Beleza

Foto de LuizCarlosColin

Você (Luíz Carlos Colin)

Você é a estrela que iluminou a minha vida,

É a paz que o meu coração precisava,

É guerreira, e com coragem mostrou o meu destino,

É afectuosa, mas muitos não te compreendem,

É amiga, e companheira como poucas mulheres,

É simples e alegre, um jeito só seu de ser,

Sinto-me um homem poderoso ao seu lado,

capaz de enfrentar tudo e todos por você.



Você é de uma beleza única,

Seus olhos dizem tudo,

Seus lábios são pétalas de rosa, e deles mil beijos quero roubar,

Sua pele é quente, macia, e tem um cheiro de enfeitiçar,

Seu corpo,.... ah, o seu corpo,

para ele não tenho palavras,

Sinto-me um homem realizado ao seu lado,

amor, sexo, prazer, é um êxtase com você.

Você é linda, e onde você for, Roberta,
estarei sempre ao seu lado,

pois o meu coração é único e todo seu.

Sinto-me um homem completo com você,

TE AMO.

Luíz Carlos Colin

Foto de EduardoBarros

Lepidóptera (Eduardo Barros)

Ao despertar-me da pulpa, senti a brisa bater forte sobre minhas asas que ainda húmidas pelo sereno da noite, faziam com que eu ainda não alçasse vôo.

Com minhas minúsculas antenas sensoriais, eu já sentia o cheiro da mata verde ainda molhada pelo sereno da noite ... e aos poucos, eu conseguia meus pequenos passos para aquela vida perigosa.
Flores ...quantas flores, meu alimento por pouco tempo, seu pólen que com meu revoar fariam germinar tantas e belas árvores e mais flores, para assim recriar o nosso mundo novamente.
Terei pouco tempo de vida ...
E tentarei aproveitar o máximo ...
Para tornar os seus olhos ...
A beleza de ser uma borboleta.

Eduardo Barros

Foto de DouglasTorres

A foto (Douglas Torres)

A foto encostada no relógio

Nada me parece lógico, mas

Como me encantam os teus olhos

Lindos, vivos, doces e suaves

Não escreverei mais tristeza porque

Agora consigo ver tudo com clareza

Bastando apenas deparar-me com

Tua extrema beleza encostada no relógio


Como é feliz esse relógio que

Conta o tempo contando com

Essa foto tão próximo e te vê

Triste é saber que o mesmo

Tempo que conta perto de você

É o mesmo que me corta sem te ter

Douglas Torres

Foto de mlimajunior

Declaração de amor a uma cidade (M Lima Junior)

Ode a Cidade Maravilhosa

Sinto-me um rei

Acordei com a sabedoria de Salomão

Agradeço a Deus por me sentir assim

Encho os pulmões de ar, bate forte coração

E então começo a reflectir

Quão bom é ser humano

Mesmo sem ter a ti

Amor, doce amor, fomos um ledo engano


Saio a caminhar pelas ruas do meu Rio de Janeiro

Penso em suas formas, suas pessoas e suas belezas

A tristeza não tem mais vez

Sinto-me uma fortaleza

A tarde cai, e o calor aquece os corações

A beleza feminina é farta

Mulher não é ciência exata

Em qualquer destes lindos calçadões

A noite também vem,

E nela todos os gatos são pardos

Aproveito ela muito bem,

Pois minha vida não é mais de fardos.

M Lima Junior

Foto de Kadu_syndara

Um Grande Amor (Amanda)

Criança linda sorridente de encantadora beleza,
Mulher de sorriso que encanta como uma princesa,
De olhar que hipnotiza com seu charme e nobreza,
Derramando sensualidade com perfume de pureza.



Quando te encontrei pensei que fosse uma aventura,
Mas de repente acordei sentindo toda tua ternura,
Então me apaixonei por esta alma doce e pura,
E em teus braços mergulhei em total loucura.

