Condição

Foto de LordRocha®

Defina Amor...

Amar é contrair a plenitude da lucidez;
Lúcidos nos colocamos na condição inversa;
Buscamos não fazer julgamentos, afinal julgar pra que?
O julgamento sem fins positivos é calúnia é fútil;
Quando estamos lúcidos exercitamos a sabedoria;
Porque buscar um equilíbrio é um ato de sabedoria;
Com sabedoria buscamos perdoar e perdoar é julgar bem;

Amar é desenvolver a plenitude da suprema humildade;
Humildes conseguimos enxergar no erro ou falha do próximo;
A oportunidade de aprender sem ter que passar pela experiência;
Humildes praticamos a caridade e contribuímos para sua correção;
Buscamos agregar com o que faríamos no lugar oposto;
Apoiamos, pois, a condição poderia ser oposta ou recíproca;
Com humildade nos colocamos mais próximos a Deus;

Amar é semear a paz e regá-la com lagrimas de alegria;
Porque amando damos e recebemos paz e paz traz alegria;
Alegria é algo que contagia se reproduz, traz bons frutos;
Com alegria nos iluminamos e onde há luz não há trevas;
Sem trevas destruímos o habitat do mal, destruímos o mal;
Onde não abita o mal abunda o extremo oposto, o Bem;
O Bem é Deus e com ele somos mais que vencedores.

“Amar é viver na plenitude da vida. Amando e sendo amado”.

§corp¥on®
20-Janeiro-2010

Foto de jessebarbosadeoliveira27

DE VOLTA A SEU CATIVEIRO

DE VOLTA A SEU CATIVEIRO

Se pudesse, contemplaria

Novamente aquela alva face da hipocrisia,

Indagar-lhe-ia se já está a sentir

O eco lancinante do remorso pelos delitos perpetrados

Que afloram e grassam vivazmente em seu jardim

De sentimentos sepultados.

Ah, se houvesse ensejo,

Questioná-la-ia a respeito do seu rincão íntimo:

Lugar onde despeja as razões e causa que forjam seu estilo:

Suas mágoas, frustrações, a célula malsã

Que cancerara seu personal organismo.

Sim, desnudá-la-ia, se condição tivesse,

Até a última camada

Para saber finalmente quem você é de verdade.

Então, observaria o desespero

Brotar do seu semblante não mais altaneiro,

Porque sua pessoa saberia que eu penetrei seu eu:

Sim, desvendei seu infame segredo.

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
http://www.myspace.com/nirvanapoetico
• http://twitter.com/jessebarbosa27

Foto de Felipe Ricardo

Amoreto IV - Obscuridade -

Ah! como pode eu, criatura vulgar e trivial
Brincar nos olhos desta Ondina que assim
Destroi-me na singela e sublime escuridão
Vivente na mais sordida ilusão de uma noite
De Lua Cheia e nuvens pinseladas pelos antigos
Ventos que assim com eles modelo esta minha

"Desvairada insanidade que corrompe e lacera
Mi'alma e assim vejo meu corpo dividido em dois
E logo me pergunto onde esta meu coração?"

Eis que de ti vejo nasscer a ira mortal daquelas
Que sentem e assim brincam com nos, pois agora
Vejo-me preso aos caprichos de ti Ondina, menina
Esta que me destroi e reconstroi a cada louco olhar
Que assim me faz cai, morre, brincar, viver nesta

"Desvairada insanidade que corrompe e lacera
Mi'alma e assim vejo meu corpo dividido em dois
E logo me pergunto onde esta meu coração?"

Agora não sei mais onde estou... Não sei...
Mas em mim nasçe uma primordial inspiração de
Apenas mais uma vez de brincar de ser Deus e desta
Minha singular e dupla essencia tira tu desta condição
Mortal... Ah!... Menina me destrua novamente e de mim
Só fique com o que gosta, pois o resto é obscuro de mais.

