O amar cria em nossas vidas, marcas na paisagem; marcos, obeliscos, torna a planície dos dias vincada por vales e sinuosa por montes, picos, montanhas...
Dependendo dos amores, são apenas dunas... E o vento se encarrega de dispor. Porém, existem outros que são muito diferentes.
Tornam-se pontos de referencia, verdadeiras pirâmides, enormes montanhas de pedra.
Quanto aos outros amores, dias, cotidiano, são como a agua da chuva, que se acumula, toma a silhueta da paisagem, a tornando mais plana, cobrindo os montes menores, ou mesmo, os diluindo. Dependendo do volume destas aguas os montes submergem, até que apenas reste só um mar... Plano.
Até mesmo a montanha mais alta fica oculta, alagada, mergulhada, neste horizonte quase sólido...
Porém, ela continua lá. De maneira difusa, numa localização imprecisa... Mas abaixo da inundação, oculta, ela continua.
Contudo, como toda inundação, esta também se nutre da constância da chuva, para que suas aguas não escoem. Pequenos romances, amores casuais, noites ardentes, todos são gotas, que devem pingar constantemente.
Porque se forem minguando, se houver estiagem, faz baixar as aguas deste “mar”... formado por estórias, ilusões e passatempos. E no limiar, você bem sabe o que ressurge:
Novamente a montanha mais alta, torna à luz , sólida emerge.
A montanha de seu grande amor.