Cabeça

Foto de Graciele Gessner

O Luto... (Graciele_Gessner)



Quando escrevi em 2006 a reflexão: “O luto é uma dor solitária, ninguém nos prepara como vivê-lo. Temos de ir abraçando em frente como for possível. Há dias ruins, e às vezes dias terríveis”. Jamais pensei que sofreria desta terrível dor. O gosto amargo da perda, o desgosto de ter que conviver com esta dor é que nos torna vulnerável. Sei que é preciso enfrentar de cabeça erguida, mas é impossível. Tenta-se levar a vida como se tudo fosse natural. A estrutura se rompeu, deixou um vazio.

Dizer adeus para pessoas em que temos como exemplo, admiração, carinho, respeito, e em muitos casos como nosso alicerce é que destrói a vida. Digo, perdi o meu socorro, estou sozinha mais uma vez.

Tento levar a vida normalmente, trabalhando, me ocupando, escrevendo... Mas a solidão está presente. A dor lateja no peito, a saudade é enorme. A vida não parou para quem ficou, mas aqui neste plano de vida deixou um lugar vazio para sempre.

Talvez alguém me pergunte: luto de quê? Simplesmente responderei: o luto até onde se sabe é um sentimento de dor pela morte de alguém. Meu luto é para a minha tia Marli Gessner.

Muitos até dizem que devemos usar preto, eu prefiro branco, a cor da paz eterna. Ela teve uma morte bonita... Faleceu dia 29/01/2010 perto das 18 horas de ataque cardíaco.


03.02.2010

Escrito por Graciele Gessner.


*Se copiar, favor mencionar a devida autoria. Obrigada!

Foto de Cido Zil

ESCREVENDO UMA NOVA PÁGINA

A cada dia, Deus tem me dado uma nova oportunidade de abrir uma página em branco e escrever uma nova mensagem.

Logo nas primeiras horas do dia, paro em frente ao computador, peço a Deus orientação e em seguida começo a escrever preenchendo assim mais uma página em branco.

Com a nossa vida também parece ser assim. A cada novo dia, ao acordar temos uma página a ser preenchida, com boas idéias, boas ações, ou não. No final do dia, ao recostarmos a cabeça no travesseiro, a página escrita é lida, relida e como um filme, vem à tona tudo de bom e também de ruim que tenhamos feito e que ficou gravado no nosso livro diário.

Disse o Salmista: “Louvarei ao Senhor que me aconselha; até de noite o meu coração me ensina.” Salm.16:7

No livro da vida podemos escrever muitas coisas, mas após escritas não temos como voltar e apagá-las.
Enquanto escrevo esta pagina, pude rever o que escrevi, pude voltar atrás e apagar algumas palavras; alterar, deletar, mudar; mas não acontece a mesma coisa com a nossa existência.
De manha após acordar, escolha escrever no seu livro diário somente coisas boas, por isso peça conselho a Deus e diga: “Tenho posto o Senhor continuamente diante de mim. Porque Ele está à minha direita, não serei abalado.” Salm.16:8

“Dirige os meus passos nos teus caminhos, para que as minhas pegadas não vacilem.” Salm. 17:8

Ele então te responde assim: “Eu irei na sua frente e aplanarei as montanhas; arrebentarei portões de bronze e quebrarei as suas trancas de ferro.” ISA..45:2

Sejamos um livro aberto onde todos que passam possam ler e perceber que temos um Deus que nos dirige e nos ajuda.

CIDO ZIL – 19/02/2010

Foto de charllesoliver

desabafando ....

te amar para mim nao e apenas um centimento é ter um motivo a para viver um motivo para lutar e vencer os obstaculos da vida
amar vc me deu forças para levantar a cabeça e seguir adiante
amar vc e como criar coragem e enfrentar os medos.
por isso eu te amo vc e minha musa.
vc e a unica pessoa em quem eu pensO antes de dormir
a unica pessoa em que penso quando acordo vc é a culpada de eu torra a paciencia de Deus pedindo seu coraçao pedindo que vc me ame como eu te amo .
vc e quem eu quero acorda e ter do meu lado.
vc e quem eu quero estar todos os dias da minha vida
por mais que vc me der a mesma resposta toda vez eu vou quantinuar pedindo por q eu te quero mas que tudo nessa vida ..

ufa desabafei ...
te amo .. e vc sabe disso. fico pensando se vc naO sente nada por mim
se e apenas amizade msm
pois sei lá tanta coisa aconteceu e foi dita
que eu nem sei . o que passa pela sua cabecinha

alguma coisa me diz que um dia vou conseguir
mas outra coisa me diz que nao e agora
mas vou esperar e vou continuar tentando
quem sabe um dia concigo mesmo ...
bju te amooo !!!!!!

