Carne

Foto de Paulo Gondim

Infinitamente

INFINITAMENTE
Paulo Gondim
28/04/2010

Desnudo-te com meu olhar sutil
Com investidas bruscas, incontidas
Rebusco meus sinais, em forma vil
Disfarço, camuflo-me em outras vidas

Penetro em tua carne, como parasita
Ponho-te inerte, como vírus fatal
Que se aloja, como nefasta visita
Ausência do bem, presença do mal

Faço, em tua pele, cicatrizes fundas
Marco teu rosto, deixo-te à sorte
Desejo-te, com vontades imundas

Tomo as rédeas, encontro teu norte
Faço-te mulher, mostro-te a vida
Amo-te infinitamente até a morte

Foto de Allex F.

Caminho da morte

Sigo os passos de um fantasma que é o meu destino
Por um caminho escuro e de trilha torta
A solidão invade minh'alma sem bater na porta
Como um verme que entra com verocidade
Em toda carne morta

Assim vou sozinho nessa caminhada
Sem nunca ter visto o rastro da esperança
Que eu procuro desde criança
Mas que até agora não encontrei nada

Apenas ando sem ter muita pressa
Mesmo com minha matéria submersa
Num rio de dor e tristeza
Pois sei que minha agônia vai se estancar com certeza
Quando eu der meu último passo
E cair sobre os gelados braços
Da unica coisa que me espera

E já consigo ver no fim da estrada
A impiedosa morte ali parada
E o meu destino a olhar para ela

Foto de Carmen Vervloet

Voraz

Superlativo
imperativo e presente
saboreia com voracidade
nacos de felicidade
consistente
Doce ou apimentado
na medida certa
caliente
Em liberdade
preza a amizade
transparente
Envolve-se na poesia
qual lua branca
silente
Unha e carne,
afeto, coração,
estrofe da canção
envolvente
Passarinho cantador
livre a voar,
flor, perfume e cor
semente
Renasce a cada dia
na paz que assedia
insistente
Normal, mortal,
passional, carnal,
com antecedentes
Devora a vida
com alegria
urgente!

Carmen Vervloet

Foto de luiz capilé

ONDE ESTA VOCÊ

Estou só
Vida dividida
Perdido na multidão
Alegria esquecida

Vida é partilhar
Dividir a vida
Apoio firme
Força garantida

Bloqueia a luz
Áspera solidão
Ardente tristeza
Brilha na escuridão

Onde esta você?
Meu vento
sopra as nuvens
Escuras de tormentos

Onde esta você?
Meu chão
Sem paradeiro
Sumindo na imensidão

Onde esta você
Meu porto seguro
Donde tiro forças
Pra construir o futuro

Onde esta você
Minha lua
Serei seu sol
Quente luz tua

Onde esta você
meu sol
Luz da vida
Canto do rouxinol

Onde esta você?
Anjo meu
Materializada em carne
Caída do céu

Onde esta você?
Minha luz
Ilumina o caminho
Que o amor conduz

Onde esta você?
Meu amor
Essência pra vida
Paixão é calor

Onde esta você?
Minha água limpa
Sacia minha sede
Na saliva da sua língua

Onde esta você?
Meu ar
Seu cheiro no meu
Vamos apaixonar

Onde esta você?
Meu calor
Incendeia meu corpo
Atenda meu clamor

Onde esta você?
Minha vida
Perdida na multidão
Alegria esquecida

Foto de Lou Poulit

A JANELA

A janela é um arremedo, estreita demais para o universo que me assedia. As rendas da cortina balançam, como fossem marionetes da minha lascívia, refém de outro nível de consciência. Tenho medo... Morro de medo dessas intimidades com outros níveis de consciência. E como em qualquer mulher fêmea o medo excita, busco refrigério no corpo que ao meu lado afunda. O lençol desalinhado é de cor areia (e mais parece movediça), onde afundam de cansaço as marcas dos meus dentes, na carne cujos arrepios me cansaram, nos músculos que não me arrepiam agora mais que essa janela e a sua brisa. Os cheiros que eu buscava estão lá fora. O gosto que eu queria na garganta, os puxões nos meus cabelos, o rasgo comprido até a alma, o roçar dos pelos nas costas, os dedos cravados nos peitos... Ah!... Tudo está lá fora. E eu aqui, encolhida, refém de mim mesma.

Essa janela não merece viver... Antes fosse arrebatada de mim, molestada, possuída. Não por todas as estrelas mas sim por todos os escuros, não por gritos de piedade mas por todos os sussurros velhacos, que condenam o meu caminho enrugado, conduzida que fui, como novilha ao abatedouro do tempo. Onde todas as mulheres vêem a sua película de outra forma, e reviram gavetas e rasgam fotografias, como se o passado pudesse ser tocado como foram elas. Até que a sua ira se erguesse das areias, do fundo do poço. Até que fizesse tremerem o céu e a terra, e o seu corpo de fêmea, e as suas vísceras profanadas, empurradas aos trancos e safanões para a beira do penhasco. E só então, ao escorrer de uma gota de leite, e do gozo caudaloso que se precipita, se precipitasse no vazio do próprio espelho...

Há de abrir suas asas imensas ante o desconhecido. Há de sobrevoar todas as antigas estruturas, como em uma visão apocalíptica. E há de alinhar-se ao horizonte antes intangível, e de lá saltar para o sempre. Porque agora sabe que a mulher e o abismo são uma coisa só, e não tem ela porque temê-lo, nem ao seu predador. E que... Por que não comê-lo?! E que não precisa da ira para isso... Aliás, o medo e a ira são duas faces de uma mesma moeda. Chamam-na Juventude, ou Hebe, filha legítima de Zeus e Hera na mitologia grega. Com ela paga-se por toda a sabedoria acumulada no caminho da vida...

Uma mulher, uma legítima mulher de carne e espírito, não lamenta a perda da juventude. Mas não lamenta porque não a perdeu, em vez disso a transfigurou. E descerra em si própria a sua janela, e sem querer fugir para fora grita a todos os astros: Pois que venham! As minhas veias vos esperam...

Mas eles não virão facilmente. Talvez só depois que perderem o medo.

Foto de A ciganinha

O Ser “MULHER

O Ser “MULHER”

E Deus criou o mundo
De cada espécie um casal
Criou também o homem
Pensou na sua solidão
E num momento glorioso
Criou o ser “Mulher”

Feita de carne e osso
De imagem escultural
Traz em seu divino ventre
A semente da fertilidade
Esta que lhe faz especial
-Gestar e multiplicar vidas

Como se de ferro fosse
Este ser polivalente
Guerreira e destemida
Persistente e incansável
Inúmeros atributos lhes são impostos...
Desafio é sua bandeira de luta

Em todos os segmentos
Aos poucos se infiltrando
Reivindicando seus direitos
Mostrando o quanto é capaz
De impor ao mundo o merecido
Respeito com seu grito de guerra

Chega de discriminação!

Ser mulher é ser consciente
Ser mulher é ser edificante
Mulher não é apenas sexo
Mulher não é apenas “bunda”
Mulher é a mais bela criação
Mulher que dá vida à outra vida!

Parabéns a todas as mulheres!

Diná Fernandes!

Foto de jessebarbosadeoliveira27

O SELVAGEM LIRISMO

(TRIBUTO A HILDA HILST)

Caminhando o caminho do diverso,
Ela nos mostra a lírica contida
No ferino, íntegro e libertino verso.

E ao galopar
Cômoda e colossalmente
Sobre o lombo do Pégaso da mente,
A mestra da feérica palavra lasciva e corrosiva,
Munida do antídoto contra a hipocrisia,
Transmuda sáfaras e necrópoles da consciência
Em edens monumentais do pensamento
Cuja paixão é navegar no oceano da contínua luminescência,
Mesmo sendo bombardeada pelo inexorável sol da inveja,
Da ira mais intensa!

Ventania, Rebeldia, Anarquia, Anti-hipocrisia, Amor de carne, Fantasia:
São tantas as alamedas em que ela,
Indomada, desfila;
É tanta a energia que as suas mágicas palavras irradiam;
É tamanha a técnica que domina;
É tão imensurável a certeza de sua cintilante onipresença ladina e arredia
Que, embora seu corpo repouse
Na cidade da augusta dimensão desconhecida,
A verdadeira, alada, carnosa, líquida, alcoólica Poesia
Sua pessoa, sempre e com muita alegria,
Imortaliza!

Vai, Ursa Maior
Vai, Tempestade
Vai, poderosa Melodia
Vai, inesperado e epifânico Graal
Vai, vocabular colossal Estrela ígnea
Vai, POESIA, seja eterna e simplesmente HILDA!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

Foto de Anderson Maciel

O CRIADOR

sem saeber o rumo gritos ouço a cada vez fortes me consomem a alma o que será isto? não acredito em tal coisa que esteja pra acontecer anjos decem do céu azul para entregar o seu destino suas vidas estão traçadas por um caminho luzes te iluminam no meio da escuridão e mais vão te fazendo lutar até a morte temor invade teu coração uma guerra interior aonde a carne luta com os desejos de praticar o mal aonde reina o amor diante disto tudo está se perdendo coisas lindas que vivi em minha vida sendo disipadas em segundos momentos ilustres sendo atacados por nuvens diabólicas de anjos do mal que estão reinando sobre a terra e onde está o Criador os seus gurreiros eternos em grande nuvem vem anjos diversos começa a batalha lutando ambos pelos meus sentimentos lutando uma luta que é minha dando a vida como anjos lutando contra as forças do mal com todo o poder dado do Deus Criador que diferença faz tudo isso meus olhos contemplão esta guerra ossos por todos os lados é o fim dos tempos é o fim da humanidade seres mortos vidas seifadas em segundos o que será que me espera mais afrente morte dor desespero sem fim um clamor um grito de amor vem dos altos ceus no meio da grande batalha cego-me com a luz que os derrota e os leva pra um lugar estremo onde ninguém é dono de si e sua cosiência pesa neste momento almas clamando por paz quando sofrem no queimar do fogo ardente o que me espera la na frente não sei ao certo só sei que estou aqui dentro desta grande batalha sendo a maior peça de utilização aonde me vejo sentado em assento mediocre esperando o grande dia a batalha se ençerra e grande vitória é dada ao Criador levando todos a uma terra chamada prometida e aonde estou eu não me vejo será que esqueceu de mim? nesta escuridão és a minha luz ó Senhor derrepente vejo anjos em minha volta que começam a me levarpra outra era um lugar no por vir fico adimirado com a quantidade de anjos o que será que estar por vir? simplesmente eu não sei pois a guerra não teve fundamento mortes dores sem sentimento até quando isso vai durar minha alma com sonhos orríveis e eu a sentir dor dentro do peito por ver tudo o que vai acontecer breve meu ser chora e o rancor sai de minhas entranhas me fazendo dizer que tudo o que fizemos hoje e que vamos fazer amanhã não tem valia e não vale de nada comparado ao que sinto pois a carne apodrece mais e mais e o espirito vibra querendo se matar dentro de mim quando ouço uma voz que me desperta deste sonho sim estava certo era ele o Criador. Anderson Poeta

Foto de A ciganinha

Mil vezes te amaria

Mil vezes te amaria

Mil vezes te amaria
A qualquer hora do dia
Seria tua mucama
Na relva ou na cama

Mil vezes te reencontrar
Viver a emoção de amar
Sem pressa nem destino
Em total desatino

Mil vezes me contagias
Crio tantas fantasias...
Que sejas meu por inteiro
Venha pro meu paradeiro

Mil vezes viver para te amar
No teu laço me recriar
Como carne e unha encrustar
E desse amor me alimentar

Diná Fernandes

Foto de DINHO CM2

Abismo Da Alma

Faço um apelo ao mundo ai fora, alguém que capta essa mensagem me socorra, por favor, estou preso num corpo sem saída, dentro de mim mesmo, sufocando entre as palavras e caindo no posso sem fim.
Ao encontro da morte, não vejo direção para trilhar estou dependente da minha coragem a mesma que me falta nesse momento, meus passos não deixam rastros, nenhum caminho a me encontrar.
Por favor, estou à beira do abismo deprimente com um pé ao fim, me achem, tire-me de mim, pois viver consigo só e o mesmo de carne fresca em rios de piranha e nem uma lhe notar.
To a procura de um abrigo com calor humano, sem frieza ou isolação, me sinto com vontade de corta os punhos e vê o sangue escorrer, com sede de vida bebendo a morte, olhando ao espelho e não vendo ninguém.
Estou quase a desisti da salvação se caso você lê essa mensagem e não me encontrar, não lamente, pois você tentou, eu que não fui forte o bastante pra viver.

Dinho cm2

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