Caro

Foto de Solitário Erudito

Despedida do amor

Existem duas dores de amor:
A primeira é quando a relação termina e a gente, seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro, com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva, já que ainda estamos tão embrulhados na dor que não conseguimos ver luz no fim do túnel.
A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.
A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços,
a dor de virar desimportante para o ser amado. Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida:
a dor de abandonar o amor que sentíamos. A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também...
Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou. Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém. É que, sem se darem conta, não querem se desprender. Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir, lembrança de uma época bonita que foi vivida... Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual a gente se apega. Faz parte de nós. Queremos, lógicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo, que de certa maneira entranhou-se na gente, e que só com muito esforço é possível alforriar.
É uma dor mais amena, quase imperceptível. Talvez, por isso, costuma durar mais do que a 'dor-de-cotovelo' propriamente dita. É uma dor que nos confunde. Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos, que nos colocava dentro das estatísticas: "Eu amo, logo existo".
Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente...
E só então a gente poderá amar, de novo.

Martha Medeiros

Foto de Logan Apaixonado

AMOR DE MUTANTE

Segue teu caminho, feito em cinzas, dor e angustias...
Pois sofro agora, por algo sem sentido...
Peito aberto, dilacerado, rasgado pelas cruéis garras do amor...
Sangue pálido, suave veneno, a vida extingue-se, cessa, acaba...
Pudera, arrancado de meu peito aberto fora, coração maldito, teimoso..
Entregaste o que tens de mais sagrado, mais caro, mais simples...
Presenteou-a, ingrata, cruel, foste tu, amada...
Apossou-se, invadiu, entrou em meu peito...
Ocupou os espaços, enchera de luz e esperança a minha calejada vida...
E agora, abandona-me, larga-me aos prantos, sem recanto ou refúgio...
Sem porto seguro, sem vida...
Por que me tomaste tão caro coração?
Por que tomara de mim meus sonhos?
Por que roubara de mim a minha alma?
Por que sumiste com nosso futuro?
Porque roubou minha vida, se a entreguei a ti com tanta dedicação...
Meu coração já era teu, mas mesmo assim, o tomou e sumiu...
Hoje me encontro em paz comigo mesmo...
Pois tenho a certeza de que entreguei a ti, meu amor...
As minhas mais belas riquezas, entreguei a ti os meus mais caros sentimentos...
Meus mais lindos sonhos, assim foste tu, és tu e sempre serás tu...

Foto de Junior A.

Homenagem a um poeta... (Carlos Magno)

Caro Carlos Magno

Sua última carta era dessas que ou se responde imediatamente, na paixão da leitura, ou não se respondem nunca. Creio que optei pela segunda decisão, ou antes, que fui levado a ela. O certo é que li sua carta com um interesse danado, que a vivi intensamente, que tornei a lê-la muitas vezes, e que, apesar da distância em tempo e espaço, me senti acompanhando você na terrível e dolorosa descoberta do poema "Um dia Eterno". Não sei se você meditou bem no que escreveu sobre isto, mas considero sua carta muito mais importante do que qualquer poética ou tentativa de explicação e interpretação de poesia, dessas que os eruditos escrevem, escrevem... friamente. Impressionou-me ver você tateando no escuro, apalpando, procurando, monologando, sofrendo e ao mesmo se observando tão lúcido, desdobrado e ao mesmo tempo uno, que poder! Me perdoe se achei sua confissão admirável, certamente você não quis se dar para mim como espetáculo, nem eu senti isso, mas não posso deixar de manifestar a espécie de susto iluminado, de terror feroz, não sei bem, todas estas palavras parecem bestas, diante do itinerário do poema que você traçou. E você me pede opinião! Como posso dar opinião sobre aquilo que resultou de uma experiência tão pessoal e tão direta de você, cada palavra tendo surgido de uma necessidade ou uma circunstância específica de você, o poema todo sendo tão propriedade sua que.. A verdade é que acabo não podendo escolher entre as variantes, aceito todas as variantes, e você me ensina que é possível fazer um poema com diversas redações, todas rigorosamente legítimas, coisa em que eu não acreditava. Já vê você que abandono toda atitude crítica e só lhe confesso a emoção grande que me provocou esse episódio poético do "Um dia Eterno". E não considero esta carta resposta da sua, porque o gênero de coisas que ela acordou em mim não encontra expressão idônea nestas palavras que estou escrevendo.
Devolvo esta folha de caderno, embora quisesse ficar com ela; mas deve voltar ao caderno. Agora fico desejando que você me mande sempre coisas novas... Pelo menos quando puder mandar, e isso não o chatear muito. Obrigado pelas boas palavras sobre minha situação pessoal. Mas não há nada de escuro no céu, e vai-se vivendo, às vezes com gosto, às vezes enfezado. E tudo dá certo, enquanto há força no braço, vontade e sentimento cá dentro... Me sinto capaz de viver. Não uma grande vida, nem uma vida cheia, mas o meu pouco de vida tímida e inconformada, com desejo de fazer alguma coisa que não sei o que seja, mas que seja bom para os outros, isso eu vivo. E é bom saber, no momento indeciso, que a amizade de alguns poucos como você está vigiando e solidária. Adeus, Carlos.Dê notícias suas. O abraço forte do seu velho

