Bem

Foto de carlos loures

inverno

Eu sempre gostei do inverno
As pessoas bem vestidas, elegantes
E mesmo depois do trabalho
Perfumadas como antes

Esta época que eu sempre esperei com alegria
Desta vez chegou diferente
Não me lembrava da noite ser tão fria

Desta vez o inverno veio junto com a solidão
Quase conseguiu esfriar meu coração
Isso já aconteceu antes
Mas desta vez é diferente
Esta incomodando, doendo

Por isso resolvi escrever
como se escrever eu soubesse
Mesmo sabendo que não vai parar de doer

Mas o inverno é isso, frio
Tantas vezes impessoal
Desta vez me atingiu de forma legítima
O pior é saber que não sou vitima

Sou na verdade culpado
Culpado por ter andado errado
Por falar quando deveria ter calado
Por calar quando deveria ter falado

E por estranho que pareça
Culpado por alem da conta ter amado
Mais a vida é assim
Uma hora esquenta outra esfria
E talvez outro dia
Eu possa sobre o inverno
Novamente escrever com alegria

carlos loures
29/06/10

Foto de elcio josé de moraes

SONETO DO AMOR TOTAL

Amo-te meu amor, de uma tal maneira,
Como nunca nesta vida, eu amei alguém.
Amo-te! E amar-te hei a minha vida inteira,
Pois que tu és, a mim, o meu grande bem!

Amo-te amor, com tal intensidade,
Com toda a força do meu coração.
Amo-te meu amor! Com sinceridade,
Pois que tu és, a minha louca paixão.

Amo-te! E hei de amar-te eternamente,
Ontem, hoje, amanhã, pra todo sempre,
E este amor há de acompanhar-me, além!

Amo-te amada, delirantemente!
Amo-te sim! E fervorosamente!
Bem assim! Como tu me amas também…

Elciomoraes

Foto de Evandro Machado Luciano

A Primeira e a Última Carona

Como todos os dias de sua vida, Gilberto acordou cedo, vestiu sua roupa leve e colorida, e rumou para sua caminhada matinal. Desde que iniciou essa rotina há setenta e cinco anos atrás, nunca parou. Nenhum dia sequer. Era algo que lhe fazia muito bem. Saia de casa, passava pelo colégio da esquina; dava um olá para as moças da farmácia; e na volta comprava alguns pães na padaria.

Setenta e cinco anos... Setenta e cinco anos...

Não posso dizer que durante todos esses anos de caminhadas matutinas, Gilberto não tenha tido algumas “tentações” no caminho. Algumas que tentavam convencê-lo a parar de caminhar; outras que tentavam desvia-lo de sua rota. Mas nem por um segundo seu pensamento mudou. Desde o tempo em que era apenas o pequeno “Betinho”, até o dia de hoje, em que se tornara o Sr. Gilberto, sua ideia sempre fora a mesma: seguir apenas caminhando, sem olhar pra trás ou muito adiante. Mas naquele dia, Gilberto sabia que a caminhada teria um outro desfecho. Depois de Setenta e Cinco anos caminhando, cativando pessoas, chorando por algumas, se sacrificando por outras, o velho homem encontrou na estrada um carro estonteantemente belo. Um Cadilac vermelho, com um brilho divinal. De dentro dele, surgiu um homem que aparentava mais idade do que o próprio “Beto”.

- Belo carro – disse nosso caminhante.
- Temos gostos parecidos meu amigo – respondeu o velho – gostaria de dar uma volta?
Gilberto parou e pensou um pouco...

Setenta e cinco anos e nunca tinha aceitado uma única carona, porque iria aceitar naquele dia? Ainda mais de um completo desconhecido?

Mas algo naquele velho lhe dizia que devia entrar no carro. Foram tantos anos de caminhada, já estava na hora de voltar pra casa de uma forma mais confortável. Então, Gilberto fez sua escolha.

Depois de Setenta e Cinco anos de caminhada, ele aceitou a carona, e rumou para a sua verdadeira casa, de uma forma tranquila e confortável, para que pudesse finalmente repousar...

Foto de Carmen Lúcia

A um certo alguém...

Posto-me no chão a vislumbrar teu voo,
a me imaginar bem alto, ter o teu consolo,
a me ver sorrindo e contigo indo...
Dois em um, colados, calados, como em voo solo.

Voo sem volta pra viver um sonho
pelas densas brumas, sobre oceanos
refletindo amor nas ondas noturnas,
dando inveja à lua que se põe soturna.

