Canto

Foto de Cecília Santos

PÁSSARO FERIDO

PÁSSARO FERIDO
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Laranjeira carregada de flores.
Observada à distância é um
lindo buquê de noiva.
Em meio as ramagens, no mais
alto dos seus galhos.
Um pardalzinho, com seu
peito ferido, cantava.
Seu canto soava como um
doloroso lamento.
E quanto mais tentava cantar,
mais fraco ia ficando.
Seu canto era de tristeza,
um canto de adeus.
Distante de sua amada, não
tinha mais motivos pra viver.
Pois sabia que as forças lhe
faltava, que não resistiria.
Pois com seu peito ferido, em
chaga aberta, não sobreviveria.
Sabia que ali mesmo morreria.
Então estufou o peito, pensou
em sua doce amada.
E no espinho mais agudo que
ali encontrou, espetou seu
coraçãozinho ferido.
E cantou... cantou como jamais em
toda sua vida já havia cantado.
Queria que sua última melodia,
chegasse até a sua amada em forma
de mensagem de amor.
E a noite chegou, e consigo trouxe
um manto de estrelas.
Que cobriu um débil pardalzinho ferido
de dor de morte.
Quem por ali, de manhã passou,
quiçá nem percebeu.
Um pardalzinho morto, coberto de
flores de laranjeira!!!

*Poema baseado na Lenda "O Rouxinol e a Rosa"

Direitos reservados*
Cecília-SP/01/2008*

Foto de Marta Peres

Palavras Que Matam

Palavras Que Matam

Há palavras que nos maltratam
ferem como se fossem punhal,
palavras gritadas e impensadas
num desamor e desespernaça,
de imenso rancor, de desespero
louco.

Palavras cruas que machucam,
de um negror tal qual a noite,
palavras com sabor de fel
que erguem muro de desgosto.

Palavras sem o tom colorido
do bem querer, inesperadas
e sem a poesia das flores,
do canto de amor,
do riacho de águas claras
correndo em solo fértil.

Quero esquecer a quem amo,
seu nome o jogarei ao vento
e distraidamente não mais pensarei,
não mais chamarei por ele.

Palavras que são rudes não quero mais
não quero palavras vexatórias nem insultos,
não quero palavras com o negror da noite,
prefiro o silêncio dos mortos!

Marta Peres

Foto de Lou Poulit

LASO, Cia. de Dança Contemporânea

UMA EXPERIÊNCIA LINDA

O bailarino/coreógrafo/ator/professor CARLOS LAERTE, seus intérpretes e assessores, foram uma das mais felizes surpresas da minha vida.

Estava expondo minhas pinturas no Corredor Cultural do Largo da Carioca. Derrepente chegam um mulatinho e uma mulher, ambos lá pelos trinta. Perguntam quanto tempo eu levava para pintar uma daquelas telas (série Bailarinos Elementais). Descrente, respondo que dependia do grau de elaboração, uma hora... um dia... Eles se entreolham e depois o mulatinho pergunta se me interessava por apresentar meu trabalho num espetáculo de dança contemporânea e quanto cobraria. Confesso: além de não acreditar, na hora também não entendi. Nunca soube que espetáculos de dança apresentassem pintores trabalhando ao vivo!

Acertamos cachê, marcamos data e hora. Me pegariam de van em Copacabana, onde tinha ateliê, e estaria embarcando para Campos, cidade aqui do estado conhecida pelas muquecas e peixadas, onde faríamos uma apresentação no dia seguinte. Só acreditei quando a van chegou, trazendo uma penca de bailarinas tímidas e a tal mulher, que parecia saber todas as respostas mas não era a deusa. O deus era o tal mulatinho, bem quetinho no canto dele.

Pois bem, a gente nasce com dois olhos e ainda assim é muito pouco. Íamos fazer um ensaio técnico de véspera e estava prestes a conhecer um trabalho artístico maravilhoso, seríssimo e cativante. Fizemos aquela apresentação no Teatro Municipal de Campos, depois fui novamente convidado e fizemos outras, no Espaço Sérgio Porto, no Centro Coreográfico da Tijuca... A cada dia tinha a impressão de reencontrar uma aura registrada no meu sangue e da qual não me lembrava mais. Explico para que entendam: minha avó paterna, Nair Pereira, fora bailarina no tempo do teatro de revistas. E dessa história só restava, até há pouco tempo, a madrinha de batismo de meu pai, hoje falecida, Henriqueta Brieba. Também pelo lado paterno, meu bisavô que não conheci em vida, Antônio "Paca" Oliveira, fora homem de circo: o maluco (me perdoe o linguajar moderno) foi o primeiro homem-bala do Brasil, num tempo em que se fazia isso para matar a fome. Só podia ser! E sem seguro?! Em troca de meia-dúzia de cobres e o aplauso de meia-dúzia.

