Anos

Foto de Paulo Gondim

Devaneio

DEVANEIO
Paulo Gondim
06/02/2010

Imagino como seriam teus beijos...
E o pulsar de teu peito arfante
Imagino como seriam teus abraços
Se tivesse sido teu amante

Imagino teu corpo pequeno
Embebido em puro veneno
De tanta volúpia a me envolver
No calor de teus abraços, como laços
Me deixando inerte de tanto prazer

Imagino como seria leve teu sono
Depois de todo o abandono
Da entrega sem igual,
Do permissivo momento
De todo o encantamento
Da fusão dos corpos
No êxtase total.

Imagino como seria o tempo
Uns anos a frente, bem mais além
No espaço da vida, os cabelos brancos
Apesar do cansaço, teria em teus braços
A felicidade de chamar-te meu bem

Foto de Martinha Brito

À Laranjal do Jari

Eu me redescobri,
Depois de anos,
Para a minha surpresa,
Saí de minha casca.

Conheci tão bela cidade,
E as pessoas que ali vivem,
Que me trataram como igual

Foram muitas as aventuras,
Foram muitas situações,
Foram tantos neurônios,
Que queimei.

Foram os sorrisos dos amigos,
Os sorvetes degustados,
As festas e os banhos,
Que envolviam meus dias.

Foram as viagens tumultuadas,
Que pouco incomodavam,
Lá era meu refúgio,
Meu ninho.

Amo tanto aquela cidade,
Quero voltar,
Ser de lá.
De Laranjal do Jari.

Foto de Lucíola

Reencontro

Era uma linda manhã de verão. O sol iluminava a paisagem, enquanto Celina caminhava lentamente pelas ruas da cidade em busca do seu destino.
A vida lhe reservara sempre grandes surpresas, pois Celina acostumara-se a esperar o oposto do que queria. Isto facilitava nas decepções e propiciava alegrias inesperadas. Resolveu então pensar que aquele era um dia comum, com pessoas comuns ao seu redor e que seus passos comumente lentos a levariam tão somente na direção do mar.
Chegou, finalmente. Seu destino estava ali traçado naquele calçadão. Em seu peito, a ânsia da incerteza atravessada no coração feito faca afiada que corta a carne ainda viva. Não podia mais recuar. Não tinha forças. Restava apenas esperar até que tudo terminasse. Queria apenas encontrar uma última chance de poder falar o que realmente sentia.
Pensou então em buscar as palavras que usaria para dizer tudo o que desejava tanto. Mas as palavras sumiram instantaneamente de sua cabeça. Como num passe de mágica, tudo ficou branco, por um momento, tudo parou.
Celina, então, simplesmente ouviu:
- Oi, bom dia!
Foi difícil acreditar naquela voz ao seu ouvido. Desejou por um momento o fracasso de uma longa espera sem esperança. Seria então esta uma grande surpresa, ou uma decepção? Não sabia explicar.
Seu coração bateu tão forte que teve medo que todos pudessem ouvir. Não conseguia se mover. Não sabia como. Como conseguiu chegar então até ali? Precisava criar coragem. E após uma longa pausa, enfim, respondeu:
- Bom dia.
Seus olhos de repente alcançaram a plenitude nos olhos dele. Naquele momento, as palavras já não eram mais necessárias. Tudo estava tão profundamente explicado que o mundo parou um instante para ver aquelas almas se tocarem silenciosamente, imaterialmente, irracionalmente, num momento pleno de amor.
- Pensei que você não viesse. - Disse ela com a voz trêmula, rompendo o grande silêncio e trazendo o mundo ao seu devido lugar.
- Eu disse que vinha. – Respondeu ele com certa impaciência.
Era estranho imaginar que aquele ser tão próximo, tão conhecido seu, de certa forma, em algum momento, denunciava-se tão estranho. Mas se o peso dos anos tinha a força de mudar tudo de lugar, como então poderia explicar aquela sensação de estar revivendo um passado tão distante? A circunstância permitia mesmo sensações ambíguas. O momento era tenso. O sentimento, intenso. O tempo seguramente não pudera remover ou mudar o amor contidamente existente nas almas daquelas duas pessoas.
Como nos tempos idos, os olhos dos dois falavam mais do que as palavras. Não se importaram sequer em identificar as marcas do tempo em seus rostos. Parecia que nada havia mudado - nada. Até mesmo as dúvidas e receios eram os mesmos de antes. Apenas a ansiedade dera lugar à serenidade daqueles que verdadeiramente se amam para além dos tempos e da própria existência terrestre.
- Eu não acredito que estamos aqui, agora. – Disse Celina, com um largo sorriso no rosto e um brilho nos olhos inconfundível.
- Por quê? – Perguntou ele, mesmo sentindo no peito a mesma emoção de quem racionalmente não consegue mensurar a plenitude de um momento tão raro, onde o sentimento é quem comanda cada palavra, cada gesto, cada pensamento.
- Porque imaginei que a nossa história havia terminado, mesmo que ainda inacabada, assim como uma criança que morre em tenra idade, de qualquer mal súbito, ou por qualquer fatalidade. Então, dessa criança, restam apenas as doces recordações e a lembrança do seu sofrimento, de sua dor e de seu triste fim.
Em seu coração, Celina temia ouvir duas palavras: sinto muito. Estas palavras quando ditas em certas ocasiões produziam conseqüências quase que letais para quem as ouvia. Ouvira uma só vez em sua vida, o suficiente para lhe trazer noites intermináveis de angústia, pelo peso de um amor fracassado.
O momento de êxtase agora dera lugar a uma inquietação, daquelas que trazem ardor à alma e a insatisfação antecipada de quem imagina agora tudo perdido, sem conserto mesmo.
- Você disse que me esperaria... E eu acreditei. Você não só não me esperou, mas também me esqueceu. Seu amor por mim foi tão sincero e tão verdadeiro como um feriado que cai no domingo. – Respondeu ele, visivelmente perturbado. Naquele momento, por um instante, arrependeu-se de estar ali entregando tudo o que de mais profundo carregara durante todos aqueles anos. Arrependeu-se. Aborrecido, achava-se um tolo. Não suportaria aquela situação por mais tempo.
Celina sentiu o mundo sobre suas costas, temia profundamente aquela reação. Desejava que tudo fosse mais fácil. Mas a inocência dos velhos tempos de juventude havia perecido. Agora não havia mais tempo. Tudo deveria ser esclarecido. Tudo. Não poderia hesitar nem um só minuto. Precisava sinceramente falar para ser compreendida e desejava mais do que tudo que ele soubesse que o seu amor, um feriado num dia de domingo, foi, era e sempre seria um domingo sem fim.
Então, ela retrucou:
- O domingo, o sétimo dia ou o primeiro dia da semana, é o dia do descanso. A semana vai passando e ele lá, inerte, parado. Ou ele espera por você ou você espera por ele. Feriado ou não feriado, de uma forma ou de outra, inevitavelmente ele está lá. Seja você feliz ou triste. Durante um passeio, ou uma viagem, numa festa ou no sofá da sua sala, é domingo. Eu sei, você sabe, todos sabem. É domingo. Às vezes temos sono, às vezes não. Às vezes queremos que a segunda-feira venha nos salvar, ou que o domingo seja o único dia da semana, se estamos cansados. Mas se eu estiver feliz é porque você não só está em mim, mas eu também estou com você verdadeiramente. É por isso que eu quero que você saiba, independentemente de tudo e de todos, eu te amo. E nada nesse mundo poderá mudar essa triste realidade que me corrói a alma e me faz viver sempre esperando a realização desse amor, que eu sei, não tem mais futuro, apenas passado. Não pense em como tudo aconteceu, pois não há racionalidade para as coisas do amor. Eu apenas amo e nem sei como. Eu amo tão simplesmente que até parece complicado. Meu amor por você está além de onde se pode ir. Vive e revive a cada dia que se passa, com maior intensidade. Eu sei disso porque quando encontro você é tudo tão inexplicavelmente mágico! O tempo parece não ter passado. O dia não parece dia, as pessoas parecem não estarem lá, a vida parece ganhar outra dimensão. A partir daqui, eu sei, tudo vai mudar. A magia será enfim explicada e então perderá o encantamento. Mas o amor, esse sentimento que carrego dentro de mim e que só eu sei o quanto é puro e verdadeiro, esse não mudará. Eu sim, não serei mais a mesma. Imagino que deixarei de sonhar com você, meu grande e eterno amor. Mas saiba, eu te amo, te amo, sinceramente...
Depois dessas palavras, não havia mais o que ser dito. Todas as dúvidas não podiam ali ser esclarecidas. O amor e sua verdadeira face envolveram de tal sorte aquele homem e aquela mulher, que eles, do magnetismo do momento, não puderam mais fugir. Arrebatadoramente, abraçaram-se, em corpo e alma. Beijaram-se e, na mais completa plenitude, enfim, compreenderam que não há explicação para o amor. Ama-se e fim.

