Condição

Foto de Gideon

O Trem da minha sina

O sentido da vida
jamais poderemos saber,
os dias corridos e apressados
jamais poderemos reter.

Observo os outros, próximos,
que ao meu lado movem-se
pelo instinto do viver.
Vão e vêm sem perceberem
que uma sina oculta
cumprem sem merecerem.

Eu também da minha sina
não consigo fugir,
de tudo fiz, de tudo aprendi.
Faculdade de gente rica,
como diziam lá na vila,
profissão de família boa,
que não se consegue à toa.

Pois bem, por mais que tentasse
e tudo fizesse ao meu alcance,
cá estou em pé no trem parador
seguindo obediente pro meu labor.

A trilha do ruído dos trilhos
remete-me às histórias de meu pai,
que cumprindo por si também a sua sina
nos mesmos trens paradores e diretos
apertado e inconformado subia e descia.

Não, não entrego os pontos assim facilmente,
da bolsa de couro macio
saco a caneta e o caderno, paciente.
Anoto as expressões dos pobres coitados
e transformo-os em atores,
essa gente de recursos tão parcos.

Pelo vagão procuro feições tristes
prá rechear os meus tristes escritos,
mas sorrisos ingênuos e olhares candentes
surpreende a minh’alma de poeta reticente.

Volto-me para a minha própria condição,
passageiro desta tão pobre e nobre condução.
Na chupeta pendente agarro a minha mão,
pro balanço do trem não jogar-me na solidão.

Por de trás de meus óculos, disfarçado,
observo Maria de cabelos ondulados
e tosca roupa na moda dos rebolados.
Mastiga um chiclete já meio deformado.

Ela serve, quem sabe,
prá ser a minha heroína dum conto qualquer,
que insisto escondido ali existir,
e naquele cenário tão pobre
tento ainda alguma arte produzir.

Com uma das mãos sustento o caderno
com a outra a caneta retiro do terno.
Próximo à porta apoio as minhas costas.
As histórias de Maria
vou tentando dar forma
com letras tortas.

A sina da vida sofrida de Maria
insisto incluir no meu conto,
mas ela é bonita demais
e distraio-me com o seu encanto.

Um lugar prá Maria, enfim,
não encontro no meu conto.
Contudo logo percebo,
que o personagem que descrevo
sou eu mesmo,
que do trem da Central do Brasil
ainda é prisioneiro.

A sina da vida, insisto,
ainda quero incluir no meu conto.
Mas não é a realidade que de fato vivo?
Pergunto-me com desencanto.

O sofrimento do enredo
que sobrepõe a minha inspiração
vai desfazendo daquele conto
que não consigo continuação.

A minha sina parece que segue
no trem da minha vida
e cá estou de caderno fechado,
caneta no bolso borrado,
observando Maria que com charme
o chiclete ainda mastiga.

O balanço desse sofrimento
atormenta o meu coração
que é solitário de paixão,
Maria, quem me dera,
que prá ter o seu olhar tudo faria
mesmo que fosse por compaixão!

Na estação da Central
o meu sofrimento fita o chão.
O olhar de Maria se foi na multidão.
Meu caderno de escritos agora
descansa triste na minha mão.
Ainda ouço, ao longe, com emoção
o clamor da última pregação.

Anúncios saindo dos alto-falantes da estação
ecoam agora inundando o saguão.
Eu caminho apressado
esbarrando nos braços
de tantas marias
e em tantas mãos.

O poeta desce pro Metrô, frustrado,
e na escada rolante, agarrado.
desvia-se dos braços de esmola, esticados,
pendendo o seu corpo pro lado.

O conto sobre Maria
e o trem dos amontoados
ficarão prá outra viagem.
Quem sabe um dia sem esperar
a inspiração virá
e outras marias com outros penteados
serão heroínas do poeta,
que segue a sua sina
no trem dos desafortunados.

Foto de Carlos Lucchesi

O Cordão Mágico de Ellen

Naquela tarde de domingo,
Caminhava pelas ruas da cidade deserta,
Quando algo chamou minha atenção:
Uma menina solitária numa janela entreaberta.

Poderia ter passado despercebido,
Não fosse ouvir sua voz suave dizendo:
"Ei moço, conversa aqui um pouco comigo!"
Já estava um pouco adiantado e, ao voltar,
Prestei mais atenção,
No objeto que ela segurava na palma de sua mão.

