porque teria que lavá-la para refazer o tempero. Mas de repente ele se voltou e ela meteu de novo a galinha entre as pernas. Você mentiu pra mim sim, me disse que tinha uma coelhinha de estimação – ele se lembrou... Ah é, mas porque antes você também mentiu pra mim... Você ta louca. Eu? Quando?... Mentiu, quando me disse que nunca teve bicho de estimação... E é a verdade, nunca tive mesmo – o Filé reafirmou com convicção... Ah, não?... Não!... Então de quem é esse porco-espinho aí, todo colorido, saindo pela sua braguilha afora?

Foto de Naja

ENVELHECER SEM MEDO

ENVELHECER SEM MEDO

O que é envelhecer sem medo? É não se estremecer ao perceber que os primeiros cabelos brancos despontam espaçados em seus então, belos cabelos que tinham uma só cor? É saber que com o tempo toda a cabeça será grisalha e em breve tornar-se-á totalmente branca?.
É ver surgir as primeiras ruguinhas em seu rosto e não se importar porque faz parte da vida...da natureza?
É achar o momento certo para evitar o sol, é a reposição de hormônios, ou não submeter-se a isso, é usar forte maquiagem para disfarçar e não se importar em recorrer a esses recursos, ou simplesmente recusar-se a fazê-lo?
É não temer ficar em grupos de jovens sabendo-se ser a mais velha de todos?
É simplesmente não se importar? Será isso envelhecer sem medo?
Será dizer, sentir-se por dentro do mesmo modo que se sentia ao ter seus trinta anos, com todos os sentimentos, sensações, alegrias e tristezas, amor, tudo enfim natural do ser humano independente de idade e sexo?
O que pode sentir uma mulher que nada tem a não ser a si mesma? Onde buscar alento para sentir alegria por estar viva e ainda ter anos para aproveitar, nessa vida de sinceridades e mágoas?
A aparência nesse mundo de consumo, onde a beleza e juventude são cultuadas
como princípio de felicidade, é preciso se estar muito bem preprados para enfrentar
esse início, pois a tendência é sempre piorar.
Na juventude perdemos muito tempo preparando um futuro, uma profissão, durante anos nos dedicamos a outras pessoas, ficando nós mesmos em segundo plano e quando abrimos os olhos, o tempo passou e já quase nada mais resta.
Como fazer para ser natural, se não quisermos mascarar a velhice que se aproxima, por até acharmos ridículo, pois nada há para disfarçar; pintura não resolve o problema do tempo. O tempo não perdoa, ele vem e não quer saber; fica claro e explícito, nada se poderá fazer.
naja
Publicado no Recanto das Letras em 17/11/2007
Código do texto: T740912

Foto de Dirceu Marcelino

ESTÓRIAS QUE SE REPETEM

“ESTÓRIAS QUE SE REPETEM”.

