Eu pus minha calça desbotada
E os meus sapatos velhos
Uma camisa mal passada
Para onde vou é um mistério
Quero sumir, quero fugir
Para respirar, para descansar
Quero esquecer o que eu sofri
Quem sabe até não mais voltar
Mas a minha história é assim mesmo
Às vezes eu pareço tão a esmo
Sempre a mercê das coisas que possam me acontecer
Com uma pergunta ecoando sem ninguém para responder
Vou caminhar a beira-mar
Pensar na minha mocidade
E então parar dentro de um bar
Saber algumas novidades
Eu vou buscar em olhos alheios
O que me falta de emoções
E se os fins não justificam os meios
Eu tenho lá as minhas razões
Depois de tudo o que sobrou?
Um punhado de decepções
Falar de ódio ou de amor
Falar de pobres corações
E isolado no meu quarto escuro
Sentindo como o tempo me desgasta
Lamento pelo mundo ser tão duro
E o pranto é a única coisa que me basta
Mas a minha história é assim mesmo
Às vezes eu pareço tão a esmo
Sempre a mercê das coisas que possam me acontecer
Com uma pergunta ecoando sem ninguém para responder
18/02/01