Ânsia

Foto de Marta Peres

Destino

Destino

Esqueceste das juras que fizemos,
Falas de carinho e eterno amor.
Hoje no silêncio choro o que tivemos,
só me resta o ódio e o rancor.

Fujo de ti, de ti me separo,
Meu coração é só mágoa e dor
Na vida não tenho mais amparo
Morreu a esperança aberta em flor.

A certeza triste se define!
Rasgo de vez retratos, rasgo o véu
Na ânsia do choro o peito me comprime.

Não culpo a sorte, nem o céu!
A vida tem coisas que não se redime
Nem tudo pode ter sabor de mel!

Marta Peres

Foto de Dirceu Marcelino

MORENA DE ALMA LIMPA

BELA SENHORA

Não sabia como te chamar:
Moça... Garota... Mulher...!
Flor... Rosa... Rosa Morena...!
Porém, meu desejo é te parabenizar:
Feliz aniversário, Parabéns para você...
Muitas felicidades...

Mas só isso não basta, preciso falar mais de você...

Pois és tão bela... Mulher...!
Tão sexy, quando falas ou se mexe...
Quando andas, sentas ou se remexesse...

Teus olhos negros são como dois laços,
Que depois de lançados, enlaçam,
Amarram e amordaçam...

Teus cabelos tão longos,
Tão belos e cuidados,
São mantos
De uma Rainha Morena

Mas teu jeito sedutor
E o teu desprendimento
Demonstram que és mais...
É uma Linda Mulher.

Tuas unhas tão afiladas,
Cuidadosamente esmaltadas,
Parecem garras ou agulhas
Que seguram corações...
Como de teu marido,
Honrado por ter o teu amor...

Vê-se que és livre de corpo e alma...
Mulher liberta e independente.
Professora critica e serena
Em sua sensibilidade negreira...

Relembras que é sinônimo de força
Mãe de crianças saudáveis
Futuras mulheres e homens robustos
Como seus ancestrais...

Dignos representantes humanos
Mas que não aceitarão os grilhões...
Isto jamais!!!
Mas sim, querem mais...
Pois seus filhos...
Homens e mulheres!

Homens e mulheres
De alma limpa
Gritavam e continuam gritando:
_”Respeito”!

Como pôde uma cor
Causar tanto sofrimento.
Mas será o preconceito?
Ou, simplesmente,
A ânsia do poder.

Não aceitem a desvalia,
Não aceitem nenhum estigma
Fora as etiquetas
Tão absurdas!

Exprimam sua força,
Soltem a sua alma,
Sua força
Seu orgulho
Que seja a negritude
A cor realeza
Com sua cultura extraordinária
Ora representada em ti Mulher,
Mãe, verdadeira Rainha
Que aniversarias...

Parabéns, muitos anos de vida...
Felicidades...

Foto de Carmen Lúcia

Bendito coração!

Coração, és tu quem ditas regras do meu viver,
Transgrides as que governam o meu saber
Porque sabes bem o que há dentro de mim
E tuas leis são as que eu quero cumprir
E me perder no emaranhado do prazer.

A razão diz não!Tento evitar, mas te ouço baixinho...
-Vai...Segue por este caminho, foge de teu destino...
Persegue o que estás sentindo...vive a emoção...
Intensamente, loucamente...Esquece a razão!

Então sigo, desafiando a vida...
Ousando, amando, sorrindo, chorando...
Às vezes me arrebentando, tropeçando, me machucando...
Em outras me compensando, me vangloriando, me saciando,
Ou me ressarcindo de um bem que perdi...

Se eu me amedrontar, bate mais forte...
Para me relembrares que comandas o meu norte,
Que imperas sobre a razão, multiplicando emoções,
E que elas lembram vida, fazem esquecer a morte!

Bate, coração, descompassadamente em meu peito...
Faze- te ouvir quando eu pensar que já não há mais jeito,
Arranca-me do leito, se porventura eu me abater...
Devolve-me a ânsia, a vontade de viver!
Faze-me de novo crer na vida!Dá-me tua guarida!
Bate, coração!Não pares nunca de bater!

Foto de Anjo Azul

Descubra-me!

Não sou menina...
Não sou mulher...
Sou misto de ambas...
na dose certa da tua paixão!
O que me define não é o que eu sou...
mas o que teu toque me faz sentir...
É tua paixão que faz a minha sede...
É tua voz que desperta o que há de mais secreto em mim...
É tua sedução que me transformará...
É teu cheiro que me dá ânsia de amar e de sentir o gozo de ser possuída...
Se não puderes alcançar-me,
jamais descobrirás quem eu sou ...
E serei apenas fruto de tua imaginação nas tuas noites solitárias...