Foto de Marsoalex

ESTORINHA BESTA

ESTORINHA BESTA

Há muito tempo, num reino bem distante, havia uma menina muito só, mas muito feliz.Ela sabia que era muito diferente da maioria dos habitantes do reino, e até achava engraçado, embora estranho, alguns de seus costumes. Um deles era o uso de máscaras. A menina compreendia que a visão que ela tinha do reino, não era alcançada pela maioria de seus habitantes, porque as máscaras impediam que eles enxergassem o reino tal qual era: um paraíso. Por mais que a menina tentasse mostrar-lhes essa verdade, eles não entendiam, não acreditavam, e se ela insistia era chamada de louca por todos.
O reino, como todo reino, tinha suas lendas, seus deuses, seus mitos. Havia, no entanto, um deus e um demônio muito cultuados e temidos mais do que todos os outros:o deus "Dinheiro" e o demônio "Sexo".
A menina não compreendia porque ninguém percebia que um não era um deus nem o outro era um demônio, tudo era apenas uma visão distorcida pela máscara, pensava. Ela, como não usava máscara, podia vê-los tal qual eram, anjos bons, necessário à vida de todos, sem que fosse preciso cultuá-los, temê-los, amá-los ou odiá-los, bastando apenas conviver com eles de uma forma simples e natural.
Não era difícil para a menina aceitar e conviver com os habitantes do reino, mesmo não os compreendendo, sabia que eles não eram maus, apenas estavam tão acostumados ao uso da máscara, que mesmo tendo condição de tirá-la na hora que quisessem, eles não sabiam como fazê-lo. Isto tirava-lhes o direito de trilhar a estrada coração, uma das mais bonitas e importantes que havia no reino. Esta estrada era a única que dava total liberdade, levando qualquer um que a trilhasse a outros mundos, outras dimensões infinitas. Poucos habitantes tinham acesso a essa estrada, por isso, a menina sentia-se muito só. Mas ela sabia que um dia encontraria alguém que teria a visão tão ampliada quanto a sua, a quem ela se aliaria e seguiria a estrada coração acompanhada por seu eleito.
Um dia, ela encontrou um menino muito só e muito triste. Apesar de toda tristeza que ela viu em seus olhos, ele não usava máscara, portanto, podia, com ela, trilhar a estrada coração, indo além dos limites do reino, em direção à liberdade de mundos infinitos.E eles se deram as mãos e caminharam como se levitassem. Sabiam que o que estava lhes acontecendo não era simplesmente um encontro entre duas pessoas. Era como se um fosse a parte do outro que estava faltando. E, apesar das diferenças, eles se completavam, pois, falavam a mesma linguagem.
Ele foi contagiado pela alegria que dela emanava, que adormeceu a tristeza que havia em sua alma, e juntos, através da estrada coração, atingiram o mundo mais distante do reino. Um mundo mágico que tinha a palavra "amor" como senha. Aquele que conseguia adentrar nesse mundo, era contagiado pelo sentimento imprimido na palavra da senha, permanecendo puro, livre e criança enquanto vivesse.Eles foram contagiados pelo sentimento e viveram juntos o tempo curto, mais longo de suas vidas.
Não se sabe porque o destino resolveu interferir na estória separando aqueles dois que, pareciam ter nascido um para o outro.Ninguém no reino conhecia as leis do destino, e por mais que a menina perguntasse "por que?", sua pergunta ecoava no vazio dela mesmo.
A menina mais só do que antes, e muito triste, resolveu colocar a máscara e tentar esquecer como tirá-la, para não saber como trilhar a estrada coração, pois, sem a companhia do menino, outros mundos, reinos e dimensões, tinham perdido toda a importância para ela. Com o uso da máscara, ela ficou igual a maioria dos habitantes do reino, aparentemente feliz.
Assim, ela limitou-se e dividiu sua vida com outro habitante do reino, que nunca havia tirado a máscara, por isso, não sabia nada sobre outros mundos nem tampouco sobre o menino.
O tempo passou e na rotina dos dias que se transformaram em anos, a menina se habituara à vida limitada do reino, mas era extremamente infeliz. Sabia que o uso da máscara lhe vetara o acesso a estrada coração, e ela tinha muito medo do desejo que gritava dentro dela. Desejo de tirar a máscara, pois vidas estavam em sua depedência. Se ela tirasse a máscara e enveredasse à estrada coração, iria em busca do menino esquecendo deveres e obrigações que a nova condição trouxera para sua vida.Continuou infeliz, mas consciente da responsabilidade assumida seguiu o seu destino resignada, sem revolta.
Mas, como o destino tem suas ciladas, suas artimanhas, de repente, um dia, ela se viu diante do menino. A emoção que ela tentou conter, irrompeu através da máscara, tomando conta de seus olhos, de suas mãos, de sua voz...
