Comer

Foto de Mentiroso Compulsivo

O Actor

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Cansei-me.
Desliguei o leitor de CD’s, fechei o livro, e rodei do sofá para o chão. Cheguei à janela, afastei as cortinas. Chovia a “potes”.

Fui comer. Voltei à janela. Já não chovia. A noite estava escura, o ar, fresco da chuva, cheirava a terra molhada; a cidade lavada. Vesti a gabardine e saí.

Cá fora, a cidade viva acolheu-me. No meio dos seus ruídos habituais, nas luzes do passeio. Percorri algumas casas e vi um bar um pouco retirado. Era um destes bares que não dá “muitos nas vistas”, sossegado e ao mesmo tempo, barulhento.

Com alguns empurrões, consegui passar e chegar ao balcão. Pousei o cabo do guarda-chuva na borda do balcão e sentei-me. O bar estava quente e o fumo bailava no ar iluminado. Senti o cheiro a vinho, a álcool. Ouvi as gargalhadas impiedosas de duas mulheres e dois homens que se acompanhavam. Deviam ser novos e contavam anedotas. Eram pessoas vulgares que se costumam encontrar nas pastelarias da cidade, quando vão tomar a sua “bica” após o jantar. Estes foram os que mais me atraíram a atenção. Não, esperem... ali um sujeito ao fundo do balcão, a beber cerveja...
- Desculpe, que deseja? – perguntou-me o empregado.
- Ah! Sim... um “whisky velho”, por favor.
Trouxe-me um cálice, encheu-o até ao meio e foi-se embora.

Bebia-o lentamente. O tal sujeito, desagradável, de olhos extraordinariamente brilhantes, olhou para mim, primeiro indiferentemente, abriu a boca, entortou-a, teve um gesto arrogante e voltou o rosto.
Estava mal vestido, tinha um casaco forte, gasto e sapatos demasiado velhos para quem vivesse bem.
Olhou-me de novo. Agora com interesse. Desviei a cara, não me interessava a sua companhia. Ele rodou o banco, desceu lentamente, meteu uma das mãos nos bolsos e veio com “ares de grande senhor” para o pé do meu banco.
O empregado viu-o e disse-me:
- Não lhe ligue... é doido “varrido” e “chato”.
Não lhe respondi.
Entretanto, ele examinava-me por trás e fingi não perceber. Sentou-se ao meu lado.
- É novo aqui?!... – disse-me
Respondo com um aceno.
- Hum!...
- Porque veio? Gosta desta gente?...
- Não os conheço – cortei bruscamente.
Eu devia ter um ar extremamente antipático. Mas, ele não desistiu.
-Ouça, - disse-me em voz baixa, levantando-a logo a seguir – devia ter ficado lá donde saiu, isto aqui não vale nada. Vá-se por mim... Está a ver aqueles “parvos” ali ao canto? Todos reparam neles... levam o dia a contar anedotas que conhecem já de “cor e salteado”...Vá-se embora. Todos lhe devem querer dizer, também, que não “ligue”, que sou doido...

Tinha os olhos raiados de sangue. Devia estar bêbado. Havia qualquer coisa nos seus olhos que me fez pensar. Era um homem demasiado teatral, havia nos seus gestos e segurança premeditada, simplicidade sofisticada do actor. Cada palavra sua, cada gesto, eram representações. Aquele homem não devia falar, devia fazer discursos.
Estudando-me persistentemente, disse-me:
- Você faz lembrar-me de alguém que conheço há muito, mas não sei quem é... Devia ter estado com esse alguém, até talvez num dia como este em que a chuva caía de mansinho... mas, esse alguém decerto partiu... como todos... vão-se embora na noite escura, ao som da chuva... nem olham para ver como fico.
Encolheu miseravelmente os ombros, alargou demasiado os braços e calou-se.

Eram três da manhã. Tinha agarrado uma “piela” com o ilustre desconhecido. Tinha os olhos muito abertos, os cotovelos fincados na mesa da cozinha e as mãos fechadas a segurarem-me os queixos pendentes. Ele tinha um dedo no ar, o indicador, em frente ao meu nariz, abanava a cabeça e balançava o dedo perante os meus olhos. Ria às gargalhadas, deixava a cabeça cair-lhe e quis levantar-se. O banco arrastou-se por uns momentos e cai com um estrondo. Olhou para mim com um ar empobrecido, parou de rir e fez: redondo no chão. Tonto, apanhei-o e arrastei-o para a sala.

Deixei-o dormir ali mesmo. Cobri-o com uma manta, olhei-o por uns instantes e fui aos “ziguezagues” para o meu quarto.

