Cima

Foto de Ima Rodrigues

Minha primeira criação

Olho a estrela que cai do céu
Hoje meu sonho é de mel
Do outro lado da cerca
Regando as flores
Está Maribel
Sorriso brilhante
Naquele instante
A lua veste seu véu
Ouço o canto dos passarinhos
Corujas estão a piar
Penso que posso estar sozinha
Mas minha vida é meu lar
Vou caminhar com a certeza que posso seguir
Se eu cair, vou levantar
Cabeça erguida pois seu que, lá em cima ele vai me guiar
Não vou chorar, nem me arrepender
Agora eu penso em você
Não sei onde está, nem o que falar
Mas continuo a pensar
Amar é Cantar, é Sorrir é Gritar
É ser feliz...
É Amar...

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"ILUSÕES!

“ILUSÕES”

Pensei que era possível...
Mas me decepcionei...
Ao tentar ser razoável...
Muita lagrima derramei!!!

Procurei os meus castelos...
E não posso diser que os achei...
Procurei a mulher dos meus sonhos...
Mas não a encontrei!!!

Andei pelas ruas do futuro...
Mas só tropecei...
Vi-me sozinho em cima do muro...
Entre todos os fantasmas que eu mesmo inventei!!!

Chorei lagrimas sentida...
Da farta invenção da mente...
Olhei para o caos da minha vida...
E me senti doente!!!

Arrependi-me das ilusões...
Desculpei-me com o passado...
Abandonei as decepções...
E acordei de fato!!!

Foto de housy

De La Habana ... para ti !

Desta vez não te falei que ia. Só na volta te enviei uma mensagem a dizer que já tinha chegado. Talvez por essa razão tenhas estado tão presente nas ruas por onde passei em Havana.
Quis escrever-te logo ali mas não pude. Quis colocar-te dúvidas e perguntar-te se sabias porque é que tudo aquilo me estava a impressionar tanto. No meio de todas as ruas degradadas da cidade, de casas que caem destruídas por falta de reconstrução, de um militar a cada esquina, existe um povo que sorri e canta sem razão aparente.... um povo que me faz lembrar que os meus problemas são só meus e sem valor ou peso. Impressionaram-me os murais escritos nas paredes, os "hasta la vitória siempre" que li. Impressionaram-me os hotéis de 50, as mesas e cadeiras de verga, as bandas nos bares de daiquiris, as margueritas em cima das mesas, os Chevrolets que povoam a cidade e estacionam em ruas onde quase não cabem e lhes conferem um ar que, por muito que tente encontrar outra explicação, só consigo achar que se existe um local onde um carro assim faz sentido é ali, estacionado naquela rua que já teve vida e época e onde agora existe alma, música, run e o sorriso de uma ou outra criança, de um ou outro velho que te olha sentado no poial de uma porta aberta que não esconde um olhar para dentro, que eles permitem. Dentro da casa, dentro dessas vidas.

Impressionou-me a vontade que tive de te ter ali, de te perguntar se sabias se em 50 se vestiam fatos de linho branco, se as tardes eram passadas em bares e hotéis de cadeiras de verga, a olhar o fumo de charutos a subir, a beber run, daiquiris ou mojitos ao som de música que só em países assim se consegue produzir.
Quis perguntar-te porque é que eu acho que são poucos, muito poucos os beneficiados de um regime, seja ele qual for, cujo maior interesse nunca é o das pessoas. Achei revolucionário e inconformista da minha parte mas não consegui evitar o pensamento. Talvez a minha democracia, no final, também não seja tão justa assim. Só me dá mais dinheiro... não me dá o sorriso.
Antes de sair daqui, li tudo o que pude sobre Cuba mas nada me preparou para as sensações que tive. Uma Havana destruída mas cheia de charme que a todo o custo eu queria que partilhassem comigo e da qual queria ficar ali sentada a ouvir... para que me contassem histórias. Dessa e doutras cidades, contadas por alguém que soubesse muito mais que eu. Por alguém que tivesse uma sensibilidade maior que a minha.

Estas e muitas outras foram as minhas percepções de uma viagem que terminou hoje ao fim de 22 horas entre esperas e aviões. Algumas são coisas que não te direi por receio de ouvir o que não goste e destrua o estúpido romantismo que ainda tenho quando vejo alguma coisa que mexe as minhas emoções....

Talvez tenha ido para férias frágil demais ...

Um beijo
Sempre!

