Construção

Foto de Rosamares da Maia

A SENHORA DO TEMPO

A Senhora do Tempo

Sou uma velha senhora assombrada por velhos fantasmas.
Há! Como queria eu viver pelo menos três centenas de anos.
Somente assim conseguiria me gastar e expressar o que sinto.
Esgotar este viver e saber mais das coisas que estão por vir.
Mas sou uma velha senhora que vive enganada pelo tempo.
Olho a janela da vida e espio pais, filhos e netos, absorvidos,
Partindo, chegando, se distanciando no redemoinho do tempo.
Espio a areia fina que sem parar escorre entre os meus dedos.
Uma dor profunda dilacera o meu peito e comprime a alma.
Quebra minha alegria, como se quebra a casca da noz.
Sou uma velha senhora que tem saudade do Mundo passado,
Mas que anseia pela visão do futuro atrelada ao viés do presente.
Sou a velha senhora querendo resgatar os designíos do tempo.
A dor inexplicável que me esmaga é a solidão entre os tempos.
A paixão e o apego a cada tijolo depositado nesta construção.
Uma cidadela confinando a vida que não quer se esgotar.
Existirá a missão ou uma história a resgatar? É possível voltar?
Que a sanidade e a memória me permitam entender e continuar.
- Apenas por mais três centenas de anos, somente e apenas!
Sou uma senhora velha que não consegue ser a dona do tempo.

Rosamares da Maia – 01 de julho de 2013.

Foto de Francis Raposo Ferreira

Amizade

A amizade é como uma carta em branco

A amizade assemelha-se, muito, a uma carta em branco, é verdade, compreendo perfeitamente que muitos de vós estejam a pensar:
“ Mas que comparação mais parva”
Mas o meu grande desafio consiste em vos propor uma reflexão sobre esta minha ideia, senão vejamos 10 dos pontos que me conduziram a esta conclusão:

1- Confiança inicial
2- Esperança
3- Partilha
4- Prazer
5- Humildade
6- Cumplicidade
7- Disponibilidade
8- Simplicidade
9- Sinceridade
10- Confiança final

Vejamos:

Amizade

Quando iniciamos uma amizade depositamos nesse gesto toda a nossa confiança, ponto 1, de que do outro lado existe o mesmo sentimento que transportamos dentro de nós e aqui surge o ponto 2, a esperança de que o novo amigo nunca nos desiluda, para que ponto 3, possamos partilhar as nossas tristezas mas também as nossas alegrias e sintamos, ponto 4, prazer em o fazer, são coisas, para nós, ponto 5, humildes mortais, assim como recebemos e vivemos as suas alegrias e tristezas num manto de, ponto 6, cumplicidade, ao mesmo temo que lhe demonstramos toda a nossa, ponto 7, disponibilidade para lhe emprestar o ombro ou para rir com as suas alegrias e festejar as suas conquistas, num gesto de, ponto 8, simplicidade e com toda a nossa, ponto 9, sinceridade. Não hesitamos em admitir que uma nova amizade é mais um atalho para a construção da nossa felicidade, ponto 10, confiança final.

Carta em branco

Quando agarramos numa folha de papel para escrevermos uma carta depositamos nessa folha toda a confiança, ponto 1, de que a mesma irá ser aberta e lida pelo destinatário, ao mesmo tempo que temos a esperança, ponto 2, que o assunto que ali vamos expor seja compreendido por ele, pois caso contrário não iríamos sequer estar ali a partilhar, ponto 3, as nossas alegrias e não confiássemos que as mesmas lhe irão provocar uma onda de prazer, ponto 4. Talvez seja a nossa humildade, ponto 5, que nos leva a supor que existe, entre nós e o destinatário, um clima de cumplicidade, ponto 6, que se torna no gerador da disponibilidade, ponto 7, que nós, na nossa simplicidade, ponto 8, de ser e estar na vida lhe dispensaríamos caso estivéssemos numa situação inversa, isto é, acreditamos na sinceridade, ponto 9, da pessoa a quem resolvemos abrir o nosso coração, mantendo assim a confiança, ponto 10, de que a nossa missiva chegará a bom porto e concretizará os objectivos a que nos proporemos quando a começarmos a escrever.

