Arte

Foto de Paulo Master

O que é arte?

Num estalar de dedos pode-se estabelecer um conceito de conotação comum e numerar uma porção de possibilidades. Do ponto de vista artístico, o lavor será primoroso, original e contento.
Existe realmente analogia, o abstrato se confunde, em outras palavras, como entender o produto de uma mente engajada ao metafísico? Que graça há no conceito original quando estamos diante de um artifício engenhoso, produzido por um “ser” extraordinário que possui o epíteto de gênio e granjeia a admiração de toda a humanidade.
Obras consagradas, interpretadas de diversas formas e manifestações efêmeras surgiram com o coevo movimento “ismo”. Elaborações de contornos inconvenientes e imorais expressam o consenso da perplexa humanidade.
Os seres humanos têm inclinação ao antagonismo, suas criações surgem de momentos impares, as lágrimas transformam-se em produções artísticas capazes de emocionar. Uma permuta, a tentativa desesperada de preencher o vazio com o fruto de seu desespero, da manifestação de sua alma à bela quimera.
O Conceito sobre arte jamais muda, já não temos Michelangelo, Van Gogh ou Da Vinci, mas suas obras estão aí como prova de sua genialidade e não há o que contestar, afinal é difícil segurar a emoção diante de David, A Noite Estrelada ou Monalisa.
A forma se aplica, prova disso são os nossos gênios coevos: Bill Gates, criador da Microsoft, Tony Fadell, pai do ipod e o físico teórico Stephen Hawking, um dos mais consagrados cientistas da atualidade. Cada um com sua especialidade. A genialidade é o atributo dos sábios, arte é obra de gênio, as grandes realizações necessariamente dependem de disciplina e talento nato. Beethoven que o diga, levou quase seis anos compondo sua nona.
Engatinhamos ao século 21, ainda faltam diversos 86 anos para o fim desse período, até lá surgirão vários seres notáveis. Quem sabe emerja uma figura com talento fenomenal de especial habilidade, capaz de mudar os parâmetros, gerar questionamentos e conceitos que possam lapidar a mente obtusa da humanidade.

Foto de LordRocha®

Acróstico de uma menina mulher...

Bem aventurado sou por tê-la...
Exemplo e símbolo da beleza;
Tens os traços de uma menina;
A inteligência de uma mulher;
Na atitude, a firmeza de uma anciã;
Incontestavelmente completa;
Amavelmente doce, meiga mas, firme.

Poderia passar muito tempo a descrever;
Outros e muitos atributos e virtudes;
Nenhum deles seria suficiente e justo;
Tudo a compõe para o estado da arte;
Exemplo de menina, espelho de mulher;

Presença forte, notória, destemida mas, pura;
Ambiciosa mas, ponderada e realista;
Responsável, inteligente, precisa, efetiva;
Atenciosa, prendada, deliciosamente risonha;
Verdadeira, sincera, transparente mas, discreta;
Impetuosa, enérgica, incansável mas, meiga;
Zelosa, protetora, defensora mas, carente...
Outra igual??? Difícil!!! És única e perfeita!!!

É difícil escrever sobre você, tive que me conter para não me exceder, mas tentei de forma discreta e medida, descrever um pouco de como a vejo. Teria muito mais a falar e ou demonstrar, tamanho o carinho e admiração que tenho por você.
Poderia lhe dar o céu e as estrelas, caso isso tudo estivesse ao meu alcance mas, o que não posso lhe dar, lhe desejo.
Jamais deixe alguém lhe magoar, porque se passar por você, terá que se esbarrar em mim e aí a conversa será de poucas palavras... Rssss.
Estou aqui, estarei aqui, disposto e a disposição... É só me chamar...

Beijo no seu coração...