No dia seguinte acordei com uma terrível dor de cabeça. Dirigi-me aos tropeções para a casa de banho. Vi escrito no espelho, a espuma de barba; “Desculpe-me, obrigado. Não condene a miséria!”

Comecei a encontrá-lo todos os dias à noite. Fazíamos digressões nocturnas, íamos ao teatro. Quando percorríamos os corredores dos bastidores, que ele tão bem conhecia, saltavam-nos ao caminho actores que nos cumprimentavam; punham-lhe a mão no ombro e quando ele se voltava, davam-lhe grandes abraços. Quase toda a gente o conhecia.

E via-lhe os olhos subitamente tristes, angustiados. Ele não se esforçava por esconder a tristeza: era uma tristeza teatral. De vez em quando, acenava a cabeça para alguns dos seus amigos e dizia:
- Não devia ter deixado...

Inesperadamente, saía porta fora, certamente a chorar, deixando-me só. Quando saía via-o pelo canto do olho encostado a uma parede mal iluminada, mão nos bolsos, pé alçado e encostado à parede, cenho franzido e lábios esticados. Nessas ocasiões estacava, por momentos, e resolvia deixa-lo só. Estugava o passo e não voltava a olhar para trás.

O seu humor era variável. Tanto estava obstinadamente calado e sério, como ria sem saber porquê.
De certa vez, passei dois dias sem o ver. Ao terceiro perguntei ao “barmen”:
- Sabe o que é feito do actor?... Não o tenho visto.
- Ainda não sabia que ele tinha morrido? Foi anteontem. A esta hora já deve estar enterrado...foi melhor para ele...
Nem o ouvia. As minhas mãos crisparam-se à roda do corpo, cerrei os dentes. Queria chorar e não conseguia. E parti a correr pelas ruas. Por fim, cansei-me. Continuei a andar na noite, pelas ruas iluminadas. E vi desfilar as imagens. Estava vazio e, no entanto, tantas recordações. Não sentia nada, e apenas via as ruas iluminadas, as montras, os jardins.
Acabei por me cansar, de madrugada tive um sonho esquecido.

Percorro as ruas à noite, os bares escondidos, à espera de encontrar um actor “louco e chato”. De saborear mentira inocente transformada em verdade ideal. E há anos que nada disso acontece. É verdade que há sujeitos ao fundo do balcão, mal vestidos, a beber cerveja... mas nenhum que venha e pergunte se sou novo aqui... As pessoas continuam a rir como dantes, todos os dias vejo as mesmas caras, e se me perguntarem se gosto desta gente digo-te que não as conheço ainda... e olho-os na esperança que venha algum deles e que lhe possa dizer, como a raposa de “ O principezinho”:
- Por favor cativa-me.

Acordei, tinha parado de chover, lá fora ouviam-se as gotas mais tímidas ainda a cair dos telhados, fazendo um tic-tac na soleira do chão, como quem diz o tempo da vida continua, por segundos parei o tempo e pensei, mais um dia irá começar e neste dia eu também irei pisar o palco, todos nós iremos ser actores, uns conscientes da sua representação, outros ainda sem saber bem qual seu papel, uns outros instintivamente representando sem saber que o fazem e outros ainda que perderam o seu guião....

Foto de DAVI CARTES ALVES

A VIDA É BELA ! ANIME-SE!!!

Hoje o sol não deixou de brilhar soberano
Derramando sua luz ,
Que enche nossa alma de vida e alegria
Só por que você teima
Em ficar aí choramingando

Aquele travesso colibri, com seu prisma multicolorido
Hoje chegou atrasado
Mas não deixou de tomar, da sua água com mel
Só porque você esta vestida
Com essa máscara de melancolia

As azaléias neste mes de agosto
Não deixaram de matizar o jardim
Num agradável rosa pink
E de compor na cidade o dueto harmonioso
belissímo com o ipê amarelo
Só porque você não quer comer, gordinha

Lembra daquela fila de crianças, aquela que você gosta tanto!
Todas de mãozinhas dadas indo com a tia, brincar na cancha de areia
Não deixaram de mostrar a língua, me mandar beijos, me chamar de bobo
Fazer aquele sinalzinho com o dedo, e “explodirem em gargalhadas“
Só porque, você resolveu ficar o dia inteiro na cama, meu bem!

Sabe aquela chuva, que cai no final da tarde
Aquela fresquinha, fresquinha! Hoje foi mais forte!
E eu saí sem guarda chuva de novo
Mas ela não deixou de causar aquele corre-corre na Praça Tiradentes
Só porque você não quer atender nenhum telefonema, flofy!