Francis Raposo Ferreira

Foto de Allan Dayvidson

(DES)CONSTRUÇÃO

"O último poema da coleção CARETAS... Estive pensando no quanto estamos desabituados a lidar com o desconhecido, pois sempre buscamos explicações a priori para todas as coisas... Bom, aqui falo sobre um dia em que diante de um conflito, me posicionei de uma maneira que eu mesmo não esperava... Permiti minha desconstrução, para dar espaço a criação do novo e desconhecido em mim..."

(DES)CONSTRUÇÃO
=Allan Dayvidson=

Deve haver uma boa explicação,
só não quero ouvir mais.
É uma das perguntas cuja a resposta...
já tanto faz.

Não quero saber o que fazer para ser compreendido;
Não quero saber como ser assimilado ou tolerado;
E não quero anestésicos ou qualquer paliativo,
remendos para um coração impulsivo...
Meu coração será impulso vivo,
não mero pulso diagnosticado.

Deve haver um jeito de consertar essa história,
mas dessa vez isso é algo que permanecerá quebrado.
Conheço milhão de desculpas compensatórias,
mas deixou de ser questão de certo ou errado.

Não quero saber até onde ir para ser convincente;
Não quero saber o que fazer de meus pontos fracos;
E as palavras que escolho não se resumem a meros enfeites,
ou remendo para um coração em cacos...
Estou desconstruído e fora dos frascos,
não destruído ou silenciado.

Não farei dos escombros, minhas ruínas,
e minha reconstrução será interminável...
Meus pilares vão ganhando formas pouco a pouco,
mas em terreno sempre instável...
(Que lugar fértil e formidável!)

Não quero saber o que fazer para ser querido;
Não quero saber quem ser para ser amado ou desejado;
E não farei mais de meus poemas meros comprimidos,
ou remendos para um coração esforçado...
Meu coração será pura força e brado,
não fardo resumido ou explicado.

Foto de poetisando

Também quero ser Doutor

Como sou analfabeto
Num partido vou ser filiado
Quero ser também doutor
E porque não ate deputado
Quero o canudo de engenheiro
Tenho experiência de construção
Construi prédios e vivendas
E tudo que era ligado ao betão
O canudo de economista
Experiência tenho coisa séria
Tenho governado a minha casa
Com um salário de miséria
O canudo de veterinário
Tenho experiência em tratamento
Tenho tratado dos meus animais
Só não tratei foi um jumento
O canudo de artista político
Faço o que o chefe mandar
Bato-lhe sempre palmas
Cada vez que ele estiver a falar
Sou uma pessoa de bem
Nada tenho a me acusar
Se for preciso para deputado
Não sei mas aprendo a aldrabar
Mesmo não sendo doutor
Mas sou muito bem mandado
Levantarei o cu da cadeira
Assim que me for tal ordenado
Como veem senhores mandantes
Também ao senhor reitor
Podem-me bem dar o canudo
Para passar também eu a doutor
Quero também tratado por doutor
Não sou menos que os deputados
Que sem terem experiência da vida
Passaram todos a serem doutorados
De: António Candeias

Foto de Joaninhavoa

Se você gostasse de mim...

*
**
***

«Se você gostasse de mim
me olhava ....
»
(poema em construção...)

Joaninhavoa
(helenafarias)
2012/0824

Foto de Carmen Lúcia

Aos porquês da vida

Ao questionar sobre os porquês da vida,
onde contida, nossa missão reprimida,
não ouço resposta, silêncio vazio...
Então observo os pequenos fatos,
os que regem o cotidiano
impelindo-nos a diversos atos,
que improvisados, isentam planos
e se alastram pelas estradas
ora íngremes, ora sem danos.