Mas prevalecem a covardia e o medo...
Pássara sem asas a voar não ouso,
sem sequer começo quebro nosso enredo
e fico no chão a ouvir teu canto
sufocar meu pranto.

_Carmen Lúcia_

Foto de amor23

Mãe

Mãe querida
porquê tão cedo te foste?
Porque tenho eu de viver assim?
eu procuro mas não acho resposta.

hoje ainda me lembro mãe...
lembro da falta que fazias quando viajavas,
e agora foste de vez
todos os dias eu te procuro
onde estará agora minha querida mãe?
todos os dias eu espero pra te ver chegar
mesmo sabendo que não voltarás...

lá se foram 18 anos...
18 anos sem teu cheiro,
18 anos sem teu calor
sem teu carinho
sem teu abraço protetor,
18 anos sem ouvir você dizendo cuidado rosi vaz te magoar
18 anos que eu caio e não está ninguém pra me levantar!

Já ninguém me limpa as lágrimas
ja ninguém me dá um abraço cheio de amor puro...
tinha eu 7 aninhos,
hoje sou uma mulher com 25 anos
tanto tempo que te busco nao te acho,
ainda sinto mais a tua falta
meu amor por ti é bem maior que meu coração

te amarei sempre mãe, onde quer que estejas

Foto de raziasantos

Foi Assim!