Este conto se baseia na estória de “Eros” e “Lara” e de “Marcílio”, os dois primeiro personagens fictícios de nossa poesia denominada Súplica.
As estórias de “Eros” e “Marcílio” podem ser comparadas a do francês Jean Genet .
Sabe-se que “Genet nasceu de uma união ilegal. Sua mãe abandonou-o na primeira infância, tendo sido criado até a adolescência por uma família substituta e depois teria passado alguns anos em orfanato do governo, em Paris. Sempre se sentiu ‘um enjeitado’, pois seus irmãos adotivos o chamavam de ‘bastardo’, consideravam-no “ovelha negra” da família, a quem imputavam os atos mal feitos que fizessem e consta até que fora vítima de violência sexual”.
Aos poucos até os demais membros da pequena comunidade passaram a lançar-lhe a responsabilidade de todos os atos anti-sociais que aconteciam na localidade e passaram a chamá-lo de “ladrão” e “homossexual”. Desse modo, não tendo pai, não mantendo contatos com a mãe, sem ninguém com quem se identificar, foi assumindo a única identidade que poderia internalizar.
Porém, nosso personagem “Eros”, apesar de ter estória muito parecida com a de Genet, ao contrário, tinha pais e vários irmãos. Aliás, estes se destacavam no pequeno vilarejo em que moravam por serem trabalhadores, construtores de “calçadas de pedrinhas”. Eram muito requisitados para fazer seus serviços e “Eros”, com cerca de quatorze de idade podia ser visto acompanhando-os quase todos os dias pela manhã quando a família saia para o serviço diário e só à tardezinha retornava para casa.
Ao entardecer observa-se que “Eros” se associava ao grupo de adolescentes do bairro, pequeno grupo da vizinhança, grupo de amigos, autênticos. Passava a gozar dos folguedos juvenis típicos daquela região e sempre terminavam as brincadeiras em “peladas de futebol”. Após as mesmas, permaneciam por algumas horas conversando, raramente seu grupo mantinha contatos com meninas, apesar de que nas proximidades e no mesmo horário formar-se outro grupo de moças.
O primeiro dos adolescentes que passou a se associar com as moças foi “Eros”, que logo começou a namorar uma delas, a mais bonita por sinal – “Lara”. Esta aos dezesseis anos se destacava por sua beleza. “Eros” também era um rapaz bonito e logo começou a namorar “Lara”, um casal lindo de namorados e inseparáveis. “Lara” engravidou e apressou-se o casamento que sequer havia sido programado. Casaram-se e passaram a morar em uma casa doada pelos irmãos de “Eros”. Tiveram um casal de filhos, duas crianças que se destacavam por sua beleza e gentileza.
No mesmo período em outra pequena cidade vizinha eis que surge - “Marcílio”. Também, ao contrário de GENET, tinha pais. Mas eram ambos sexagenários. Alguns dizem que essa é uma grande dificuldade de pais que concebem muito tardiamente, pois quando alcançam a terceira idade já não tem energia suficiente para cuidar dos filhos adolescentes e acompanhá-los nos primeiros anos e após atingirem a maioridade. Parece-nos que foi o que aconteceu com “Marcílio”. Não teve o privilegio de ser assistido por seus pais já idosos, na sua infância e adolescência.
Mesmo sendo um belo rapaz, ao contrário de “Eros”, não se interessou por namoradas. Ao contrário, diziam que se interessava por rapazes. Apesar desses comentários na realidade nunca ninguém comprovara tal fato. Destacava-se no colégio onde estudava por ser inteligente e vivaz. Logo começou a ser chamado pelos colegas adolescentes de “Marcília”. Percebeu-se que não se preocupava com essas difamações, e aos poucos foi assumindo essa “identificação diferencial”. Como Genet assumiu a identificação de homossexual.
Porém, mais grave do que a assunção dessa identidade foi o fato de “Marcílio”, num mecanismo de fuga e evasão, passar a fazer parte de outro grupo pernicioso, uma “gangue” de usuários de drogas.
Talvez, tenha passado a associar-se a este grupo inconscientemente, induzido pelo casal que praticamente o adotou, fazendo-nos lembrar do slogan que hoje vemos afixados nas traseiras de ônibus caminhões e em alguns locais públicos:

“Adote seu filho, antes que ele seja adotado”.

