Angústia

Foto de Paulo Gondim

Sentir-se só

Sentir-se só
Paulo Gondim
19.06.2006

Viver só? não vivo.
Como ninguém vive só
Se é que isto é viver
Em simples companhia
De amigos, de família
Como filosofia
Porque assim foi
Porque assim é
Nessa atrofia

Viver só? Não vivo
Porém, o caso é bem pior
Não vivo, me sinto só
Eis a pior solidão
Sentir-se só, isolado
No meio da multidão

E vejo o vai-e-vem constante
Das pessoas andantes
Umas pra lá, outras pra cá
Como fantasmas errantes
Macilentas, obscuras
Fugindo se suas amarguras
Fingindo vida, fingindo viver

E os dias se repetem
Um a um, de forma constante
Na frieza do tempo, que passa
Implacável, como devassa
Do que fomos e não fizemos
Sem direito a defesa
Sem qualquer clemência
Sem a complacência
De uma nova chance

O hoje é agora. Não resta demora
Agora é a vez, não há outra vez
Nem nova partida
O tempo não volta
Passou, nunca mais...
Viveu, muito bem!
Não viveu? Diga amem!
Porque esse tempo se foi de uma vez
Não volta jamais, não tem outra vez
Por isso essa angústia me faz bem pior
Não sei quem eu sou, um vulto talvez
E nesse conflito, me sinto mais só

Foto de Zedio Alvarez

SOS! quero AMOR!

Estou esperando a amor faz tempo
Ela insiste em me desprezar
Mas ainda vou esperar
Para um dia eternamente amar

Não sei o que estar acontecendo comigo
A ansiedade e a angústia vão me deixar maluco
As duas se uniram para me conspirar
Mesmo assim insisto, vou te esperar

A promoção estar se acabando
Estou na vitrine te esperando
Juro se você não me escolher
Eu acho que não vou sobreviver

Foto de jgdearaujo

Sabes

Procuras em razões metafísicas
A explicação para o teu ser.
Afrontas divindades, constróis potestades
Abancas-te em altar ... inacessível, inatingível.

Descobres-te funda em pântano,
De angústia teces teu escudo e afundas
Em lento e profundo sorvedouro.
Destróis-te a ti à vida que não explicas.

Entendes mais, e mais, por isso, sofres.
Ignoras o real sofrimento, não o sabes, na verdade
És mais o que queres, menos o que és.

Esqueces-te que humano sois e
Como tal sofrerás... e amarás mais
Se deixares que a vida te mostre onde trilhar.

Foto de Stacarca

"Lágrimas silenciosas "

Ouça, são sussurros de lagrimas silenciosas.
Veja, são lágrimas de saudades de você!
Sinta, são lágrimas de tristeza por não ter mais o seu amor...
Sabe porque choro? Porque Eu Te Amo!
E te amarei até o fim dos meus dias...
Quando você partiu, me disseram que o tempo curaria a ferida.
Mas só agora posso entender.

Nem a eternidade me faria te esquecer.
Nem o mais longínquo e belo jardim brotará a felicidade em minha vida (novamente)
Nem a mais bela e gentil face faria eu amar mais uma vez...
Nem as mais doces palavras farão meu coração bilhar de novo!
Porque ninguém além de você poderia me dar vida.
Porque sem o seu amor o meu único desejo é morrer

Quando um novo dia começa ou termina...
Vejo tua face, linda como o céu!
Quando choro, sinto você perto de mim
Segurando minha mão e me dando força para continuar!
Quando acho que é o fim;
Você me mostra que é apenas um começo
Quando sinto vontade de morrer
Você me dá vida.

Essa minha tristeza, esse meu flagelo!
Esse meu amor, essa minha saudade;
Essa minha angústia, esse meu desespero.
Esse sentimento, essa paixão...
“É para você!”

Ouça, eu continuo a chorar...
Veja, ainda choro de saudade...
Sinta, choro de tristeza...
Você percebe porque choro?
Porque te amo!
E te amarei até o fim dos meus dias.

Foto de Garfieldainlove

3500 Km de separação.. de muita saudade !!!

Esta paixão, (existe algo mais forte que este sentimento?)
que teima em aumentar de dia para dia...
que te dizer na tua ausencia?
que teimo em acordar e a viver
sem a tua presença, sem o teu cheiro, sem o teu toque...
Sinto-me nua de sentimentos, nua sem fervor
apenas me levanto para sobreviver
para te respeitar e venerar como quererei sempre

Que me resta neste momento?
noites inteiras de solidão
noites em que miro a almofada gémea
em que te via apenas em sonhos
lágrimas teimam em rolar em minha face
sinto-me aniquilada sem a tua presença,
as forças redobram quando relembro a troca de amor
no nosso leito de paixão e aí a coragem aumenta
esperando o dia em que te vou ver entrar
vejo uma troca mutua de sorrisos e felicidade do reencontro
e nesse momento vou desejar não te largar nunca mais...