Você percebeu como o sabiá estava animado nesta manhã?
Não! mas numa cantoria menina!
Ele não deixou de “ir ao trabalho“
Só porque a juriti, não lhe quer, doçura!

Oh meu amor, a vida não deixou de te chamar pra vivê-la!
Hoje, lhe sopraria uma brisa meliflua,
Um afago em seu cabelo, uma caricia em seu rosto
Pra gentilmente convencê-la
E pra si também tê-la.

A vida é bela!!! Gritou pra mim,
Depois de uma longa conversa animada,
aquele meu amigo
Aquele, que não tem as duas pernas,
e fica tocando sua doce flauta na Rua XV
Ele não se esquece, e não se esqueceu disso

Só porque aquele sapo
Não quer o teu beijo, minha princesa!!

poesiasegirassois.blogspot.com

Foto de all_nites

qual o sentido de tudo isto???

Qual o sentido de tudo isto?
Acordei esta manhã com este estranho pensamento. Abri os olhos a pensar em algo que torturava a minha cabeça ao longo dos tempos. Essa pergunta impertinente não me largava e tudo o que eu queria fazer, era despachar-me para ir para escola. Tanto ela me chateava que decidi, por fim, sentar-me na cama desarrumada e pensar sobre o assunto.
Tudo o que estava a pensar tinha a ver com o sonho que tinha tido. As imagens e os filmes do meu subconsciente passavam rapidamente na minha cabeça e sem problemas, consegui finalmente, perceber a base de tudo isto. Como é que tudo se formou?
É claro que segundo a ciência, a vida formou-se na Terra, devido a condições favoráveis, ou seja, os quatro elementos criaram uma situação estável de forma a permitir a formação de aglomerados moleculares, células e por fim seres vivos.
Mas a minha pergunta não ia para tão perto, ela ia ainda mais para longe. Os animais formaram-se através das células, as células formaram-se a partir de moléculas, as moléculas provêm dos átomos e então, “DE ONDE VÊM OS ÁTOMOS?”.
Finalmente! Tinha conseguido achar a pergunta. Mas faltava o mais importante, a resposta. Ninguém sabia a resposta. Desde daquele tipo de pessoas fúteis, que não se interessam por nada e só querem viver as suas vidas segundo o padrão social, até aqueles grandes cientistas e filósofos, mentes brilhantes que atravessam a vida pelos caminhos mais difíceis e mais sabedores, como Platão, Newton ou Da Vinci, não têm uma resposta certa quanto a essa resposta.
Bem, o certo é que, depois de tudo isto, tive que me despachar a vestir e a comer para não chegar tarde à escola.
O dia foi interessante. Era uma Quarta-feira e por isso as únicas disciplinas que tinha eram Educação Física, Filosofia e Matemática.
Em Educação Física, a minha turma teve a jogar Softbol (parecido com o basebol mas com uma bola de ginásio) e consegui fazer um Home-run.
Em Filosofia, teve-se a falar da ciência, um tema porreiro quanto a mim, e o professor deu-nos um trabalho para fazer ao longo do terceiro periodo. O que nós tinhamos de fazer era criar um texto em que se falasse dos limites da ciência, segundo a nossa opinião e não com ideias retiradas de outros lugares.
Eu já tinha um tema acerca do trabalho.
Durante as férias da Páscoa, eu surgi com uma teoria acerca da viagem inter-espacial. Falei com os meus amigos, João Jalé e Rui Gamboa e todos concordámos em realizar essa experiência. Essa ideia consistia em comparar a massa e a carga de um átomo de modo a construir um modelo semelhante a essa partícula, mas em tamanho real.
Toda a experiência foi projectada. O modelo foi desenhado e os objectos eram de fácil acesso mas, o pior foi os cálculos. Segundo um átomo de hidrogénio (que é o mais leve de todos os elementos), para construir um sistema de massa 5g a energia necessária para fazer a carica viajar no espaço, não era nem mais nem menos, do que 2 x 1013 volts. Bem isso era um bocado díficil de atingir e por isso esquecemos essa ideia.
Mas agora podia falar dela no trabalho.
Cheguei a casa, coloquei-me em frente ao monitor e fui buscar toda a informação que possuia da experiência. Retirei os textos que explicavam a actividade, os gráficos e esboços do projecto e comecei a escrever um texto, a expôr a minha ideia.
Demorei pouco tempo a fazer o trabalho pois já tinha muita informação.

O período passou num instante. Faltava poucas semanas para terminar as aulas e o prazo de entregas dos trabalhos para Filosofia era hoje. Apesar de ter uma semana para entregar, só me tinha lembrado de trazer o trabalho para a escola no último dia.
Entreguei o trabalho ao professor assim como os outros alunos e expliquei ao Jalé e ao Rui o que tinha escrito. Eles disseram que segui um bom exemplo para o trabalho e que era boa propaganda da ideia.
Tocou para saída, arrumei o material e juntamente com os meus colegas saímos da sala em direcção ao átrio da escola. Encontrei a Diana, a minha namorada e cumprimentei-a com um beijo doce.
O intervalo era de quinze minutos e por isso não valeu a pena sair da escola. Quando estava quase a tocar para a entrada, um certo indivíduo colocou-se à minha frente era o meu professor de Filosofia.
- Podes vir comigo ali fora para eu te apresentar uma pessoa? – perguntou-me ele apontando para a saída.
- Claro, tudo bem. Diana, já vai tocar, podias ir já para a aula.
- Está bem. – respondeu ela dirigindo-se para as escadas que levavam às salas de aula.
Acompanhei o professor até à saída da escola e junto ao passeio, estava a estacionar, um Mercedes SLK 600. Um senhor de fato saiu do carro e dirigiu-se a nós.
- Bom tarde, doutor.
Apertaram as mãos após o senhor também cumprimentar o professor.
- Doutor, este é o Bruno. – começou ele. – Tiago, este é o Doutor José Cunha, ele é o responsável por um laboratório situado perto daqui.
- Olá. – disse eu apertando a mão ao Dr. José.
- Olá. Então és tu o génio que deu asas a esta ideia? – perguntou ele.
- Qual ideia?
- Teoria Atómica da Mudança de Espaço.
- Hã... Sim fui eu. – disse eu embaraçado.
- Estou espantado! Onde arranjaste tal ideia?
- O meu pai tem um livro antigo e nesse livro está a falar de um experiência Top Secret, que não se sabe se existiu ou não, chamada Philadelphia Experiment, a Experiência do Filadélfia.
Então eu lá falei durante minutos sobre a tal experiência que a marinha norte-americana tinha feito durante a segunda guerra mundial, eles tinham conseguido, sem se saber como, fazer desaparecer um navio em alto-mar e fazê-lo aparecer numa baía. A marinha negou tudo mas houve muitas testemunhas. Após ler aquilo fiquei curioso e pus-me a pensar sobre o assunto. Tanto pensei que, por fim, veio-me à cabeça uma ideia: qual é uma das únicas coisas instantâneas no mundo? A passagem de nível electrónico dos electrões para a camada seguinte. Segundo a química, quando um átomo recebe demasiada energia, os electrões ficam excitados e por isso passam instantaneamente para uma camada electrónica superior. Fiquei com esta ideia na cabeça mas foi logo substituída por outra, e se desse para criar um modelo com as semelhanças de um átomo mas numa escala real. Pensei mesmo muito nisso, fiz textos sobre isso, desenhei projectos, fiz tudo, inclusive os cálculos que estragaram tudo, pois era preciso uma carga de 2 x 1013 volts para o objecto de 5 g passar para o nível seguinte e viajar no espaço, e por isso desisti do projecto porque com uma energia dessas, mesmo que fosse possível criar, poderia fazer estragos com tamanha carga, como no caso dos trovões.
Acabei de explicar tudo e reparei que ambos olhavam para mim fixamente.
- Espectáculo! – disse o doutor. – Há anos que tento arranjar alguma forma de viajar no espaço e tu conseguiste primeiro que eu. Queres juntar- -te à minha equipa?
- Uau! Seria um prazer. Quando?
- Sei lá, talvez nas férias.

Falámos por mais uns momentos, mas já eram três e meia e tinha que apanhar o autocarro. Dei o meu contacto ao Dr. Cunha e despedi-me.
Ia a caminho de casa, no passeio junto à estrada e uma criança ia à minha frente a andar também, mas mais devagar. Acelerei o passo para a passar ao lado da menina e quando passei por ela, uma voz fina dirigiu-se a mim.
- Não o faças! – disse a menina com um ar triste. – Por favor, não estragues o mundo!
- Não faço o quê? – disse eu espantado pela reacção da criança.
- Teoria Atómica da Mudança de Espaço. – disse a menina levantando a cabeça e mostrando os seus olhos azuis brilhantes.
Fiquei paralizado, como é que ela podia saber? Não contei a ninguém, a não ser ao Jalé, ao Rui, à Diana, ao professor e ao doutor. Eles não iam espalhar isso por aí e mesmo assim, como é que uma miudinha conseguia perceber isso?
A criança virou-se e começou a caminhar para o lado contrário.
- Espera aí! Como te chamas? – perguntei eu acompanhando, por momentos, a menina.
- Gabriela do Paço Castanheira Esguedelhado. – disse ela olhando de relance para mim. – E não me sigas. Adeus pa....
- Adeus quê? – disse eu gritando para ela já ao longe.
Ela não respondeu. Começou a correu e virou para uma rua escondida. Durante minutos fiquei ali parado espantado pela situação.
Cheguei a casa lentamente a pensar sobre este estranho episódio. Entrei em casa, abri a porta para os cães irem à rua, abri os estores da sala e deitei-me no sofá. Estava muito cansado e custava manter os olhos abertos. Tudo se escureceu e por fim adormeci.