Ela o olhava com tristeza,
Algumas vezes pensativa,
Ergueu um pouco a cabeça e disse:
"Moço, esse cordão mudou a minha vida".

Confesso que não levei muito a sério,
As palavras por ela ditas,
Pois como poderia um simples cordão,
Mudar a vida de menina tão bonita?

Ela abriu aquela porta
E, na calçada, ao meu lado então sentou,
Ainda com o cordão entre os dedos,
Sua história começou...

"Sempre fui menina esperta,
Sorridente e divertida,
Até que um dia, encontrei este cordão,
Que transformou a minha vida.

Estava lá jogado ao chão,
Sem nenhum dono aparente,
E ao parar para pegar,
Notei nele um brilho diferente.

Pra casa o levei,
Com ele me tranquei no quarto,
E quando da bolsa o tirei,
Surgiram luzes por todos os lados!

Uma voz dele surgiu,
E disse no meu ouvido:
- Agora que me encontrou, seu destino deve ser cumprido:
Sou o conhecimento do futuro, do tempo que vem adiante,
O atalho para os caminhos e o desvio dos perigos constantes.

No início achei bom,
Mas logo tive uma certeza:
Que o mesmo cordão que me deu o poder de ver as alegrias futuras,
Me fez ver também as futuras tristezas.

Moço sou menina adolescente,
Não quero este conhecimento do futuro,
Prefiro caminhar passo a passo
E construir meu próprio rumo.

Pra me desfazer desse achado,
Existe uma condição:
Fico livre do seu poder mágico,
Se ele for pra outra mão.

Faça dele o que quiser,
Desfaça esta magia,
Quero voltar a ser menina
Vivendo com alegria..."

Não tive como recusar
O pedido da tal menina,
Carrego comigo o cordão,
Cumprindo assim a minha sina...

Nunca mais caminhei nas tardes de domingo
Pelas ruas desertas,
Tranquei-me em meu quarto e sob as luzes mágicas do cordão,
Me transformei em poeta...

