Cinco

Foto de Carmen Vervloet

7o CONCURSO - BRASIL, ASSIM O SONHAMOS (SÍMBOLO DE AMOR)

Pirâmide onde o ápice expande luz...
Acende-se como estrela de cinco pontas,
e cada ponta, a energia, em amor conduz.
Num colorido jardim, a base alegre desponta!

Em cada flor orvalho de felicidade,
matizes de fraternidade e alegria,
venturas recebidas com simplicidade,
rastro de perfume que se faz magia.

Deveres cumpridos com prazer intenso,
direitos recebidos no sopro dos bons ventos
que chegam às nuanças de cada decorosa ação...
Magnólias que desabrocham na paz do reto coração!

Brasil, de tantas raças, cores e amores...
Brasil, de grãos tingidos em vermelho, rubis de café,
Brasil, de mesas fartas exalando odores,
Brasil, de sabiás, palmeiras e samba no pé!

Brasil, da igualdade onde cada homem é rei,
Brasil, de tantos olhos que irradiam esperança,
Brasil, de cidadãos cumpridores das suas leis,
Brasil, de dignos representantes despertando confiança!

Brasil, de suor, trabalho, galhardia e verdade,
Brasil, onde cada gesto é mais que um primor,
Brasil, onde reluzem, a cada sol, as prioridades,
Brasil, nossa pátria amada, símbolo de eterno amor!

Carmen Vervloet

Foto de Deni Píàia

Terminal Rodoviário

-Pipoca é cinquennnn... té cinquennnn... té cinquennn
-Meus irmãos, está aqui na Bíblia.
-Amendoim torradinho só setenta.
-Pipoca é cinquennnnn...
-Tem um trocadinho pra me ajudar?
-Chocolate Suflé, só num é mais doce que mulé.
-Um é dois, três é cinco.
-E Jesus falou...
-É cinquennnn... té cinquennnnn...
-Moçô, passa na rodoviária?
-Água só um e vinte.
-E a pipoca?
-É cinquennnn... té cinquennnnn...
-Torradinho, torradinho!
-Vrrrrrummmmm...
-Peraí, moçô!
-Quando Jesus perguntou aos seus apóstolos...
-Tem uma moedinha?
-É cinquennnn... té cinquennnnn...
-Suflé é da Nestrê!
-A que horas vai sair?
...
Marqueteiros, vendedores, pastores, pedintes... Povo. O terminal de ônibus me parece uma grande colcha de retalhos humanos onde cada um busca seu lugarzinho ao sol, embora seja noite. Sentado num banco tentando registrar o que vejo e ouço, fico perdido num turbilhão de ofertas, pedidos, perguntas, conselhos, freadas, aceleradas, passos, correrias e pernas, algumas bem bonitas! Fico imaginando de onde vem toda essa gente que, de alguma forma, em sua maioria, tenta levantar uns trocados. Verdadeiros profissionais de vendas, desdentados e maltrapilhos, que vivem de seus parcos negócios, enquanto eu não consigo vender nem pra mim mesmo. Onde estão suas famílias, seus amigos, suas casas?
Resolvi experimentar o amendoim torradinho-torradinho, acondicionado em tubinhos de papel dentro de uma espécie de balde que, embaixo, tem uma abertura onde uma brasa mantém a iguaria aquecida. E não é que estava quentinho! Achei que valeu o preço: só setenta centavos. O “Suflé” até que provoca a gente, mas naquelas mãos quentes deve estar uma papa. A água mais quente ainda. Quanto à pipoca tenho vontade de chutar o pacote, de tão chato que é seu anúncio: -É cinquennnn... té cinquennnnn...
Um caso à parte é o pastor. Bela oratória! Um sujeito bem vestido, terno limpo, puído, mas limpo. Pasmo com seu nível de informação. Fala do diabo disfarçado de roqueiro, citando Led Leppelin, John Lennon e Nirvana, discorrendo sobre Raul Seixas no cenário nacional, entre outros. Faz uma profunda e excelente crítica sobre a programação televisiva onde, logicamente, lá está o capeta de novo, em todos os canais e horários. Mete o pau em religiões, todas! –Minha religião é a Bíblia, diz ele. Pisoteia sobre a moral de pastores que pedem e tiram dinheiro dos fiéis, até deixando alguns expectadores contrariados.
À primeira vista lembra uma feira onde ninguém conhece ninguém, onde todos estão sós. Ledo engano. Observando melhor percebo que, atento ao pastor/orador, outro espera ao longe para substitui-lo ou acompanha-lo no caminho de volta. O vendedor de “Suflé” acompanha o da pipoca, que é amigo do amendoim. A mulher que vende água é mãe da moça que vende frutas na outra plataforma. O pedinte de moedas é parceiro do outro que já pediu, ganhou e agora está fumando sossegado. Os motoristas são companheiros entre si e conhecidos da maioria dos passageiros. Enfim, acabei por concluir que só eu estava sozinho. E como num passe de mágica, de repente o terminal se esvazia. Para onde foram todos? Vendedores desapareceram, o pastor silenciou e sumiu, os ônibus escassearam, os pedintes já se acomodam na calçada. Fico com a impressão que se diluíram e escorreram para as bocas-de-lobo, de onde agora me observam irônicos. Seguiram seus caminhos e eu fiquei só. Vou tomar o próximo ônibus e também seguir o meu, para chegar em casa e continuar só. Mas amanhã eu volto.

Foto de Concursos Literários

7º Concurso Literário “Concurso de fim de ano”