Foto de DENISE SEVERGNINI

AMA-ME

.
.
.
.
Ama-me
Inflama-me
Acende-me
Revira;
Profana;
Invada;
Assanha;
Não te acanhas!

Devora-me
Deflora-me
Exerce-me
Enlouquece-me

Vira-me a cabeça
Destroça os sentidos
Provoca gemidos...

Atiça-me à loucura
Estorce-me de prazer

Depois de tudo isso
Começa-me outra vez!

Foto de Joao R.Costa

PRISÃO EM PRADO

PRISÃO em PRADO

Tiraram meus
colares, pulseiras, anéis, brincos
e minhas roupas coloridas,
jogaram-me numa cela suja,
mas se esqueceram de cortar a minha cabeça.
Pensei em você lá dentro.

Foto de Lucíola

Reencontro

Era uma linda manhã de verão. O sol iluminava a paisagem, enquanto Celina caminhava lentamente pelas ruas da cidade em busca do seu destino.
A vida lhe reservara sempre grandes surpresas, pois Celina acostumara-se a esperar o oposto do que queria. Isto facilitava nas decepções e propiciava alegrias inesperadas. Resolveu então pensar que aquele era um dia comum, com pessoas comuns ao seu redor e que seus passos comumente lentos a levariam tão somente na direção do mar.
Chegou, finalmente. Seu destino estava ali traçado naquele calçadão. Em seu peito, a ânsia da incerteza atravessada no coração feito faca afiada que corta a carne ainda viva. Não podia mais recuar. Não tinha forças. Restava apenas esperar até que tudo terminasse. Queria apenas encontrar uma última chance de poder falar o que realmente sentia.
Pensou então em buscar as palavras que usaria para dizer tudo o que desejava tanto. Mas as palavras sumiram instantaneamente de sua cabeça. Como num passe de mágica, tudo ficou branco, por um momento, tudo parou.
Celina, então, simplesmente ouviu:
- Oi, bom dia!
Foi difícil acreditar naquela voz ao seu ouvido. Desejou por um momento o fracasso de uma longa espera sem esperança. Seria então esta uma grande surpresa, ou uma decepção? Não sabia explicar.
Seu coração bateu tão forte que teve medo que todos pudessem ouvir. Não conseguia se mover. Não sabia como. Como conseguiu chegar então até ali? Precisava criar coragem. E após uma longa pausa, enfim, respondeu:
- Bom dia.
Seus olhos de repente alcançaram a plenitude nos olhos dele. Naquele momento, as palavras já não eram mais necessárias. Tudo estava tão profundamente explicado que o mundo parou um instante para ver aquelas almas se tocarem silenciosamente, imaterialmente, irracionalmente, num momento pleno de amor.
- Pensei que você não viesse. - Disse ela com a voz trêmula, rompendo o grande silêncio e trazendo o mundo ao seu devido lugar.
- Eu disse que vinha. – Respondeu ele com certa impaciência.
Era estranho imaginar que aquele ser tão próximo, tão conhecido seu, de certa forma, em algum momento, denunciava-se tão estranho. Mas se o peso dos anos tinha a força de mudar tudo de lugar, como então poderia explicar aquela sensação de estar revivendo um passado tão distante? A circunstância permitia mesmo sensações ambíguas. O momento era tenso. O sentimento, intenso. O tempo seguramente não pudera remover ou mudar o amor contidamente existente nas almas daquelas duas pessoas.
Como nos tempos idos, os olhos dos dois falavam mais do que as palavras. Não se importaram sequer em identificar as marcas do tempo em seus rostos. Parecia que nada havia mudado - nada. Até mesmo as dúvidas e receios eram os mesmos de antes. Apenas a ansiedade dera lugar à serenidade daqueles que verdadeiramente se amam para além dos tempos e da própria existência terrestre.
- Eu não acredito que estamos aqui, agora. – Disse Celina, com um largo sorriso no rosto e um brilho nos olhos inconfundível.
- Por quê? – Perguntou ele, mesmo sentindo no peito a mesma emoção de quem racionalmente não consegue mensurar a plenitude de um momento tão raro, onde o sentimento é quem comanda cada palavra, cada gesto, cada pensamento.