Se eu pudesse traduzir o que diz meu coração,
Não faltariam versos para uma linda canção,
Que expressasse com carinho toda minha gratidão,
De ter conhecido alguém de tão sincera emoção.

Como eu gostaria nesta hora de sentir teu calor,
Embaraçado em teus cabelos e provando teu sabor,
Entre suspiros e beijos de um intenso fervor,
Uma lembrança marcante de meu eterno amor.

Se em poesia eu te falo para mostrar meu sentimento,
É porque uma musa merece mais que acalento,
Cada detalhe do teu corpo, vivo está no meu pensamento,
Como um grande amor que marcou meu firmamento.

Foto de quimnogueira

A viagem...(Quim Nogueira)



...Num tremendo desejo de sentir a beleza da descoberta, fiz as malas da imaginação e pus-me a caminho...

...Nada levei comigo a não ser o meu corpo, capa duma alma que albergo em profundas vagas de alterosos mares de espuma sedosa que salpicam o meu ser quando o vento toca o meu coração e o sinto bater...

...O caminho era longo e penoso e ao fim de muito tempo, a chuva caiu dentro do meu peito e senti um frio estalar dentro de mim quando o desejo de parar me invadiu...

...Mas o coração bateu ainda mais depressa e rapidamente o calor voltou ao meu corpo e pude prosseguir a viagem...

...Ali ía eu

Foto de quimnogueira

Queria ser o teu sonho...(Quim Nogueira)



... Em frente ao espelho da cómoda do teu quarto, sentada num banquinho forrado a tecido de cortinado vermelho, penteavas os teus cabelos, num ritual que funciona mesmo sem dares por isso...

... a escova passava ora uma, ora duas vezes, de cima para baixo e alisava os teus cabelos sedosos, cor de mel e de marfim... brilhavam no espelho e te revias momento a momento numa expectativa de mudança, o que não acontecia pois não podias ficar mais bela do que aquilo que já eras... a beleza em ti não residia nem morava ... era!...

... a tua camisa de noite, acetinada bege, de rendas sobre o peito alvo de seios firmes e redondos, deixava transparecer a cor da tua pele suave e doce ao olhar sem ser preciso tocar...

... a tua cama de lençóis de prata, aguardava o teu corpo numa ânsia lasciva de quem à noite, só, te espera num desespero de intocabilidade ... e tu, demoravas...

... da cómoda tiraste um frasquinho de perfume e te ungiste com ele o que provocou um agradável respirar a todos os móveis que te rodeavam ... e a tua cama, ansiava pela tua presença... e o teu corpo demorava a conceder-lhe esse desejo...

... levantaste-te de fronte do espelho e te miraste novamente de corpo inteiro e gostaste da tua imagem alva e bela naquele quarto iluminado pela tua presença ... olhaste de soslaio e ... sorriste ...
... sentaste-te na beira da cama e esta suspirou docemente perante a antevisão de que em breve te possuiria. Tiraste os teus pézinhos leves de dentro dos chinelos de cetim vermelho, levantaste um pouco o lençol e te entregaste total e lentamente ao prazer de estender do teu corpo e da entrega final ao teu leito...

... a tua cama nem sequer se mexeu ... aquietou-se para não te perturbar, para que não te arrependesses daquilo que acabaras de fazer, com medo que te levantasses e ela te voltasse a perder...

... a tua cama inspirou baixinho a fragrância do cheiro da tua pele e deixou-se ficar aguardando o teu próximo movimento...

... deitada de bruços te deixaste finalmente ficar e tua cabeça leve pousada de mansinho na almofada, arfava lentamente o teu respirar de prazer por mais uma noite de descanso... e de sonhos...
... teus olhos semicerrados viram a lâmpada acesa e teu braço se estendeu ao interruptor da mesinha de cabeceira para a desligar. Os teus movimentos eram propositadamente lentos para que o tempo demorasse ainda mais do que aquele que já existia...

... e a tua cama sentia... na obscuridade do teu quarto, teus olhos semicerrados olharam o tecto e se fixaram na sua alva cor que permitia uma réstia de luz no meio da escuridão...
... olhaste a janela e pelas frinchas da persiana, divisaste a luz cinzenta duma lua crescente ... avizinhava-se uma noite de lua cheia e teu corpo descansou por um momento... a tua cama então suspirou e te abraçou fortemente...

... em suas mãos te acabavas de entregar... e o sono chegou.... adormeceste...

... não sei mais o que se passou... a noite decorreu, teu corpo diversas vezes se moveu...
... a tua cama não se movia, com receio de te acordar; abraçava-te sempre para não te deixar fugir ... sentia-te sua e possuía-te num sonho imenso de impossibilidade, de impotência, de raiva, por não te conseguir ter tendo-te ali...

... tua mente adormecida, movia-se e sabia-se que sonhavas...
... a tua cama te tinha ... ali, indefesa, sozinha...
... sonhavas e eu aqui, nada mais te pedia ... nada mais desejava...
... queria apenas ser o teu sonho..

Quim Nogueira

Foto de Carlos

O Canto do Amor (Guillaume Apollinaire)

Eis de que é feito o canto sinfónico do amor

Há o canto do amor de outrora

O ruído dos beijos perdidos dos amantes ilustres

Os gritos de amor das mortais violadas pelos deuses



As virilidades dos heróis fabulosos erguidas como peças antiaéreas

O uivo precioso de Jasão

O canto mortal do cisne

O hino vitorioso que os primeiros raios de sol fizeram cantar a Mémnon o imóvel)

Há o grito das Sabinas ao serem raptadas

Há ainda os gritos de amor dos felinos nas selvas

O rumor surdo da seiva trepando pelas plantas

O troçar das artilharias que coroa o terrível amor dos povos

As ondas do mar onde nasce a vida e a beleza

O canto de todo o amor do mundo

Guillaume Apollinaire (1880-1918)

Foto de Patrícia

Rosa Pálida (Almeida Garrett)

Rosa pálida, em meu seio

Vem querida, sem receio

Esconder a aflita cor.

Ai! a minha pobre rosa!

Cuida que é menos formosa

Porque desbotou de amor.


Pois sim...quando livre, ao vento,

Solta de alma e pensamento,

Forte de tua isenção,

Tinhas na folha incendida

O sangue, o calor e a vida

Que ora tens no coração,

Mas não era, não, mais bela,

Coitada, coitada dela,

A minha rosa gentil!

Curvam-na então desejos,

Desmaiam-na agora os beijos...

Vales mais mil vezes, mil.

Inveja das outras flores!

Inveja de quê, amores?

Tu, que vieste dos céus,

Comparar tua beleza

Às folhas da natureza!

Rosa, não tentes a Deus.

É vergonha...de quê, vida?

Vergonha de ser querida,

Vergonha de ser feliz!

Porquê? Porquê em teu semblante

A pálida cor da amante

A minha ventura diz?

Pois, quando eras tão vermelha

Não vinha zângão e abelha

Em torno de ti zumbir?

Não ouvias entre as flores

Histórias de mil amores

Que não tinhas, repetir?

Que hão-de eles dizer agora?

Que pendente e de quem chora

É o teu lânguido olhar?

Que a tez fina e delicada

Foi de ser muito beijada,

Que te veio a desbotar?

Deixa-os: pálida ou corada,

Ou isenta ou namorada,

Que brilhe no prado flor,

Que fulja no céu estrela,

Ainda é ditosa e bela

Se lhe dão só um amor.

Ai! deixa-os e no meu seio

Vem, querida, sem receio,

Vem a frente reclinar.

Que pálida estás, que linda!

Oh! quanto mais te amo ainda

Dês que te fiz desbotar.

Almeida Garrett (1799 - 1854)

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