Está aberto nosso 7º Concurso Literário denominado “Concurso de fim de ano”Este Concurso tem como objetivo promover e resgatar a literatura, valorizando as produções dos poetas.Cada poeta poderá participar com cinco  postagens em cada categoriaSerão desclassificados: os textos que não abordem o tema ou categoria proposto ou se expressarem qualquer forma de discriminação ou ofensa aos autores que integram o site ou a banca julgadora do Concurso.Só poderão participar todas as pessoas cadastradas no Site, atendendo apenas a expressa autoria do poeta, podendo já ter sido divulgado na internet, desde que com teu nome.Poemas de Amor é um site considerado literário por vários orgãos acadêmicos, se faz completamente necessário que a linguagem dos textos sejam compatível com as regras ortográficas e literárias. O respeito a pontuação é vital para que o texto seja compreendido em sua essência. Não serão aceito linguagem informal como as utilizadas na net com as abreviaturas tipo vc, pq , etc.Temos no site um blog a Arte de Escrever, onde os poetas podem sanar tuas dúvidasA data de postagem será de 31.12.2010 a 31.01.2011 ás 23.59, horário de Brasília, textos postados depois serão eliminados.Só estarão participando quem postar no tópico correto, ou seja.Criar ConteúdoArtigoTítulo 7º Concurso Literário - Nome do Poema ou ProsaSelecionar a categoria  “Prosa ou Poemas”Selecionar o sentimentoEm Concursos selecionar o 7º ConcursoColar o texto  no espaço  “corpo”Quaisquer postagens que não atender este critério não serão julgadas pela comissão de júri do site. Administração na pessoa de Fernanda Queiroz e através de teu contato interno da página estará habilitada a auxiliar os poetas em tuas construções em caso de dúvidas eventuais.A votação será analisada pela bancada do júri de Poemas de Amor, composta por 11 (onze) professores e catedráticos, na área de literatura.Cada participante poderá exercer o direito do voto livre, comentar os poetas que mais os agradam, porem a apuração do resultado caberá a comissão julgadora, sem  que a pontuação livre do site interfira nos resultados da bancada de jurados, Aos jurados caberá selecionar os textos premiados através de uma planilha pós o encerramento junto da direção cabendo a esta divulgar o resultado no site. Os integrantes da comissão julgadora poderão ou não se manifestar através de comentários, ficando o ato exclusivamente a cargo de cada jurado.Será observada a criatividade, abordagem do tema, ortografia e dissertação na figura de linguagem.Quanto ao prazo estabelecido para o resultado, será em 31.04.2011 TemaAs faces do amorCategorias:Contos: Ate 6.000 mil caracteres sem espaçosPoemas: Tamanho LivrePremiaçãoContamos com simpatizantes do site que oferecem pequenos e simbólicos prêmios para que este evento se realize, como DVD'S, Livros, Decorarão Artesanal, etcSerá criado um Blog para exibição dos prêmios, ou indicaremos o Blog que os exibirá.Até o momento já contamos com premiações até para o 6º Lugar.Eu sempre tive paixão por edição de livros, mas não uma edição onde os editores se tornam proprietários de nossas obras nos fazendo inquilinos permanentes.Gostaria de analisar o conteúdo deste concurso e junto aos participantes fazermos uma edição de pequena tiragem, unindo os recursos de cada um. Criarei um tópico para debatermos e ideia. Agradecendo o carinho recebido de todos os poetas que participam deste nosso lar de Poemas, estaremos contando com uma unânime participação.Desejando a todos um feliz e produtivo Ano Novo junto de meu grande Abraço.Fernanda Queiroz

Foto de Carmen Vervloet

NASCIMENTO DE JESUS

E o Verbo se fez carne
Mas o homem não O reconheceu
Não percebeu o fremente alarme
E sua alma permaneceu envolta em breu.

Chegou o pequeno menino pobre
Nascido numa simples estrebaria
Mas seu coração rico e nobre
Pulsou amoroso nos braços de Maria.

Uma estrela no céu deu o sinal
um anjo anunciou aos pastores o nascimento
na rústica manjedoura, sem a pompa real,
nasce o Rei Salvador de todo o tormento.

Neste natal, dia vinte e cinco de dezembro
Festejaremos mais um seu aniversário
E nesta vida da qual somos passantes membros
O embate contra o egoísmo, maior adversário.

Nas nuances do nosso habitual dia a dia
Vamos volver os olhos atentos e complacentes
Para os sintomas do mundo com suas dores e anomalias
Mas com olhos de criança, plenos de alegria, confiança inocente.

Carmen Vervloet

Foto de Rodrigo Stenio

VOCÊ É O QUE VOCÊ TEM?!

Ultimamente tenho feito muito essa pergunta, será mesmo que nos tornamos aquilo que possuímos, enquanto bens de consumo?

Será mesmo que a importância que nos é dada enquanto pessoa, em nossa própria sociedade, está ligada direta e proporcionalmente àquilo que conseguimos comprar?

Você alguma vez já se fez essas perguntas?

Estamos no ano de 2010 depois de Cristo, muito tempo já se passou desde que o homem evoluiu e começou a viver em sociedade. Durante todo o processo evolutivo, muitas fases se destacaram como primordiais para que primeiramente conseguíssemos vencer as adversidades naturais e mais tarde as próprias adversidades criadas por nós mesmos em nossas vidas sociais.

O homem primitivo buscava proteção em cavernas e árvores ocas, aprendeu a dominar o fogo que os mantinha aquecidos, os protegia de animais selvagens, era usado para preparar alimentos...,esse mesmo, era conseguido através da caça, suas peles viravam vestimentas, sua carne era o próprio alimento e seus ossos, muitas vezes, eram utilizados na fabricação de ferramentas de corte, suportes ou mesmo nas primeiras manifestações artísticas dos povos primitivos, como esculturas por exemplo.

Mais tarde, mas ainda não tão distante da era primitiva, o homem começou a viver de forma menos predatória e menos nômade também, começaram a se estabelecer padrões hierárquicos dentro dos grupos, que já não mais se mudavam para conseguir alimentos, cercados foram feitos para que fossem criados animais, tanto para a alimentação direta, quanto para transporte, ou mesmo como animais de estimação; a agricultura começou a ser pensada também como forma de subsistência direta e algumas pequenas plantações de tubérculos, legumes e vegetais puderam se tornar também fonte de alimentação.

Começava aí, a era dos homens modernos!

Seres fortes e resistentes ao seu meio natural, totalmente diferentes de todos os outros animais que já haviam habitado a terra, tinham o grande poder, até então nunca visto antes: o raciocínio.
Seres que não são apenas mais adaptáveis ao seu meio, mas que podiam adaptar o meio às suas necessidades diretas, transformando-o e tornando-o um reflexo de suas próprias sociedades.

Até então, as necessidades básicas dos seres humanos, eram supridas de forma muito objetiva e simples, abrigo, alimentação, perpetuação da espécie e a continuidade do conhecimento já adquirido até esse momento.
Mas conforme esse conhecimento fora se tornando menos exclusivo e se espalhando por outras comunidades e se espalhando por outras regiões, outras necessidades começaram a surgir de forma mais latente e outros bens começaram a se apresentar enquanto indispensáveis para a vida em sociedade; primeiramente ervas, que poderiam ser aromáticas, para a fabricação de bebidas, como compostos medicinais... o sal também foi largamente visto e negociado como imprescindível na preparação e conservação dos alimentos, peles de animais, ornamentos decorativos, instrumentos para caça e etc.

Começava aí, uma nova era social, entre os humanos, agora as necessidades básicas de sobrevivência, já não eram somente as únicas presentes em seu circulo de humanidade.

Se fizermos uma alusão direta entre esses tempos mais remotos, onde a humanidade apenas coexistia com outros animais e com a natureza, com o único intuito de sobreviver e perpetuar a nossa espécie, com os tempos e as sociedades modernas, podemos notar claramente que obtivemos uma evolução absurdamente potencial, substancial e criativa.
Mas não teríamos distorcido nossas necessidades básicas de sobrevivência, e nos tornado não só seres muito mais evoluídos, com sociedades muito mais complexas, mas também seres indevidamente consumistas e de forma preocupante, seres perdidos em nossas sociedades?
O que você realmente precisa para viver?
O que é que você busca em sua vida? Casas? Carros? Status? Sentimentos? Cultura? Experiências? Conhecimento?