“Marcílio” após ser adotado pelo casal, de alguma forma começou a se relacionar com outros jovens, pessoas de outra cidade, maior e próxima, e prosseguindo naquele mecanismo de busca de identificação, e de evasão, passou a fazer parte de um grupo formado por pessoas de fora do circulo familiar e da comunidade local, membros clandestinos, ocultos, que compareciam à pequena cidade para adquirir alguma coisa que só o “respeitável casal” comercializava muito livremente, pois além de vendedores de roupas – mascates – também eram respeitáveis no círculo dos ricos, dos mais abastados, pois moravam em uma das mais belas casas da pequena cidade e assim seus relacionamentos se estendiam aos altos círculos sociais.
Provavelmente, os pais legítimos de “Marcílio” gostaram do interesse do casal por seu filho, mesmo porque além de morar bem, do aparente sucesso material o varão exercia respeitável cargo público.
Com bom grado deixaram que “Marcílio” com eles permanecesse, trabalhasse, até morasse. Pensavam que ele trabalharia no bar, dormiria na casa do casal, mas na realidade o jovem passava os dias no bar, no recinto de jogo e à noite passava ao relento a perambular pela outra cidade vizinha, a “trotoir” pela praça e pelas ruas quase desertas até o amanhecer.
Ainda que se resumisse à jogatina ou a promiscuidade sexual o casal de velhos não teria muito com o que se preocupar. O problema era ainda mais grave. “Não percebia o velho casal que seu filho passava por problemas individuais que ‘induzia-o’ à fuga e ao refúgio no consumo de estupefacientes e ao cometimento de infrações conexas”
Aos poucos o respeitável casal que o “adotou” começou a utilizar “Marcílio”, para outros comércios que faziam além das vendas de roupas, que ofereciam para seus clientes de casa em casa.
Percebeu-se então que era um comércio clandestino e ilegal quando alguns cheques emitidos pelo casal foram objetos de registro de boletim de ocorrência na delegacia de polícia local e nas investigações procedidas constatou-se que apenas a assinatura era verdadeira, as demais escritas eram todas falsificadas. O casal dono do cheque, mesmo prejudicado desejava apenas resgatá-los, mas de forma alguma queriam que fosse aberto inquérito. Pois diziam que não pretendiam responsabilizar o adulterador, pois este era “Marcílio” “seu filho adotado” que já tinha naquela ocasião algumas passagens nesta mesma delegacia, por pequenos furtos e não pretendiam prejudicá-lo ainda mais. Por que será?
Ninguém sabia o que estava acontecendo, pois, geralmente, esses atos anti-sociais são imperceptíveis aos que não conhece a subcultura da localidade.
No seio dos grupos secundários que se interligam de modo imperceptível, através de um mecanismo de “transmissão cultural”, “alimentam uma tradição delinqüente com o seu peculiar sistema de valores anti-sociais, que se transmite de uma geração de residentes à seguinte”.
Na realidade “Marcílio”, não era apenas um pequeno delinqüente, hoje reconhecemos, também era vítima. Vítima tão culpada quanto aos delinqüentes traficantes de drogas. Durante as investigações dos estelionatos praticados por “Marcílio”, percebe-se que ele usava apenas camisas de mangas longas, com o propósito de esconder as inúmeras marcas de picadas intravenosas nas dobras dos cotovelos.
Mas como de fato cometera delito de estelionato, foi indiciado em Inquérito Policial e respondeu ao respectivo processo criminal.
“Marcílio” até então conhecido como “homossexual”, agora, também, passou a ser considerado “toxicômano” e “ladrão”. Embora a comunidade local o rejeitasse como sempre, surgem não se sabe como, pessoas abnegadas que espontaneamente oferecem ajuda nas horas de desespero e assim com colaboração de representantes de uma grande indústria local, conseguiu-se sua internação na instituição especializada na recuperação de toxicômanos.
Lá permaneceu por algum tempo nesta instituição, esperando o julgamento do mesmo processo a que respondeu, sendo condenado, foi recolhido à Cadeia Pública da Comarca, para cumprimento da pena de um ano e quatro meses de reclusão. Permaneceu recolhido no regime fechado até ser beneficiado com progressão para o regime de prisão albergue e passou a pernoitar na casa de albergado.
A Casa de Albergado era uma das poucas existentes, que pouco a pouco foi desativada, como as demais.
No mesmo período em que “Marcílio” permanecia internado, o “respeitável casal” que o adotara, também, foi preso, em flagrante por tráfico de entorpecente e ao final condenados as penas de três anos.