Foto de Marta Peres

Canção do Meu Corpo

Esta é a canção que canta o meu corpo
quando tocas com tuas mãos instrumento
Preciso, doce e suave.

Tua pele sobre minha pele faz com que
Me contraia, contorça
E me prendes com os braços,
Abraça meu corpo e beija minha boca
Ânsia de desejo!

Com amor me entrego, me incendeio,
ouço canção,
Em meu ouvido sussurra palavras
Que embriagam,
Bebo palavra por palavra
E num vai-vem frenético vem
Penetrando até min’alma
E meu corpo encharca do amor!

Marta Peres

Foto de Soninha Porto

DORMI COM VOCÊ!

Dormi leve
sentindo teus olhos em mim...
espantados
gulosos
tocando-me suaves
quase deu pra sentir
a ânsia louca
a voz rouca
indecente a tecer
finos acordes do tesão
da paixão.
Desfrutei ...
virei vertedouro
de minha loucura por tii
versos tocaram meu ser
o puro eu...
ah, poeta...
trazes alegorias
às alas da minha existência
tão suavemente!...
Esfogueado tomas meu corpo
lírico amante
enfeitiça meus desejos
exibes o cerne impetuoso
sedento...
fragmentos desvendados
de vivências amorosas
tão encantadoramente...
o sono reteve teus abraços
os sonhos teus beijos
desenhou na alma
o profundo gozo
escreveu no tempo
o nosso lindo amor.

SONINHA PORTO

Foto de Daemon Moanir

Interlúdio - I

É esta dor que não passa,
É esta ânsia que me trespassa,
O amor que corta e recorta,
A mente que me vai e não me volta
Que me mantêm de ti a pão e água.

São gritos de tormentos
De caras vistas e revistas.
São sombras de vidas sobrevividas
Em abismos oprimidos,
A respirar palavras de ajuda
E a engoli-las a seco e em vão.

E o pânico, o medo,
As faces de horror e desalento
Espelhadas na minha as encontro,
A dar-me o frio, o gelo como certo.
Cerro os olhos que não consigo ver-me assim.

Os sonhos, as esperanças?
Perdi-as de uma vida melhor.
`
Ó tu que tanto m'encantas,
Dai-me a boa nova. Canta o interlúdio.

Foto de Osmar Fernandes

Histórias que o povo conta (atenção! - se tiver medo não leia)