Essas são perguntas muito pertinentes nos dias atuais, a medicina, por exemplo, evoluiu em passos muito largos nas últimas décadas, mas é notável que a vertente que mais cresceu e mais se destacou, foi a medicina estética. Onde o principal objetivo não é apenas o de curar doenças, prolongar a vida ou mesmo proporcionar uma vida com muito mais qualidade. O objetivo principal é a aparência física, criar e se inserir em um contexto social estereotipado e desumano.

As pessoas, em uma busca frenética pela sua própria imagem e sua inserção direta na sociedade, mutilam seus corpos, moldando-os de forma a serem perfeitos, com acréscimo ou decréscimo de gordura e pele, com a inserção de substâncias que os tornem mais volumosos e esbeltos. Com isso a indústria da beleza, que não é apenas a medicinal, mas também principalmente as indústrias da moda e dos cosméticos, lucram bilhões de dólares por ano, com um mercado crescente e interminável.

Essas industrias desmatam eco sistemas inteiros, criam dejetos extremamente poluentes em seus processos de fabricação, matam milhares de animais por ano, para testar seus novos produtos, geram conceitos e necessidades que aos poucos, vão se tornando indispensáveis para a vida em sociedade.

Mas nós precisamos mesmo disso tudo?
Será que o ser humano, em sua existência real em nosso planeta, precisa mesmo submeter-se a esse tipo de sociedade?

Durante a evolução histórica social dos seres humanos, muitos fatos foram relevantes e se mostraram inspiradores para a criação de novas gerações. Como já foram citados exemplos em uma breve explanação sobre os primórdios da humanidade e seu modo de vida social, vamos nos ater agora à sociedade mais próxima aos nossos dias atuais, aquela que surgiu no período que vem após o nascimento de Cristo.

Na tabela abaixo podemos ver claramente que muitos foram os feitos evolutivos sociais do ser humano em suas sociedades, de âmbito cultural, político, religioso, tecnológico e etc.

A sociedade evoluía e se mostrava forte e crescente, não só em seus conhecimentos culturais, mas também em suas necessidades. Aos poucos o ser humano começou a se mostrar não só o animal mais evoluído e racional do planeta, mas também começava a dar alguns indícios de toda a sua vaidade e arrogância.
Analise o quadro abaixo, uma síntese da linha do tempo pós Cristo, mais adiante discutiremos alguns fatos isolados desse quadro e analisaremos a sua relevância enquanto fatores sociais.

Até o século 6º (d.C.)
ANO 1
Começa a era depois de Cristo, exatamente à meia-noite de 31 de dezembro de 1 a.C. População mundial chega a aproximadamente 170 milhões (demografia).
Morte de Augusto (política).
Tibério torna-se imperador, ficando no poder até 37 (política)
Ovídio escreve Metamorfose (literatura) ANO 14

ANO 27
Jesus é batizado (religião)
Jesus é crucificado (religião) ANO 30

ANO 37
Calígula torna-se imperador (política)
Império Romano sob Nero (política) ANO 54

ANO 64
Cristãos são acusados e martirizados pelo incêndio de Roma (religião)
Início da diáspora judaica após destruição do templo em Jerusalém (religião)
Surge o primeiro evangelho
(S. Mateus) (religião) ANO 70

ANO 75
Começa a construção do coliseu romano (tecnologia)
Provável data da invenção, na China, do papel (tecnologia)
Erupção do vulcão Vesúvio destrói a cidade de Pompéia, na Itália (desastres naturais) ANO 79

ANO 98
Auge da expansão territorial romana. (guerra)
Cristianismo também se espalha (religião)
População mundial: 180 milhões (demografia) ANO 100

ANO 132
Surgimento da cultura Teotihuacán, no México (povos)
População mundial: 190 milhões (demografia) ANO 200

ANO 212
Cidadania é estendida a todos os homens livres do Império Romano (política)
Começo do declínio do Imperio Romano (política) ANO 235

ANO 284

Princípio da civilização maia clássica (povos)

População mundial em torno de 190 milhões (demografia) ANO 300

ANO 306
Constantino torna-se imperador (política)
Edito de Milão legaliza o Cristianismo no Império Romano (religião) ANO 313

ANO 320
Início do império Gupta na Índia (política)
Bizâncio é reconstruída por Constantino (tecnologia) ANO 324

ANO 326
Constantino declara domingo como dia sagrado para os católicos (religião)
Renomeado de Constantinopla, Bizâncio torna-se capital do Império Romano (política) ANO 330

ANO 378
Visigodos derrotam o exército romano (guerra)
Teodósio 1° proibe cultos pagães (religião) ANO 391

ANO 395
O Império Romano é dividido em dois, Ocidental e Oriental (política)
Agostinho publica Confissões (filosofia)
População mundial continua estável, em torno de 190 milhões (demografia) ANO 400(c)

ANO 410
Visigodos saqueiam Roma (guerra)
Átila torna-se o rei dos Hunos (política) ANO 434

ANO 476
Deposição de Rômulo marca o fim do Império Romano (política)
Começa a Idade Média
Clóvis, rei dos francos, dá inicio ao reino Merovíngio (política) ANO 496

ANO 500(c)
Os bretões, sob a liderança do legendário rei Artur, derrotam os saxões, retardando o avanço destes sobre a Bretanha (política)
População mundial em torno de 195 milhões (demografia)

O quadro acima representa os primeiros “500” (quinhentos) anos de humanidade social, após o nascimento de cristo, uma linha do tempo com os principais fatos de nossa existência humana.

Podemos ver claramente que os principais acontecimentos estão relacionados a fatos religiosos, históricos, políticos e geográficos, principalmente no que diz respeito à demografia do globo terrestre.

Comecemos analisando pelo ano “70” (setenta):

Esse momento foi muito importante para a humanidade, teve início da diáspora judaica após destruição do templo em Jerusalém.

Diáspora (do grego "dispersão") é o termo coletivo para as comunidades judaicas fora de Israel. O processo começou com as expulsões assírias e babilônias em 721 a.C. e 597 a.C., continuou com migrações voluntárias e acelerou-se com a destruição do templo de Jerusalém pelos romanos, em 70 d.C, que haviam anexado a Judéia em 63 a.C. No século 1o a.C., havia comunidades judaicas desde o Levante até a Itália, notavelmente na Babilônia e no Egito. A situação piorou após 132 d.C., quando, depois de uma revolta malsucedida, os judeus ficaram proibidos de entrar em Jerusalém sob pena de morte. Os judeus da diáspora do mundo greco-romano falavam em sua maioria grego, mas permaneceram leais à sua fé, visitavam Jerusalém e viam Israel como sua terra natal. Após 212, os romanos concederam cidadania aos judeus, que a partir daí se espalharam por vários pontos do Império Romano.

Por esses fatos presentes, tanto religiosos quanto políticos, podemos ver e pensar que as necessidades humanas começavam a se estender largamente por outros âmbitos muito mais complexos e de importância social muito mais reveladora que os ancestrais primitivos.

Agora, as sociedades humanas, se dividiam ou se agrupavam, não mais apenas para sobreviver, coexistir e para perpetuar a espécie, mas também estavam presentes credos religiosos, a briga por poder, territórios e status. Começa a se ver claramente que a sociedade humana não mais teria apenas interesses simples, mas buscariam em sua existência muito mais artifícios que os levariam até os dias de hoje.
Veja o exemplo abaixo:

Ano “212” (duzentos e doze)
Cidadania é estendida a todos os homens livres do Império Romano.

Nesse momento podemos notoriamente perceber as necessidades da época para uma sociedade crescente e muito mais organizada.
Todos os homens livres seriam agora cidadãos e gozariam de direitos e deveres para com o império. Mas nota-se claramente também que já se fazia presente uma desigualdade social que estava ali quase desde os primórdios das primeiras civilizações e demoraria dezenas de séculos para terminar. A escravidão nos ensina e serve factualmente como exemplo em nosso estudo social, as pessoas de dividem em grupos hierárquicos, onde obviamente as necessidades e desejos são reflexos diretos de uma sociedade ditatória e desigual.

Podemos subdividir esse momento romano em três partes muito distintas da sociedade hierárquica, para que possamos explanar melhor sobre as necessidades de cada grupo. Chamemos de grupo 01, o topo da hierarquia social romana no ano de 212, podemos facilmente concluir que por já possuirem casas ou mesmo palácios, estarem cercados de benefícios e criados, tinham com necessidades principais, o poder, o status social, jóias, riquezas materiais e etc.
Já o grupo 02, seriam os dos novos cidadãos livres, que por sua vez, teriam como principais necessidades, seus trabalhos, o que os levaria a ter dinheiro para comprar suas casas, alimentos, roupas e etc.

Olhando mais de perto o grupo 03, que seriam os servos, criados e escravos, podemos entender que suas necessidades são muito mais básicas e simples do que as necessidades dos grupos anteriores apresentados, talvez permeassem apenas por água, comida e algum abrigo.

Nessa simples analogia de classes sociais hierárquicas dessa época, podemos chegar à conclusão de que quanto mais alto o nível social, maiores serão as demandas e necessidades de quem as ocupa. Quanto menor o nível social, menores serão as necessidades.

Então podemos concluir que a sociedade contemporânea, que também é muito bem dividida por classes sociais, se comporta absolutamente da mesma forma, onde quanto maior o poder aquisitivo, mais bens de consumo são acumulados.

Mas o que se vê claramente hoje, é não somente a aquisição de bens de consumo por uma necessidade plausível com a condição social, mas sim, uma verdadeira distorção e inversão de valores, que já se estenderam a toda sociedade, ultrapassando a divisão clássica das classes e camadas sociais. Mesmo as pessoas que ainda moram nas periferias, ou em cidades e locais mais afastados das grandes capitais e metrópoles urbanas, sentem-se com uma latente necessidade constante do consumo direto. Na grande maioria das vezes esses produtos e bens buscados, são de ordem absolutamente supérfula e dispensáveis às nossas vidas.

Então essa busca frenética apenas vem a ilustrar ainda mais a temática abordada nesse ensaio. O que as pessoas estariam realmente buscando? Gozar dos privilégios tecnológicos da era moderna e todos os seus bens e produtos, ou estariam buscando uma inserção social através desses mesmos?

Podemos aqui diferenciar duas categorias bem distintas de pessoas, segundo os seus atos de consumo. Quais seriam as diferenças entre o consumidor e o consumista?
Consumismo é o ato de comprar produtos e ou serviços sem necessidade e consciência. É compulsivo, descontrolado e que se deixa influenciar pelo marketing das empresas que comercializam tais produtos e serviços. É também uma característica do capitalismo e da sociedade moderna rotulada como “a sociedade de consumo”.

Diferencia-se em grande escala do consumidor, pois este compra produtos e serviços necessários para sua vida enquanto o consumista compra muito além daquilo de que precisa.

O consumismo tem origens emocionais, sociais, financeiras e psicológicas onde juntas, levam as pessoas a gastarem o que podem e o que não podem com a necessidade de suprir a indiferença social, a falta de recursos financeiros, a baixa auto-estima, a perturbação emocional e outros fatores.

Além de conseqüências ruins ao consumista que são processos de alienação, exploração no trabalho, a multiplicação de supérfluos (que contribuem para o processo de degradação das relações sociais e entre sociedades) e a oneomania (que é um distúrbio caracterizado pela compulsão de gastar dinheiro que é mais comum nas mulheres tomando uma proporção de quatro por um), o meio ambiente também sofre com este “mal do século”, pois o aumento desenfreado do consumo incentiva o desperdício e a grande quantidade de lixo, como já citado anteriormente.
O ato de comprar muitas vezes não está relacionado simplesmente com a aquisição de bens para o consumo. As compras podem assumir uma ligação com a frustração ou a solidão.

Segundo Giovanni Siri, professor de psicologia do consumo da Universidade Vita-Salute San Rafaelle, em Milão, o ato de comprar prevalece nas mulheres por esta função ser tradicionalmente concedida a ela.

Cresce cada vez mais o número de pessoas que procuram ajuda psicológica ou psiquiátrica para controlar o consumo compulsivo.

O costume de comprar aparece por volta dos 18 anos, quando apesar de não comprarem, os jovens gastam horas experimentando roupas.

O consumo compulsivo pode comprometer desde o equilíbrio emocional até o orçamento familiar. Diante da impossibilidade financeira de adquirir um produto, a ansiedade da pessoa pode ser aumentada.

O professor Roberto Pani aponta que o consumo pode funcionar para remediar carências.
Dificuldades de relacionamento podem ser sinalizadas pela compulsão. Giovanni Siri salienta que a identidade é fundamentada através das relações com o próximo. Sendo assim, diante de situações nas quais as pessoas se sentem ansiosas e frágeis, essas podem tentar preencher a falta de relações mais complexas, adquirindo objetos, já que esses não as rejeitam nem decepcionam.

O consumidor só se satisfaz ao adquirir o produto cobiçado, porém este tem um valor simbólico, ou seja, quando é adquirido perde seu valor, uma vez que o que está por trás da compra pode ser a tentativa de suprir carências afetivas.
Essas atitudes podem ser mesmo catastróficas para evolução social, muito pior do que isso é uma nova onda que vem surgindo e crescendo muito rapidamente: o consumismo infantil. Isso por si só, não somente é perigoso para a atual época em que coexistimos em nossas sociedades, mas também por começar a formar um novo gênero de pessoas ainda mais consumistas e fúteis.
Em época de Natal os pais enchem as lojas para atender os desejos dos filhos, esses conseguem levar os pais até mesmo aos shoppings. Esta cena não é comum somente no mês de Dezembro, os excessos quanto aos pedidos das crianças acontecem freqüentemente, isto se deve a forte influência que o consumo exerce sobre as crianças. Uma forma de lidar com esse aspecto é a orientação que os pais podem oferecer o quanto antes, esclarecendo que o importante é a personalidade do indivíduo, e não aquilo que ele consome.
Na verdade, os pais são desafiados quando ensinam os filhos que o essencial é ser e não ter, já que estão sendo bombardeados pelo consumismo de todos os lados.