Junior

PS:Esta carta Carlos Drummond de Andrade escreveu ao seu grande amigo Mário de Andrade quanto ao poema Reis dos Reis,mas faço minhas as palavras aqui descritas em homenagem ao grande poeta que a pouco tempo conheço... Mas me encanto a cada dia com suas expressões. Carlos Magno

Foto de AdemiR

Cinza(Dedicado a Ana Gabriela de Araújo Madeira)

Ficarei a olhar
A tempestuosa tarde passar
Pois a ferrugem quer impregnar
Um tétano caro pelo preço de amar
Sou viajante imaginário
Pelas arestas desse teu corpo, meu santuário!
Amo esse teu jeito imprevisível
principalmente!
Tu és o vento nas nuvens q mudam constantemente!!!

Foto de NW

O amor que sinto

O amor que sinto

Pra te amar não preciso te ver
tampouco preciso ouvir tua voz
pois habitas os confins do meu ser
e lá dentro, ficamos a sós.

No meu coração, te carrego
Na minha mente, te levo
No meu espírito, te peço
para que ouças meu amor, que por ti é cego.

O que sinto por ti, transcende a razão
o que vejo em ti, é puro e casto,
o que tenho pra ti, é o meu coração
e o que quero pra ti, é um amor deveras vasto.

Sou feliz porque te conheci,
sou triste porque te magoei,
sou feliz porque tenho a chance de me redimir
sou triste, porque o que te fiz, ainda não reparei.

Mas o tempo mostrará,
ainda que passe os homens, ainda que passe a vida,
que o meu amor, firme, feliz te fará
e a dor que causei, aos poucos, estará desaparecida.

Porque fizeste me ver a luz,
e quando me dei conta da torpeza de meu ato,
senti em minhas fibras o terror a que conduz
o desrespeito, a desonra e a manutenção de um caráter fraco.

Já se disse, não sei por quem,
que errar é normal,
mas persisitir no erro é coisa de alguém
desprovido de inteligência, qual um animal.

Aos meus erros, quero lhes dizer
que estão mortos, definitivamente
e se neles há a esperança de reviver
melhor que desistam, pois minha resolução é assente.

Prostrado, pedi seu perdão,
por milagre, você o concedeu,
e neste ato, salvaste meu coração,
que pra sempre, será somente teu.

E agora é o início dos dias,
que se sucederão puros e felizes,
doravante só terei bons guias,
que me levarão a te amar, em todos os matizes.

E esses matizes são íntegros e verdadeiros,
são eles: meu corpo, coração, mente, conduta e espírito,
que contigo permanecerão até os dias derradeiros,
seja na alegria, na tristeza, às suas vistas ou longe delas, com ou sem testemunhas, na glória e no martírio.

Tudo que disse, tudo que te falei,
naquele momento de despero,
está dentro de mim escrito, e agora é lei
lei irrevogável, pétrea e que jamais do esquecimento sentirá o cheiro.

És minha vida, és a força-motriz
de tudo que sou, de tudo que quero,
só contigo serei feliz,
e por isso, cuidarei de ti com muito esmero.

Os teus olhos fulguram de beleza,
seu coração brilha de ternura,
tua alma reluz de pureza
e sua voz irradia doçura.

És única, és inquestionável,
és a jóia mais cara, a escultura mais imponente,
tua beleza resplandece incontestável
e aos meus olhos, tu consubstancia o Belo patente.

Nada em ti necessita de reparos,
nada em ti precisa de remédio,
tudo em ti a mim é muito caro,
tuido em ti afasta-me do tédio.

Versos e palavras são inúteis,
para descrever a sublimação que te envolve,
fazendo com que mão e boca sejam fúteis
e incapazes de mensurar o amor que por ti se move.

Te amo como o peixe ama o mar,
te amo como a planta ama a terra,
te amo como a coruja ama o luar,
te amo como a neblina ama a serra.

Te amo da forma mais plena, mais verdadeira,
te amo em tudo e te amo por tudo,
te amo não só de segunda à sexta-feira
mas também no sábado e no domingo,
e em todos os dias, e até quando não é dia,
te amo acordado e te amo dormindo,
te amo longe de ti e te amo quando tenho sua companhia,
te amo quando estou inteiro, te amo quando estou acabado,
te amo a qualquer tempo, em qualquer horário,
te amo porque em mim não existe outro lado,
porque o seu sorriso, é e sempre será o salário,
do meu coração, que palpita descontrolado,
quando sei que em ti poderei enriquecer o erário,
do amor verdadeiro, que jamais será comparado,
a qualquer amor terreno, que se guarda no armário,
pois amor assim não se guarda, só se liberta calado,
para que cante no palco da eternidade,
para que dance na pista da cumplicidade,
para que cresça no solo da fidelidade,
para que seja glorificado nas canções de liberdade,
para que se expanda no mundo da sinceridade
e para que sempre sorria no seu rosto,
que é o rosto da felicidade.

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