Acordei agitadamente, saltando do sofá violentamente e caindo para o chão. Olhei para o telemóvel, eram seis e vinte e tinha uma chamada da minha mãe.
Sentei-me no sofá e levei as mãos à cabeça, tinha tido um sonho horrível, o fim do mundo. Tinha sonhado que a terceira guerra mundial tinha rebentado devido a uma associação criminosa que usava a minha teoria para tudo o que era mau. Roubar, infiltrar e até matar. Parecia tudo tão real.
Finalmente tinha compreendido o que queria dizer a rapariga sobre o estragar do mundo. Finalmente tinha percebido que, se calhar a minha teoria não era assim tão boa como tinha pensado. Possivelmente era mais negativa do que positiva. Era boa como transporte rápido de pessoas e mercadorias mas era mau devido aos assaltantes e associações criminosas que eram facilitados no seu trabalho devido a esse transporte.
Estava decidido! Ia esquecer tudo. Era difícil mas era o melhor. Tinha que pôr tudo nas costas. Tinha que dizer ao Rui e ao Jalé o que se tinha passado e explicar ao meu professor e ao doutor a minha opinião.

Na sexta-feira, dirigi-me ao professor de filosofia que estava na sala dos professores e expliquei-lhe tudo certinho e o mais directo possível. Após acabar a explicação, o professor com uma cara de desânimo virou-se para mim.
- Tens razão. – disse ele. – Também já tinha pensado nisso.
- Então quer dizer que o professor me apoia nessa escolha.
- Claro que te apoio. Foste tu que criaste isto e és tu que tens a escolha de desistir do projecto. – disse ele pondo o braço a minha volta. – O Dr José é que vai ficar muito desiludido.

O professor voltou a chamar o doutor e eu expliquei a situação toda outra vez.
- Tens a certeza que queres fazer isso? – perguntou o doutor.
- Tenho, muita certeza.
- Que pena! Era uma grande oportunidade para seres famoso. Pelos vistos afinal vou ser só eu o famoso.
- O que quer dizer com isso? – perguntou o professor.
- Bem, já que ele não quer levar o projecto avante e como já tenho conhecimento acerca da teoria, levo eu isto para a frente.
- Não pode fazer isso! A ideia é minha e para além disso você vai provocar muita alteração no mundo. – gritei irritado com a atitude.
- Está bem! Quando me mostrares o Pai Natal, eu acredito no teu sonho.
Ele dirigiu-se para o carro e foi-se embora em grande velocidade.
- O que se pode fazer para evitar? – perguntei ao professor.
- Nada! Tu não patentiaste a ideia logo ele pode usá-la à vontade.
- Onde fica o laboratório dele?
- Fica no Bombarral. – disse o professor.
- O professor tem carro? – perguntei insistindo numa hipótese.
- Tenho.
- Então vamos fazer-lhe uma visitinha. – disse olhando para ele à espera de resposta.
O professor pensou durante momentos, até que por fim concordou comigo. Entrámos dentro do carro dele e fomos rapidamente até ao Bombarral.