Ele estava ali, diante dela, sem máscara. E ela pode ver ver nos olhos dele a mesma emoção que estava sentindo e a mesma pureza do sentimento que eles haviam trazido do mundo mágico, único, capaz de remover a máscara que ela estava usando. A chama que irradiava dos olhos de ambos, deu-lhes a certeza que nada havia mudado. O amor brilhava com a mesma intensidade, com a mesma força e a mesma pureza. Nem o tempo nem a distãncia conseguira desmanchar a magia do sentimento que existia entre eles.
A menina estava presa a uma situação muito comum, mas muito respeitada por ser parte dos costumes do reino. Além desta situação, muitas vidas estavam envolvidas com a sua vida. Vidas que não compreenderiam nada, que não sabiam sequer da existência de outros mundos, e ela precisava ensinar aos pequenos, como evitar o uso da máscara, para que pudessem ter acesso a tudo que a visão ampliada podia lhes oferecer, e isto, exigia tempo, muito tempo...
O menino era livre, não estava preso a nenhuma situação nem tinha vidas em sua depedência. E como ele nunca tinha usado máscara, teve como mostrar a menina que, se a chama continuasse acesa, ela seria livre sempre. Falou, ainda, que ela poderia trilhar a estrada coração quando quisesse estar com ele, mesmo ele não estando junto, estaria com ela, pois nada nem ninguém poderia separá-los, já que eram parte um do outro. E a menina voltou a ser feliz, abulindo definitivamente o uso da máscara de sua vida.
Foram muitas idas e vindas do menino.E quando ele voltava, na chama de amor que havia em seus olhos, a menina encontrava razão de viver e força para continuar presa a situação do reino, mas livre através do que sentia, e que, a cada dia aumentava mais e mais. Quando ele estava perto, bastava se olharem e tinham um mundo só deles, mesmo que não pronunciassem uma única palavra, diziam tudo e se compreendiam mutuamente.
Enquanto isso, as coisas no reino haviam mudado.O demônio "Sexo", se transformara em um deus e estava em pé de igualdade com o deus "Dinheiro". Os dois eram cultuados por quase todos os habitantes do reino de uma forma obsessiva.Com as mudanças no reino, mudaram algumas regras e padrões, costumes e valores. Quanto mais as coisas mudavam, mais os habitantes ficavam desnorteados, confusos, porque continuavam a usar a máscara e as mudanças não se ajustavam a ela. Isso gerava uma confusão tão grande no reino, que ninguém sabia mais o que era certo nem o que era errado. Dinheiro e Sexo eram os únicos objetivos dos habitantes. A menina ficava triste por ver anjos tãop bons transformados em deuses sanguinários. Acompanhava as mudanças sem aderir a nenhuma delas, já que, crescera dentro do reino, mas sempre vivera além dele, e qualquer mudança que houvesse, ela estava adiante, dada a sua visão privilegiada pelo não uso da máscara.
O reino era dividido em muitas cidades, e o menino estava muito distante em algum lugar que a menina não conhecia. Mas através da estrada coração, ele sempre esteve perto e ela se acostumou a tê-lo junto de si, mesmo que quiloômetros e quilômetros os separasse.
Ela sabia que o menino se ligara a uma habitante do reino, numa situação um pouco diferente da sua, mas era algo que ela sabia que mais cedo ou mais tarde, aconteceria. E quando, as vezes, vinha o temor de perdê-lo, lembrava do que ele havia lhe dito: que eles seriam um do outro para sempre, e o temor se dissipava.
Outros anos se passaram para que eles se vissem novamente. E quando aconteceu, foi para viverem um dos momentos mais bonitos de suas vidas.Foram momentos mágicos, quando o amor deixou que o anjo sexo, os envolvesse em suas asas, levando-os, através da estrada fantasia, para o mundo dos sonhos, onde o amor falou a sua linguagem mais bonita: a linguagem do corpo, que vibra de emoção na entrega sublime dos que amam. E o amor se fez corpo, alma e sentidos. Parou o tempo para ser eternidade em apenas um momento...
E a vida seguiu seu curso. Eles foram distanciados novamente, cada um levando suas lembranças...
E mais uma vez, muitos e muitos anos se passaram. O reino estava cada vez mais mudado e seus habitantes cada vez mais confusos. A menina continuava livre, presa dentro da situação que assumira perante o reino. Os pequenos já estavam crescidos, e ela já os ensinara a não usar a máscara. Ensinara também ao parceiro com quem se unira,para que todos que convivessem com ela, desfrutasem de uma visão ampliada, tendo acesso a outros mundos, através da estrada coração. Ela, com toda sinceridade e pureza, que o não uso da máscara lhe proporcionava, deu de si o de melhor, para aqueles que as leis do reino havia colocado sob a sua responsabilidade. Mesmo não levando o seu parceiro ao mundo mágico, levou-o a outros mundos onde conseguiu subsídios que tornou a vida de ambos boa, válida de ser vivida. Levou-o ao mundo da amizade, ao reino da lealdade, a dimensão do companheirismo, enfim, a todos os lugares de onde trouxessem substâncias para uma vida harmoniosa. O mundo mágico pertencia a ela e ao menino, somente com ele, ela se permetia adentrá-lo. O sentimento que acionava a senha para abrir a porta do mundo mágico, fora entregue ao menino, que, mesmo distante, era presente, diário, permanente, e ninguém mais podia substituí-lo em mundo nenhum. Mas isso não impedia qua a menina tivesse uma vida normal, tranquila e em paz. Pois o sentimento era tanto, que preenchia a sua vida de uma forma completa, total.