Foto de Gil Camargos

RETALHOS

“Como uma colcha de retalhos, assim é a vida. Todo dia vivido é um pedacinho de nós, cada fato novo, somado as experiências boas ou ruins, constroem nossa história. Cabe a nós selecionar qual retalho usar... colorido, alegre, velho, manchado, o que realmente importa? Escolhas determinarão o resultado, a beleza da colcha está nas mãos do artesão... A historia esta sendo construída dia após dia, pedacinho por pedacinho, para obter bons resultados será necessário priorizar qualidade escolher com sabedoria, explorar criatividade, evidenciar cada detalhe, renovar as cores, permutar tonalidades, alterar formatos, modificar! Transformar um simples retalho numa obra de arte, eis o desafio! Capriche nas emendas, use a linha da fé, ela dará o destaque necessário para encher de alegria seu viver!” Gil Camargos

Foto de CarmenCecilia

SÓ QUERO... VÍDEO POEMA DE AMOR

POEMA: CARMEN CECILIA

EDIÇÃO E ARTE: CARMEN CECILIA

FUNDO MUSICAL: HÉLÈNE SEGARA

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Setembro - Capítulo 10

Escrever exige uma intensa entrega pessoal e total desprendimento dos preconceitos e convicções. Como eu não tenho amor próprio, faz dez anos que estou nessa. Com gente lendo ou não, faça chuva ou sol, tendo eu dinheiro ou estando duro, para os diplomados e os analfabetos, eu vou fazendo a minha arte, como o Sísifo, me lembra o Camus, vou levando a rocha pro alto do morro e deixando cair todos os dias. Essa é a minha verdade, gente que sou até agora.
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Enquanto o fogo consumia tudo, e as pessoas viviam seus amores, seus valores e seus pecados, Clarisse subia para a cidade em busca de se reconciliar com o seu passado e destruir os insetos que a haviam humilhado ou algo parecido. Ela iria falar com o Luís Maurício, com o Patrício, com o Fabrício, com quem pudesse matar as pessoas e devolvê-las para sua posição de subserviência. Quando ela se levantou, parecia até branca, como se um Feliciano a tivesse abençoado da miscigenação racial e da indivisível respiração coletiva, como se fora brincadeira de roda, memória, o jogo do trabalho na dança das mãos. Ela estava montada. A balada da sociabilidade lhe abria os braços e o coração. Ali era o seu lugar, voltava pra ficar. A luta pelo poder enfim teria o seu final.
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- Calma gente, calma gente!

A voz de Dimas se tornava cada vez menos ativa.

- Vamos ficar em paz!

O que Dimas não entendia, e isso é claro para todos os que ali estavam, é que somos animais. É por isso que não acredito em Rogers, quando ele diz que o ser humano é bom. Pois bem, o ser humano é bom... para ele! É algo natural ser egoísta. O que Sartre não os contou, o que Husserl e Rousseau omitiram descaradamente, bem como os líderes humanitários, é que o amor e a cooperação são alienígenas ao instinto pessoal de se sobreviver e de continuar. Procuramos o que é vantajoso e seguro para a consciência. Isso não é escolher ao mal. Isso é reconhecer uma característica da nossa essência, que na verdade é indiferente para a moral, que foi inventada com o tempo, bem como todos os conceitos psicológicos e existenciais. E então a Torta lhe deu um beijo.
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- Então, eu destruí eles.

- Mas quem te disse que os queríamos destruídos?

Clarisse ruboriza-se ainda mais.

- Os dominados, os engolidores... Eles é que sustentam o nosso modo de vida. Eles são o nosso alimento, o nosso instrumento, sem os nossos escravos, não há como gerar a riqueza. É como imaginar um mundo sem pobres. Alguém sempre acabará subjugado. É a lei natural, Talião, na prática! Se você não tivesse ido para lá eles não estariam envenenados com a sede do poder. Bom, o erro foi nosso. Agora já foi. Não importa. Fique aí e não incomode mais.

A batalha final era enfim preparada.
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O fogo subia os castelos. As espadas faiscavam. As bazucas, os bodoques...

- Toma!

A cobra fumava.

- Morre diabo!