Quando chegámos ao laboratório, este não era nem mais nem menos do que uma fábrica velha de tijolo.
- É aqui? – perguntei.
- É. – disse o professor. – Ele usa o laboratório debaixo da fábrica.
Entrámos dentro da fábrica e fomos dar a uma porta que necessitava de uma palavra-chave. O professor digitou uma combinação de números, a porta abriu-se e um elevador levou-nos para baixo.
Descemos poucos metros e quando a porta se abriu fiquei paralizado de novo. Já estava tudo pronto para a experiência. Os meus projectos já estavam todos construidos à minha frente e uma contagem decrescente de três minutos tinha-se iniciado.
O laboratório tinha aproximadamente três andares e no último estava, dentro de uma sala apenas com uma janela, o Dr Cunha. Ele viu-nos e rapidamente começou a descer as escadas. Ouvia-se da sua boca as palavras “Continuem a contagem”. Após descer os três andares e aproximou-se de nós com um passo rápido.
- Então gostam da minha experiência? – disse ele ironicamente.
- Pára já com isto! – disse eu directamente olhando bem para os olhos dele.
- Não sabes o que estás a fazer! – disse o professor.
- Claro que sei!
“Um minuto e meio para actividade.”
- Com essa potência, toda a população desta vila vai morrer electrocutada. – disse eu.
- Não vai não! Estão a ver estas paredes todas à volta. – disse o doutor apontando para elas. – São feitas de um material que isola grandes cargas eléctricas.
- Cala-se! – disse eu. – Voçê vai provocar muitos estragos mundiais e eu vou evitar.
- Como? A fazer birra? – deu uma gargalhada seca.
“Trinta segundos”
Comecei a correr em direcção ao projecto. Poderia fazer qualquer coisa para evitar. Estragar a experiência, rouba o objecto, qualquer coisa.
O doutor seguiu-me e quando cheguei perto do projecto, ele agarrou-me fortemente.
- Não me vais estragar tudo! – disse ele com um tom de voz irritado. – A experiência é minha.
- Não! É dele! – olhei para trás e vi o professor a dar com uma cadeira no Dr. Cunha deixando-o inconciente sobre o projecto.
- Obrigado. – disse eu.
“Dez...nove...”
- Temos que sair daqui! – disse ele.
- Mas e o doutor?
- Não dá tempo! – disse o professor agarrando-me na mão e puxando-me até ao compartimento, de onde saiu o doutor, atrás das paredes isolantes.
Um forte clarão se deu durante segundos e após ouvir-se um estalo intenso tudo se normalizou. Esperámos uns segundos e por fim volt´mos à sala. Tinha desaparecido! O doutor e o objecto tinham desaparecido totalmente. Não havia sinal deles.

Com toda esta confusão, após fechar-se o laboratório e isolar-se os acontecimentos, eu quis voltar para casa. Não podia contar isto a ninguém, não convinha. Poderia acontecer tudo novamente.
Sentia a mente aliviada enquanto ia no carro com o professor. Eu e ele não tinhamos falado mais sobre o assunto. Simplesmente agradeci-lhe por tudo.
Cheguei a casa. Já o carro se tinha ido embora e ia eu abrir a porta quando um “Obrigado” surgiu de uma voz fina. Olhei para trás e vi a menina do outro dia. Agora ela já estava feliz e despreocupada. Eu tinha tantas perguntas para fazer mas limitei-me a dizer:
- Gabriela do Paço Castanheira Eguedelhado né? Não me vou esquecer desse nome. Obrigado eu por tudo.
- Não vai ser preciso lembraste. – disse ela sorrindo e voltando a correr, afastando-se de mim.

Era Sábado e por isso estava com a Diana. Contei-lhe a situação do laboratório, ela era de confiança apesar de ter sido difícil fazê-la acreditar.
Falei-lhe da rapariga mas não sei porquê, não me lembrava do nome dela.
- Diana, se tu tivesses uma filha, que nome lhe davas? – disse eu tentando-me lembrar do nome dela.
- O meu nome favorito é Gabriela e, se neste caso, tu fosses o pai ela chamava-se Gabriela do Paço Castanheira Esguedelhado.
Voltei a paralizar. Será possível? Será que aquela rapariga era de facto, minha filha?

Fim

Foto de Daemon Moanir

É algo

É algo estranho,
Estranhamente doce, mas vazio.
Ela é bela, muito até, demais talvez
Meu buraco continua a crescer...
Ó Deus agradeço o nada de tudo que tenho
Que me faz ver com olhos de ninguém o que existe.

Que confusão!
Que estado o meu,
Estranho,
Estranhamente suave,
O voltar das conversas do âmago
E sinceridade em cada palavra.
Ah Deus é tão bom!
O ser tão natural! Tal como comer uma maçã,
As frases fluírem sem estorvos!
O querer do acordar amanhã!
Ó Deus é tão bom!
O cheiro a terra molhada pela manhã.

