Céu

Foto de Leonildo

No Azul Do Céu

No azul do céu, nós brilhamos novamente, para que um anjo nós abençoasse diante dos olhos dos céus azuis, como a brisa dos trêmulos pensamentos que irradiavam nossa louca paixão.
Nossa paixão estava se expandindo, por todos os corações, de todos os planetas que ali estavam, mas queríamos mais e mais, que a paixão acabou virando obsessão, este amor ambicioso e cheio de ciúmes se acabou.O amor foi perdido como uma folha ao se quebrar do galho e o vento a levou tão rápido, que não deu nem pra ver o seu vulto ao passar pelo ar.
Ficamos sós, se separemos por todo o tempo que podíamos dar um ao outro...

Foto de Leonildo

Intimo Do Amor

Intimo do amor

Nós sentimos a verdade do amor,
Dentro de nos mesmos,
Mas não queremos
Afirmar isto,
O amor é o caminho da liberdade ou da perdição?
Mas no mesmo tempo um querer incontrolável para quem esta amando ou quer amar.
Viva seus momentos
Com muita responsabilidade,
Não sejas insensível com o amor.
Amar é viver,
Viver é amar.
Ame e seja amada,
Não se sinta só no mundo,
Pois terá sempre alguém a te esperar,
Seja no céu ou no fundo do mar.
Eu sempre estarei aqui...

Foto de JGMOREIRA

POEMA DO MENINO JESUS - ALBERTO CAEIRO

Poema do Menino Jesus

Num meio-dia de fim de Primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se de longe.

Tinha fugido do céu.
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.
No céu tudo era falso, tudo em desacordo
Com flores e árvores e pedras.
No céu tinha que estar sempre sério
E de vez em quando de se tornar outra vez homem
E subir para a cruz, e estar sempre a morrer
Com uma coroa toda à roda de espinhos
E os pés espetados por um prego com cabeça,
E até com um trapo à roda da cintura
Como os pretos nas ilustrações.
Nem sequer o deixavam ter pai e mãe
Como as outras crianças.
O seu pai era duas pessoas -
Um velho chamado José, que era carpinteiro,
E que não era pai dele;
E o outro pai era uma pomba estúpida,
A única pomba feia do mundo
Porque nem era do mundo nem era pomba.
E a sua mãe não tinha amado antes de o ter.
Não era mulher: era uma mala
Em que ele tinha vindo do céu.
E queriam que ele, que só nascera da mãe,
E que nunca tivera pai para amar com respeito,
Pregasse a bondade e a justiça!

Um dia que Deus estava a dormir
E o Espírito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o Sol
E desceu no primeiro raio que apanhou.
Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz ao braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras aos burros,
Rouba a fruta dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães.
E, porque sabe que elas não gostam
E que toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas
Que vão em ranchos pelas estradas
Com as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.

A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão
E olha devagar para elas.

Diz-me muito mal de Deus.
Diz que ele é um velho estúpido e doente,
Sempre a escarrar para o chão
E a dizer indecências.
A Virgem Maria leva as tardes da eternidade a fazer meia.
E o Espírito Santo coça-se com o bico
E empoleira-se nas cadeiras e suja-as.
Tudo no céu é estúpido como a Igreja Católica.
Diz-me que Deus não percebe nada
Das coisas que criou -
"Se é que ele as criou, do que duvido." -
"Ele diz por exemplo, que os seres cantam a sua glória,
Mas os seres não cantam nada.
Se cantassem seriam cantores.
Os seres existem e mais nada,
E por isso se chamam seres."
E depois, cansado de dizer mal de Deus,
O Menino Jesus adormece nos meus braços
E eu levo-o ao colo para casa.

Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é o humano que é natural.
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.

E a criança tão humana que é divina
É esta minha quotidiana vida de poeta,
E é por que ele anda sempre comigo que eu sou poeta sempre.
E que o meu mínimo olhar
Me enche de sensação,
E o mais pequeno som, seja do que for,
Parece falar comigo.

A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena.

A Criança Eterna acompanha-me sempre.
A direcção do meu olhar é o seu dedo apontado.
O meu ouvido atento alegremente a todos os sons
São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas.

Damo-nos tão bem um com o outro
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro,
Mas vivemos juntos e dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda.

Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas
No degrau da porta de casa,
Graves como convém a um deus e a um poeta,
E como se cada pedra
Fosse todo o universo
E fosse por isso um grande perigo para ela
Deixá-la cair no chão.

Depois eu conto-lhe histórias das coisas só dos homens
E ele sorri porque tudo é incrível.
Ri dos reis e dos que não são reis,
E tem pena de ouvir falar das guerras,
E dos comércios, e dos navios
Que ficam fumo no ar dos altos mares.
Porque ele sabe que tudo isso falta àquela verdade
Que uma flor tem ao florescer
E que anda com a luz do Sol
A variar os montes e os vales
E a fazer doer aos olhos dos muros caiados.

Depois ele adormece e eu deito-o.
Levo-o ao colo para dentro de casa
E deito-o, despindo-o lentamente
E como seguindo um ritual muito limpo
E todo materno até ele estar nu.

Ele dorme dentro da minha alma
E às vezes acorda de noite
E brinca com os meus sonhos.
Vira uns de pernas para o ar,
Põe uns em cima dos outros
E bate palmas sozinho
Sorrindo para o meu sono.

Quando eu morrer, filhinho,
Seja eu a criança, o mais pequeno.
Pega-me tu ao colo
E leva-me para dentro da tua casa.
Despe o meu ser cansado e humano
E deita-me na tua cama.
E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.
E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é.

