Ausência

Foto de DAVI CARTES ALVES

ESSA MINHA OBSSESSÃO DE AMAR VOCÊ

Marcastes n’alma tua imagem
com ferro de marcar,
Musa predileta das minhas canções de amar
Tantas vezes, meu porque de sorrir
Quantas vezes, meu porque de chorar

Sereia das minhas praias de desejo
Onde o prazer de buscá-la mais ao fundo
Se intensificava maviosamente
Em cada toque, em cada beijo

Agora o fogo faminto se alimenta
Reclamando em mim
Sua ausência, abstinência
Incendiando,
escravizada alma sedenta

Sente falta de sua brisa tépida
Em sopros fagueiros o açoitando
Por fim em vão,
Terá que arrefecer com as lágrimas
As laminas de fogo,
em seus pesadelos balbuciantes,
o beijando

Terá que apagar com prantos,
Os slides intermitentes na memória
De seu sorriso melífluo,
nos recantos d'alma,
reboando,
chamando... chamando...
reboando...

poesiasegirassois.blogspot.com

Foto de Sonia Delsin

O FANTASMA DA SALA

O FANTASMA DA SALA

Quando menina eu sempre ficava com minha mãe na sala aguardando a chegada de papai. Ele saía todas as noites, fizesse tempo bom ou ruim. Era um hábito que tinha, e do qual só se livrou quando eu já estava com quinze anos de idade.

Ficávamos um tanto inseguras na casa sem uma presença masculina, porque morávamos numa chácara.

Minha mãe era uma mulher corajosa e depois de ter trabalhado o dia inteiro ainda contava lindas estórias para nos distrair, todas as noites. Hoje eu me pergunto onde ela conseguia tanta força para suportar tudo o que suportou.

Ouvíamos o nosso velho rádio. As radionovelas... mas a minha paixão eram as estórias de fadas, princesas, príncipes encantados. Eu poderia ouvir mil vezes Cinderela (morria de pena da borralheira e vibrava com o final da estória) e ainda assim queria ouvir de novo. E "Joaninho Pequenino"!... Esta meus irmãos queriam ouvir mais e mais.

Eu nunca ia dormir antes papai chegasse. Minha mãe embalava um a um até que dormisse e eu ficava "firmona". Aguardava-o porque ele sempre trazia doces e também porque o amava tanto e queria vê-lo ainda uma vez antes de pegar no sono.

Enquanto o aguardávamos ficávamos as duas na sala, minha mãe e eu, e foram as melhores horas de minha vida (aquelas horas tão nossas).

Não sei depois de tantos anos se estávamos sugestionadas pelo ambiente, ou se pela ausência de papai, pelas nossas cabeças tão capazes de fantasiar... mas o fato é que minha mãe e eu víamos um fantasma.

Verdade mesmo! Ele se esgueirava rente a parede da sala e adentrava pela porta semi-fechada do quarto da nona. Usava um chapéu na cabeça e logo que ele entrava no quarto a impressão que tínhamos era que a noninha conversava com alguém.

No outro dia ela dizia: O "Queco" veio me visitar de novo esta noite.

Cresci assim, com aquele fantasma passando rente a parede e nem o estranhava mais. Ele fazia parte das nossas noites. Nem nos assustava.

Confesso que sentia mais medo quando as folhas das bananeiras balançavam-se com o vento do que com aquela figura que lentamente passava por nós.

Não conheci pessoalmente este meu avô, pois que faleceu bem antes de meu nascimento. Mas o vi, o senti, ou sei lá o quê. Ele fez parte de minha infância. Não foi um fantasma assustador, foi uma presença fluídica que ficou entre as tantas e tantas incógnitas que não decifrei em minha vida.

Foto de Henrique Fernandes

VANTAGEM DE SER FRACO

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O mar está por todo o lado
Tudo que nos rodeia é feito de imenso
Os dias e as noites são como ondas
Que chegam e partem no areal da alma
Subindo e descendo as marés do espírito
Fazendo-se ouvir em gritos mudos
Ensurdecedores de silêncio
Pintando o serão com lágrimas de solidão
Olho o horizonte negro e distante
Entre as paredes que me apegam ao mundo
Sem fundo onde suspiros são melodias frias
Aquecendo a ausência de prazer
Numa desvantagem de ser forte
E em vantagem de ser fraco
O ser fraco morre rápido e não sofre
O forte é levado pela morte lentamente
Criando um exercito de trevas
Transporto-me pela noite
Onde me cai no olhar um céu estrelado
Dividido entre dor e satisfação
Onde quero ir sem o sabor do chegar
Guiado por um mapa falso do destino
Na pele que se ergue de ansiedade
No vácuo que entoa fantasias
Abrindo fossos até o raiar dos dias
E a alvorada é uma cortina de hipóteses
No labirinto que me leva e trás até mim
Nas dunas da vida forjadas a tempo
Cada instante é uma batalha

Foto de housy

As nossas pequenas (im)perfeições

Invariavelmente, um dia, todos olhamos para trás e desejamos ter percorrido um outro caminho...
Desejamo-lo sem a certeza de ter sido melhor, mas tão só por ser diferente.