Neste amaranhado de vidas, um dia, a menina teve oportunidade de conhecer aquela com quem o menino se unira. Viu, sem nenhuma surpresa, que ela usava máscara. Mas, confiando na visão ampliada do menino, deixou que o destino se encarregasse de reaproximá-los quando fosse tempo.
Algum tempo depois, a menina soube que, como ela, o menino tinha responsabilidade com outra vida, mas continuou confiando na ampliada visão dele e no que sentiam um pelo outro. E foi levando a vida sem drama, sem sofrimento, sem infelicidade, com naturalidade, características peculiares daqueles que têm o privilégio de uma visão sem máscara.
Décadas e décadas tinham se passado quando o destino resolveu que era hora de reuní-los mais uma vez. Quando eles se viram, toda emoção irrompeu novamente através da chama que brilhava nos olhos de cada um, acionando a senha, abrindo a passagem para estrada coração, que os levou ao mundo mágico mais uma vez.
Passado o impácto do primeiro momento, a menina começou a sentir que algo havia mudado no menino, mas ela não conseguia identificar o que era.Ela o olhava e o via do mesmo jeito. Quando o ouvia falar, as palavras eram iguais as que ela estava acostumada a ouvir, mas havia nesta igualdade uma diferença que ela captava mas não sabia definir. Ele sempre se mostrara complexo, ambivalente, paradoxal, contraditório, mas o quê, em suas palavras tão iguais, tinham uma conotação diferente? O quê, naqueles olhos tão transparentes, embassavam o brilho? Por que ele era o mesmo e não era o mesmo?
E um dia a resposta veio deixando a menina atordoada: ele estava usando máscara! Se tornara igual a maioria dos habitantes do reino. A máscara o havia cotaminado, estava tão aderida a ele, que distorcia toda a sua visão. Ele se tornara limitado, padronizado, regulado pelas leis que regiam o reino e deixara de ser livre.Com o uso da máscara, se identificara com a parceira que´há uito tempo estava em sua vida, vivendo num mundo bem menor do que os limites do reino lhe permitia.Não sendo livre, não compreendia a liberdade da menina, que mesmo presa, era tão livre, que podia voar e chegar até à porta de seu pequeno mundo. Ele esquecera totalmente que a ensinara a ter essa liberdade, quando através do amor, mostrou-lhe que o uso da máscara era uma eterna prisão.
O menino tinha aprendido a cultuar o deus Dinheiro, acreitando apenas na força e no poder que esse deus podia proporcionar.Ele deixara de acreditar no sentimento imprimido na senha que um dia lhe abrira as portas do mundo mágico, e ainda debochava da menina, por ela acreditar e viver a força e a beleza de um sentimento, que para ele, não fazia o menor sentido, não tinha a mínima importância e nenhum interesse. Tudo o que eles haviam vivido juntos, era rotulado de "passado", e, as vezes, até vulgarizado por ele, tirando toda pureza, toda beleza, toda magia que envolviam os momentos vividos com tanta intensidade e simplicidade, que seriam eternos para qualquer um que não estivesse contaminado pelo uso da máscara.
E de nada adiantou todas as tentativas que a menina fez para que o menino removesse a máscara e voltasse a ser livre.
Ele não era feliz, ela sabia, mas nada podia fazer. A não ser, ter esperança de que, um dia ele abrisse as portas da própria prisão e voltasse a voar. Mesmo que não fosse em direção a ela, ela ficaria feliz por vê-lo livre outra vez. Era horrível vê-lo tão comum, tão parecido com os outros habitantes do reino. Ela sempre o viu diferente. Se ele fosse realmente diferente como ela o via, bastaria tirar a máscara para que sua visão voltasse a se ampliar, e través dela, ele tiraria de dentro de si, o menino adormecido, para ser livre, puro e criança enquanto vivesse.
A estória não tem final. A menina segue o seu caminho, tentando entender as leis do destino, sem saber porque a sua vida continua entrelaçada a vida do menino, já que hoje há uma enorme distância entre eles, sem nenhuma possibilidade de um dia trilharem novamente a estrada coração. A menina não sabe se esses laços serão cortados um dia, pois, a única coisa que ela sabe, é que o sentimento imprimido na senha que um dia abriu a porta do mundo mágico, continua a existir nela, e através deste sentimento, ela será livre, pura e criança enquanto viver...

Marsoalex

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CONVENÇÕES

CONVENÇÕES
Como é difícil para certas pessoas, se abrirem para o amor sem rótulos, sem lugar específico, sem sentimento de posse. Um amor que não tenha um lugar comum numa concreta vida a dois. Para estas pessoas, o amor tem que ser tecido num altar com a "benção de Deus" e a "aprovação dos homens", ou então, mesmo sem essas coisas, ele precisa do apoio de uma vida cotidiana,onde se possa dizer meu marido/minha mulher, meu amante/minha amante, algo onde esse sentimento de posse seja personificado e vivenciado numa vida em comum, estável, aceita por todos para que possa ser aceita por ela mesma.
Essas pessoas não abrem mão desta estabilidade e se negam a amar fora desta condição, porque se fazem de cegas para as evidência e de surdas para aos apelos do amor, por não acreditarem que o amor possa viver independente do aconchego do abraço na hora de dormir, do calor do corpo na volúpia do sexo no afã do desejo, e sem essa estabilidade de ser um casal, um par, amantes, com direito a filhos e a certeza do dia seguinte. Embora elas saíbam que o amor tem laços invisíveis, que se tecem sozinhos independente de nossa vontade, elas não sabem ( ou fingem não saber) que ele não precisa de uma situação, de uma condição específica, para viver muito além de um rótulo e do muro de uma vida cotidiana. Porque o amor não é uma condição que a sociedade impõe, mas um sentimento que não se submete a nenhuma condição a não ser a condição de amar.
E assim, essas pessoas por medo de se prenderem ou de sofrerem, perdem a única condição de se tornarem livres: amar. Talvez, por não compreenderem ou não aceitarem que quando o amor é verdadeiro, não é necessário ter essa condição convencional, para afirmar ao mundo dizendo: minha namorada/meu namorado, meu marido/minha mulher/, meu amante/minha amante, quando dizer para si mesmo simplesmente o homem/a mulher que eu amo, é suficiente.

MARSOALEX

Foto de Marsoalex

COMO SEMPRE

COMO SEMPRE

Quando vim para a tua vida, não vim com a condção de ficar nem de ir embora, vim como sempre faço, só com a condição de amar.
Quando cheguei não te pedi nem perguntei nada, ouvi o teu coração e sabendo o que ele queria ouvir, simplesmente, como sempre faço, disse que te amava.
E tu, como sempre fazes, tiraste todo e qualquer obstáculo que existia entre nós dois, abriste as portas de teu coração e da tua vida e mandaste-me entrar.
Não houve reservas, segredos, cantos escondidos, verdades disfarçadas.
E, como sempre acontece, entramos em comuuhão, falando a mesma linguagem, nos confessamos um ao outro, de nós, da vida, da distância, do destino, da saudade,enfim, de tudo que nos mantinha distantes, mas unidos, separados, mas juntos.
Às vezes, a nossa comunhão era tanta que, quando ia te dizer alguma coisa já sabias, quando vinhas me dizer alguma coisa, eu a adivinhava antes. Os nossos pensamentos estavam ligados quase que telepaticamente. Éramos uma só pessoa, um só coração, uma única vida. Éramos o amor em carne e osso.
Ainda ssim, era pouco. E como sempre acontece, querias mais.
Não te bastava me ouvir dizer que te amava,era preciso que outros também soubessem o quanto eras amado por mim. E outros souberam. Era preciso que eu falasse que te amava de outra forma. E eu te escrevi poemas que, também, outros leram.
E eu te fiz todas as vontades: acariciei o ego do adulto; papariquei a criança dando-lhe todos os mimos e aguentando as suas pirraças; ouvi tuas queixas; compreendi teus conflitos; te dei o meu colo materno e o meu ombro amigo. E como sempre faço, nada te pedi em troca do muito que te dava. Porque só de olhar no brilho dos teus olhos e de ver a alegria estampada no teu rosto, qualquer recompensa não seria maior do que a de saber que, de alguma forma, mesmo que por algum tempo, eu conseguia te ver feliz. Isto valeria por qualquer preço que eu tivesse que pagar depois. E eu sabia que pagaria.
Mas, como ás vezes, vida e viver não são a mesma coisa, dormiste a tua vida e acordaste para viver uma realidade que tendo o amor como suporte, te dava asas para voar num sonho presente e concreto. E voaste.
E como sepre fazes, começaste a ter medo do que estavas sentindo. Temias ficar a mercê dos teus próprios sentimento e emoções, refém não do meu amor, mas de teu amor. E não estando acostumado a viver, a amar, o amor te assustava.
Viver te assusta principalmente quando te sentes inseguro diante da segurança do outro. E assustado, atacas como defesa. E como sempre, eu fui o alvo.
Eu sendo o alvo, atingias duas metas: descarregavas as tuas culpas, os teus medos, e testavas não só a sinceridade de meu amor, como também a fortaleza do mesmo e a minha própria resistência, persistência e coragem.
E vieram os testes/retestes. A falta de consideração e de respeito, nas longas esperas por encontros aos quis não ias. Os deboches e ridicularização dos meus sentimentos sem a preocupação de me mogoar, me ferir. Enfim, todo o processo ao qual estou acostumada, que se repete toda a vez que a minha vida e a tua se cruzam, que não me surpreende e eu até sei quando começa e em quantas fases ele se desenvolve.
Só que desta vez eu não vim para ficar e nem para ir embora, vim para deixar as coisas acontecerem por elas mesmas.
É engraçado que, às vezes, te comportas como se eu fosse completamente louca e tivesse te envolvido numa história de amor fictícia da qual nada sabes e tentas fugir das armadilhas que, em minha loucura, eu te armo.
De outras vezes, eu apenas sou alguém de teu passado por quem hoje nada sentes, mas se sente culpado pela "passividade"diante de ninha "ousadia". E mesmo não desejando, me beijas porque eu quero ser beijada por ti, quando na verdade sabes que eu sou apenas uma reação de tua ação, umaa resposta ao teu estímulo,um efeito de tua causa, ou, uma extensão daquilo que és.
Talvez tu nnca entendas a minha forma de amar, já que, para ti, o amor é uma troca. Por isso, não tens como entender um amor-doação.Um amor que nada pede, que nada espera, que não quer um rótulo, um lugar específico,que não precisa ser dono de um corpo, ter uma vida em comum, porque já viveu e sofreu o suficiente para encontrar força em si mesmo para crescer, se fortalecer, para ser o que é, independente da vida que eu leve ou da vida que tenhas.
Hoje, ele não precisa de muito porque aprendeu a ver além do que lhe é mostrado e me ensinou a ver além do que estou vendo.
Tem vezes que enquanto os meus ouvidos ouvem um monte de besteiras e absurdos, os meus olhos escutam a verdade que o meu coração está vendo. Ou seja, a verdade que está além das palavras, entre um dizer e outro, ou no não dito.
E podes ficar certo de que, os meus olhos ouvem melhor do que os meus ouvidos, e o meu coração ver melhor do que os meus olhos. Se assim não fosse, a tua imagem não passaria de um borrão mal feito, desenhado pelas tuas palavras, e as minhas lembranças de ti, não passariam de pedras esculpidas pelos teus atos das quais eu já teria me livrado a muito tempo.

MARSOALEX

Foto de Carmen Lúcia

Recomeçar...

Preciso voltar ao passado,
retornar ao tempo em que me deixei ficar...
recomeçar do tempo onde pulei etapas,
sem avaliar o preço que iria pagar...

Voltar para mim mesma...
Redescobrir estradas por onde passar.
Não temer os sismos, alcançar o cimo
construindo pontes pra suavizar...

Resgatar os sonhos que desperdicei,
apagar a vida que em vão, levei...
Deixar de ser a vítima, mudar de condição;
da fragilidade à superação...