Os shoppings possuem uma estrutura que fascinam as crianças. Tudo, as lojas de brinquedos, o parque, as cores e as luzes as atraem.
O ser humano tem uma grande necessidade de aceitação, de pertencer a um grupo, e o ato de consumir seria uma forma de inserção social, ou seja, para vivenciar este sentimento de pertença, a criança “necessita” adquirir determinado brinquedo, certas marcas de tênis e roupas e até fazer alguns passeios que são interessantes para o seu grupo.
Os pais e a escola podem ensinar a criança a consumir com consciência e responsabilidade. Considerando a qualidade do produto e as necessidades a fim de não desperdiçar e sim de economizar.
Voltemos agora a analisar a nossa linha do tempo e os acontecimentos sociais pertinentes. Vamos observar o crescimento demográfico da população e depois vamos explicar os fatores geográficos de medição e analogia desse tema, para que ainda mais a seguir, possamos entender melhor o quão preocupante é a condição atual de consumo irresponsável em nossas sociedades.

Ano “01” (um) População mundial chega a aproximadamente 170 milhões;

Ano “100” (cem) População mundial: 180 milhões;

Ano “200” (duzentos) População mundial: 190 milhões;

Ano “400” (quatrocentos) População mundial continua estável, em torno de 190 milhões;

Ano “500” (quinhentos) População mundial em torno de 195 milhões.

Pode-se notar claramente que ainda nesse período da existência humana social, o número de pessoas no globo era extremamente reduzido, comparado com a sua extensão territorial. O crescimento foi bastante reduzido, segundo nos mostram os próprios números. Do ano “01” (um), ao ano “500” (quinhentos), houve um aumento populacional terrestre de aproximadamente vinte e cinco milhões de pessoas, durante um período de quinhentos anos. Se dividirmos essa diferença de crescimento entre o ano “01” (um) e o ano “500”, que é de aproximadamente vinte e cinco milhões de pessoas, pelo tempo de crescimento de quinhentos anos, chegaremos a um total de: “50.000” (cinqüenta mil) pessoas a mais no globo por ano.

Para que tenhamos uma idéia da proporção desses números, vamos compará-los aos dados atuais. Segundo estudos da ONU (Organização das Nações Unidas), aproximadamente “250.000” (duzentas e cinqüenta mil) pessoas nascem por dia no planeta. São quase “03” (três) por segundo, ou “180” (cento e oitenta) pessoas por minuto. Ou seja, nos tempos atuais, nascem por dia, cinco vezes mais pessoas que nasciam por ano, do ano “01” (um) ao ano “500”.

Esse número alarmante é extremamente significativo e substancialmente preocupante em nosso estudo social, já que hoje se vive em um ritmo de consumo exacerbado e extremamente desregrado e fútil. Não se tratando apenas de fatores muito preocupantes nos âmbitos filosóficos, sociais ou mesmo psicológicos, mas esse consumo também está diretamente ligado aos recursos naturais, como a água potável, petróleo, madeira, oxigênio e muitos outros, que são absolutamente indispensáveis para a sobrevivência da nossa espécie e todas as outras viventes em nosso planeta.

O momento social do planeta está totalmente voltado a um tema, que descreve muito bem toda essa preocupação com o excesso de consumismo fútil e a atual situação degradante dos nossos recursos, a sustentabilidade.

Sustentabilidade é um conceito sistêmico, relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana.
Propõe-se a ser um meio de configurar a civilização e atividade humanas, de tal forma que a sociedade, os seus membros e as suas economias possam preencher as suas necessidades e expressar o seu maior potencial no presente, e ao mesmo tempo preservar a biodiversidade e os ecossistemas naturais, planejando e agindo de forma a atingir pró-eficiência na manutenção indefinida desses ideais.

A sustentabilidade abrange vários níveis de organização, desde a vizinhança local até o planeta inteiro.
Para um empreendimento humano ser sustentável, tem de ter em vista “04” (quatro) requisitos básicos. Esse empreendimento tem de ser:
• ecologicamente correto;
• economicamente viável;
• socialmente justo;
• e culturalmente aceito.
Colocando em termos simples, a sustentabilidade é promover o melhor para as pessoas e para o ambiente tanto agora como para um futuro indefinido. Segundo o Relatório de Brundtland (1987), sustentabilidade é: "suprir as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas".

“Sustentável” provém da palavra latina “sustinere”, e significa “manter vivo”, “defender”. Este conceito, de interpretação dinâmica, teve várias versões ao longo dos anos, sendo o âmbito económico, o que enquadrou a definição no ano de 1972, “restituir os recursos consumidos pelas organizações”.

Na Cimeira da Terra (Earth Summit), que decorreu no Rio de Janeiro, em 1992, contextualizou a sustentabilidade como um efeito sobre o futuro, por acções praticadas no presente, ou seja que “as consequências da economia têm efeito sobre futuras gerações”. Em 2002, em Joanesburgo, durante a Cimeira da Terra, foram-lhe conferidas três dimensões, que se mantém como a abordagem actual. Uma dimensão económica, uma social e outra ecológica, em que a económica representa a abordagem central, seguindo-se concentricamente, a abordagem social e mais externamente, a ecológica, sendo esta a dimensão agregadora. A sustentabilidade adquiriu, assim, uma visão mais ampla do mundo, congregando duas grandes ideias: a sustentabilidade fraca e a sustentabilidade forte. A primeira representa a definição de sustentabilidade, defendida em 1972, em que a única preocupação é a de devolver o que se consumiu. A segunda, adapta o consumo às exigências mais amplas, relacionando-o com a manutenção dos recursos naturais, tendo efeitos de externalidades, do ponto de vista económico, sobre o capital humano, financeiro, ambiental…

O termo original foi criado para o uso da reciclagem "desenvolvimento sustentável," um termo adaptado pela Agenda 21, programa das Nações Unidas. Algumas pessoas hoje, referem-se ao termo "desenvolvimento sustentável" como um termo amplo pois implica desenvolvimento continuado, e insistem que ele deve ser reservado somente para as atividades de desenvolvimento. "Sustentabilidade",
então, é hoje em dia usado como um termo amplo para todas as atividades humanas.

Se pensarmos que 10% de tudo o que é extraído do planeta pela industria (em peso) é que se torna produto útil e que todo o restante é resíduo, torna-se urgente uma Gestão Sustentável que nos leve a um consumo sustentável, é urgente minimizar a utilização de recursos naturais e materiais tóxicos. O Desenvolvimento Sustentável não é ambientalismo nem apenas ambiente, mas sim um processo de equilíbrio entre os objetos economicos, financeiros, ambientais e sociais.