- Porque imaginei que a nossa história havia terminado, mesmo que ainda inacabada, assim como uma criança que morre em tenra idade, de qualquer mal súbito, ou por qualquer fatalidade. Então, dessa criança, restam apenas as doces recordações e a lembrança do seu sofrimento, de sua dor e de seu triste fim.
Em seu coração, Celina temia ouvir duas palavras: sinto muito. Estas palavras quando ditas em certas ocasiões produziam conseqüências quase que letais para quem as ouvia. Ouvira uma só vez em sua vida, o suficiente para lhe trazer noites intermináveis de angústia, pelo peso de um amor fracassado.
O momento de êxtase agora dera lugar a uma inquietação, daquelas que trazem ardor à alma e a insatisfação antecipada de quem imagina agora tudo perdido, sem conserto mesmo.
- Você disse que me esperaria... E eu acreditei. Você não só não me esperou, mas também me esqueceu. Seu amor por mim foi tão sincero e tão verdadeiro como um feriado que cai no domingo. – Respondeu ele, visivelmente perturbado. Naquele momento, por um instante, arrependeu-se de estar ali entregando tudo o que de mais profundo carregara durante todos aqueles anos. Arrependeu-se. Aborrecido, achava-se um tolo. Não suportaria aquela situação por mais tempo.
Celina sentiu o mundo sobre suas costas, temia profundamente aquela reação. Desejava que tudo fosse mais fácil. Mas a inocência dos velhos tempos de juventude havia perecido. Agora não havia mais tempo. Tudo deveria ser esclarecido. Tudo. Não poderia hesitar nem um só minuto. Precisava sinceramente falar para ser compreendida e desejava mais do que tudo que ele soubesse que o seu amor, um feriado num dia de domingo, foi, era e sempre seria um domingo sem fim.
Então, ela retrucou:
- O domingo, o sétimo dia ou o primeiro dia da semana, é o dia do descanso. A semana vai passando e ele lá, inerte, parado. Ou ele espera por você ou você espera por ele. Feriado ou não feriado, de uma forma ou de outra, inevitavelmente ele está lá. Seja você feliz ou triste. Durante um passeio, ou uma viagem, numa festa ou no sofá da sua sala, é domingo. Eu sei, você sabe, todos sabem. É domingo. Às vezes temos sono, às vezes não. Às vezes queremos que a segunda-feira venha nos salvar, ou que o domingo seja o único dia da semana, se estamos cansados. Mas se eu estiver feliz é porque você não só está em mim, mas eu também estou com você verdadeiramente. É por isso que eu quero que você saiba, independentemente de tudo e de todos, eu te amo. E nada nesse mundo poderá mudar essa triste realidade que me corrói a alma e me faz viver sempre esperando a realização desse amor, que eu sei, não tem mais futuro, apenas passado. Não pense em como tudo aconteceu, pois não há racionalidade para as coisas do amor. Eu apenas amo e nem sei como. Eu amo tão simplesmente que até parece complicado. Meu amor por você está além de onde se pode ir. Vive e revive a cada dia que se passa, com maior intensidade. Eu sei disso porque quando encontro você é tudo tão inexplicavelmente mágico! O tempo parece não ter passado. O dia não parece dia, as pessoas parecem não estarem lá, a vida parece ganhar outra dimensão. A partir daqui, eu sei, tudo vai mudar. A magia será enfim explicada e então perderá o encantamento. Mas o amor, esse sentimento que carrego dentro de mim e que só eu sei o quanto é puro e verdadeiro, esse não mudará. Eu sim, não serei mais a mesma. Imagino que deixarei de sonhar com você, meu grande e eterno amor. Mas saiba, eu te amo, te amo, sinceramente...
Depois dessas palavras, não havia mais o que ser dito. Todas as dúvidas não podiam ali ser esclarecidas. O amor e sua verdadeira face envolveram de tal sorte aquele homem e aquela mulher, que eles, do magnetismo do momento, não puderam mais fugir. Arrebatadoramente, abraçaram-se, em corpo e alma. Beijaram-se e, na mais completa plenitude, enfim, compreenderam que não há explicação para o amor. Ama-se e fim.