Esta é a história do meu Menino Jesus.
Por que razão que se perceba
Não há-de ser ela mais verdadeira
Que tudo quanto os filósofos pensam
E tudo quanto as religiões ensinam ?

Foto de Naja

VINHA VIDA

MINHA VIDA

Você é no céu a estrela mais brilhante
Você é o radiante sol da manhã
O orvalho reluzente que beijam as flores
É o pássaro que canta linda canção
nos galhos do jasmim.
É meu norte, meu caminho certo
Meu sono tranquilo, sonho de amor
Você é o piscar das luzea da cidade
Brilhants feito colar, ao olhar-se do Mirante
Você é o infinito mostrado na união
do céu e do mar
Através do deslumbrante azul de
seu olhar
Vejo o mundo colorido, festivo,
e assim só posso ...
TE ADORAR

andarela

Foto de Cecília Santos

NOITE SEM BRILHO

NOITE SEM BRILHO
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Noite longa, véu escuro.
Onde andas, eu te procuro.
Olho o céu, e não te encontro.
Só ouço o barulho do vento,
à açoitar minha vidraça.
Meu olhar se perde na escuridão.
Tudo é sem vida, é solidão.
Só o vento se agita, e me assombra.
Como fantasmas, ficam a me rondar.
Meus olhos estão cansados.
Meu coração está quebrado.
E você se oculta de mim, sobre o
manto da escuridão.
Estrela ponto brilhante, por que
não cintilas lá no céu?
Deixe cair o seu véu, se mostra pra mim!
Tens o mais lindo, de todos os brilhos!
Não fique acanhada, vem até a mim!
Acabe com essa escuridão,
e tira-me dessa solidão.

Direitos reservados*
Cecília- 03/2007*

Foto de HELDER-DUARTE

Teresa

Bosques, pomares e montes...
Vós águas, nas ribeiras correntes!
Monchique, Nave e terras outras...
E vós outras, negras pedras graníticas...

Perante vós um dia.
Nasceu Teresa, minha tia.
Essa que foi doente mental,
Em verdade afinal.

Mas quereis vós a verdade saber!
Vós zombastes d´ela,
Por ela vos dizer...
Que «santa» era.

Mas era verdade...
Era uma santa...
P´ela fé em Jesus, ter tanta.
Foi-lhe imputada, por Deus a santidade.

Pois é p´ela fé em Jesus.
E não por obras feitas...
A favor d´almas nossas,
Mas p´ela obra d´ele, ao ressuscitar e por nós morrer na cruz.

Sabei pois, vós pedras,
De Monchique, Alvor, Montes e Noras Ladeiras.
Que Teresa, sendo louca...
Na verdade no céu está e é Santa!

HELDER DUARTE

Foto de diego_drigo

PENSO EM VOCÊ

PENSO EM VOCÊ

Quando penso em você me sinto flutuar,
me sinto alcançar as nuvens,
tocar as estrelas, morar no céu...

Tento apenas superar,
a imensa saudade que arrasa o meu coração,
mas, que vem junto com as doces lembranças do teu ser.

É através desse tal sentimento, a saudade,
que sobrevivo quando estou longe de você.
Ela é o alimento do amor que encontra-se distante...

A delicadeza de tuas palavras
contrasta com a imensidão do teu sentimento.

A saudade serve para me dar
a absoluta certeza de que ficaremos para sempre unidos...

E nesse momento de saudade,
quando penso em você,
quando tudo está machucando o meu coração
e acho que não tenho mais forças para continuar;
eis que surge tua doce presença,
com o esplendor de um anjo;
e me envolvo aos teus braços...
Tudo isso acontece porque amo e penso em você...

Foto de vytor20

Juliana

Você é a única pessoa
que significa para mim,
Pois não consigo parar de pensar em você
Só consigo dizer
"Eu te amo".

Tenho tanto a te dizer
são coisas que sinto por você.
Somos diferentes na maneira de pensar
Mas somos iguais na maneira de amar.

Por muitos lugares tentei encontrar água, céu, terra e mar
Mais so ao seu lado consegui encontrar
A verdadeira forma de amar!

Foto de HELDER-DUARTE

Poetas I

Poetas! Poetas!
Continuai! Continuai!
Sede como profetas!

Aos tristes, consolai...
Com alma vossa...
A eles falai!...

Com força... Mais que ser vosso, possa.
Essa alma usai,
Em rima ou prosa.

E cantai! Cantai!
Mais que possa esse coração!
A este povo, que chora, consolai.

Não só com emoção,
Mas com cântico, novo.
De vida e acção.

Dai amor ao povo.
Dai-lhe esperança.
Pois ele vos ouve.

Dai esses poemas, com confiança.
Saia dessa boca, vida.
E palavra, que jamais, cansa...

Mas que aos oprimidos, livra
E liberta...
E teu próximo,vivifica.

Haja vida, certa.
Não morte.
Mas esperança, eterna!

Vós poetas, a estes dai sorte.
Sede, então oh poetas, também de Deus, profetas!
Para que estes, cheguem ao céu, que é norte!

Helder Duarte

Foto de HELDER-DUARTE

Amália

Amália que no céu cantas...
Com essa voz que a Deus encantas!
Em paz já estás...
Nesse lugar, onde não mais chorarás.

Amália tu fostes amar!
Para este povo, do Luso mar.
Que talhou, no rio da vida...
As tábuas de sua, dura lida.

Fica sabendo, oh povo!
Que Amália, foi mãe minha,
No pranto, que em sua, minha vida, houve...

Mas este fado findará,
Bem depressinha...
Com Deus e ela, meu ser eternamente, cantará!

HELDER DUARTE

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