Foto de IGOR JOSE

O TEMPO, A MORTE E A VIDA

Hoje quando acordei percebi que o mundo estava diferente de ontem, do tempo da minha infância. O passado ficou para trás. Eu não sou mais o mesmo, as pessoas também não são mais as mesmas, muitas até já se foram. Às vezes dá saudade dos tempos antigos, da fase da inocência. Mas o que preocupa mesmo são os tempos que virão. Se pudéssemos imaginar como seria o futuro descobriríamos que ele nunca chega e que quando nos damos conta ele já passou, e foi tão rápido que não deu tempo nem de vê-lo. Ainda bem! Talvez, se pudéssemos ver ao menos a silhueta dos tempos vindouros o desastre poderia ser maior, pois descobriríamos que o futuro não é como imaginamos. Nunca se sabe o que vai acontecer adiante, pois o mundo não para de girar e o relógio prossegue afoitamente em seu trabalho sem cessar, empurrando os ponteiros que atiram para todos os lados, como setas, nos atingindo com os mistérios do amanhã, enquanto achamos que aprisionamos o tempo em calendários, programando a vida, pré-estabelecendo a rotina, sem saber se o dia de amanhã virá. Será que estamos virando robôs ou não estamos bem programados?
Durante a noite sonhei com a morte, pensei na vida e descobri que ninguém está livre de se encontrar com o seu medo. Descobri que o homem não tem medo da morte, mas do que virá depois dela. O medo do desconhecido torna a vida uma grande produtora de adrenalina que nos arrebata aos pensamentos mais secretos sobre o outro lado da vida e nos torna conscientes de que a fatalidade mora ao lado da prudência e a morte nada mais é do que o embrião da vida, pois quando morremos é que nascemos, e quando nascemos da morte é que vivemos. Mas existe uma condição para que seja assim e ao menos que ela seja desrespeitada, então a morte pode se tornar um monstro intransponível que, mais do que assustar, pode possuir a vida e torna-la extinta por toda a eternidade.
Tentamos dominar o tempo e esquecemos que ele está prestes a ter um fim. Enjaulamos nosso medo da morte no recôndito de nosso ser tentando exonerar a incerteza do que virá com uma fé que muitas vezes não é suficiente para nos trazer a certeza sobre o amanhã e a vida, e esquecemos que no porão de nossa alma existe um monstro maior ainda, que somos nós mesmos. O nosso eu que quer pecar e se satisfazer dos desejos mas repugnantes que se possa desejar, se contrapondo a santidade e a justiça que ainda pode envolver o ser humano. Ë esse monstro que percebe o tempo acabando e se lança como um animal selvagem sobre o monturo da irracionalidade humana e se alimenta do opróbrio do ser mais importante da criação. Porque somos assim?
A vida é apenas uma experiência (para muitos, amarga como fel, para outros, doce como mel.) que serve para nos moldar a um padrão inexistente nesse mundo. Muitos tentaram com vãs filosofias, dogmas e doutrinas, teorias, misticismo e muitas outras formas, padronizar a vida que nem mesmo eles entendiam. Criaram regras, estabeleceram hierarquias, desrespeitaram o sagrado e mataram uns aos outros, fizeram terrorismo na tentativa de manipular a vida que desconheciam. Não adianta tentar entender, é preciso viver, e viver cada dia como se fosse o único, na busca de compreender a si mesmo, em seu verdadeiro conceito, na plenitude de sua intensidade. A vida está dentro de cada um e nada mais é do que a liberdade da alma de poder, em sua verdadeira essência, experimentar emoções latentes em si mesma.
O mundo quer controlar a vida, a morte quer seu fim e a vida quer somente ser vivida. Ontem eu dormi mais novo e amanheci mais velho. O espelho não me deixa enganado. A agitação da rotina me convence disso e o tempo apenas passa e me leva com ele, como um prisioneiro, acorrentado a ele com passagem só de ida, rumo ao encontro da bendita morte, o fim da gestação de um ser e o ínicio de uma “desconhecida” vida, de um novo indivíduo. Já não penso nas coisas de menino, nem vivo como um. Minha semente já está plantada nessa terra e dará continuidade a vida, a essa vida que eu quero entender... e morrer... e finalmente viver, sem o monstro da morte me perseguindo, sem as incertezas do amanhã.
A vida que foge de nossas mãos é a mesma que nos conduz como cativos do tempo que passou, que vivemos e do tempo que virá. O tempo que queremos controlar é o mesmo que corrói nossa existência, deteriorando o vigor, corrompendo a saúde, e que nos arremessa nos braços da morte. E a morte?! Ah! A morte nada mais é do que a libertação. Deixamos de ser homens empalhados, almas sem feitio, mentes com falhas para enfim gozar da plenitude da existência em sua totalidade, experimentando de forma definitiva a integralidade do ser. Contudo sem interferir no tempo individual, cada um precisa viver seu próprio tempo, pois basta à cada dia o seu próprio mal, deixando nas mãos do Criador o poder de decidir a hora do nascimento para a eternidade ou a morte definitiva de cada indivíduo, sabendo que isso é o resultado de uma escolha feita nessa vida, a de se permitir então ser controlado somente pelo dono do tempo, da morte e da vida. Mas quando foi que ajoelhamos? Quando foi que chamamos Deus de pai? Na verdade, não somos bons filhos!

Foto de von buchman

NOITE DE PAIXÃO (Dueto )

NOITE DE PAIXÃO
Ah... Que momento de sorte aquele,
quando buscava alguém para conversar
e deparei com você .
Numa simples troca de olhar.
Ali esta você.
Foi como um sonho...
Pois eu estava carente,
me sentido só, esquecido e abandonado
Onde meu coração estava um flagelo.
Nesta noite de inverno
Onde a neve cai impetuosamente
O frio se mescla com meus sentimentos.
Minha vida solitária , triste , vazia.
Com meu coração magoado
buscava por carinho, amor e uma paixão.
Foi quando você cruzou meu caminho.
Lembro-me bem da atenção que recebi.
Isso, eu nunca mais esqueci.
Seu sorriso, seu olhar e suas palavras.
Você foi muito acessível, amável,
uma amiga adorável.
Sabendo me compreender
e me encher de razão .
Você é romântica por natureza .
Tem muita coisa linda no seu coração
e tem, realmente, algo mais.
Sabe me tratar com tanta delicadeza
que meu coração se rende a tal paixão.
Lhe quero demais . . . E como quero.
Sinto-me envolvido em suas palavras,
ditas com tanto amor e paixão,
numa forma perfeita,
que me faz sonhar e viajar neste mar de ilusão.
Quero lhe amar com toda força de meu ser.
Lhe envolver nos meus braços
Lhe por em meu colo.
E lhe fazer realizar seus sonhos e desejos
Numa noite de paixão...
( Von Buchman )
. . . . . . . . . .