Foto de Carmen Vervloet

Porto de Tubarão - Um Grito Solitário

Acordo nesta ensolarada manhã de segunda feira que teria todos os motivos para ser mais uma agradável manhã de verão. Moro no bairro mais nobre de Vitória, a Praia do Canto. Uma belíssima vista para o mar, hoje calmo e azul. Da minha janela vislumbro uma paisagem capaz de inspirar os mais lindos versos de amor e devoção à natureza. Mas não. O que grita dentro de mim é a revolta de ver minha cidade coberta por nuvens negras vindas do Porto de Tubarão. Nuvens que poluem minha cidade e trazem em suas garras graves problemas de saúde à população. É o nosso “famoso” pó de minério, um pó preto que cobre os pisos, os móveis, as cortinas das nossas residências. Que as invade sem dó nem piedade. Que chega ao sopro do vento nordeste. Entra por portas, janelas, passa por entre frestas e causa danos irreparáveis a nossa saúde. Pobre coitado do nosso aparelho respiratório! Ele já não suporta mais tanto pó! Mas esse pó preto não é apenas sinônimo de luto. Ele também faz com que algumas pessoas fiquem cada vez mais ricas. Ah!... E como ficam... Pessoas envolvidas no processo de camuflagem dessa devastadora poluição. Basta passar a mão sobre qualquer canto da casa e a mão fica negra do maldito pó. É um negro que nos remonta a triste morte e ao luto dos nossos corações face ao descaso de tantas “autoridades” envolvidas em altíssimos jogos de interesse. A imprensa fala superficialmente sobre o assunto. Ela tem na Companhia Vale do Rio Doce um de seus maiores anunciantes e precisa de anúncio para sobreviver. E então a quem recorrer? Ao bom Deus, incomodá-lo lá no céu? Creio ser a única alternativa que nos resta. Conversando casualmente com uma funcionária de determinada Secretaria (que deveria zelar pelo meio ambiente) disse-me ela que apenas em véspera de eleição é que o referido órgão “abre os olhos” numa campanha eleitoreira. De vez em quando, creio que quando o povo pressiona mais, durante o dia o pó é mais ou menos filtrado e a noite os filtros são desativados para que se dobre ou mais a produção. Mas daqui eu tudo observo. Nada me passa despercebido. E sofro na carne esse tormento. Falo como cidadã que paga seus impostos, que com seu voto ajudou a eleger esses dirigentes que fazem “vistas grossas.” Falo porque esta é a terra da qual tiro meu sustento e eu a respeito. Falo, sobretudo porque amo essa cidade, minha terra mãe, sempre tão calorosa e acolhedora! Vou gritar sim... E brigar pela minha querida Vitória e pelo seu povo que também é o meu. Ninguém mais agüenta respirar tanto minério de ferro. Afinal nosso pulmão não é contêiner para carregar tanto pó! O nosso grande cientista e ambientalista capixaba, conhecido internacionalmente, Augusto Ruschi, na época ainda do projeto para a construção deste Porto, foi totalmente contra a sua atual localização. Já previa todos os malefícios a que viria ocasionar a população de Vitória. Mas o jogo de interesses prevaleceu e o Porto nasceu no lugar errado. Já condenado por antecipação, pelo grande cientista. Agora é limpar a casa no mínimo duas vezes por dia e carregar nos nossos pulmões, que todos juntos já devem valer uma pequena fortuna, todo o minério de ferro que inspiramos em cada segundo das nossas cada vez mais curtas vidas. E conviver cordialmente com bronquites, rinites, sinusites e tantas outras “ites”. Hoje tenho a mais absoluta certeza de que os PODEROSOS não sentem com o coração e nem pensam com a cabeça. Pensam apenas com a conta bancária ou quem sabe com a BUNDA que se instala na poltrona do PODER e fica viciada e defeca sobre a cabeça do povo.

Carmen Vervloet

Foto de MISS DAISY

QUEM SOU?

"a única verdade é que vivo.
Sinceramente, eu vivo.
Quem sou?
Bem, isso já é demais...."

Clarice Lispector

Qual a dúvida que paira sobre minha cabeça.
Qual a certeza de saber quão incertos são meus caminhos.
Qual os ânimos que me afetam e me desviam.

Assim é minha insegurança diante da vida, diante do mundo.

Quisera eu achar o "inachável", narrar o inenarrável e esconder o "inescondível".
De porto a embarcação, de ilha a navegação, ... sair da inércia enfim.
Me afogar de tentar... me perder de encontrar.
E só assim me tornar... mais forte do que jamais fora.
E voar, voar e voar.

Foto de MISS DAISY

QUEM SOU?

"a única verdade é que vivo.
Sinceramente, eu vivo.
Quem sou?
Bem, isso já é demais...."

Clarice Lispector

Qual a dúvida que paira sobre minha cabeça.
Qual a certeza de saber quão incertos são meus caminhos.
Qual os ânimos que me afetam e me desviam.

Assim é minha insegurança diante da vida, diante do mundo.

Quisera eu achar o "inachável", narrar o inenarrável e esconder o "inescondível".
De porto a embarcação, de ilha a navegação, ... sair da inércia enfim.
Me afogar de tentar... me perder de encontrar.
E só assim me tornar... mais forte do que jamais fora.
E voar, voar e voar.

Foto de MISS DAISY

QUEM SOU?

"a única verdade é que vivo.
Sinceramente, eu vivo.
Quem sou?
Bem, isso já é demais...."

Clarice Lispector

Qual a dúvida que paira sobre minha cabeça.
Qual a certeza de saber quão incertos são meus caminhos.
Qual os ânimos que me afetam e me desviam.

Assim é minha insegurança diante da vida, diante do mundo.

Quisera eu achar o "inachável", narrar o inenarrável e esconder o "inescondível".
De porto a embarcação, de ilha a navegação, ... sair da inércia enfim.
Me afogar de tentar... me perder de encontrar.
E só assim me tornar... mais forte do que jamais fora.
E voar, voar e voar.

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