Foto de Martinha Brito

Carpe Diem

Carpe Diem!
É engraçada a vida,
Achamos que depois de muito dela apanhar,
De achar que depois de passar por tantas coisas,
Ela nos surpreende,
Desorienta-nos,
E nos deixa sem ação.
Pensei que poderia controlar-me,
Depois de tantos anos,
E foi assim comigo,
Nossa,
Entreguei-me,
Respirei cada segundo,
Vivi cada sensação,
Foi intenso,
De todas as formas,
Penso,
No carinho,
No cuidado,
No respeito,
Em você,
Foi mais que corpos,
Foi muito mais,
Foi a soma de momentos,
Que me fizeram feliz.

Foto de Martinha Brito

a flor da pele.

Sinto-me em uma quimera.
Um sonho que enveredou por muitos anos os meus pensamentos.
Lembro de parar o que estava fazendo e me direcionava para ver você.
Você tão distante da minha realidade e eu da sua.
Mundos distantes, porém interligados por uma paixão: a dança.
Pensei em me aproximar.
Mas logo descartei tal ação.
O medo de que talvez nem percebesse a minha existência.
Permiti-me a observá-lo em sua beleza e desenvoltura.
Permiti-me ser mais uma a contemplar você.
Um dia disse-lhe ser sua fã.
E você me aceitou como amiga.
Fiquei feliz, pois desejava aproximar-me de você.
Conversamos diversas vezes.
Expressei minha admiração.
E para minha surpresa você expressou a sua.
Você também havia me notado.
E pensou o mesmo que eu e também não se aproximou.
Foi uma descoberta espontânea.
Senti-me feliz.
Disse da honra da conquista de sua amizade.
Você foi recíproco.
E a dança nos envolveu com paixão.
Paixão a flor da pele.

Foto de Graciele Gessner

In Memoriam Marli Gessner.

A madrugada está lenta, a morte é um aviso de que a vida é de fato passageira. Não levamos nada, e tudo que nos resta é lembranças do que realmente fomos perante as pessoas que estiveram em nossa longa ou curta caminhada.

Lembro-me da minha tia que poucos anos tive contato da luta constante do seu câncer. Ela deixou sua mãe, seu filho, seu marido e seus familiares. Não conheceu o(a) seu(sua) neto(a) no qual falou com tanta alegria no Natal passado.

Sinto-me como se tivesse perdido uma parte da minha história. Era a tia que mais tinha afinidade, que conhecia a minha vida, e que sempre batalhou pela igualdade entre as suas irmãs. Deixou entre nós a lição de uma vida cumprida, que até ano passado salvou a vida da sua própria mãe (minha avó materna).

Não encontro palavras para aliviar a dor que sinto. Escrevo tentando diminuir a intensidade das lágrimas que não dão trégua. Escrever é ainda a minha melhor companheira. A vida é essa mesma, e não tem volta.

Agora já são 03h10min do dia 30/01/2010, uma hora que a notícia foi dada. O sono se evaporou. Dormir já não faz mais sentido. Dormir pode ser um abraço para a morte. Minha tia foi levada por um ataque cardíaco nesta noite.

Minha tia não será sepultada em sua cidade natal, mas se eu não conseguir ir à cidade de Guaramirim/SC, em pensamentos estarei com ela por onde ela estiver...

Oh Deus! Aceite de braços abertos essa humilde alma que nos deixou através da sua própria vontade. Amém!

Graciele Gessner.