QUERO VIVER COM VOCÊ ESSA NOITE DE ESTERNA PAIXÃO.

Meu amor, como responder a tamanha paixão.
Acho que nos encontramos em momentos oportunos.
Você carente precisava de mim e eu de você.
Estávamos a chamar um por amor,... e não sabíamos
Em qual direção seguir,até que o destino nos apresentou.
E aqui agora estou, pronta para te amar,ser tua ,tua mulher.
Seu coração já não se encontra sozinho eu faço parte de você.
De tanto me chamar ,eu vim, e quero recuperar todos os momentos
Que passamos distantes,quero te olhar te abraçar sentir teu calor.
Nessa noite fria, resta nos amar, nos embebedar dessa paixão
Que veio como um querubim bem devagar para nos aproximar.
Vamos nos amar e cobrir toda a carência que invadia nosso ser.
Agora somos eu e você e nosso prazer,de viver de se ter.
Cruzei o seu caminho e lhe dei atenção, sorri você, olhei-te nos olhos.
Senti que teu me pedia na primeira contra partida do teu olha,quero te amar.
Cheguei sim como tua amiga,mas meus sentimentos foram mais além
Agora me convém ter você, estar com você, e não deixar o fantasma
Da carência nos abater,nos rebater,agora somos fortes eu e você.
Eu peço para que renda-se nessa paixão, minha natureza e ser romântica.
Minha natureza é você, te procurei por tanto tempo,quero mimos.
Quero afagos,quero te beijar,tocar meus lábios carnudos aos teus.
Nesse friozinho, namorar em frente a lareira um bom vinho uma boa
Canção....isso completa nossa paixão.
Se amar é ilusão,não sei! Sei que quero tentar com você,te amar,me doar.
A partir de hoje me dou a você aos teus caprichos de homem assim,
Você cobre meus caprichos de mulher,que não vai lhe abandonar,
Me ame com toda força,que te amarei com minh’alma,
Vamos viver essa paixão!!!!sem preconceito e condição.
Saiba que me lancei de corpo e alma nessa resposta a tua paixão.....
cherinhos de Dama da noite. ( ANACAROLINALOIRAMAR )

Agradeço de todo meu coração
a poetisa Aninha por tão belo dueto !
. . . . . . . . . . .. . .
Tenhas meu Eterno Admirar!
Mil e Um beijos de Mel....
Mimos de Eterna Paixâo
Neste Lindo Coração
Cheio de desejos . . .
( Von Buchman )

Foto de Wilson Madrid

AS FORMIGAS APRESSADAS

*
* CRÔNICA
*
*
18:30' de um dia do mes de abril de 2003.

Estação Sé do metrô de São Paulo, uma das cinco cidades mais habitadas do planeta, com cerca de quinze milhões de habitantes.
No saguão interno da estação, acontece uma exposição denominada “Êxodos – a humanidade em transição – 1993-99”, trabalho de Sebastião Salgado, fotógrafo brasileiro consagrado internacionalmente pela sua arte fotográfica, voltada para os problemas sociais da humanidade, expondo fotos das vítimas e refugiados das recentes guerras e conflitos sociais ocorridas em vários países do mundo.
Sucesso de crítica e de público em vários países, a apresentação do trabalho informa que “movido pelos milhões de refugiados, migrantes e destituídos do mundo, o fotógrafo Sebastião Salgado documentou a situação em 41 países durante quase sete anos. Por quê? "Espero que tanto como indivíduos, grupos ou uma sociedade, façamos uma pausa para pensar na condição humana na virada do milênio. Na sua forma mais brutal, o individualismo continua sendo uma fórmula para catástrofes. É preciso repensar a forma como coexistimos no mundo."
Mesmo sendo gratuita para os milhares de usuários que passavam pelo local, apenas cinco ou seis pessoas apreciavam a obra prima do excepcional artista, cidadão do mundo e profeta da injustiça social mundial.
Ao lado da exposição, uma multidão de pessoas passava apressadamente, ignorando completamente tão importante trabalho.
Naquele horário, aquele local parecia um “formigueiro” de pessoas preocupadas em chegar logo aos seus destinos, provavelmente, algumas indo para o trabalho, outras para a escola e a maioria, certamente, retornando do trabalho e indo para as suas residências, onde, após o jantar, costuma dedicar algumas horas da noite assistindo a nossa programação de tv, repleta de futilidades e tão carente de programas educativos e culturais.
Foi impossivel deixar de me lembrar do “maluco beleza” Raul Seixas, que algum dia deve ter sentido o que mesmo que senti naquele momento e denunciou ao compor S.O.S.: “Lá por detrás da triste e linda zona sul, vai tudo muito bem, formigas que trafegam sem por quê...”.
Quanto aos cinco ou seis "desocupados" que dedicaram parte do seu tempo apreciando a exposição, tenho a certeza de que sairam enriquecidos no conhecimento do quanto o individualismo e o egoísmo humano é capaz e do quanto é urgente e imprescindível conscientizar as pessoas para o combate à toda e qualquer injustiça pessoal ou social, cada um fazendo o que estiver ao seu alcance para o bem comum, porque a injustiça social é gerada pela somatória das injustiças pessoais, na esperança de um dia ver toda e qualquer injustiça varrida da face da terra, para a humanidade, finalmente, poder assumir o seu direito natural e divino de poder viver em paz.
Para os que ainda não conhecem ou não souberam da realização da exposição de tão importante trabalho naquela oportunidade, ainda existe a possibilidade de conhecê-lo através do site www.terra.com.br/sebastiaosalgado.
Quanto aos demais componentes do “formigueiro”, deduzi que ocorreu uma falha grave por parte dos organizadores, no que diz respeito ao despertar do interesse geral pela exposição: esqueceram-se de contratar algumas recepcionistas com peitos e bundas de silicone; alguns seguranças "sarados" e espalhar pelo chão, em torno dos painéis que continham aquelas impressionantes fotografias, algumas pitadas de açúcar, misturadas com um pouco de fama, dinheiro e poder...
Porque as “formigas apressadas” aprenderam que “tempo é dinheiro” e que “o importante é levar vantagem em tudo, certo?” e o que elas ganhariam perdendo seu "precioso tempo" ou que vantagem levariam para ver umas fotos em branco e preto, feitas por um tal de Salgado, de algumas pessoas amarguradas, desconhecidas, pobres e excluidas do direito à dignidade humana, que nem sequer participaram do Big Brother Brasil?

Foto de Galeao

SER OU ESTAR FELIZ???

Há uma tênue distinção entre Ser Feliz e, Estar Feliz. Ser Feliz independe de condição social, financeira ou quaisquer outros fatores que entendamos serem necessários à felicidade. Ser Feliz é um estado de espírito. É um sentimento que vem de dentro para fora, pois, na realidade é, enxergar, aceitar e compreender tudo aquilo que a vida nos dá entendendo que a vida, por si só, é a maior razão para sermos felizes. Estar Feliz, este sim, é um sentimento composto de momentos. É o sabor da vitória ao alcançarmos um objetivo, a emoção de superarmos dificuldades, ultrapassarmos obstáculos e, até mesmo, nos superarmos. Aqui, vivemos o melhor de cada momento com total intensidade.
Existe em comum nestes sentimentos apenas o fato de que não há, nos caminhos a serem percorrido para alcançá-los, qualquer tipo de atalho. (Ari Galeão)

Foto de carlosmustang

REVERTERE

Qualquer dia não vou andar de quatro pés
E vou pensar muito em me entregar a uma canção
Qualquer dia não vou ter condição, nem de olhar
Porque no mínimo, não quero chorar.

O amor, nada mais é...
Que saber que mesmo que ame
Em outros braços está
E que ela é, iludida!

Porque ai, se aceitares,
Puxa ela fica envolvida
Com os beijos seus...

Mesmo sendo preterido
Por um amante momentâneo
Eu aceito, porque te amo .

Foto de Sonia Delsin

QUANTO PRECONCEITO!

QUANTO PRECONCEITO!

Não vejo diferença
Não mudo minha crença
Nem tudo é que se pensa
Existe cor?
Que é cor?
Já pensou nisso... o que é afinal cor?
Eu pergunto
Existe cor?
Existe é amor
Existe é dor
Existe tanto preconceito
É este o meu preceito
E tento dar um jeito
Desejo muitas mentes mudar
Para todos mostrar
Cor, credo, condição social
Todo mundo é igual
Somos apenas e tão somente animais
“Racionais”
E nos comportamos tantas vezes pior do que os irracionais
Luto desde menina contra o preconceito
Luto e penso
Este mundo não é perfeito
Aqui não existe perfeição
Mas podemos dar o melhor de nós mesmos
Podemos no mínimo enxergar no outro um irmão

Foto de ANACAROLINALOIRAMAR

DESGASTE DE UMA RELAÇÃO!