A “Respeitável Senhora” depois de um mês de reclusão na cadeia local foi transferida para uma Penitenciária Feminina do Estado. Lá teve algumas dificuldades de relacionamento com as demais reclusas, em face de ser esposa de funcionário público. Porém, com apenas nove meses de reclusão ela foi beneficiada com prisão albergue domiciliar e retornou para sua casa.
O “respeitável Senhor”, também, beneficiado com prisão albergue domiciliar, permaneceu preso apenas por um ano e dois meses.
Atualmente, ambos vivem felizes na mesma casa e continuam a ser respeitados na pequena comunidade. Consta que não reincidiram.
Ocorreu que, enquanto o respeitável casal saía do sistema prisional, logo depois, “Marcílio” ingressava, justamente, em razão daquele cheque adulterado cuja vítima era a “Respeitável Senhora”, pois fora condenado por estelionato.
Neste mesmo período Eros deu entrada na mesma cadeia em que estava recluso Marcílio, chegando a morar por pouco tempo juntos na mesma cela. Em razão disso saberemos a seguir o que acontecera com Eros.
“Eros” e sua bela mulher, também eram fregueses do respeitável casal e, provavelmente, além de roupas compravam outras “mercadorias”.
Logo a toxicomania de “Eros” o subjugou.
Inicialmente, por não conseguir acompanhar seus irmãos no trabalho de construção de calçadas, passou a ter dificuldades financeiras para suprir as necessidades da família e, provavelmente, para adquirir as substâncias entorpecentes de que necessitava, então passou a praticar pequenos furtos. Logo foi indiciado em inquérito. Mas sua primeira prisão ocorreu por porte de entorpecente. Tal infração era afiançável, porém, como nenhum de seus familiares se prontificou a pagar o valor arbitrado, chegou a ser recolhido à cadeia pública.
Consta que nessa oportunidade um dos presos, também oriundo da mesma comunidade, tentou seviciá-lo sexualmente e por resistir com afinco aquele não conseguiu seus intentos. Saiu da cadeia, invicto, mas marcado por uma das mazelas da prisão. Ainda dizem que a cadeia regenera, não foi essa primeira experiência de “Eros” o suficiente para ele.
Pouco dias depois, novamente ”Eros” foi preso por violação de domicílio. Desta vez, consta que o presidiário “Bárbaro” investiu sobre ele com intenções inconfessáveis e para resistir ele fingiu que estava tendo um ataque convulsivo, inclusive, espumando pela boca. Nesse estado foi socorrido e de alguma forma separado de ala da pequena cadeia, onde não poderia ser alcançado por seu algoz.
Ao saberem do sucedido seus irmãos e esposa fizeram esforços para pagar advogado e libertá-lo. Porém, consta que sua bela esposa inconformada do ocorrido, ou seja, com as constantes tentativas de sevícia a que o marido sofria, ameaçava-o abandoná-lo, caso não se corrigisse e retornasse à cadeia.
Foi o que ocorreu, pois decorridos mais alguns meses, outra vez “Eros” foi preso em flagrante por furto. Neste terceiro período consta que, totalmente, subjugado foi presa fácil de “Bárbaro”. Pior do que isso ao saber do ocorrido, sua esposa, o abandonou de vez. Logo arrumou outro companheiro.
“Eros” não foi abandonado apenas por ela, mas também, por seus irmãos e pais. Abandonado, não tendo trabalho e condição de comprar drogas, tornou-se um verdadeiro alcoólatra “bêbado de rua” e nos quatro ou cinco anos que se seguiram, retornou à prisão por flagrantes e condenações por furtos e uso de substância entorpecente.
Este foi o relato de “Marcílio” do ocorrido com Eros, porém, reservou-se a contar se “Bárbaro” tentara alguma coisa contra si. Chegou a dar a entender, que, o que importava saber sobre isso, se ele já era conhecido como “homossexual”.
Infelizmente, não foi longo o período de observação de “Marcílio”, pois ele que era conhecido como “alcagüete”, algum tempo após revelar esses casos que segundo a subcultura carcerária deveria permanecer oculto, e ainda por dar informações sobre outros delitos praticados na região, principalmente os relacionados ao tráfico de entorpecente, em certa data ao ausentar-se, descumprindo o horário de entrada na casa de albergado, foi morto num bairro de uma grande cidade próxima.
“Marcílio” morreu por “over-dose’ de cocaína, mas segundo dizem poderia ter sido forçados a tomar uma dose excessiva, ou seja, fora assassinado. Por quem? Não se sabe, pois esta é uma das estratégias do crime organizado.
Casos como o de “Eros” e “Marcílio” nos fazem lembrar e comparam-se com o de Jean Genet, mas agravados por serem estigmatizados, além de ladrões e homossexuais como “toxicômanos”, “alcagüetes” qualidades negativas que não são aceitas na sub-cultura carcerária, colocando-os na última categoria da hierarquia existente entre eles.
Estórias como de “EROS” e “MARCÍLIO” mesmo fictícias comprovam a dura realidade de nossos dias, mas o que é interessante são estórias que se repetem. Repetem...