30.01.2010

Foto de Paulo Gondim

De peito aberto

DE PEITO ABERTO
Paulo Gondim
30/01/2010

O que é o homem, diante de sua pequenez?
Apenas espectro de si mesmo...
A vida que sempre lhe trouxe surpresas
Nem lhe faz conta, segue sua rota livre
Ao encontro de suas incertezas

E quando a vida já se lhe faz pesada
Os anos são a grande marca do fim
Esse homem, cansado, de tudo entediado
Já nem se preocupa com a vida assim...

E o que lhe resta de tanto o que viveu
Um amor sincero, uma alegria , um gesto
Ou as mágoas que não conseguiu conter
Pela simples falta de carinho ou de afeto?

E mesmo brigando com a sorte
O homem fraco ainda se faz forte
Procura um rumo, em busca de seu norte
Abre o peito, e se mostra de frente para a morte

Foto de Stiven

Menina Mel

Menina que conheçi virtualmente e por acaso encontrei.
Que no começo era bruta e nervosa.
Menina de muito conheçimento, mas fraca em certos pensamentos.
E ao passar do tempo foi tomando meus sentimentos, pela verdadeira que em si escondera,
me fez esquecer os momentos dificeis que vivia, para que pudesse conheçe-la.
Menina ao passar do tempo, abriu meus coração e nele depositou teus sentimentos.
Naquele momento pensei que fosse criança e que a vida ainda muito tinha que aprender,
Menina me fez voltar ao passado e junto com ela crescer.
Essa menina que aos poucos foi se tornando mulher,
Me fez entender que tudo aquilo que viva a sofrer, não era o que ela desejava ao meu coração e que não queria me fazer sofrer.
Menina em ti depositei toda confiança e um dia em tua mão eu vou colocar uma aliança.
Que amei de verdade, mesmo sendo virtual menina mulher como você eu nunca quis igual.
Os anos se passaram e a distância de 12.000 km não nos separaram.
Menina que em ti eu confio e que à Deus eu peço para que você volte para meus braços porque hoje regresso.
Esta menina virou MEL em que todos aqueles desejam, mas ninguém sabe o que nela eu vejo.
Antes bruta hoje meiga, ainda nervosa mais sempre vaidosa.
Menina hoje 30/10/2010 peço a ti que pare e pense pois um dos dois prevalece.
AMO VOCÊ e não precisa outra pessoa dizer.
Não sei se ainda me espera, em ti confiei e no altar eu me entregarei ou seja como Deus queira .
De (eterna eternidade) , pelas palavras que aqui escrevi hoje sabe minha identidade.
menina aqui me declaro para que todos saibam que em ti me comprazo.

Beijos WDC

Foto de nuzy

Dez anos

Dez anos sem você
ainda não conseguir te esquecer
Ah! Saudade...
Saudade dos teus olhos fixos aos meus...
do teu carinho, tua atenção...
Jamais encontrarei alguém tão romântico assim
capaz de roubar meu coração
Dez anos sem você
ainda sinto teu perfume
o sabor dos teus lábios, o calor das tuas mãos
acariciando meu rosto, deslizando sobre meu queixo
sempre antes daquele beijo
Dez anos sem você
percebo que mesmo vivendo uma eternidade
jamais amarei outra pessoa
como te amei
Dez anos sem tua presença
Grande é a minha sentença
sinto um enorme vazio em meu ser...
Até quando ficará com meu coração?
Se roubou meu amor, deixa-me viver
ao menos o resto da minha vida uma paixão
Já que não posso amar novamente
enquanto você estiver com meu coração...

Foto de Peter

Fico aqui

Ai quem dera poder um dia
Dar-te conforto e companhia
Até quem sabe talvez casar
Sabendo que não me ligas
Eu escrevo sem me cansar
Vou tentar, faço figas

Escrevi e tu nem nem meia-hora
Não ouviste e foste embora
Por tanta indiferença
Eu quis marcar a minha presença

E com todo o meu engenho e arte
Com a força de um coração que não parte
Investi, e continuei
Tive outras chances e recusei

Pois tu és aquela que eu mais amo
Nem mil anos quebrarão este ramo
Esta ligação tão forte, sem esplicação
Sei que a sinto no meu coração

Com esse brilho de diamante
Mais que uma simples amante
Um sonho de mulher, que amo
A teu pes és o meu amo

Agora so meu resta esperar
E pelo teu amor aguardar
Sei que não demora
Ainda assim não vou embora.

Pedro Gomes

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