Na hora da apresentação ficava pintando no palco e de costas para o balé, mas durante os ensaios aquela gente me impressionava. Assim descobri o talento inequívoco do coreógrafo Carlos Laerte, a sua memória fantástica de um trabalho artístico que usa vários recursos simultaneamente, e ainda tem registrados todos os pequenos erros das últimas apresentações para que não se repitam. Até eu, que estava ali assim, como vira-lata caído do caminhão, também mereci uma crítica para melhorar o desempenho!

Os intérpretes estimulavam a minha adimiração. Carol, Simone, Yara, Bianca e Rodolfo, o espírito da arte habita, com certeza, todos eles. Não se pode compreender aquela gente de outra forma. Repetem infinitas vezes seus movimentos, perseguindo pequenas eficiências. Tornam-se íntimos do cançasso e, não é exagero dizer, da dor física. Controlam o próprio ego para que o coreógrafo corrija a interpretação de outro bailarino, já que precisam estar sincronizados, e isso é uma espécie de ginástica psíquica. Outra deve ser a nacessidade de por temporariamente na gaveta os problemas de casa, filhos, maridos/namorados, para não perder a concentração.

E tudo em troca de cerca de cinqüenta minutos. Esse é o seu tempo. O tempo em que os intérpretes são os senhores do momento, da luz que explode em seus corpos húmidos, da linguagem do movimento, do ritmo do qual nem o cosmo pode prescindir, enfim, da emoção que paira sobre e em todos, profissionais e expectadores, como uma hóstia artística que paira sobre o cálice do sacrifício e da adoração. Nessa hora a arte é a deusa e o espetáculo me parece uma grande comunhão, porque nos faz comuns uns aos outros, porque amamos isso e nos oferecemos para construir e transmitir a emoção. Incrível isso, eles constróem sua arte complexa em muitas horas de dureza. Ao final é como o velho exercício de imagens feitas de areia colorida nos mosteiros do Tibet, como alusão à transitoriedade da vida humana: o mestre passa a mão na imagem pronta, perde o momento, e nos liberta dela para que possamos recomeçar, com o mesmo amor, a reconstrução do nosso próximo momento. Uma pintura minha pode ser feita por dias consecutivos e depois guardar aquela emoção por décadas, talvez um século. Por isso me parece tão menor do que a arte que esse pessoal faz.

O espetáculo "Caminhos" fala exatamente disso: reconstruir sempre. Recomendaria aos expectadores de primeira viagem que se vistam condignamente. Aos homens que não deixem de fazer a barba e se pentear. Às mulheres que não usem saias demasiadamente curtas, pintem-se com sabedoria, cuidem do andar e do falar. Porque talvez estejam indo na direção de um grande e insuspeito amor. Se em minhas palavras houver poesia, não há mentira. No meu caso particular, como no de muitos outros, esse amor atravessou várias gerações".

Foto de myrian

Ode à prostituta

Você me toca, me joga num canto.
Me abraça, me usa, lambuza,
Meu corpo é seu pra ser usado,
Você não pede você me toma,
Você paga, você toca um sax.
Você tem prazer,
Sou sempre um leito
Um deleite
Você chora
Dores de prazer, dores de solidão.
Eu sou seu ouvido
Você reclama você me chama,
De tantos nomes
De vagabunda, de seu amor,
A magia se desfaz quando que peço carinho
Você me joga dois tostões
E sai correndo
Batendo a porta
Jurando não mais voltar
Mas volta
Quando bate novamente seu vazio.
Cala minha boca com promessas
Me toma com seus desejos
Possui minha carne
Meu corpo
Meu espírito
Me deixa destroçada
Deitada
Nua
Perdida

Myrian Benatti

Foto de Rosita

CANÇÃO DO CORAÇÃO

Sentado embaixo da mangueira
O céu com o olhar perdido fitava
Da viola triste som tirava

Sentei-me ao seu lado devagar
Procurando em nada incomodar
Para dos seus sonhos não o acordar

No seu olhar uma lágrima dançou
Um suspiro do seu peito escapou
Uma canção de lamento ele cantou

Quando terminou de cantar
Olhando-me com aquele triste olhar
Deixou de seus lábios um sorriso escapar

Disse-lhe: bravo poeta, que bela canção
Ele sério, olhando-me nos olhos, respondeu:
Moça, sou não, apenas canto o que manda o coração.

Rosinha Barroso
22/01/2008

Foto de Dirceu Marcelino

RESPINGOS DE PAIXÃO III - NO CHALÉ

Hoje é terça-feira
Mas não quero que saias
Desse belo Jardim Encantado
Em que te vejo andando
Em terras brasileiras.

Fizestes-nos ouvir
O canto dos pássaros,
Numa suave melodia
Que aqui chega em encantada
Melodia.

Fizestes-nos consigo pisar
A relva molhada e macia
Desse belo e florido jardim.
Ora enriquecido
Com a mais bela das flores.

Flor que se cheira
E deixa impregnado em nosso nariz

O perfume de jasmim.

Trazido dos jardins de Paris
Para mim.

Ainda sinto
A brisa suave que acaricia
E acariciou tua pele macia
E, ontem, despiu-a assim,
Voluptuosa
E ardentemente.

Naquele chalé encantado
Que existiu em meu sonho,
Mas que será todo o dia
Como uma verdade para mim!.

Bom dia.

Foto de Sirlei Passolongo

Procuro você

Procuro você
Nas noites frias
Vazias
Olho as estrelas
A rua
Procuro você
Olho a lua
O chão
Ando na contramão
Noites frias
Vazias
Sofre e chora
Meu coração.

Procuro você
Em cada rosto
Cada canto
Olho os bares
Os mesmos lugares
Onde juntos passamos
Ando sem direção
Olho a cidade
Saudades...
Noites frias
Vazias
Só encontro a solidão
Sofre e chora
Meu coração.

(Sirlei L. Passolongo)

Foto de patrick_bange

A BRUSCA POESIA DA MULHER AMADA III (à maneira de Vinicius)

O corpo da mulher amada é sagrado.
Súbito como um susto, voraz como a carne vermelha.
O toque à sua superfície angelical é leve,
tem de ser silencioso como uma oração,
íntimo infinitamente.
Pelo corpo mergulha-se na mulher amada,
procura-se a aurora de seu ser, a luz secreta,
o silêncio celeste de sua matéria impalpável.
Haverá a hipótese do suor quente:
beber o vinho de sua alma e deslizar pelos caminhos úmidos,
salgados e vermelhos de suas curvas de ouro.
Para ouvir a mulher amada respirar, tem-se que fechar os olhos,
porque há nisso qualquer coisa de divino,
de eterno, de graças à vida.
A voz da amada é o canto de cem mil harpas em harmonia uníssona.
Seu sorriso guarda o espanto de uma noite estrelada,
olha-se para seus olhos como para uma flor vermelha,
rara, hipnoticamente bela.
E cai-se dentro deles como em uma alegre armadilha.
Não há coisa mais bonita e azul que a mulher amada.
Segurar suas mãos como a duas porcelanas chinesas,
e beijá-las como a um filho que nascera.
Comer a Poesia da mulher amada,
fazê-la água fria no deserto, agasalho no inverno,
alimento para toda a vida.
Entregar-se como a um deus bom,
cantar-lhe as incomensuráveis ternuras que nela explodem.
A vida da mulher amada é o princípio da minha,
também o meio, também o fim.
E como prova final de amor eterno ao ser da mulher amada,
escrever-lhe um poema simples,
sussurrá-lo em seu ouvido à noite
e selar o infinito com um beijo morno:
uma luz infinda que ilumine duas escuridões.

Foto de carlosmustang

""""""""""""""O SOL""""""""""''""""'

Então apenas o sol como esperança...
De uma bela criança
E aquela tarde brilhou
Uma nova esperança
''E tudo valeu a pena amor
''Mesmo depois da morte dos passarinhos
'Ainda tinha alguns ninhos...
Para que um menino
Pudesse deles cuidar
E nova vida no ar
O garoto então corria
Para todos amar
Garoto e chamou lhe a tia..
Dando muita alegria
Menino... Vem cá porcaria.
A uma nobre garotinha
Só ouvia o canto da cotovia
''Porem de olhar avivante...
olhar
Observava o viajante
E naquele instante algo clareou
De amarelo
Tornou se belo
''E assim ficou até o fim do dia...
Que sabia
Que, mas deus tudo via
Sim menina
'''E nova orgiva explodiu
Vida nova surgiu
Mas demorou muitos anos, viu?
Mas tudo viu
Este nobre cavaleiro
Muito papo pouco dinheiro...
Mas muita ousadia vale mais que muito mine
MELL diz:
Mas muita ousadia vale mais que muito mineiro
E também 1bom companheiro
e 1cavalo bão
Lhes dão
Em troca de seu reino apenas
Bela morena...
Com pernas pequenas
Um grande par de seios

Mas ficam em silencio
E muito desmiolado
Que precisa ser cuidado
E consertado por um
Psico mel

sp – 19 – 01 – 08

então apenasde uma bela criança
o sol como esperança..'

de: CARLOS E MELISSA.

Foto de Cecília Bailarina

Bruxas

a força da lua cheia
envolvida por rosas
vermelhas
o perfume das
figueiras
e o canto das
mulatas faceiras
são ingredientes
das bruxas
pra te conquistar
por inteiro.

^^Ceci.

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