Foto de Ednaschneider

Primavera

PRIMAVERA

Quem me dera na primavera
Olhando as flores rosas e amarelas
Beija-flores beijando elas.
A vista tão bela!

Quem me dera no jardim floral
Na hora matinal.
Sentindo o doce odor
Tão natural!
Que me encheria de amor
Tal fragrância
Com esperança.

Eu com asas
Fazendo das flores uma casa
Escrevendo nas pétalas tal como uma lousa
No centro da flor uma mesa.

Seria uma abelha ou um besouro
Deliciando o néctar, o tesouro.
Sendo o zumbido o aviso
Que estaria saindo do casulo.
E fazendo de cada flor um resumo
De uma história, um consumo.

A rosa bela e formosa,
As margaridas tão queridas!
Cravos e perpétuas
Que nas horas certas...
Perpetuam vida,
Alegria,
Primavera e poesia.

Quem me dera que eu fosse leve
E sem peso.
Quem me dera eu fosse uma ave.
Livre...
Mas sou um ser preso...
Privado de felicidade...
Desejando a tão sonhada “Liberdade...”

Joana Darc Brasil *
25/09/07
*Direitos reservados.

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

UM GRITO QUE DEVE ECOAR.

UM GRITO QUE DEVE ECOAR”

Houve um tempo em que o grito não podia ser ouvido…

E toda manifestação de revolta era severamente coibida…

As vozes eram suprimidas no calar da noite…

E o silencio ignóbil tomava conta de toda insurgência intelectual!!!

Todo ser pensante tinha seus passos detalhadamente anotados, e suas ações anuladas…

O Pais mergulhou na mais insensata falta de informação…

Foi promovida com extrema competência, a ignorância,

Onde quem sabia era punido, e quem flanava nos ares da truculência e da falta de escrúpulos administrativos, usufruía das benesses da corrupção, espalhando toda sorte de impropérios "legais", habilmente forjados para beneficio dos aliados…

Aos amigos tudo, e da melhor maneira possível, e ao cidadão comum, os rigores da lei, condecendentemente ajeitada para privilegiar os algozes da nação…

Esse tempo quis passar, mas a falta de informações e a insistência em um modelo arcaico e facilitador de fraudes insiste em se manter no poder…

Agora em época de transição, devemos unir forças e denunciar aos cidadãos comuns, os abusos com os quais somos forçados a conviver, aumentos abusivos e de conotação estelionataria dos parlamentares, o superfaturamento de obras, de maneira escancarada, pois sabem da ignorância a respeito de preços por grande parte da população, as verbas maquiadas que remetem a escolas, hospitais, exército, delegacias, creches e demais autarquias, comissões para liberação de verbas já depositadas em nome de entidades ,que naufragam na ignorância e na ganância dos parlamentares!!!

Todo cidadão tem o direito e o dever de escolher o lado da historia em que quer estar, do lado de quem escraviza a nação em proveito próprio, impondo a todo munícipe a conduta de um mero pedaço de carne ambulante, gerado para produzir consumo e riquezas para alguns grupos ou pessoas sem o menor interesse pelo crescimento do País,

Ou do lado da ética da decência, junto de quem quer morar em uma Nação forte e respeitável, sendo condignamente tratado pelos seus semelhantes, e podendo efetivamente apostar no futuro de seu País, para poder cuidar de seus descendentes de maneira digna e próspera.

Vamos mudar a historia da Pátria, começando por nós mesmos, sejamos melhor a cada dia, nosso vizinho com certeza nos imitará, e em pouco tempo a nação será muito melhor.

Quem muda sua historia para melhor, leva consigo muitos adeptos que com certeza levarão muito mais, para que nosso Brasil mude para muito Melhor!!!

Vida longa e decente para todos!!!

EDSON PAES

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

O DESPERTAR DA RAÇA HUMANA.

O DESPERTAR DA RAÇA HUMANA”

Caros amigos, meus irmãos planetários estou aqui me postando diante de vós na intenção de mostrar esse trabalho que é voltado para o despertar da raça humana, é com muita satisfação que hora apresento as alternativas que dispomos para nossa própria salvação.

A terra esta condenada a cataclismos de origens artificiais criadas pelo próprio homem, a raça humana corre serio perigo de extinção pelo excesso da ganância. O homem atrás do lucro cada vez maior compromete a sua própria descendência, e nós caminhamos feito cordeiros por ladeira abaixo de encontro ao extermínio.

Precisamos reescrever nossa historia, vamos redirecionar nosso futuro cabe só a nós a salvação da terra e de seus habitantes.

"E eis que voz digo um mistério, na verdade nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados",1 Corinthios cap. 15 vers 51,quando na Bíblia se fala que nem todos dormiremos, refere-se as pessoas incumbidas de trabalhar no despertar da humanidade, e quando se fala que todos seremos transformados, isso inclue a toda população terrena a ficarem aptas ao grande encontro, isso passa pela alteração do D N A, pelo nível consencial, pelas emoções e nas dotações das para normalidades a todos os escolhidos.

O despertar talvez não seja para todos, mas os escolhidos terão que mostrar aos demais todas as alternativas a que dispomos.

CONCIENTIZAÇÃO

Meus queridos irmãos, na volatilidade das inúmeras formas que já assumimos nas diversas moradas de nosso pai, somos mutantes alados de um universo imenso, errante e acertante no contexto da vida as quais já alinhavamos de diversas formas em enumeros mundos, e esse na qual nos encontramos hoje, e o hoje é bastante efêmero, é nada mais do que apenas mais uma das muitas vidas que ainda viveremos a caminho da essência.