Foto de Ludwig Plateau

Acabou

Como é difícil romper um relacionamento!
Aquela pessoa que você amava mais que a si próprio, aquela pessoa que costumávamos colocar em um pedestal, e que dizia que nos amava também, nos deixou!
Simples assim, sem mais nem menos. Para você, claro, por que ela deve ter tido os seus motivos, que por sua vez ja lhe foram passados, mas você, orgulhoso (a) não quis aceitar que tal motivo, fizesse seu mundo cair. Só pelo fato dela ter um motivo, por mais banal que seja, ja basta, afinal, ninguém é obrigado a amar ninguém, e se obrigado fosse,tão pouco consegueria.
Tudo aquilo que você planejou com aquela pessoa, os sonhos, viagens de verão ou inverno, tudo, tudo, se vai por água abaixo. Também aquilo que você teve q engolir só para agradá-la, como ver um jogo de futebol, comer salada, caminhadas intermináveis no shopping, etc. de nada adiantou. Que tristeza!
O dia seguinte então?!
É daqueles que a gente não precisaria e nem queria ter acordado.Como pode uma pessoa só, trazer tantos transtornos em todos os aspectos da nossa vida?
Parece que nada que seja feito nos ajude nessa hora.O universo parece conspirar para que você não a(o) esqueça! Os pássaros cantam musicas que voces escutavam juntos, as nuvens escrevem o nome da pessoa no céu, caem mais estrelas cadentes q a nasa pode contar, só pra você fazer pedidos de volta com seu verdadeiro amor! Que vida cruel!E agora?!
Besteira. O mundo não para só para você se lamentar.
A verdade é triste e dói, mas é a verdade!E você terá que aprender a conviver com ela!
Mas, o que fazer pra conviver e sobreviver a essa parte tão dificil da vida de nós, reles mortais?
Comece acordando mais cedo que o habitual!
Ao invés de café, experimente um suco de laranja. Ao invés de ver tele-jornais de manhã cedo, coloque aquele cd que você tanto gosta. Os tele-jornais são deprimentes por natureza!
Acordou muito cedo, e agora nao tem mais o q fazer além de lembrar da pessoa?Aproveite esse tempo de sobra e vá ao parque dar uma corrida.
Transforme isso em um hábito.
Caso fume,largue o cigarro! Eu sei, o momento é propício para aumentar consideravelmente o número de cigarros fumados ao dia. Mas tente! Surpreenda-se!Cada dia um pouco mais.
Termine aquele livro pela metade!
Pule de Bungee Jump. Sinta medo e vença esse medo.
Tome uma dose de adrenalina duas a três vezes por dia e no mínimo mais 1 de endorfina!Vicie-se nisso!
Faça aquela janta e convide seus melhores amigos, assistam um filme, conversem, deem risadas!Exagere nisso.
Tome um calice de vinho por dia, nao se esqueça, vinho faz bem ao coração.Mas não exagere.Pelo menos não todos os dias.
Viage, vá ver o mar!
Compre uns ingressos pro teatro,vá assistir àquela peça chata que só você gosta.
Abuse das coisas que você sempre quis abusar!
Se permita!
Faça tudo aquilo que você sempre quis mas não pôde, por que estava ocupado(a) demais, acariciando o ego de alguém ou até mesmo o seu próprio.
Vá de encontro com as suas verdades. Dói cutucar as feridas, ninguém aqui disse o contrário!
O processo de esquecimento É dolorido e não tem prazo de validade, a menos que você, que é o único que tem poderes para isso, o estipule.
Além de ver com os próprios olhos que esse processo não mata, você vai aprender a respeitar a si mesmo(a), a gostar mais da sua própria compania.Você vai dizer nao para algo que nao te faz bem, não por causa do orgulho e sim por causa do bem maior, que é a sua vida.O simples fato de existir já é uma grande motivação! Viva!
Você vai ver que além de esquecer sim da outra pessoa e nao morrer por causa disso, você vai aprender a gostar mais ainda de quem nunca te deixará na mão: o amor própio.

Ludwig Plateau

Foto de Darsham

Elogio ao Amor

"Quero fazer o elogio ao amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível, já ninguém aceita amar sem uma razão.
Hoje, as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calcas e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo".
O amor passou a ser passível de ser combinado.
Os amantes tornaram-se sócios. Reunem-se, discutem problemas, tomam decisões.
O amor transformou-se numa variante psico-socio-bio-ecológica de camaradagem.
A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível.
O amor tornou-se numa questão pratica. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há. Estou farto de conversas, estou farto de compreensões, farto de conveniências de serviço.
Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "está tudo bem, tudo bem?” Tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananoides, borra-botas, matadores de romantismo, romanticidas. Já ninguém se apaixona?
Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo do amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos cante no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraço, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassado ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa a beleza. É esse o perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro e uma condição. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar e a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que se quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não está lá quem se ama, não é ela que nos acompanha – é o nosso amor, o amor que se lhe tem.
Não é para perceber.
É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado do que quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.”