A longa caminhada completa-se passo a passo,
Letra por letra escreveu-se o livro sagrado,
Segundo a segundo transcorrem-se milênios,
Pequenas fontes geram translúcidas cachoeiras,
Grãozinhos de areia e momentos incertos
juntam-se, criando dunas e desertos.
Pequenas gotas fazem cair a chuva,
Tijolo por tijolo, a mais rica construção,
Com sete notas, a mais bela composição
de Bach, Ave Maria, suave sinfonia...

O todo é composto de pequenas frações.
E os porquês nos conduzem às conclusões:
A multidão é formada por “eus,”
só resta pulsar nela um coração...
Pequenos gestos de compreensão,
Solidariedade,respeito, indulgência e perdão.
Fazer a mudança que meu ser precisa...
Ajudar a mudar a vida indecisa,
Implantar a união,
reconstruir a nação
e de amor profundo,
consertar o mundo.

Lembrando a todo segundo
que tudo nasceu de um sonho.

(Carmen Lúcia)

Foto de Allan Dayvidson

QUIMERA

"Alguém já disse que o todo não é igual a soma das partes. Uma pessoa não é mero amontoado de características dispostas aleatoriamente como uma fera mitológica, mas sim uma composição na qual os elementos se comunicam, interagem e muitas vezes até se rejeitam... Ninguém é uma Quimera..."

QUIMERA
-Allan Dayvidson-

Olha minha cara,
sou o velho fedelho de sempre,
pretensioso e fora de moda.
Acredite, é o melhor que tenho a oferecer.

Meu Allstar não faz barulho,
meu nome não faz soarem violinos,
e meu coração vem num embrulho
feito dos velhos jornais que roubei de você.

Mas sou um arranha-céu nas fundações,
repleto de sonhos e grandes concessões,
estigmatizado e monitorado por eras,
o único de uma espécie tratado por quimera.

Tenho amigos de uma vida inteira;
tenho guardiões de tantas maneiras;
tenho comparsas, assaltantes de geladeira;
e um mundo inteiro tentando me empurrar da beira.

Mas sou um traço de vários autores,
os escombros de três amores,
um novo pigmento feito de muitas cores,
um elemento raro tratado por quimera.

E você tenta me alimentar
como quem alimenta uma fera enjaulada,
como se soubesse melhor que eu qual é a fome que me governa...

Eu já estive na instituição de adestradores,
no território de impiedosos caçadores,
no jardim de amantes amadores
e no coração de corajosos admiradores

Mas não sou as formas das esculturas;
ultrapasso a leviandade das caricaturas;
escapo aos moldes e às velhas conjecturas;
sou uma vertiginosa espiral tratada por quimera...

Sou um fenômeno sem precedentes
e de uma inocência quase indecente;
um resultado que desafia sua própria equação;
um homem em permanente construção tratado por quimera.

Foto de Joaninhavoa

Sombras brancas... (poema em construção...)

***
**
*
«... ao fechar os olhos
surgem sombras brancas
cavalos de crista encarnada
galopeiam areia molhada

Vêm em qual direção
embedidos d`espírito

(poema em construção...)

Joaninhavoa
(helenafarias)
2012/07/11

Foto de Joaninhavoa

Tudo que você me faz...

***
**
*
«... tudo que você me faz
tem dose de loucura
- como é bom -
quando me olha e me toca
me mexe e remexe
me quebrando de querer tanto
- como é bom -
tudo que você me faz
paira no ar como gosto de água do mar
e cheiro de flor d`encantar
- como é bom -

(poema em construção....)

Joaninhavoa
(helenafarias)
2012/06/12

Foto de Joaninhavoa

P (em construção...)

***
**
*
«... não sei se era de noite
ou de dia
perdia-me na luz
e me conduzia na onda
de raios de espuma
matriz
...
(poema em construção)

Joaninhavoa
2012/06/11

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