A sustentabilidade está relacionada aos modelos dos sistemas de produção e de mercado, que respondem livremente às demandas da sociedade. Havendo procura, haverá oferta. Portanto, as suas escolhas de consumidor podem definir um caminho na direção de um modelo que devasta o meio ambiente e gera desigualdade social ou de um modelo mais harmônico com as leis da vida. Poucos se dão conta desta relação sistêmica e de sua responsabilidade individual na hora de escolher um produto ou serviço qualquer.

Compre produtos produzidos na sua região. Produtos que vêm de fora fazem o dinheiro sair do município, dificultam o desenvolvimento econômico local. O que fica é o lixo;

Utilize papel reciclado. Sua produção demanda menos energia e recursos naturais;

Consuma alimentos orgânicos. Eles são melhores para a saúde pois, contém menos produtos químicos; Eles são melhores para o terra, pois seu método de produção não reduz a fertilidade natural e a biodiversidade do solo; Eles não contaminam as águas pelo uso de fertilizantes e agrotóxicos petroquímicos que são carregados pela chuva a lençóis freáticos e rios; O aumento do consumo fará o preço do orgânico ser reduzido;

Consuma menos carne vermelha. O gado confinado no mundo consome metade da produção de grãos; O gado solto, como é o caso do Brasil, promove o desmatamento para o plantio de pasto; Em ambos os casos, a produção de 1 Kg de carne consome 200 litros de água potável. O mesmo Kg de frango só consome 10 litros de água;
Agora vou deixar aqui algumas dicas de hábitos conscientes e muito simples, que podem fazer toda a diferença para o planeta:
Racionalize o uso de água:
Tome banhos mais rápidos: 15 minutos consomem 243 litros de água;

Feche a torneira: 5 minutos correspondem a 80 litros de água;

Economize água de banho:
Compre um balde de 10 litros, que custa cerca de R$ 6,50,deixe-o no box do banheiro. Quando for tomar banho, deixe a água fria encher o balde ao invés de deixá-la correr pelo ralo; ao terminar o banho, despeje a água na máquina de lavar roupas ou guarde-a para utilizar no vaso sanitário;

Acha inútil?
Se metade de uma cidade com 1 milhão de habitantes fizer isso, a economia é de 5 milhões de litros por dia, o suficiente para abastecer as residências de uma cidade com 25 mil habitantes (Búzios fora da temporada).

O vaso sanitário é o maior vilão, representando cerca de 50% do consumo de água de uma residência. São 10 a 14 litros em apenas 6 segundos de acionamento. Uma dica é usar a água economizada no banho, conforme o item acima;

Racionalize o uso de energia:
Troque as lâmpadas incandescentes por fluorescentes. São um pouco mais caras, mas têm durabilidade maior e consomem 60% menos energia;

Desligue a luz dos cômodos e dos aparelhos que não estão sendo usados;

Desligue os elevadores e as luzes comuns do condomínio que não estiverem
sendo usadas;

Instale sensores de presença - luz só é necessária quando há alguém no cômodo;

Instale aquecimento solar para complementar a eletricidade e/ou gás;

Ao comprar um eletrodoméstico, procure aqueles que têm o selo do Procel que certifica o baixo consumo de energia;

Essas ações reduzem a necessidade de construção de novas obras de engenharia para a geração de energia e os conseqüentes impactos socioambientais.
Produza adubo orgânico em casa:
Compre duas caixas de 0,50 x 0,80 (do tamanho de uma caixa de carnes);

Em uma das caixas coloque terra, que será utilizada para cobrir os alimentos e evitar mal-cheiro;

A outra caixa, separe ao meio com uma divisória de maneira tal que possibilite a passagem de minhocas de um lado para o outro. Arranje algumas minhocas e coloque-as em um dos lados da caixa com um pouco de terra;

Coloque o lixo orgânico da sua cozinha (cascas de fruta e restos de comida) no lado da caixa onde estão as minhocas e cubra com uma fina camada de terra; repita até que o lado da caixa esteja cheia;

Então faça o mesmo com o outro lado;

Quando o segundo lado da caixa estiver cheio, o primeiro já conterá humus, que servirá para adubar suas plantas;

As minhocas alimentam-se do resíduo orgânico e produzem humus;

Se você mora em apartamento, faça um acordo com o síndico para que ele libere um pequeno espaço no terreno para isso. Talvez você estimule os seus vizinhos a fazerem o mesmo, e terão adubo para o condomínio;

O resíduo orgânico é um problema para as prefeituras, um custo para as comunidades e resulta em contaminação do solo, dos rios e risco para famílias que vivem dos lixões e aterros a céu aberto.

Plante uma árvore por ano:
Se cada brasileiro assim o fizer, serão 190 milhões de arvores a mais por ano. Se o mundo todo fizer isto, serão 6,5 bilhões de árvores.

Uma árvore em crescimento absorve mais dióxido de carbono da atmosfera do que emite. Como conseqüência, atua para a redução dos gases responsáveis pelo aquecimento global;

As árvores também são responsáveis pela fixação do solo, com efeitos importantes nas margens dos rios (mata ciliar), evitando a erosão e conseqüentemente a deposição de resíduos sólidos nos canais a céu aberto;

As árvores favorecem a infiltração das águas de chuva para os aqüíferos subterrâneos, reduzindo a probabilidade e a intensidade de enchentes;
Racionalize o seu transporte:
Ande menos de carro e mais de ônibus ou outro coletivo qualquer, como o metrô;
Se puder, vá de bicicleta ou mesmo a pé, ambos um ótimo exercício;

Se não for possível deixar o carro em casa, troque-o por um “flex” e utilize ao máximo o etanol como combustível. Este será o combustível de transição da nossa matriz energética atual para os carros elétricos ou movidos à energia solar de um futuro próximo.
Boas idéias ao reformar ou construir uma casa:
Colete a água do telhado em uma caixa d’água e aproveite-a para regar plantas;

Colete a água de chuveiro e lavatórios em uma cisterna para aproveitá-la nos vasos sanitários;

Instale um aquecedor solar. A economia de energia elétrica proporciona um retorno do investimento, em média, em 10 anos;

Deixe áreas permeáveis no terreno, como gramados. Isso reduz a necessidade de captação de água pluvial pela Prefeitura, melhora a recomposição de aqüíferos subterrâneos e reduz a probabilidade e os efeitos de enchentes;

Instale sensores de presença para economizar eletricidade;

Instale aquecedor solar para economizar energia e ou a gás.