Miguel Esteves Cardoso in Expresso

Foto de Ludwig Plateau

Ontem e Ante-ontem

Ontem tentei dar risada...mas vi q faltava você para me fazer cócegas;
Ontem tentei andar por ai despreocupado...mas vi q faltava você para me dar a mão;
Ontem tentei ficar o dia todo sem fazer nada...mas vi que faltava você para não fazermos nada juntos;
Ontem tentei sair correndo atrás de um sonho...mas vi que faltava você para me guiar;
Ontem tentei fazer a janta...mas vi que faltava você para comer comigo e dizer que estava ótimo (mesmo não estando);
Ontem tentei não ficar triste com a saudade...mas vi que faltava você do meu lado;
Ontem tentei não xingar o mundo...mas vi que faltava você aqui para completar o meu;
Ontem tentei tocar uma música na viola...mas vi que faltava você aqui para canta-la;
Ontem tentei durmir mais cedo...mas vi que faltava você para me dar boa-noite;
Ontem tentei conversar com alguém...mas vi que faltava você aqui para me compreender;
Ontem tentei dizer palavras sinceras...mas vi que faltava você para ouvir;
Porém hoje, não tentei mais nada...
Hoje,só olhei pro meu coração...
E vi que lá,
Você não falta!"

Foto de leticinhapoetisa

musica- Esta escrito

Musica- Esta escrito.
O meu coração é você que domina,
Faça sua parte, me deixe te conquista... Pois na nossa história,
Esta escrito que é eu quem tenho que te encanta, agora colabore,
Porque eu vou atacar... Suas amigas dão risada, pela minha atacada...
Será que não fiz direito? Será que não sei fazer?
Vou mudar minha estratégia e vou seguir minha vida,
Porque agora não é você que transformará minha vida paralitica,
Vou sair com os amigos, comer, beber e assistir os jogos do corinthas para ele vencer.
Você me diz que eu estava errado de sair, e estava te traindo...
Então porque você sai? Não pode me proibir de uma coisa que eu não fiz...
Eu parei de sair, parei de beber, agora só me resta você.
E agora? O que lhe falta pra ser feliz? Só quero que você se distraia comigo e deixa suas amigas ali.

pessoal, essa musica eu fiz para o forfun cantar!!!

beijos ;]

Foto de CARMEMMARQUES

Simplicidade

A simplicidade parece ser uma parte das pessoas e coisas, ela pode estar no néctar das flores, no olhar de uma criança, em fim, em tudo que há de bondoso no mundo. As cores parecem todas muito nítidas, cobertas de vidas e esperanças.
Cada inseto miúdo que pousa numa flor deixa o ar mais purificado e encantador, mas às vezes rouba sua fragrância deixando-a sem vida. Mas nem por isso, elas tiraram o verde do campo e do gramado, que ali existe. O lugar parece parado mesmo avistando um pássaro cantor que vem de um lugar distante a procura de algo para comer, parecendo estar exausto, vindo do norte para o sul, com expectativas de ver tudo o que lá deixou.
Mesmo com a poluição o lugar recebe um pouco de luz que o olhar das pessoas deixam quando passam por lá. De repente, aparece uma gota de água caindo numa única rosa, o barulho calmo da chuva passando entre as aves que o verde das folhagens daquele jardim.
Às vezes é doloroso a gente falar que não é fácil ver as verdades claras no meio de um cidadão. Com o dinheiro na mão, o homem pode comprar tudo o que vê nas vitrines, aparelhos sofisticados. Quem o dinheiro faz ficar rico, mas nunca traz a felicidade das pessoas seja ela qual for.
A simplicidade nasce no coração limpo daqueles que sabem o seu significado por isso ela deve ser conservada e dita livremente sem nenhum temor. Ela deve ser observada nas flores que vão expondo o seu perfume e plantando a paz no mundo e no coração de quem não conhece o seu significado.

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"PERIGO"

“PERIGO”

Não toque que é perigoso...
Cuidado você não agüenta este peso...
Não experimente, talvez não seja gostoso...
Calma, olhe para onde anda, não caminhe a esmo!!!

Você não pode você não deve você não precisa...
Chega!!! Não agüento mais tanto não...
Será que eu posso tentar algo na minha vida...
Ou o livre arbítrio é pura ilusão???

Placas me mostram que não posso parar...
Normas me proíbem até de comer...
Onde será que vamos chegar...
Talvez seja impedido até de morrer!!!

Quando será que eu vou poder decidir...
Tudo aquilo que eu quiser fazer...
Andar pelas noites, resolver aonde ir...
E não ter ninguém pra me aborrecer!!!

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