História que o povo conta

Cafezinho das três no cemitério

Três horas da tarde, sol ardente. Hora sagrada do cafezinho dos quatro coveiros, que, sentados em um túmulo, contavam histórias de arrepiar.
De repente, o sol se põe. O tempo obscureceu. Começou a trovejar. O céu anunciou chuva, vento forte, temporal. Amedrontados, perceberam que isso só estava acontecendo dentro das limitações geográficas do cemitério. Foi coveiro correndo pra todo lado.
Nesse momento tremularam catacumbas, túmulos, covas abertas, etc. As folhas das árvores choveram sobre o cemitério. Ninguém enxergava mais nada.
Um dos coveiros, espantado, notou que o portão grande do cemitério ora abria, ora fechava, e batia uma parte na outra assustadoramente. Parecia o badalo do sino de Deus anunciando o fim do mundo. De súbito, observou uma silhueta vultosa, esbranquiçada, tentando se esconder da tempestade. Não compreendendo o mistério e tremendo de medo, de sua boca ecoou um grito pavoroso, dizendo: É alma penada! É bicho feio! Valha meu Deus!
Começara a rezar para São Miguel Arcanjo (A Oração contra as ciladas do demônio...).
Dos outros coveiros, viam-se apenas seus olhos esbugalhados fitando aquela figura estranha que parecia bicho de outro mundo.
Um dos coveiros, tenso, pasmo, seguiu com os olhos aquela “coisa”, que flutuava perdidamente, em ziguezague, em busca de abrigo.
Outro, apesar do momento esquisito e do ser fantasmagórico, só pensava nos túmulos que já tinham sido saqueados. Imaginava que se tratava de mais um vândalo ou de um ladrão, tentando assustá-los. (Poucos dias atrás tinha pegado um idiota defecando em cima de um túmulo. Ao flagrá-lo, lhe dera uns safanões, pontapés – este nunca mais se atreveu a importunar o sono sagrado dos mortos.)
Outro dia, dera falta das inscrições douradas, prateadas, de muitos jazigos. (Os parentes das vítimas exigiram das autoridades, justiça.)
O instante era de apreensão, medo, nervosismo. A ventania não parava. Aquela “coisa” esvoaçava como assombração peregrina... E de repente, sumira.
Um coveiro que não a perdera de vista foi ao seu encontro. Por sorte... se viu diante de um vulto mágico dentro duma cova, levitando. (Aquela cova aberta estava pronta para receber seu ilustre morador, que já estava a caminho.)
Assustado, o coveiro chamou um dos colegas, que ao se aproximar, deparou-se com aquela “coisa” dentro da cova. Foi tomado por uma síncope descomunal... Ao sentir-se vivo novamente, tratou de abandonar seu companheiro, seus pertences e deitou o cabelo...
Outro coveiro vendo aquela cena, aproximou-se, e ao ver aquilo, gritou: Sangue de Cristo tem poder! Isso é alma penada mesmo! Minha Nossa Senhora da Boa Morte! Saiu em disparada com as mãos à cabeça, tropeçando, caindo, se levantando, e aos berros dizia: Deus me livre! É o fim dos tempos! Socorro!
O coveiro, o corajoso, que olhava – a “coisa” resolveu lhe perguntar de supetão: - Que faz aí dentro dessa cova que não lhe pertence?!
E “a coisa” com uma voz trêmula do além, lhe respondeu sem pestanejar: - Vocês não me deixam em paz. Sentam em cima de mim contando histórias cabeludas, mentirosas; e ainda por cima, sujam meu túmulo com farelo de pão, de bolacha, café.
O coveiro, o corajoso, então lhe disse: - Vou chamar o padre para lhe dar a estrema-unção. Você não diz coisa com coisa. Ta louca! Ta na ânsia da morte.
E aquela “coisa” ali, como uma alma penada, engoliu a língua por uns segundos, e lhe respondeu: - Não precisa! Já to morto há muito tempo. Não ta me conhecendo? Sou o Luiz. Você que me sepultou. Não se Lembra de mim, Roberval?
O coveiro perturbado pensou: Santo Deus, isso não ta acontecendo comigo!... Vou buscar água benta e vou jogar em cima desta “coisa esquisita.”
A “Coisa” lhe respondeu aborrecida: - Você e os seus colegas estão usando meu túmulo como cozinha de cemitério. Não façam mais isso. Deixem-me descansar em paz. Quero ter o sono eterno que mereço.
E, falando isso, a alma penada elevou seu espírito até seu túmulo – que se abriu sozinho; ao adentrá-lo, pôde enfim dormir em paz para sempre. Ao repousar em sua última morada, fechou-se o túmulo, e misteriosamente, o temporal cessou.
Os coveiros do cemitério ficaram extáticos ao ver aquela alma se refugiar.
Prometeram que nunca mais usariam túmulos para tomar o costumeiro cafezinho das três.

Autor: Osmar Fernandes,

Foto de Jhessyca Lima

Devaneio

Fecho os olhos. Assim posso te ver.
Absorta em pensamentos
que sem que eu os ordene
vão te procurar.
E eu me escondo atrás dos muros da indiferença
te esperando passar
para que assim eu possa
ao menos contemplar-te
sem o constrangimento do teu olhar...
Abro os olhos.
Volto à minha pugente realidade,
que não vai muito além do devaneio:
se retém nessa ânsia sombria
de não ter você...

Foto de Leonildo

Quero viver e não sonhar!

Quero viver e não sonhar!

Encontre-me, pois o que eu, mas quero é te encontrar,
Quero viver tua vida
Quero ir de encontro com o teu respirar
Quero tua ânsia, o teu ar

Viva comigo e não se magoaras
A magoa não foi feita para nós dois,
Mas para aqueles que não amam,
Mais de amor tu viveras

Encontrei o perfume perfeito para mim,
Vós enfeitiçáreis meu corpo
Junto com o amor
Que tu guardaste para enfeitar nosso fervor,

Neste dia maravilhoso
Quando encontrei teu olhar
Foi o mais lindo e gracioso
Maravilhoso sim, igual ao luar,

Encontre-me, pois de sonhos em sonhos
Venho te encontrando
E jurando amor para todo sempre
Sem explicações e com implicações entre sonhos e sonhos...

(Leonildo Lago Matos)

Páginas

Subscrever Ânsia

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma