Clemência

Foto de Carmen Vervloet

PROTESTO DA ALMA

No estalo do meu grito
perdendo-se no infinito
o meu coração implora
para que se comece nova história.
Uma história em outra dimensão
onde honestidade, ética e liberdade,
sejam de fato verdades
num mundo onde tudo mudou.
Onde só o poder tem valor...
E nós só temos o que resta... dor!
Os valores foram invertidos
foram todos corrompidos
pelo peso do vil metal.
O Poder se tornou canibal,
animal irracional!
Perdeu a alma
e nós a calma!
Está roubando a esperança
dos jovens, velhos e crianças!
Diante de tanto desengano
grito... reclamo...
E proclamo para que se faça verdade
esta ilusão!
Neste Brasil sem dimensão,
onde a medida é o nosso amor.
Este Brasil de céu anil,
este Brasil cheio de cor,
este Brasil ensolarado,
este Brasil tão amado!
Este Brasil gigante
destruído por ganância alucinante.
Quero de volta os reais valores,
guerra aos impostores!
Quero a honestidade, a ética, a verdade...
Quero para os corruptos, punição,
quero paz e oração.
Quero homens exemplares,
quero fartura nos lares...
Quero para todos, educação,
quero o país em evolução...
Quero homens idealistas
e não meros alpinistas.
Quero voltar a ver o sorriso
acendendo os rostos...
Quero os corações iluminados
batendo de alegria, acelerados!
Quero voltar a ver em cada par de olhos,
a esperança!
Sentir das almas a fragrância
de rosas plenas, em exuberância!
Quero sentir no corpo, a aragem
e do alto acariciar a folhagem...
E viver em paz
num Brasil sem violência...
A Deus peço clemência!

Carmen Vervloet

Foto de Carmen Lúcia

Evidências...

As evidências estão por toda parte...
Sufocam o ar, penetram a solidez
de consistências impenetráveis.
Impõem a presença do ausente,
intensificam a dor que se sente.
Instalam-se, invulneráveis, na insensatez
de um coração que arde sem reagir,
na estupidez de uma razão covarde,
ilógica, permitindo tamanha invasão...
a devastação total de um ser
que escancarou a porta ao incontestável,
que sem clemência, deixou suas marcas
entranhadas, delineadas, gravadas
na vida que tento viver,
no pranto que tento reter,
no riso que já não é meu,
na poesia que tanto doeu
e se alimenta de tudo que é seu,
alienada às evidências fincadas
num amor que já morreu.

_Carmen Lúcia_

Foto de MilEumaNoites

O que sou?

Sou uma inexistência,
Cuja alma vaga em penitência
Por te amar em demasia.
Sou sua carência,
Cuja mente se perde na demência
De te amar todo dia.
Sou louca insistência,
cujo desejo, sem clemência,
Me faz continuar a te amar por teimosia.
Sou eterna iminência,
Cujo corpo, mesmo em decadência,
Ainda espera pra te amar algum dia.

Foto de Carmen Vervloet

O PLANETA PRECISA DE LOUCOS...

Nesta revolução industrial
que polui, agride, aquece, destrói o planeta,
procuro loucos, até com lunetas...
Preciso de loucos, muitos loucos,
e são tão poucos...

No paradoxo da insânia e da razão
urge um fim para a sanidade
que se apega a fiapos de falsa sobrevivência
quando todo o planeta implora por clemência.
Só os loucos salvarão as devastadas cidades.

Louco de pedra, nu, maltrapilho,
fedendo a suor, louco andarilho...
Sem medo de se expor e ser julgado,
não tem juízo o coitado, portanto,
jamais se sentirá acovardado.
Aos loucos caberá a tarefa de salvar os lúcidos
pois só a eles pertencem os entendimentos mais esdrúxulos.

E esses loucos penetrarão nos palácios
e nas paredes escreverão um oportuno prefácio
mostrando o tudo e o nada,
ditando novas regras na esplanada.
Salvarão os lúcidos do sanatório da lucidez,
essa doença que escraviza e esvazia...
E, diga-se de passagem, se tornou mania...
Curando-os da sua avidez,
do seu egoísmo e da sua covardia!

Quero arregimentar loucos
mas, são tão poucos!

Carmen Vervloet

Foto de giogomes

Ensaio de solidão

Como pedir ajuda estando calado ?
Como clamar por clemência, sem ser julgado ?

Esperar por ajuda em uma imensidão.
Estando apenas só, em minha solidão.

Tentando em vão novamente caminhar,
sem forças sequer para poder levantar.

Me vejo gritando a uma multidão de surdos,
caído em um poço completamente escuro.

Sem respostas a perguntas não feitas.
Querendo espaço em frestas estreitas.

Me falta o ar no vácuo desta vida.
Me falta um teto, um lugar de guarida.

Estou sozinho, mesmo por pessoas rodeado.
Mesmo coberto de fatos, me sinto desacreditado.

Me sinto perdido, mesmo orientado.
Estou completamentente cego, mesmo sendo enxergado.

Busco por algo inexistente, no lugar errado.
Me afogo em pensamentos, em um lago raso.

Como calar, necessitando de ajuda ?
Como se ter esperança, sem ninguém que o acuda ?

Talvez acreditando que o meu grito seja ouvido.
Mesmo que para isso, nem um som seja emitido.

Acreditando que mesmo escondido, eu seja achado.
Lembrar de como sorrir, mesmo com os lábios cerrados.

Voltando a enxergar beleza, com os olhos fechados.
Voltar a acreditar na alegria, nesse mundo nefasto.

Talvez implorando para que toda esta sensação,
se vá embora neste ensaio de solidão.

Foto de jorge luis de oliveira

VOCÊ : O MEU MAIOR PRESENTE (homenagem à minha querida esposa)

VOCÊ: O MEU MAIOR PRESENTE
Homenagem a minha querida esposa ÁTILA
JOliveira – 23-12-2010

Pra falar a verdade com toda a sinceridade que sempre me caracterizou, você é o presente mais valioso e importante que Deus a mim reservou, por isso eu não preciso de mais nada, pois tenho você minha amada, minha vida e meu amor;

De fato nossa vida é feita e construída no dia-a-dia com muita alegria e felicidade, dois componentes ideais que junto com outros mais que nem saberíamos precisar, porque é tanto amor e cumplicidade que somente Deus na sua infinita bondade seria capaz de explicar;

Você pra mim é o ar, é a vida, é a esperança perdida, você é a realização de um sonho, com você me sinto forte, enfrento tudo, não tenho medo, arrisco, você é meu talismã, dá sorte;

Amo-te com todas as minhas forças e capacidades, com todas as minhas verdades, sonhos e realidades, enfim, amo-te de corpo e alma com tanta intensidade que após 30 anos de convivência só peço a Deus, por clemência: olhe pra esses seus filhos Senhor e conceda-nos, por favor, muitos outros anos de felicidades;

Você é, foi e sempre será o grande amor da minha vida, nesta ou em outra fase mais evoluída e nós cristãos que cremos na ressurreição e na vida eterna, se for da vontade de Deus na sua bondade paterna esse amor há de continuar aqui na terra ou em qualquer outro lugar, mas de uma coisa podes ter certeza: sempre eu vou te amar;

“Você foi dos amores que eu tive o mais complicado e o mais simples pra mim ...”, assim iniciamos nossa trajetória, inseguros, inexperientes, mas queríamos fazer história, e a vida muito nos ensinou e hoje temos certeza de que o amor, o respeito e o diálogo, nos deu segurança e, podemos dizer com confiança que Deus assim ordenou : “vocês serão muito felizes, da minha verdade ninguém foge, eu sei que JORGE é de Átila e ÁTILA é de Jorge”;

TE AMO, VOCÊ É O AR QUE EU RESPIRO É A BRISA LEVE DA MANHÃ, É COMO O SOL RAIANDO E ILUMINANDO TODA A TERRA, VOCÊ É A CHUVA QUE REFRESCA E FAZ BROTAR A PLANTAÇÃO, VOCÊ PRA MIM É TUDO NA VIDA, ME COMPLETA E FAZ FELIZ MEU CORAÇÃO.

Foto de CarmenCecilia

NÃO É Á TOA QUE TE CHAMAM CIDADE MARAVILHOSA VÍDEO POEMA E HOMENAGEM RIO DE JANEIRO (NARRATIVA)

POESIA: ANTÔNIO JOSÉ

FOTOGRAFIA: ROBERTO MATHEUS

EDIÇÃO E NARRATIVA: CARMEN CECILIA

NÃO É Á TOA QUE TE CHAMAM CIDADE MARAVILHOSA VÍDEO POEMA E HOMENAGEM RIO DE JANEIRO

Homenagem a cidade do Rio de Janeiro pelo poeta Antonio José ( Antônio Poeta ) e fotografia de Roberto Matheus

Não é toa que te chamam de cidade maravilhosa

Galante cidade majestade,
A mais hilariante e elegante,
Vanguarda e empáfia do Brasil.
Gracioso Rio, metrópole nota mil.
É lastimoso seu nome ser masculino,
Contudo isso não importa, pois sua beleza
Exagera em pueril feminil...É muito mulheril.
Rio da mocinha, da mulher e da coroa
Super-abundamente lasciva, instigante e gostosa.
Claro não é a toa que te chamam cidade maravilhosa!

Rio batizado por água e sal,
De samba e apinhado de bossa,
De esportes e verão o ano inteiro,
Da boemia sadia e hiper-glamourosa
Rio de civilização independente, ditador
De cultura, de eventos e manifestos políticos
Rio de montanhas e mata Atlântica e dos
Saraus mais alegres do país.Rio de pele ardente e morena,
E consciência vaidosa. Rio efervescente, de gente bonita
e sedutora, não é a toa que te chamam cidade maravilhosa.

Rio da poesia, da ilha de Paquetá,
Rio do mais sensacional réveillon
E do povo mais lúdico e hospitaleiro.
Rio capital imperial e da república inicial,
Meu adorado, meu dourado Rio de Janeiro.
Rio dos tamoios e de todos que nasceram aqui
Rio de todos que o amam e o adotaram de coração.
Rio hoteleiro, gastronômico, de museus e monumentos:
Para sempre meu afável Rio, continuará a ser entre todas
As cidades dessa Nação, a mais urbana, acalorada e generosa.
Tácito, meu Rio, não é a toa que te chamam cidade maravilhosa!

Rio, alento dos poetas; cineastas, atores;
Músicos, escritores, fotógrafos e chargistas:
Rio genitor e acolhedor das artes e dos artistas.
Rio de caráter concubino,urbe tropical e garbosa
Rio de mar aberto e do Cristo alto de braços abertos
Rio de todas as religiões, crenças e de todos os idiomas.
Rio de pendor lírico,labor, lazer,prazer, amor e de humor
Rio dos reais gozos, culpas, sabores, cores, opiniões e aromas
Rio de clemência igualitária, sensibilidade, parceria e filantropia.
É verdade, meu Rio, não é à toa, que te chamam de cidade maravilhosa!

Antônio Poeta

Foto de Lady Godiva

Ai Amor

Ai de ti e ai de mim
ai amor de nós os dois,
ai de mim primeiramente
ai de ti amor depois.

Dias corridos a sofrer
como é triste viver assim
mesmo sem se querer
ai de ti e ai de mim.

Lutaremos a vida inteira
sempre serenos, e depois
se não vercermos desta maneira
ai amor de nós os dois!

E se no final da vida
vir de nós tudo ausente,
tamanha desilusão sentida
ai de mim primeiramente.

Se minha ausência existir
deixamos de ser dois
Deus de ti tenha clemência
ai de ti amor depois....

Foto de eduardohenriques

Eu Hoje como no passado

EU

Hoje, como no passado, que meu caminho já deu percorrido.
Meu Eu! Caminha sofrido.
Neste todo, que sou Eu! A espelhar o meu vivido.
E por mais que me esconda. O meu Eu, é sempre reflectido.
É vivido acontecimento!
É tempo em movimento!
E mesmo, sem a nada olhar. A vida sempre vislumbro.
E o tempo decorrido lembro.
No sorriso do erguido. E na tristeza do caído Escombro.
Se assim sou! Qual a causa de tanto assombro?
Porque Eu! Sou o espelho desse tempo conseguido.
O ser, que o todo percorrido deu erguido.
E o tempo, ainda não deu concluído.
Embora Eu, me sinta já destruído.
A percorrer um mundo que julgo desfeito.
E no ver do que sou Eu, imperfeito.
Um espaço à vida murado.
Aonde o meu Eu, grita o seu silencio de corpo irado.
Na razão da forma como o todo sente.
E não o dá contente.
Entre os vindos e desavindos sentimentos.
Entre as desilusões e os encantamentos.
Nesta vida de desconhecida razão.
Que tem a morte como certo brasão.
Depois da medida do tempo, findar o fluido.
A um ser, com o universo ainda pouco intuído.
Mas como tudo, ao caminho de metas semelhantes.
À morte e seus horizontes..
Aos fins latentes.
Entre o choro de descontentes.
Que de olhos apiedados.
Se esquecem, que na mesma meta, são esperados.
Quando lhes findar a areia na ampulheta.
E a morte lhes tocar a sineta.
A quebrar toda e qualquer sentimentalidade.
Toda a vivida realidade.
Ou mistificada dualidade?
Eu, que do meu corpo ironiza.
Enquanto o meu ser agoniza.
Entre as ultimas palpitações.
Que se vão esvaindo em recordações.
Da passada existência.
Brotada de um nascimento sem experiência.
A um final sem clemência.
Eu! Comigo nascido.
Do todo quero ser merecido.
Até que o tempo, me dê por vencido.
Eduardo Dinis Henriques

Foto de andre luiz couto

Se eu pude-se

Se eu pudesse,iria
às estrelas reivindicar
a luz que nelas existe,
que com certeza levaram
do brilho do teu olhar.

Para a lua, pediria,
que não tardasse a devolver
toda beleza e magia,
que faz da vida poesia,
nesse teu jeito de ser.

Ao sol então eu diria
para nunca mais invejar
o dourado dos teus cabelos
e o lindo rastro de luz,
que sigo ao te ver passar.

Para o belo firmamento
que transforma o mar em paraíso,
quero a paz e encantamento,
que pertencem ao teu sorriso.

Ao céu de tão belo fulgor,
nas noites ou alvorecer,
confessaria que meu amor
e minha razão de viver,
para tudo que é belo e divino,
não fica nada a dever.

Se eu pudesse e soubesse
Sandra Lúcia Ceccon Perazzo

Ah... se eu pudesse
voltaria no tempo do nunca mais
para enfeitar com o brilho das estrelas
o luar de prata do seu doce e forte olhar

Ah... se eu soubesse
lutaria contra tudo e contra todos
e mesmo que partida ou quase sem vida
teria em meus lábios os olhos que hoje fitam
o gosto da boca das forças que me ditam

Ah... se eu pudesse
despiria-me dos disfarces
das minhas roupas cerzidas
das capas rudes e rasgadas
todas cosidas que hoje visto
para que não me vissem
e enxergassem somente você

Ah... se eu soubesse
reencontrar o caminho de sua alma
arrancaria dela o coração em clemência
pois é nele que palpita a vida que revela
o quanto amei evidência e em total ardência

Ah... se eu soubesse e pudesse
despertar em mim o tempo da inocência
para que eu existisse
com toda a insistência
dentro e fora de você...

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