Com certeza um dia deixaremos de gravitar as voltas do núcleo e conseguiremos pairar no centro do universo e evitaremos as hecatombes que poderão dizimar parte da raça humana, hoje quase no ponto da equalização negativa, o padrão vibracional tem mudado muito rápido nos últimos tempos, os valores estão despencando, os homens assim como todos seus interesses estão sendo desvalorizados a cada segundo, cada vez se tem menos compromisso com a integridade e com a decência, raciocina-se com o sexo o tempo todo. O homem descobriu que o sexo é uma grande fonte de renda.

Trabalha-se, estuda-se, constrói-se e se destrói tudo pelo sexo.

A intelectualidade o amor à amizade deixaram de ser interessantes, só o sexo instintivo impera, estamos voltando ao reino animal, aonde multinacionais investem bilhões em pesquisas com testículos de roedores para criarem cosméticos com cheiro de sexo. Sem duvida os apelos sexuais da televisão do cinema e de toda a mídia junto com as drogas afrodisíacas estão acabando com o romantismo, e introduzindo o cio das fêmeas nas mulheres.

Se continuarmos neste ritmo logo se presenciará em praça publica o coito entre humanos, tal e qual acontecem com os cachorros.

Há de se inverter o caminho da decida, e promover a volta da regência das divindades, para que um dia possamos voltar a assumir a intelectualidade o amor e a decência.

Os dias que virão no ritmo atual, serão recheados de incertezas e frustrações, e as noites de medos e amarguras. Já não é sem tempo uma intercessão divina no planeta terra para que sejam promovidas mudanças estruturais na concepção humana, esse modelo que usamos para abrigar a centelha divina é obsoleto e primitivo, tem que ser reativado de tempos em tempos, necessita de uma alteração em seu código genético permitindo que cumpra sua jornada terrena sem oscilações de conduta, a morte da matéria deixara de ser necessária. A transmutação acontecera com mais freqüência e a quarta dimensão ficara mais próxima.

A MISSÃO

O nosso posicionamento se da a partir do momento em que descobrimos nossa condição decadente em relação às outras dimensões e outras moradas, e ousamos parar o retrocesso e investir na reciclagem da raça humana, raça essa criada para colonizar a terra com propósitos superiores e não inferiores com os quais estamos convivendo.

Nosso criador Deus todo poderoso, usou das mais altas tecnologias para nossa criação. Nosso processo evolutivo obedecia a normas gradativas e rígidas, as quais ao burlamos nos perdemos do caminho evolutivo, por tais motivos foi lançada à semente do despertar, e nós os já despertos temos como missão passar isso adiante.

Se forem obedecidas as leis divinas universais, tudo será distribuído quantitativamente, não faltando nada a ninguém, o que hoje presenciamos é o acumulo de coisas para determinados grupos e a total falta para outros, gerando assim riquezas e pobrezas absurdamente injustas. O despertar acorda o pobre para a aquisição e o rico para a distribuição das condições de vida.

E todo aquele desperto sabe da importância do equilíbrio entre todos humanos, portanto dividindo suas posses financeiras e também intelectuais emocionais e afetivas com seus irmãos planetários a vida ficara mais fácil para todos. Ha. de se observar porem que não é dando o que conseguistes com muito esforço e sacrifício que consertara o mundo, e sim gastando uma ínfima parte com ensinamentos aos que carecem de informações, proporcionando a quem necessitar o vírus do despertar.

A minha parte estou fazendo a partir deste trabalho, e notem que não estou ficando mais pobre por causa disto.

O que cabe a nós os já despertos é a propagação do despertar na mídia, mas, sobretudo através de exemplos, vamos esbanjar competência, espalhar o amor, recriar as amizades , semear a cortesia e distribuir a felicidade por onde quer que passemos, deixando rastros de esperanças em nossas pegadas, nós os escolhidos não podemos nos furtar perante tão nobre missão. O planeta agoniza, não podemos e nem dispomos de tecnologias para sairmos daqui e abandonarmos tudo, precisamos salvar o que ainda nos resta que é muito pouco diante de tudo a que dispúnhamos.

O tempo não espera meus amigos, arregacemos as mangas de nossas camisas e mergulhemos de vez em nosso trabalho que é salvar a nossa casa, a terra, tão comprometida pela nossa própria ganância, deixaremos de lado as condutas destrutivas e assumiremos uma conduta estabilisadora, e depois construiremos novamente a terra com tecnologias mais avançadas que serão acessadas gradativamente há seu tempo conforme nossa evolução e merecimento.

Usaremos cada dia menos produtos ofensivos ao meio ambiente, substituiremos paulatinamente tudo por produtos ecológica e divinamente corretos.

O amor pelo meio ambiente será incentivado em programas estudantis e o ser humano não mais sofrera dos males que hoje os aniquila.

De o primeiro passo a caminho da evolução, recicle o seu jeito de ser, recrie hábitos de cortesia, consuma cada vez menos produtos industrializados, use roupas de tecidos naturais, calce sapatos com solado de couro, obviamente não da para promover uma mudança tão radical e abrupta, mas tente não usar remédios em demasia, substitua-os por ervas, aos poucos e em comunidades aparecerão às opções, de alimentos, de remédios, de transportes e atè de trabalho em comunhão com o meio ambiente.

Esqueça um pouco as programações habituais de televisão, logo aparecerão novas programações, as mensagens subliminares dos programas atuais nos levam ao consumo e a conduta pré-determinadas por seus idealizadores.

Existem produtos que possuem substancias manipuladoras de massas de primeira e de segunda geração.

SUBSTANCIAS MANIPULADORAS DE MASSAS.

Essas substancias foram criadas para acalmar os povos de todo mundo , ajudando-os a pensar em paz progresso e ajuda ao próximo.

Essas técnicas de como inserir comandos em um liquido ou alimento foi absorvida pelos Americanos que ainda hoje as utilizam, embora os acordos, firmados com quem as forneceu tenham chegado ao fim por terem infringido algumas das clausulas, mas eles as detem e as usam para vender cada vez mais produtos e serviços, e quem sabe nos manter em estado de submição, como nos livrar-mos deste jugo?

Parando de consumir produtos batizados, e não é só de produtos ingeriveis que sofremos influencias talvez hoje as áreas que estão mais frágeis sejam nas mensagens vídeo-auditivas as que nos são impostas através de filmes, novelas documentários e comerciais auto-sugestivos. O apelo consumista de uma determinada marca de refrigerante é algo sem precedentes no mundo mercadológico, quem assiste a um comercial sente uma necessidade premente da ingestão do mesmo, Daí entende-se o sucesso dos produtos Americanos, e no esporte os suplementos alimentares os transformam em super-homens, difíceis de serem derrotados por homens normais, talvez nunca tenhamos tais suplementos, pois foi uma experiência extraterrestre que não deu certo, era para ser usado para se sobressaírem dando exemplos de coisas e fatos positivos e não para tripudiarem em cima das outras nações, mais somos sabedores que eles estão estacionados e nós (todos os paises da terra), estamos caminhando uns mais devagar outros mais rápidos para num espaço muito curto de tempo ter o mesmo conhecimento e poder dividir com todos os irmãos inclusive os Americanos a gloria de sermos todos iguais.

Ainda falando sobre as substancias manipuladoras de massas, existem as complementares, um refrigerante que ataca o estomago e causa mau hálito que ajuda a vender o chiclete que acaba com o mau hálito mas produz suco gástrico em excesso que ataca a flora intestinal precisando de remédios assim por diante passando por cigarros sanduíches ate chegar aos Spas tudo com uma sincronia de fazer inveja , e a humanidade vive em função do consumismo desenfreado e direcionado transformando nós humanos em verdadeiros caça níqueis colocados no mundo para produzir consumo , e ai vai uma pergunta porque os paises de terceiro mundo são campeões de natalidade?,E nos paises ricos muitas vezes famílias desejam filhos e não conseguem gera-los. Será que tais substancias são espalhadas só em paises pobres? Ou pessoas mais esclarecidas evitam tais produtos por considerá-los prejudiciais.Já pensaram que esta "dádiva" das mães de paises pobres pode ser plenamente manipulável para que sejam gerados pedaços de carne ambulante para andarem de um lado para outro gerando consumo e riquezas?

É meu amigo você que não tem espaço em sua casa, para plantar, reúna-se em comunidades com o mesmo objetivo e plante seu próprio alimento, tome suco de frutas frescas e construa um filtro para bi - filtrar toda água que precisar utilizar, para beber ou fazer comida, assista a filmes e programações de origem nacional, exercite a cidadania e o patriotismo, valorize seu vizinho, aplauda seus lideres ,colabore com a humanidade nessa época de transição do processo hegemônico Americano, para o processo de libertação do seu Pais, pague se preciso for ,mais caro por produtos nacionais, seus descendentes agradecerão.