Agora que já foram apresentados diversos fatores e dicas sobre a consciência de consumo sustentável, vou voltar ao tema inicial dessa dissertação, que é:
VOCÊ É O QUE VOCÊ TEM?!
Essa pergunta é uma alusão direta ao momento consumista, não só de recursos naturais, mas principalmente sobre os bens de consumo. Infelizmente, hoje a inserção dos indivíduos na sociedade moderna, está diretamente ligada aos bens materiais que essas pessoas conseguem comprar. Ou seja, quanto maior o número de bens adquiridos, maior será a importância desse, ou desses indivíduos na sociedade.
Mas será mesmo correto julgar uma pessoa pelo que ela tem? Não seria muito mais importante se estivéssemos focados em ser e não ter?
Ser uma pessoa consciente de suas virtudes e defeitos, estar diretamente ligado à sociedade de forma a contribuir com o bem estar social, não estão mais sendo vistos como questões pertinentes ou importantes. O momento social atual, apenas nos mostra que o individuo é o que ele tem.
Há muitos séculos atrás o grande escritor, poeta e dramaturgo inglês, Willian Shakespeare, escreveu em sua peça intitulada de: “A tragédia de Hamlet, príncipe da Dinamarca”, a seguinte frase: “Ser ou não ser, eis a questão...”
Hoje podemos facilmente adaptá-la:
Ter ou não ser, eis a questão!
Aqueles que apenas se preocupam em ter, jamais estarão em busca do conhecimento, da cultura, da cidadania, de sentimentos, experiências...,jamais saberão de fato o que é ser.
A partir de hoje, quando você for consumir um produto, comprar um bem de consumo, solicitar uma prestação de serviço, ou mesmo procurar por diversão, lembre-se que você é diretamente responsável por seus atos, lembre-se que a humanidade está presente nesse planeta há apenas “10.000” (dez mil) anos e que o nosso planeta tem aproximadamente 4,6 bilhões de anos. Não parece absolutamente nada justo que degrademos nosso planeta, acabemos com as matas nativas, tornemos diversas raças e espécies de animais instintos e principalmente, que não tenhamos responsabilidades quanto às futuras gerações.

Você não precisa de um tênis de marca que ainda se utiliza de trabalho escravo para ser melhor que o seu semelhante, você não precisa trocar de aparelho celular duas ou três vezes por ano, para que as pessoas o achem mais especial, você não precisa ter três, quatro, cinco carros em casa, apenas para que seu status seja elevado, você não precisa de roupas com peles de animais selvagens para se abrigar do frio.

Você não precisa ter!

Você precisa ser!

Rodrigo Stenio.

Foto de Fabricio silva

Meu Deus, me dê a coragem

Meu Deus, me dê a coragem de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites, todos vazios de Tua presença. Me dê a coragem de considerar esse vazio como uma plenitude. Faça com que eu seja a Tua amante humilde, entrelaçada a Ti em êxtase. Faça com que eu possa falar com este vazio tremendo e receber como resposta o amor materno que nutre e embala. Faça com que eu tenha a coragem de Te amar, sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo. Faça com que a solidão não me destrua. Faça com que minha solidão me sirva de companhia. Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar. Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo. Receba em teus braços meu pecado de pensar.
Foto de Soélis

AMIGA.

AMIGA.

Autor: Soélis Sanches

Há quem diga que mulheres, quando são amigas, ficam insuportáveis, porque concordam sempre uma com a outra e não se desgrudam.
A vida nos apresenta milhares de pessoas.
E cada uma delas vem cumprir um papel conosco.
Todas elas ficam na nossa memória, nos nossos hábitos, nas nossas fotos, nos nossos guardados ...
E no meio de tudo que se sente de dor, ou de prazer.
Eu tenho saudade de todas as amigas que já tive na vida.
Tem as amigas da família, as primas, irmãs e tias, que sempre estão indo e vindo da sua vida, provando que o tempo passa, mas certas coisas nunca mudam.
Aquela amiga desbocada que só fala palavrão e se mete em encrenca, mas faz você rir muito.
Tem aquela com quem você anda de braços dados pra todo canto. Aquela pra quem você contou sobre o primeiro garoto que você gostou. Aquela que te dá toques sobre roupas, pessoas, corte de cabelo e comportamento.
Tem aquela outra que é chorona, aquela que critica você a cada cinco minutos, aquela nerd e cdf que sabe de tudo e aquela melosa, que gosta de abraçar e mandar recadinhos de amor.
E aquela com quem você dividiu a cama naquela viagem que foi o maior programa de índio da sua vida.
Aquela pra quem você conta absolutamente tudo, e sente que foi entendida, e sai aliviada. Aquela que te dá broncas e manda você parar de roer as unhas.
Aquela que não tem vergonha de dizer que te ama.
Aquela que apresenta os melhores caras. Aquela que passa com você o momento mais difícil da sua vida. Aquela que liga todo dia.
Aquela intelectual, que te ensina milhares de coisas. Aquela que abraçou em silêncio e sentiu você chorar, e aquela que virou as costas quando você mais precisou.
Aquela que faz tudo que você pede e aquela egoísta. Aquela que ouve quando você está apaixonada e passa horas falando do mesmo assunto.
Tem também aquela idealista, com quem você discute horas os problemas existenciais da humanidade.
E aquela que entende quando você a deixou pra ficar com seu namorado.
E aquela outra que exige a sua atenção.
Aquela que só liga no dia do seu aniversário, e que mesmo assim você adora. Aquela que te indica ginecologista.
Aquela que parece sua mãe, e vive pra te dar conselho.
Tem também aquela por quem você sente um carinho enorme desde a primeira vez que viu.
Aquela de quem você sente muito ciúme. Aquela que você invejou secretamente.
Aquela que pede a Deus por você quando ora.
Aquela que você magoou porque a trocou por outra que não valia nada.
Aquela que te deu o conselho certo, mas que você não ouviu.
E aquela única com quem você divide o que tem de mais precioso.
Aquela que paga coisas pra você quando você está sem grana. Aquela de quem você arrumou o véu antes de ela entrar na igreja pra se casar.
Aquela que era a mais chegada, mas sumiu e você nunca mais soube.
E aquela que é uma irmã pra você.
Tem quem não possui tantas amigas assim, mas tem aquela que vale por todas.
E tem também a melhor amiga. Aquela que é simplesmente aquela.
Aquela que é sempre uma companhia gostosa, mesmo que o programa seja não ter nada pra fazer ...
Um grande beijo para as amigas que vierem a ler isso, para as que não vão ler, para aquelas que estão perto e longe de mim, para aquelas que eu lembro a todo minuto e para aquelas que eu esqueci.

Foto de Evandro Machado Luciano

A Primeira e a Última Carona

Como todos os dias de sua vida, Gilberto acordou cedo, vestiu sua roupa leve e colorida, e rumou para sua caminhada matinal. Desde que iniciou essa rotina há setenta e cinco anos atrás, nunca parou. Nenhum dia sequer. Era algo que lhe fazia muito bem. Saia de casa, passava pelo colégio da esquina; dava um olá para as moças da farmácia; e na volta comprava alguns pães na padaria.

Setenta e cinco anos... Setenta e cinco anos...

Não posso dizer que durante todos esses anos de caminhadas matutinas, Gilberto não tenha tido algumas “tentações” no caminho. Algumas que tentavam convencê-lo a parar de caminhar; outras que tentavam desvia-lo de sua rota. Mas nem por um segundo seu pensamento mudou. Desde o tempo em que era apenas o pequeno “Betinho”, até o dia de hoje, em que se tornara o Sr. Gilberto, sua ideia sempre fora a mesma: seguir apenas caminhando, sem olhar pra trás ou muito adiante. Mas naquele dia, Gilberto sabia que a caminhada teria um outro desfecho. Depois de Setenta e Cinco anos caminhando, cativando pessoas, chorando por algumas, se sacrificando por outras, o velho homem encontrou na estrada um carro estonteantemente belo. Um Cadilac vermelho, com um brilho divinal. De dentro dele, surgiu um homem que aparentava mais idade do que o próprio “Beto”.