Invariavelmente, um dia, todos tivemos o desejo de refazer o tempo. A história do tempo que já foi vivido em que durante, dias, semanas, meses, anos pensámos que poderíamos ter feito diferente.

Invariavelmente, um dia, deixamos que a distância, a ausência, a falha, as outras ligações se instalem.

Invariavelmente, um dia, todos nos resignamos a que, nenhuma bola de cristal tem a sedução e o encanto do destino.

Invariavelmente, um dia, todos já perdemos um comboio.

Invariavelmente, um dia, todos duvidamos.

Invariavelmente, um dia, todos nos deixamos ficar à espera do sabor dessa sedução ...

Invariavelmente, um dia, ela vem...

Foto de Henrique Fernandes

SAUDADE DE AMOR

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O meu relógio em silêncio da madrugada
Alimenta-se da minha rude insónia imposta
Por uma falta imensa de ti no meu nada
Nas perguntas que faço ao escuro sem resposta
Vasculho meu espaço oco pelo teu toque
Com apenas tua presença nos meus sentimentos
Lamentando tua ausência em estado de choque
E realça desejo de te tocar nos meus momentos
Ao mesmo tempo neste remoinho de saudade
Evolui certeza que desmente esta distância
Que o destino nos proporciona com maldade
Dos impossíveis aos possíveis da consciência
Uma viagem a passo lento na alma que chora
Sem consolo nesta vontade de te amar
Faminto em jejum de conforto que devora
Meu rosto com desejo de agora te beijar
Neste nós longe ao invés de enfraquecer
Fortalece a razão do nosso cruzamento
Num nada frio de agora difícil de viver
Que superaremos após nosso momento
Envergando esperança perfumada de paixão
Um todo de uma reviravolta na nossa vida
Cheia de tristeza acorrentada ao coração
Mas próximos recompensaremos as feridas
Provocadas pela falta imensa de nós
E em breve nossa união brotará das fontes
Dizimando a saudade que dá luto da voz
Findando em amor esta viagem sem pontes

Foto de Darsham

Vieste tarde...

Porque vieste?
Cansaste-te de correr o mundo?
De viver a tua vida
Sem pensar um segundo?

Lembras-te de mim?
Sabes quem sou?
Já não sou o benjamim
Que seu pai abandonou…

Vinte anos contam
De solidão e ausência
Vinte anos contam
Que me levaram a inocência

Hoje surges
Vindo não sei de onde
Indo não sei pra onde
E em grande aflição
Dizes que o tempo urge!!!

Não vês que já não sou eu
Que tu já não és tu?
Que estranhos somos
E que aquele tempo morreu…

Outrora menina
Hoje mulher
A quem a vida ensina
E sabe o que quer

Noites em branco
Olhando o escuro
Implorando, rezando
Que não fosses tão duro

Pai?
Assim queres que te chame
Como queres que te ame
Se o amor se esvai

Não sou trapo
Sou humana
E de ti me escapo
Dizendo sempre a verdade
Não sou eu quem engana

Que queres de mim agora?
Se nada te posso dar
Se não te consigo amar
Se tantas vezes gritei
Que me viesses salvar

Trazes de volta o brilho de meu ver?
Se não porque quiseste voltar
Desculpa…
Mas hoje não te quero
Hoje não sei te querer

Apenas te peço que partas
O meu coração não se irá render
Mas não sem antes me explicar
Como fizeste para me esquecer
E sem mim a vida enfrentar…

Foto de Duzinha

fim

Depois da última vez que te vi… de quando me despejaste da tua vida… passou-se tanta coisa… que iria jurar que se tinham passado anos e não meses… e passados esses meses…resolvi escrever… porque quero que fique tudo dito agora… e não quero dizer mais estas palavras em relação àquilo que um dia pudemos chamar de “nós”… E porque neste momento a raiva que sentia por ti…passou…e ficou simplesmente a recordação…Ainda hoje me pergunto se terei tido alguma culpa em te teres apaixonado por outra pessoa, ou se simplesmente já não estávamos destinados a ficar juntos… apesar de termos pensado nisso um dia… Acho que fiz o possível e o impossível para que a distancia não fosse uma barreira entre nós… mas se calhar não foi suficiente! Amava-te tanto… que não imaginava que conseguisse sobreviver sem ti, sem o teu sorriso, sem o teu olhar… Mas a dura realidade aconteceu… e assim, sem mais nem menos (pelo menos para mim foi), disseste “acabou”… Os dias que se seguiram foram os mais difíceis da minha vida… acordar e saber que já não m amavas…adormecer e saber que já não pensavas em mim… tu eras a minha vida… eras aquilo que me fazia sorrir quando o resto do mundo me fazia chorar… eras a pessoa que sabia os meus sonhos, as minhas manias, os meus segredos… (depois de dois anos…) Acho que nunca chorei tanto na minha vida… e o que mais me custava não era saber que já não estávamos juntos… mas que tu estavas com outra pessoa e que provavelmente das ultimas vezes que estivemos juntos… pensavas nela! Mas pronto… consegui superar a tua ausência, graças ás amigas fantásticas que tenho… e a pessoas novas que fui conhecendo… acho que te tentei substituir, transportar o amor que sentia por ti para outras pessoas… e sei que agi mal… no fim só me consegui magoar ainda mais… Mas agora. … estou bem comigo mesma… consegui esquecer-te… e apesar de tudo, espero que tu também sejas feliz… Pelo menos aprendi… que não é bom estarmos demasiado presos a uma pessoa, e que não podemos dar uma relação como certa…para sempre… porque afinal… isto não é um conto de fadas… com um “viveram felizes para sempre”…

E o “nosso” conto de fadas acabou…

Foto de sofiavieira

Solidão

Solidão é o que sinto na tua ausência!
Sinto-o porque quando estás comigo
surge o amor,um sorriso,uma lágrima ...
Não posso ignorar isso,
são pequenos gestos que me tocam...

Quando te vejo dormir
gosto de te olhar
para te levar comigo nos sonhos...
Meu querido
Eu Amo-te !
Gostava de conseguir
exprimir tudo o que sinto,
mas sempre que tento
abrir-te totalmente o meu coração
não consigo,há nele
demasiados sentimentos...
Por não saber exprimi-los;
com muita pena minha
guardo-os na minha alma...
Amar como te amo
é demasiado
para que consiga exteriorizá-lo
por completo...

Foto de Duzinha

Fragilidade

Estou fragilizada
Não sinto o chão
Nem a mão
Não sinto nada
Estou sentida
Perdida
De uma ausência
Não esperada…
Estou sensível
Imprevisível
Ao toque
Sensibilidade que me enche
E percorre
Que mexe
E escorre
Cortando-me a alma
Não consigo ter calma
Fragilidade
Que não deixa sentir
Alegria
Felicidade
Estou fragilizada
E não quero estar assim
Quero ter medo de mim
E ter tanta energia
Que fique cansada
No fim…
Mas estou tão sensível
E impossível
Que não sei o que fazer
Amanhã
Axo que me vou perder
E esconder
De mim própria
A ver se a fragilidade
Vai embora
E demora
A regressar
Mas estou mesmo frágil
Não tenho nada na cabeça
Que se pareça
Com calmaria…
Estou carente
E a culpa
É da mente
Que só sabe pensar em ti…

Foto de Henrique Fernandes

ESSE ALGUEM SOU EU

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Há alguém que sonha contigo e suspira
Sentindo-se completo por existires
Que por ti sua solidão partira
Pelo teu olhar que sem mentires

E sorri destravadamente por te encontrar
Alguém perdido de amor e emoção
Que canta até tarde pelas ruas sem parar
Canções românticas de um só refrão

Pensando em conforto no teu ser
Imaginando-te como sua
E sente-se sexy por ti mulher
Dizendo olás á superfície da lua

Há alguém a quem preenches o vazio
Querendo o seu eu ocupado por ti
Alguém a quem teu sorrir tira o frio
E que apenas diz “ que bom que nasci”

Há alguém que escreve o teu nome
Na razão especial dos seus sentimentos
Alguém que de paixão não passa fome
E faz de ti a musa dos seus momentos

Que na tua ausência partilha contigo
O melhor da vida exposta no céu
Alguém que sem te ver é castigo
E sabes que esse alguém sou eu

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