Foto de Martorano Bathke

Desvio Intencional de Conduta

Desvio Intencional de Conduta

Conta à lenda que “Dienógenes, toda noite saia pelas ruas de Atenas com uma lanterna na mão, a procura de um homem cem por cento honesto.” A lenda deixa a interpretação por nossa conta.
Como toda história tem três versões: a minha, a tua e a verdadeira.
Também eu ficarei com as três: Para ver se existia algum, para quebrar-lhe a lanterna na cabeça, e com o sofisma, a união de ambas as duas primeiras.
Diversos autores tentaram definir o homem, a definição que mais me chamou a atenção foi a de Karl May. Em seu personagem Winnetou, cacique dos apaches mescarelos.
A que: o homem branco não é um ser humano, mata por prazer destrói tudo, enfim o câncer da terra, e por fazer isso não estava integrado com a natureza.
Talvez quando a última árvore secar e não der mais frutos e o último rio a ser envenenado, o homem se lembre que o dinheiro não lhe poderá matar a fome e a sede.
Ha, as naturezas multicoloridas, miscigenadas, férteis, procurando sempre a evolução e a mistura implacável de tudo querendo chegar a um denominador comum. Ha, a natureza o primeiro grande mestre que Deus deu para o ser humano. E nós ainda por cima de tudo somos mamíferos.
Uns vão para o morro outros para o aeroporto e atualmente até no centro dentro do carro conforme a hora.
Se a natureza ingênua como uma criança tem seus desvios intencionais de conduta, imaginemos nós, seres humanos. Só com uma diferença nós e algumas espécies de macacos nossos parentes mais próximos nessa cadeia evolutiva, nos escondemos para tê-los.
Qual será a nossa desculpa, o peso do “eterno retorno”. Ou a “insustentável leveza do ser” e assim fortuitamente e esporadicamente, não estou falando aqui do DIC doença, nos tornamos um personagem do autor Alain Kundera, em seu livro: A Insustentável Leveza do Ser.
Didi foi o craque da folha seca, Vavá agora quer ser reconvocado, inventou a folha verde.
Ha, irmão, se tiveres a hombridade de ter um DIC, publicamente, jamais serás meu irmão. Mas se tiveres a hipocrisia de tê-lo escondido será meu irmão, e não te negaremos como Pedro até a terceira hora, pelo contrário te defenderemos até a décima primeira.
Qualquer semelhança deste texto com fatos reais é mera coincidência, é assim que se tapa o sol com a peneira, ou escrevendo utopicamente é a realidade?

Ronald Martorano Bathke.

*Puplicação permitida: desde que conste o nome e o e-mail do autor.

Foto de Henrique Fernandes

QUANDO AMAMOS

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.
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Quando amamos
Libertamo-nos da indiferença
E alcançamos capacidade para mostrar a nós próprios
A plenitude das coisas pelo prazer ou pelo incómodo
E ter por bom tudo aquilo que nós desagrada
Abandonando as tristezas pelos declives do ar
Quando somos amados, moldamo-nos á substância do céu
E a voz do tempo cantarola melodias de felicidade
Invadindo o corpo com um toque aceso de Eros
Lançando a sua flecha no apetite de um beijo puro
E então o amor engorda o nosso sorriso
Num encanto que nos prende á imortalidade
Por caminhos de alegria versejando os quatro ventos
E preservamos as estrelas com vontade de amar
Expulsando de nós um brilho perfeito
Que ilumina as galáxias plantadas no jardim da alma
Cultivado pelo amor sincero de quem nos sente
No meio de uma flor que nos eleva de coração aberto
Saltando por cima da aparência até á substância
De quem se expõe ao outro pelo outro
Num sono a dois em duas almas que se redizem
Em palavras interiores que o amor dirige para o exterior
Em gestos de igualdade que sustém os amantes
Redobrando e conjugando a vida com a de um outro
Amar é o que há de mais alto, é uma fonte de água viva
É um jorro que se expande vibrante até ao limite do infinito
Nas atitudes que exprimem sentimentos vitais
Quando amamos

Foto de Carmen Lúcia

Viaduto (in memoriam)

Nível divisório (e ilusório) entre dois mundos,
Que não se encontram, mesmo perto, sempre juntos,
Realidades paralelas, não se cruzam, se recusam,
A apoteose e o apocalipse, a discrepância, a discordância.

Em cima o sol, a passarela, a vida bela,
Poder sonhar, a ostentação, a ambição.
Embaixo a escória, restos de vida, degradação,
O submundo, o escracho, a solidão.

No alto, a vida indo ao encontro do sucesso;
Debaixo, escorrendo ao retrocesso.
Passa o burguês, indiferente à desigualdade,
E indiferente, o indigente...o que perdeu a identidade.

Muitos despencam lá de cima, lá do luxo,
Feitos suicidas, enclausurados pela dor...
Sombras que assombram, que retratam o desamor
São bichos-homens, vira-latas, degustam lixo.

E permanece lá em cima, a indiferença.
Todo o glamour, a arrogância, a burguesia,
E os maltrapilhos, recolhidos, embevecidos,
Com os out doors, os pisca-piscas...Zombaria!