- Belo carro – disse nosso caminhante.
- Temos gostos parecidos meu amigo – respondeu o velho – gostaria de dar uma volta?
Gilberto parou e pensou um pouco...

Setenta e cinco anos e nunca tinha aceitado uma única carona, porque iria aceitar naquele dia? Ainda mais de um completo desconhecido?

Mas algo naquele velho lhe dizia que devia entrar no carro. Foram tantos anos de caminhada, já estava na hora de voltar pra casa de uma forma mais confortável. Então, Gilberto fez sua escolha.

Depois de Setenta e Cinco anos de caminhada, ele aceitou a carona, e rumou para a sua verdadeira casa, de uma forma tranquila e confortável, para que pudesse finalmente repousar...

Foto de Dennel

Respondendo a Ricardo Kotscho

Ricardo Kotscho, jornalista mantém uma coluna no Portal IG, chamada Balaio do Kotscho, na sua última postagem evidencia uma preocupação de todos os petistas, os 5% que não aprovam ou discordam do governo Lula, que segundo o colunista entra pesquisa, sai pesquisa, chove, faz sol, sucede-se os dias e eles não mudam de opinião.

O colunista chega a insinuar que “vai investigar para saber quem são, onde vivem, o que fazem o que pensam o contingente de brasileiros minoritários”. Vamos responder a Kotscho. Ele não admite que haja a divergência político partidária, quer colocar a todos nós no seu Balaio, afirmando que isto não é normal que é um fenômeno psíquico. Ele quer que todos se coloque de joelhos frente à santíssima divindade Lula.

O grande Nelson Rodrigues afirmava que “Toda unanimidade é burra”. Kotscho quer que 103% - margem de erro de 3% - aprove o governo Lula, não admite o contraditório. Digo que ainda existe cabeças pensantes neste país, como ele mesmo afirma. Se todos apoiassem o governo Lula, estaríamos num imenso cenário de dementes. Vamos fazer um passeio até as Sagradas Escrituras para lembrar de um caso que tem relação com este.

O profeta Elias viveu num período extremamente crítico, crises sociais, idolatria, inversão de valores, abuso de poder e perseguição eram comuns nos seus dias. Assim ele se apresentou diante de Acabe, rei de Israel, e evidenciou o mal que estava presente, propôs um pacto social que culminou com a morte de todos os profetas de Baal, deus fenício. Ocorre que a rainha Jezabel sabendo disto mandou um aviso a Elias “Assim me façam os deuses, e outro tanto, se de certo amanhã a estas horas não puser a tua vida como a de um deles. I RS 19.2”.

Diante da ameaça da poderosa rainha, Elias foge para salvar sua vida, Deus o encontra numa caverna e lhe pergunta o que está fazendo ali, ao que ele responde todo magoado “Tenho sido muito zeloso pelo SENHOR Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derrubaram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada, e só eu fiquei, e buscam a minha vida para a tirarem. I Rs 19. 10”.

Depois de ter as forças e a fé renovada, Elias ouve de Deus que ele não era o “Único”, que existia “em Israel sete mil pessoas: todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda a boca que não o beijou. I Rs. 19. 18”.

Voltei

Kotscho, nunca havemos de dobrar nossos joelhos diante de tanto autoritarismo, incompetência, cinismo, arrogância e abuso de poder, não somos do seu balaio. Não beijamos a boca que você beija, não comungamos dos seus ideais, como você mesmo afirma. Logo, não precisamos escarrar.

Sim, nós somos do CONTRA. Contra a corrupção, contra os desmandos, contra a política feita para os “companheiros”, contra tudo e todos que tenha aparência, jeito e posicionamento de “Baal”.

Ainda que sejamos apenas 5%, mais ou menos nove milhões de brasileiros, conforme sua declaração somos do universo dos que lêem jornais e tem um entendimento, um posicionamento estrutural e preciso dos rumos que o país trilha. Aqui a diferença, é melhor ter 5% dos que lêem jornal, do que 95% dos que limpam a bunda com ele.

Ainda quer saber quem somos. Somos o povo sofrido que trabalha cinco meses do ano apenas para pagar imposto para que Lula e sua trupe viajem por todo o globo envergonhando nossa nação, cultivando roçado de escândalos.

Somos aqueles que estão nas estatísticas, nas ocorrências policiais figurando como vítimas, enquanto o “Divino” protege e acolhe os Evos Morales, Chavez e outros trastes, rebotalhos humanos, que desgraçam nossa juventude com políticas do “Não sei, não vi, não conheço, não sabia, não existe”.

Somos os que morrem todos os dias nas filas dos hospitais, ou em casa na falta deles. Enquanto se mente descaradamente na TV “A saúde no Brasil está a um passo da perfeição”.

Nem todos gostam de circo, é assim que avaliamos o governo Lula, se não quer que falemos do “inferno” mude-se, pois não mudaremos de opinião, não estamos atrás de bolsas, sejam elas de que tipo for, nem nos encontramos nas esquinas a roubá-las, muito menos enfiamos as mãos nas que são públicas. Digo e repito nem todos os gatos são pardos, razão por que não cabemos no seu balaio.

Concluindo

Conservaremos integra a nossa personalidade, não nos deixando violentar ideologicamente. “O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte. Friedrich Nietzsche”. Estou cansado dos fúteis, que pensam ser Alguém, e nada mais é que Ninguém, chegando a ser no máximo Qualquer Um.

Foto de Angelgoiabinha2

Retrospectiva de ser mãe

**
***
****

A máquina ao lado,
registrando meus batimentos cardiacos,
estou anestesiada da cintura para baixo,
Com enorme medo!
Sinto meus braços formigar,
momento de grande atenção...
Eita regressão que agora fui me submeter
Um choro agora fui escutar,
minha pequena acaba de nascer.
Toda vermelha,
cabeluda com saúde.
Olhinhos castanhos,
apenas quarenta e cinco centímetros,
com dois quilos novecentos e sessenta.
A parte do medo passou,
vou para o quarto descansar
depois de exames finalmente...
Lavínia do meu lado vai estar!
Dois anos se passaram...
amanheceu e eu posso escutar
ela feliz no berço a cantar
" Bom dia mamãe como vai?"
Respondo risonhamente...
Eu vou bem Lala e vc?
Feliz da vida estou,
em poder dos meus momentos lembrar...
e nesse poema registrar...
Essa foi uma retrospectiva de dois anos atrás
Que nesse mês de maio me trás o terceiro dia das mâes
feliz e em paz.
Graças a Deus!

Dedicado as mães

Angelgoiabinha

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