Tudo resplandecia a tragédia, como a velha praça Tahir, como uma Nova Deli, como em uma Hiroshima deflorada, como um Brasil em época de hiperinflação, como o rompimento do namoro de uma adolescente, como a queda de divisão de um time de futebol, um câncer, um escorregão idiota num dia da saudade, a cabeça no meio-fio.

- Burn, motherfucker, burn...
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Dimas subia com os miseráveis a ladeira da cidade. Arrombavam as portas. Alastravam um medo até então desconhecido aos porões dos vencedores, suas famílias funcionais, suas menoridades penais, seu pleno conservadorismo e hipocrisia. Batiam as panelas, ignoravam as balas que lhe atiravam, quebravam as bancas. O saque indignava. O estupro coletivo era feito sem cerimônias prévias.

- Muerte! Muerte!

A bandalha hasteava a bandeira do assistencialismo. Colocavam seus headphones e atendiam o furor da sua maldade. A humilhação acabava, ou assim pensavam. Tinham tomado tudo.
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- Se você não pode vencer um inimigo, junte-se a ele.

Luís Maurício assim neutralizava a queda da sua Bastilha. Os seres de sangue frio haviam se misturado ao coro sem que se percebesse. Pediram a rendição, um tempo. Patrício, que era o chefe da comunidade até então, degolado, foi dependurado no alto de uma varanda como um pálido estandarte, corno, empalado em uma lança. O líder seria escolhido e Dimas seria o jacobino. A Torta seria a primeira-dama, e Clarisse, sua concubina. Até que ele disse o que não devia.

- Eu vou embora. Vocês conseguiram o que tanto desejavam. Agora não me atormentem mais.

Sequer Zaratustra havia sido tão ousado. Para onde iria Dimas, o santo? Para quarenta dias no deserto? Eu poderia falar no próximo parágrafo, mas não é bem isso o que vou fazer.
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- Esse nome não me serve mais. Revelarei meu nome. Eu sou a discórdia. Eu entreguei o pomo da primeira história. Quem quiser me acompanhe. Quem não quiser, fique aí e seja feliz.

As perguntas que te surgiram serão respondidas mais pra frente.

Foto de Carmen Lúcia

Escrevivendo

Escrevo o dia que se abre
e toda a sensação que me invade
ao sentir que nunca é tarde
e a vida me chama para recomeçar.

Escrevo o ato que se predomina
ao escrever definitivamente o fim,
ou inevitavelmente o começo
e tende a se emaranhar nas entrelinhas.

Escrevo o crível do tosco monjolo
ao debulhar com arte o milho e o café,
escrevo do que vejo o que me convier,
o que ficou marcado no profundo,
na essência da essência do meu mundo.

Escrevo sentimentos, razão de minha fé,
arquivados onde , às vezes, mora a dor
e só vêm à baila no momento exato
em que se rompe o extravasor.

Escrevo, descrevo, reescrevo
a minha própria vida
onde minh’alma está contida...
O ontem, o agora, talvez o depois,
o instante em que vivo agora,
o convívio entre nós dois,
as lembranças do outrora,
o tempo que me desafia.
O resto, escreve a poesia.

(Carmen Lúcia)

Foto de Carmen Lúcia

Quero

Quero...
Ser o elo entre o mundo e a paz,
a vida simples de quem é capaz
de unir humildade e grandeza,
sabedoria e beleza
com a mansidão de um barco
aportando o cais...

Quero...
Ser rio que chega ao mar
vencendo as batalhas de seu fluxo
ao tornear pedras , colidir em rochas,
modelar-se à opressão das margens,
nortear as águas durante seu percurso,
único recurso para estancar a sede.

Quero...
ser o filme dos instantes felizes,
o ancoradouro das melhores lembranças,
a saudade que faz companhia
quando a ausência marca triste mudança
e a vida mostra o outro lado da face,
um lado sombrio, que se desconhecia.

Quero...
ser a frágil bailarina,
girar o corpo ao redor da rima,
de seu interior ouvir a melodia
inspirada na arte que combina
passos , compassos, coreografia ,
todo espaço irreal, sua geografia
sendo transformada em poesia.

Quero...
ser a tarde e sua nostalgia,
cores indecifráveis a findar o dia
num céu que rouba toda a magia
na transição de fim e recomeço,
reverenciando a noite, o luar,
as constelações do espaço estelar
preparando mais uma manhã.

_Carmen Lúcia_

Foto de Allan Dayvidson

RASCUNHOS

"É o primeiro da uma coleção que chamo de 'Rascunhos, Declarações e Protestos' e fala sobre ser livre enquanto escreve... Escrevendo não existe assunto que eu me sinta proibído de falar e nada que eu não possa sentir o que me levou a muitos insights e a uma relaçao de maior cumplicidade comigo mesmo... Embora alguns poemas meus que se caírem em mãos erradas com certeza deporiam contra mim rsrs.. Ossos do ofício! rs"

RASCUNHOS

É quando você diz algo dum jeito que é só seu;
É quando se inventa uma palavra para tentar ser mais honesto;
É esse compromisso com seus sentidos e uma barganha com suas vaidades ;
É aquela hora em que se sente vontade de se declarar ou fazer protestos...
A tendência pode ser a de seguir as rotas seguras e ligar pontos,
Mas percebi que, para mim, escrever é quase como travar confrontos!

Então, não fique no caminho da minha próxima frase
E não conserte nenhum de meus versos.
Porque não é só uma fase ou algum retrocesso,
Estou sempre fazendo rabiscos em mim...

É quando os traços não formam figuras fechadas;
É como colorir laços que não se tornam nós cegos;
É a hora em que se dá o braço a torcer e se desfaz a fachada
É aquele passo de bravura de tentar traços novos...
A tendência pode ser a de reproduzir círculos colossais,
Mas uma hora, você nota que desenhar é também fazer ridículos espirais.

Então, não coloque moldura em meus esboços
E não conserte nenhum de meus versos.
Porque estou entre meus esforços e meu instável universo,
Estou sempre fazendo rabiscos em mim...

Há uma força de outra espécie correndo em meus punhos
Que ganha muito mais sentido nestes pequenos rascunhos...
do que na arte final...

Foto de EsperancaVaz

FEITO BRISA (Soneto)

Feliz avistei um céu azul intenso
Anjos voando no belo firmamento
Meus olhos complacentes miravam
Um coração meio demente chorava

Absorto em pensamentos serenos
A brisa passa num rosto ameno
Fulgura um lindo sonho na alma
E o rubor da face rápido se espalma

Na vida de um amor bem distante
Feito borboletas luzentes viajantes
Que o destino quer logo encontrar
Sem fantasias no desejo de amar

Cuja magia seja arte pura e bela
Feito bálsamo olor da brisa do mar

10/07/2013.
Esperança Vaz

Foto de Rosamares da Maia

SAFARI

Safári

Em seu olhar habita um tigre,
Prestes a saltar da alma.
Assombra a minha vida com incertezas,
Medo e fascínio.

Com a índole pérfida dos felinos, se diverte,
Brinca até o limite da resistência das suas presas.
Não sente prazer em devorá-las rapidamente.
Em seu julgo sutileza é força e cenário.

Sua clemência fingida é pantomima.
E este é o jogo – seu jogo.
A sedução elegante que mistifica o predador,
Articulado até o ato final, quando salta do olhar.

- Quase mortal.
A fera solta ama, envolve e encanta.
Serve-se do farto banquete – meu banquete.
Saboreia a presa que lhe entrega cada parte.

- Com arte, saboreia parte por parte.
E neste único momento faz concessões,
Mutuas satisfações – em proveito próprio.

Mas logo, por cautela a alma, recolhe o tigre aos olhos,
Frio, volta à jaula fria e se protege até a próxima caçada.
Quando a fome e a sede atiçarem seus instintos.

Abatida a presa respira, recompõe-se,
Dorme e sonha com os dias de espreita e caçada.
Ansiosa prepara as escaramuças do próximo safári.

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