Nem tudo está perdido...
Achar-me é um recomeço;
reconstruir os sonhos,
buscar realização...
olhar-me com apreço,
ao novo arremesso.

_Carmen Lúcia_

Foto de Icaro Maceio

Qual o Sentido da vida?

Qual o sentido da vida?
Essa pergunta fica na minha cabeça todos os dias.
Saber porque nascemos, porque sofremos, porque isso ou aquilo...Acredito que todos nós vivemos essas questões, como se a resposta delas mudasse quem somos.
Tenho um ritual de todo dia, ao acordar eu olho para dentro de mim, e faço não uma consulta das coisas que tenho que fazer ao longo do dia, mas sim se estou feliz fazendo minha rotina.
Mas qual o sentido da vida?Qual o sentido de acordar de manhã.
Com certeza o amor!
O amor a ler poemas, a conversar com amigos em uma noite agradável acompanhado de uma cerveja gelada, de fazer juras de amor ao pé do ouvido a uma outra pessoa numa noite de luar, de ri de si mesmo, de se emocionar com uma leitura comovente, de sentir o vento, de sentir-se vivo.
O que me faz feliz é o amor, desde a infância a gente tem uma certa ligação muito complexa entre o amor e o mundo.
Na minha infância entre 6 a 8 anos sempre gostei de desenhar e até tinha algum talento pra isso, as pessoas quando me olhavam desenhando me diziam:
"- Nossa você desenha bem, quando você crescer porque, não faz desenho mecânico?”
Nem mesmo sabia o que era isso, desenhava bichos, paisagens guerreiros, nunca imaginava o que seria isso.
Refiro-me a essa passagem, porque reparei o quanto o amor, o sonho e a liberdade estão ligados e como isso esta distante da realidade que moldam pra gente. Se você sonha com algo normalmente as pessoas querem que este sonho tenha alguma estabilidade financeira, e se caso não tenha então te obrigam a alocar seu sonho ao mercado de trabalho, e não o contrário. Tenho amigos que trago desde a infância e apenas poucos seguem o que sonham, Alguns se tornaram algo parecido com o que queriam ser desde pequeno, outros são algo que nem pensaram e muitos nem chegaram a idade de realizar algo...
Moro até hoje em um lugar de classe baixa, e vejo essa “classe” ser sempre a desculpa para as pessoas jogarem seus sonhos fora, e alegam não ter condição, não ter oportunidades, alegam que tem q sustentar a sobre vida ao invés de viver. Mas o que vejo mesmo são apenas desculpas para desviar o foco de si, como se elas fossem vitimas e de fato são, mas não do “sistema” com elas defendem, mas vitimas de serem de uma geração sem sonho e sem fé em si mesma, que são as únicas ferramentas validas para se alcançar o desejo do coração.
O amor à vida e a perseguição do sonho estão intimamente ligados, um ao outro, pois se você ama alguém você quer estar do lado dessa pessoa todos os momentos da sua vida, pra dividir até a menor das coisas, assim também é o sonho se você ama o que sonha dividirá com ele todos os momentos e por mais difícil seja o que você passe, você sempre vai sobreviver pelo fato de ter algo que você vai alcançar e não vai se render até conseguir realizá-lo.
É por isso que o amor é o sentido da vida, pois só o amor gera o sonho, e só o sonho pode ser o norte da vida de um homem, pois somos a imagem e semelhança de Deus, e frutos de um sonho Dele. Deus é amor então somo em essência amor, e conseqüentemente nossos caminhos serão a realização de sonhos, basta somente estar pronto pra isso, para os milagres do dia a dia, que podem normalmente passam despercebidos pelas pessoas que não sabem admirar a beleza de uma flor, o vento passeando sobre nosso rosto, ou o frio úmido de uma brisa leve, ou o voar dos pássaros, ou sabor de uma fruta...
Deus nos enche de milagres e espera que nós, também façamos alguns milagres: com elogios, mostrando a outros a importância dele estar ali, de se ensinar o amor e de ser amado.
É no amor que Deus se mostra aos homens e nos homens, foi por amor que Jesus se sacrificou e por amor ele ressuscitou...
Sejamos então avatares desse presente que não se diminui quando entregamos a alguém, mas pelo contrario aumenta e alcança a outros.
O sentido da vida esta em amar: transmitir e viver intimamente ligado nesse a tudo em nossa vida com este amor.