Até quando esse cenário revoltante?
Só se aproximam pra tirar fotografias,
Virar manchete nas colunas de jornais,
Tão cordiais com tais problemas sociais!
E as soluções? Ora, quanta hipocrisia!

Quando acolhido pelo abraço maternal
E acarinhado pela morte, o indigente,
Seu corpo jaz, caído ao chão, sobre um jornal,
Do pedestal (aí se cruzam), a sociedade
Vem dissecá-lo para o bem da Humanidade.

(Carmen Lúcia)

Obs:Já havia postado essa poesia, mas não a encontro.

Foto de Daemon Moanir

Onde estás?

Batem à porta da minha mente
Ideias demasiado dúbias e senis
Que para nada mais servem se não tirar-me o sono.

Batem à porta.
Batem à porta constantemente
E cada baque na porta
Me tira pedaço de vida .

Caiu na escuridão ignóbil de minh’alma,
Aí contento-me com sentir,
Pois se sinto estou vivo.

Oh! Mas que fria é esta vida.
Cheia de desamor, sem nenhuma alegria.
Rogo pragas a quem meu fado cantou!
P’ra que seus lábios cerrem
E me deixem então na paz.

Olho à volta,
Olho de novo e sei estar sozinho.
Onde estará o meu abrigo?
Onde o procurar?
Olho p’ra cima e suplico,
Deixa-me acreditar!

Foto de Barzissima

Historia de Amor e Saudades - 7

Curitiba, 14 de fevereiro de 2008

Olá querido!

Faz tempo que não escrevo né... Quando as coisas caminham relativamente "bem" comigo não me sinto bem para escrever mesmo...
Desta vez o que quero dizer pra você, é que tomei uma decisão: Vou viver minha vida da melhor maneira possível... Te ver demais estava me fazendo mal já, sabe. Eu procuro meios pra te ver, passo na frente com o carro onde você, apesar de nunca te ver assim, fico como se diz "correndo atras", na esperança de te ver de novo... Isso faz eu ficar ainda mais pensando em você, me iludindo demais e ainda por cima ficar infeliz... E justo eu que sou uma pessoa de bem com a vida, sempre de bom humor, que vive brincando, sorrindo... Então, decidi... Vou parar com essa fixação por você... Não vou esquecer meus sentimentos por você.. Isso nunca, mas vou viver minha vida agora, tenho meus filhos pequenos pra cuidar, um marido... Tenho certeza que apesar de você talvez sentir alguma coisa por mim também, você também terá que fazer a mesma coisa... ou melhor já esta fazendo né... esta vivendo sua vida... E é isso... Espero não te encontrar mais... porque sei que se eu olhar nos seus olhos de novo, tudo vem a tona novamente....e pelo menos por enquanto, não chegou nosso tempo... Um dia vai chegar...E como diz a música: "Estou guardando o que há de bom em mim, para lhe dar quando você voltar...." Sempre te esperarei..... O tempo que for..., 02, 05, 10, 20 anos.... Ansiosamente....Para enfim, poder te amar, um amor lindo, como nunca, jamais, alguém te amou....
Beijos

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"EU QUERIA SER POETA"

“EU QUERIA SER POETA”

Procuro belas palavras...
Mas nada substitui o perfume da flor...
Preocupo-me com as rimas...
Mas perco longe para qualquer gesto de amor!!!

Falo sobre a lua...
Mas eu mesmo não acredito...
Olho para cima...
E sinto muito mais do que tudo que digito!!!

Acho que não sou bom nesta arte...
Acho graça no sorriso...
Quando eu transformo em letras, parece que não tenho sorte...
Conseguir me explicar é tudo que preciso!!!

A lagrima também me atrai...
Mas quando tento escrever o que sinto...
Parece que não sai...
Ate parece que eu minto!!!

O beijo é fácil...
Mas ao descrevê-lo...
Descubro que não sou hábil...
Não consigo decodificar o desejo!!!

Quem me dera resumir a saudade...
Dói tanto que até choro...
E falar então sobre a lealdade...
Ah, são tantas as palavras que ainda ignoro!!!

É melhor eu desistir de ser poeta...
Escolher outra diversão...
Quem sabe, até jogar peteca...
Mexe muito menos com a emoção!!!

Foto de pedro767

PERFUME NA CAMA

Perfume na cama

Na cama contigo quero estar

Na cama contigo quero viver

Na cama sem cobertor

Lençóis substituirei

Colocaria pétalas de rosas e flores

Para nossos corpos

Em cima de pétalas de rosas e flores

Nosso corpo só recebendo

O perfume de pétalas de rosas

Para o amor partiremos

Com abundância

Do amor e carinho

Juntos respirando o perfume o amor

Delírio do corpo as nuvens

Sexo delirante e rolando

Mundo sem fim

De lá para a Terra voltamos

Acordamos na cama com pétalas de rosas e flores

Só sentindo o perfume do amor

Escrito por Pedro às 19h07

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