O dia estava lindo eu arrumava os últimos detalhes do quarto do meu primeiro bebê.
Abri a janelas deixando que a luz do sol iluminasse e aquecesse o quarto.
Tudo lindo o berço de madeira maciça, era decorado com lindo protetor, bordado á mão: Cortinado com rendas finas trazia pendurado pequeno anjinhos.
Minha barriga esta enorme, minhas pernas pesadas e inchadas, mas eu me sentia uma rainha.
A felicidade de ser mãe me irradiava e me enchia de orgulho.
Meu marido entra sorrindo com um boque de flores me abraça, acaricia minha barriga olha dentro dos meus olhos e fala te amo!
Como resposta ao nosso amor nosso bebê da um salto dentro do meu ventre...
A bolsa estoura e vamos para o hospital, atravessamos a pequena cidade que exibia uma beleza nunca observada por mim antes.
Ate o azul do céu estava mais azul, o brilho do som refletia sob as calmas, águas do rio que parecia nos acompanhar até o hospital.
Ao chegarmos fui levada imediatamente para sala de parto.
Era uma sala toda branca, com aparelhos de oxigênio, suportes para soros, e medicamentos, no meio do teto onde tinha uma roda enorme toda iluminada.
A mesa de cirurgia ficava em baixo dessa luz.
As enfermeiras me deitaram nesta mesa, pediram para eu ficar calma que tudo daria certo.
Eu sorri e disse estou calma e muito feliz.
Logo entram na sala quatro médicos, eles vieram conversar comigo se apresentaram, um era anestesista, outro obstetra, um pediatra, e um cardiologista:
Eu perguntei por que tanto medico, eles me explicaram que era normal, pois eu não tinha dilatação e seria necessária uma cesariana, mas estava tudo bem.
Logo começaram os procedimentos eu fiquei com muito sono, mas queria muito ver logo o rostinho do meu filho, então lutava fortemente contra o sono.
Um cansaço começou a tomar conta de mim, um médico ficou todo o tempo na minha cabeceira, ele falava comigo me encorajava dizia esta tudo bem logo estará com seu filho nos braços.
Eu sabia que estava tudo bem tive uma gravidez tranqüila.
Cada minuto que passava aumentava minha ansiedade para ver meu filho.
Der repente! Sou tomada por uma súbita surpresa, ouço um choro de bebê meu filho nasceu!
Os médicos sorriem e me parabenizam...
Uma enfermeira se aproxima de mim com uma coisinha branca, meio ensangüentada, mexendo as mãozinhas, é indescritível o que senti naquele momento, eu era mãe!
Ela o colocou sob meu peito eu o acariciava sentir seu calor foi o maior presente.
O cansaço e sono aumentavam eu lutavam para meus olhos ficarem aberto queria curtir, mais aquele momento, mas a enfermeira veio o tirou do meus braço:
Eu não queira que o levassem, fui tomada por uma sensação de perda, ela afastou-se lentamente dizendo vamos meu amor deixe a mamãe descansar, eu tentei gritar tentei pedir para deixá-lo mais um pouco, mas estava muito fraca e cansada, minha voz não saiu o sono me venceu.
Não sei por quanto tempo permaneci naquela sala:
Eu acordei e não estava mais lá estava em outra sala, deitada em uma maca só tinha eu ali, tudo era muito branco, e o silencio era profundo, abri os lhos e olhei ao redor estava mesmo sozinha, então pensei aqui é a sala de recuperação da anestesia.
Eu não via à hora de ter meu filho nos braço queria amamentá-lo, queira abraçar meu marido compartilhar com ele minha felicidade.
As horas pareciam não passar, cada minuto parecia uma eternidade.
Para meu alivio a porta se abre, entram umas enfermeiras com outra maca.
Vamos levá-la a família esta esperando...
Eu estava tão emocionada que nem conversei com elas.
Logo chegamos à outra sala e me passa para uma cama, me ajeitam, e me cobrem, minhas pernas estão tão pesadas, não consigo meche-las...
Eu não agüentava mais tudo aquilo parecia um ritual, então eu pergunto onde esta meu marido, onde esta meu bebê?
Uma delas responde o marido acaba de chegar esta entrando.
Ele entra esta visivelmente emocionado tem em suas mãos uma bolsa onde estava meus pertence que usaria ali:
Ele me braça fortemente sorri, e chora ao mesmo tempo.
Diz repetidamente estou sonhando!
Deus! Como te amo minha querida, logo a porta abre-se novamente então vejo minhas cunhadas, minha sogra, minhas irmãs, onde esta meu filho?
Eu entro em desespero, sinto que tem algo errado, pergunto por meu filho, mas no lugar de resposta, tenho um monte de conversas, desencontradas.
Eu tento me levantar, quero sair daquela cama, quero procurar meu filho.
As enfermeiras pedem para todos saírem, para mim foi um alivio, assim posso conversar com ela e saber do meu bebê.
Eu tento de tudo para que o tragam, mas nada de respostas...
Ela me ajuda com minha assepsia, me veste uma linda camisola, branca, bordada com pequenas flores coloridas, por cima um roupão.
Eu finjo dormir até que ela sai da sala.
Minhas pernas ainda estão pesadas, mas faço um esforço sob natural, para levantar da cama.
Quero ir ao berçário, ver meu filho.
Eu não sei onde está minha família tudo muito quieto, isso só aumenta meu terror, sei que algo esta errado acontecendo me pergunto onde esta meu filho?
Estou fraca, então respiro fundo e começo a andar determinada a encontrar meu bebê.
Logo me sinto tão leve como uma pena o desejo de ver meu filho me faz quase flutuar pelos corredores do hospital.
Passo por todos os quartos sempre me esquivando dos seguranças, e das enfermeiras:
Uma angustia, e medo, toma conta de mim, meu filho o que aconteceu com meu filho?
Desesperada procura os berçários, chego à frente umas enfermarias, e ali tem muitas mães, umas amamentam seu filho, outras dormem, mas ao lado de sua cama tem um berço com sues bebes.
Olho para cada um procurando o meu, mas também não esta ali.
Eu começo correr em pânico, um dor tão profunda toma conta de mim eu me sinto enganada, traída por meu marido, não consigo acreditar,devo estar sonhando,acho que estou tendo um pesadelo, estou sob efeito de medicamentos, isso não esta acontecendo!
Eu não consigo encontrar o berçário, chego a uma porta que da para os fundos do hospital, lá fora tem um lindo jardim com arvores e bancos, o tempo mudou agora este frio nublado e garoando, eu empurro a porta, meu sinto que agora vou encontrar meu filhinho:
Eu atravesso o jardim e chego à outra parte do hospital as portas estão abertas e muitas pessoas circulam pelos corredores, agora eu não me importo, mais em me esconder, nada nem ninguém ira me impedir de encontrar meu filho!
Entro em uma sala enorme, nos fundos um aglomerado de pessoas, meu coração dispara, minhas pernas tremem, e um frio intenso toma conta de mim.
Continuo andando em direção aquelas pessoas, não demoro eu reconheço meu marido e minha família, está chorando, meu marido esta amparado nos ombros de meu sogro e chora copiosamente!
As doces lembranças dos dias mais belos de minha vida me vieram á memória.
Eu não entendia o porquê, mas sabia que tinha um motivo para tanta dor.
Aproximei-me lentamente era como se minha alma estivesse ali, um medo terrível, misturado com ressentimento por ter me sido negado à verdade toma conta de mim.
Agora estou diante da verdade, não é um sonho é realidade.
As lágrimas banham meu rosto, tenho que tocá-lo pela última vez...
Penso comigo se sou tão amada por que querem negar-me o direito de me despedir, de um pedaço de mim.
Eu empurrei á todos, furando o cerco fechei os olhos, com medo da verdade, mas era inevitável, eu tinha que enfrentar a verdade...
Então olhando para o céu eu me aproximo, abro os olhos...
Não acredito no que vejo, solto um grito de terror diante da imagem que vejo.
Não era meu filho que estava morto era eu!

Foto de julienesantos

amor

Que falta você me faz!

Sinto saudade, amor,
cada minuto que não falo contigo,
cada dia que não me é dado ver-te,
cada momento
que não posso ter-te!
Sinto saudade, amor!

Tento aquietar a ansiedade,
dominar a minha vontade,
colorindo os meus versos,
preenchendo tempo e distância
com a visão do teu sorriso amigo,
com o eco das tuas palavras meigas,
com teu cheiro que me embriaga,
com teu gosto,
com a sedução que envolve teu rosto.

Sinto saudade, amor,
da intimidade de nós.

E como aves sonhadoras
que tão pouco se encontram
neste chão,
buscamos nosso espaço
no regaço das nuvens
onde projetamos nosso ninho,
enquanto não existir
liberdade para nosso amor,
enquanto ainda nos separam
barricadas intransponíveis,
enquanto nossas razões
forem mais fortes que a emoções,
por quanto ainda precisemos dizer:
Até mais!

Eu sei e sabes muito bem
que se não houver tempo aqui,
certamente estaremos unidos no além.

Foto de Arnault L. D.

Inverno ( Pequenos prazeres )

Chegou o inverno
e seus prazeres pequenos.
Prazeres de contato,
de livros e caderno,
de vinho e sereno,
de brigadeiro de colher no prato

Do estalar da pipoca;
de assistir bem coladinho
a fogueira lançar fagulha.
Bolo de fubá e paçoca
e sob a manta fazer ninho
enquanto a canjica borbulha

Pequenos prazeres
que são do reino do inverno.
Prazeres de somar e juntar.
Quando todos os seres
contrastam o frio externo
em pequenos prazeres, como amar

Foto de Carmen Vervloet

FRENTE A FRENTE COM O DESTINO

Sonhadora, fiz-me guerreira, um dia,
A garota mais intrépida da cidade
Parti nos ventos frescos da ousadia
Cavalgando nos sonhos da mocidade.

As liras tangiam misteriosas melodias
Enquanto eu embarcava na escuridão
Navegando nas águas revoltas da valentia
Num barquinho carregado de ilusão!

Andei por caminhos desconhecidos
Arei, semeei, cultivei, colhi...
Velhos canteiros por mim rejuvenescidos
Onde eu ouvia cantar os bem te vis.

Os sinos tocavam as matinas
E nosso amor surgiu alvorecido
Mas logo o destino escondido nas neblinas
Surpreendeu-nos, em insensatez, acometido

Naufraguei em mares negros e profundos
Levando junto o brasão do nosso amor
Mas voltei à tona em apenas alguns segundos
Decidida a sentir da vida seu mais íntimo sabor!

E assim enfrentando o destino
Que a cada dia me apronta nova cilada
Vou entoando da alegria o meu hino
Semeando flores pelas margens das estradas...

Buscando a essência do amor em cada nova alvorada!

Carmen Vervloet

Foto de Osmar Fernandes

O mundo devia ser o melhor filme do cinema

As pessoas podiam viver como se vive em cidade pequena.
De manhã, buscar o pãozinho quente, dar bom dia, coisa normal.
O mundo devia ser o melhor filme do cinema.
O ser-humano podia deixar de ser anormal.

Na cidade pequena a vida demora passar, mas, é vivida.
Vivemos em família, tem lá suas confusões, mas há sempre perdão.
A vida assim é bem menos deprimida.
Aqui a pirâmide social é quase inexistente, todo mundo é irmão.

Assim devia ser todo o planeta, sem divisão.
Cumprimentos em qualquer lugar devia ser algo natural.
Há tanta desconfiança na cidade grande... Pensa logo que é ladrão!

Tem horas que penso que somos irracionais.
Tem gente que já acorda só pensando em fazer o mal.
Vivemos presos nos grandes centros com medo dos infernais.

Osmar Soares Fernandes

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