*
*
*
*
Dessa união não ouve então.
Que se esperava o coração.
Fagulhas dos ressentimentos,
Deceparam com o tempo.
Os traços de um relacionamento.
Que o tempo não suportou.
Foi com muito pesar que terminou,
Sem as batidas do coração,
Não tem laços que não se desfazem.
Falsas promessas,noites vazias,ilusões
E o contentamento de uma reação sem ação.
Um dia, tudo foi formoso,foi ,e fui amante ideal.
Mas hoje, isso nos faz mal.
A direção é essa a tomar, temos que nos afastar.
Para indiretamente não nos magoar.
E os farrapos foram que restaram, dessa relação,
Sem condição de permanecer.
Vamos esquecer, e nossas vidas viver.
E quem sabe amigos ser?!

Anna
09/05/08 ( A FLOR DE LIS )*-*

Foto de Dirceu Marcelino

VIOLINO VERMELHO II - DUETO - Homenagem a MUSA ENCANTADA INTERNACIONAL

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S A L O M É

“Imaginava-te”? Como nessa imagem.
Morena, esbelta, elegante, altaneira.
Eu me imagino, que sou essa miragem
Sobre o mar de forma sorrateira.

Espectro a interromper tua passagem,
Uma nuvem de verão e passageira,
A envolver-te em atos de libertinagem
E carregando-a para uma alvissareira,

Noite sob o luar desta paisagem
Num colchão de ar sobre a areia
A flutuar no balanço de vai-e-vem

De teu corpo belo de sereia
A entrelaçar-me com a voragem
Da Ninfa que em mim faz uma ceia.

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O C H A L É

Hoje é segunda-feira
Mas não quero que saia
Desse belo Jardim Encantado
Em que te vejo andando
Em terras brasileiras.

Fizestes-nos ouvir
O canto dos pássaros,
Numa suave melodia
Que aqui chega em encantada
Melodia.

Fizestes-nos consigo pisar
A relva molhada e macia
Desse belo e florido jardim.
Ora enriquecido
Com a mais bela das flores.

Flor que se cheira
E deixa impregnado em nosso nariz
O perfume de jasmim.
Trazido dos jardins de Paris
Para mim.

Ainda sinto
A brisa suave que acaricia
E acariciou tua pele macia
E, ontem, despiu-a assim,

Voluptuosa

E ardentemente.

Naquele chalé encantado
Que existiu em meu sonho,
Mas que será todo o dia
Como uma verdade para mim! (Dirceu Marcelino)
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RETORNO DA TARDE

No silêncio da tarde, regressei ao lindo jardim encantado..
Senti a brisa fresca sob meu rosto,
A doce sensação da relva sob meus pés nus,
O embriagante perfume de jasmim
Banhando meu corpo em sua sensualidade...
E no ardor dos meus olhos,
Avistei o chalé que antes não havia notado...
Em seu pleno
ardor. (Marisa Dinis )
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T U A A U S Ê N C I A

"O amor nem sempre vale a pena ser falado,
Uma palavra ofegante em sua mera verdade,
Mas em toda liberdade, o mais intenso verbo
No livro da humanidade e infinito do tempo...

Me perguntais se há mais bela aposta na vida
Eu eu vos respondo... que a vida sem amor
É um mero vazio repleto de profundo desilusão
Todos não somos mais que corpos sem condição

É muito fácil falar sobre amor por ser muitas vezes
Por ser o mais belo escape para o nosso desanimo,
Por ser a bela resposta a uma vida repleta de vazio
Mas uma situação temporária e uma queda abrupta

Difícil é ter que esperar por a embriagante junção,
De duas almas predestinas a ser um além do corpo,
Na perfeita e pura harmonia daquele amor merecido
Que nos faz vacilar na mais profunda e doce melodia"

( Marisa Dinis = Salomé )

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C O R A Ç Ã O A R D E N T E

Haverá mais bela aposta na vida?
Não sei! Não sou capaz de consciente
Pensar. Se imaginar outra vivida,
Talvez, eu consiga inconsciente,

Reviver outros momentos da lida,
E rememorar esse amor, ciente
De que perto estás e tão destemida
Aguarda-me e não está descrente.

Acreditas em amor revivido
E espera assim ansiosamente,
Tens fé de que teu homem destemido,

Procurar-te-á, apaixonadamente,
E selará a união do amor merecido
No beijo deste coração ardente. ( Dirceu Marcelino )

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