Foto de Paulo Master

Coração Humano

O porte físico é a semelhança de um ser para o outro, mas se limita apenas na aparência, jamais devemos comparar um alguém apenas porque se parece com outro alguém, existem tantas diferenças que são vistas apenas nas atitudes e visíveis somente aos mais sensíveis, nos pensamentos ou no comportamento o ser humano esconde tanto que muitas vezes desconhece a si próprio e se surpreende com suas próprias atitudes, chocando até os mais duros corações.
O ser humano é um ser perfeito, ou pelo menos haveria de ser, visto pelas intenções de Deus, mas a ação da natureza humana nos deu o poder de decidir através de sentimentos e sensações o que mais nos agrada, o que nos deixa feliz, e o que realmente faz a diferença para cada um, a essência, o coração em particular opera como uma bússola que dá a direção exata de como seguir adiante, infelizmente alguns corações não se enquadram na condição de filhos de Deus.

Foto de Arilton Bronze

QUE HORAS SÃO?

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As pessoas sempre estão atrasadas e à procura de alguém para perguntar as horas. Outro dia, uma moça de blusa amarela e azul que passava próximo da onde eu estava dirigiu-se ao um senhor distinto, que estava parado ao lado de uma lanchonete. Falo distinto, pois esse senhor era um pouco calvo e estava comportadamente de mãos nos bolsos, usando um terno azul com uma camisa branca. Ele ficou indiferente.

- Psiu! Hem moço, que horas são? Já deu quatro? Indagou a moça mais uma vez.

Achei estranho e ao mesmo tempo curioso como às pessoas perguntam as horas. O senhor calmamente lhe respondeu:

- Já é quase quatro.

Como minha condução demorava muito nesse dia, resolvi caminhar até o centro da cidade. Logo hoje que o Sol está tão quente, reclamava comigo mesmo. De repente, aparece uma senhora abafada e com a voz um tanto cansada diz:

- Moço, já deu cinco?

- Já!

Não entendo, porque às mulheres perguntam as horas dessa maneira. Sei lá... Já fui abordado várias vezes por elas, que me fazia essa mesma pergunta. Há pouco tempo, quando passava perto do mercado, uma senhora trajando um vestido vermelho e calçada em tamanco, um daquele enorme, você sabe né! Essa mulher indagou-me:

- Senhor, já deu dez aí?

Por um instante fiquei sem saber o que dizer. É... Sim, quer dizer, ainda não, senhora. Com certeza você não sabe por que eu fique nervoso, eu também não.

Já na semana passada, eu estava no Banco do Brasil, quando se aproximou de mim, uma mulher com um chapéu cor-de-rosa e usando uma canga toda colorida...

- Quanto falta pras três?

Rapidamente falei quinze. Sei que você pode achar estranho, ora, como pode faltar quinze para três, mas...

- Tá, obrigado!

Não há de quer, eu respondi sorridente.

Eh! Parece que não adianta fugir; sempre tem alguém querendo saber as horas. Nem quando estou no barzinho amarelo lá perto de casa, não me dão sossego, nem nessas horas!

- Por favor, já são dez horas?

Dez e cinco respondi apreensivo.

- Obrigado cavalheiro!

No dia seguinte, acordei bem cedo para poder caminhar, eu precisava perder uns quilinhos. Sabe como é. Tenho uma calça linda na cor preta que ganhei no natal e estou sem condição de usá-la. Bom, mas no momento isso não interessa. Como eu estava falando...

- Você tem horas aí? Perguntou um cavaleiro que usava um tênis na cor violeta.

Tenho, respondi com voz um pouco embolada.

Ora bolas, por que todo o santo dia, alguém sempre me faz essa maldita pergunta. Ora, não sei mais o que responder. E você o que responderia?

Neste instante, quando eu estava vindo do trabalho, entrei no ônibus e vi um grupo de alunos lá no fundão, lá... Onde sempre eles gostam de ficar. De repente, o ônibus para, entra um adolescente, com certeza era um estudante e fez àquela pergunta que você já sabe: que horas são? Não pensem que foi para mim, se pensou se enganou.

- Pai nosso, que estais no céu...

Responderam os jovens do grupo do fundão. Logo depois, começaram a dar gargalhadas do colega, ele não sabia se ria ou ficava sem graça. Eu também aproveitei o momento disfarçadamente. Há, há, há...

Eh, depois dessa chega. Preciso descer no próximo ponto. Acho que estou atrasado. Mais afinal que hora é essa?

Arilton E. Bronze

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