SUBSTANCIAS MANIPULADORAS DE PRIMEIRA GERAÇÃO

São aquelas que condicionam o usuário a cada vez consumir mais, tornando-os dependentes do referido produto. Essa química não é tão prejudicial, a sua única contundência se da na medida em que você fica condicionado a consumir cada vez mais os produtos batizados, e a sua total descontaminação se torna possível num curto prazo, que varia de 30 a 120 dias dependendo do tamanho da embalagem de cada produto.

As recomendações te levam a cada dia consumir menos produtos industrializados, reunindo-se em comunidades alternativas que cultivem grãos, legumes e hortaliças sem agrotóxicos nem pesticidas. Existem espalhadas por todo Brasil centenas de comunidades das mais diversas crenças que praticam a agricultura natural, e você poderá se associar a algumas delas para obter os produtos a que desejar.

SUBSTANCIAS MANIPULADORAS DE SEGUNDA GERAÇÃO

Essa é a grande vilã da historia, pois alem de incentivar o seu próprio consumo, dita normas comportamentais, manipulando o cérebro do dependente tal qual lhe convem. O nível de sofisticação chegou a um patamar que é impossível ao viciado neste liquido milagroso pensar com imparcialidade, você só compra o que eles querem que você compre só veste o que eles querem que você vista, só vota em quem a eles interessa, e assim por diante, hoje já se fala que determinados grupos financeiros compram os serviços desta empresa para colocarem seus produtos ou serviços no mercado, inserindo em seu precioso xarope os comandos que os contratantes querem. Como seu produto é consumido no mundo todo, e o "xarope" é fabricado em um único laboratório e distribuído para todas as fabricas, fica muito fácil adicionar os comandos para qual região ou pais interessar aos contratantes. Fala-se inclusive que um candidato a presidência de um determinado Pais da América do Sul, localizado estrategicamente de forma e recursos naturais muito interessantes ao Pais de origem de tal "xarope ", foi assediado para que contrata-se os serviços desta empresa, obcecado pelo poder cedeu as pressões e permitiu que fosse usado em seu Pais a tal substancia manipuladora de massas de segunda geração, na campanha dava festas regadas de bebidas batizadas com tais substancias e o resultado foi mais que o esperado venceu com larga margem de vantagem sobre seu adversário, hoje luta para se livrar do jugo pesado dos manipuladores.

O que hora tento passar a cada um de vocês é da importância de poder retomar a capacidade de escolher em quem quer votar, o que quer vestir, o que quer comer, o que quer ouvir, assistir e assim sucessivamente, ser dono de suas próprias vontades e não massa de manobra, um corpo perambulante, um reles humanóide criado só para gerar consumo e riquezas para encher os cofres alheios.reunindo-se em comunidades, plantando alimentos orgânicos, trocando informações produtos e serviços, você aos poucos se descontaminara e conseguira pensar com imparcialidade.Faça um teste, se livre primeiro do produto que detem as substancias de segunda geração , assim não recebera mais ordens comportamentais, já os produtos batizados com as substancias manipuladoras de primeira geração são inúmeros e praticamente não terás chance de se livrar tão cedo, evite assistir a programações vídeo-auditivas geradas pelo Pais de origem de tal bebida pois elas estão carregadas de mensagens subliminares nocivas a hegemonia nacional.

Cada mililitro desta substancia demora quase cinco horas para perder seu efeito em nosso organismo, calculando que você tenha tomado uma lata contendo 300 ml, você só estará limpo em mais ou menos 60 dias, o fato de ter tomado duas ou mais latas não acrescenta em nada, pois cada unidade tem em seu teor uma química que anula a anterior, sempre prevalecendo as informações da ultima unidade, portanto em dois meses você será dono de suas próprias vontades , nunca se esquecendo de usar calçados com solado de couro e roupas de fibras naturais, o resto é só se preparar para ser feliz saudável e dono de suas vontades que acontecera logo após a descontam inação assim como o amor a harmonia e o sentimento de patriotismo.

Se você teve a paciência e o interesse de chegar ate aqui, com certeza já tem um posicionamento em relação ao despertar, se for do seu interesse divulgue este trabalho para o Maximo de pessoas que julgar com potencial para adquirir tais conhecimentos, com certeza estará fazendo a sua parte nesta distribuição universal de condições e também não ficaras mais pobre por isso.

Na equalização das dimensões e produtos da terra existem lugares e condições de vida para toda raça humana viver com dignidade e fartura, precisamos ocupar nossos espaços.

VIDA LONGA A TODOS!!!

EDSON PAES

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