É por ti, será por ti que o meu coração bate
apenas por crer em ti, que voltei a falar na palavra amor,
és o meu amor eterno, o homem por quem eu
algum dia sacrificaria o meu proprio “Ser”
se me perguntarem digo com veracidade
nao sei explicar o porquê deste sentimento tão forte
sei que me foi fatal como o destino e que venha o que vier
Nunca enquanto viver te conseguirei esquecer

Quero recuperar todas as noites de angústia
dias e noites de entrega sem me entregar
situações que necessitava de me controlar
para não me ferir mais
Ssi que agora nada valo sem o teu amor
o teu toque, o teu amor é o ar
que necessito para respirar

Por me fazeres sentir gente
por me fazeres rir, quando às vezes só me apetecia desaparecer
por me mostrares que a vida merece ser vivida
por me fazeres o meu coração bater descompassado
por tudo te digo que tu és tudo o que quero
Amor.. só sei dizer que te amo e
te amarei para o resto da minha vida

Até breve meu amor

Foto de Senhora Morrison

O que foi feito...

Que vazio é este que nunca se vai?
Que amor é este que nunca encontra seu senhor?
Por onde você anda que não vem me tirar esta angústia?
Até quando sofrerei por almejar o grande amor?
Por onde vagam os fiéis crédulos do amor?
Será que não sobraram sentimentos neste mundo injusto?
Onde estão os sinceros e singelos sorrisos?
A busca do amor deveria realmente, estar neste árduo caminho?
O que foi feito da gentileza, dos sonhos cor-de-rosa, da compaixão?
Quem roubou as boas lembranças, nos tornando tão amargos e sozinhos?
Impedindo-nos até mesmo de sermos gratos?
Até quando vamos nos acostumar?
Quando vamos destruir a infelicidade e criar forças para lutar pelo amor?
Quando vamos nos convencer de que podemos ser felizes?
Quando?

07/02/2001
Senhora Morrison

Foto de Coyotte Ribeiro

Meu PAI, meu REI

Extremidade de um coração sem marcas
O imaculado, sem manchas, sem pecado
És enobrecido, Pai das nações
Declarado Rei de todos os povos

Único suficiente, capaz e onipotente
Em glória exuberante seu nome faz-se presente
Em todos os meus passos
Sua destra me conduz

Cada atitude de prazer
É nascido de seu próprio ser
Como árvore sem perecer
Oferece frutos sem envelhecer

Príncipe de honra, Senhor de Caráter
Justo vive em calma,
Em canto raríssimo ouço
Seu espírito em pranto inovador

Como astro do dia,
É chamado Estrela da Manhã
Nasce a cada vida
A sua beleza em caminho a canaã

Tenho orgulho de ser filho
Tenho orgulho de ser sua obra
Criado por seus punhos
Me deu vida, me deu alegria

Me permitiu, tristeza
Me permitiu angústia, mas
Foi por amor que por deu sua vida
E de mim arrancou todo o mal

Me deu paz, me deu felicidade
Por isso me dedico ao que mais amo
Ser filho não é apenas um dever
É um prazer, é alegria

É paz que contagia
Toda e qualquer unção
Que do céu descer
Sobre o meu coração

Soberano és sobre mim
E por toda a vida o servirei
Por toda eternidade o amarei
E com Ele para sempre viverei

Por MJPA o coração de um Coyotte

Foto de Coyotte Ribeiro

Calado

Te amei calado
Me vi fechado
Me tornei insuportável
E não me dei conta do indesejável

Momento de angústia
Vivendo em pura tristeza
Que transladou meu coração
Sem nenhuma gota de paixão

Vivi sem emoção
E agora sem compaixão
Sofro essa solidão
Que não acaba em gratidão

Apenas sei que te amei
Te desejei e não te agarrei
Permaneci calado
Com os olhos vendados

Com flecha de cupido
Fui marcado, fui ferido
Não morri em pranto, mas vivo em conflito
Por mais um dia não engrandecido
Passou por mim um grande abismo

Te amei calado
Sofri de coração apertado
Desejei a morte, mas não tive sorte
De me dilacerar e não ser encontrado

Mas fui arrancado de minha terra
Onde nada mais nascia em nova era
Com cratera de minha alma
Me derreti em doce calma

Não me achei suficiente
Não me coloquei a frente
Calado fiquei
Calado te amei

Silêncio é absoluto
É suave como vento
Implacável como o gelo
É desejado por meu medo

Calado fiquei
por que te amei
Calado estarei e
Para sempre cumprirei

Um juramento..

Calado serei
Calado farei
Calado viverei
Calado te amarei

Por MJPA o coração de um coyotte

Foto de Samoel Bianeck

Jogral da Solidão

-I-
Solidão; porque coloca esta sua mão fosca
sobre minha inocente cabeça?
Destilas a tua seiva, não doce, que vai ao poucos
se misturando com meus maus pensamentos
e descem lentamente até meu coração.
Nada te fiz - porque me persegues?
---
Olha quem diz; sou a solidão sim; mas é você quem me segue.
Estou sempre a seu lado – sou tua aprendiz.
Nunca amaldiçôo quem na minha frente não se ajoelha.
II
Me enganas, sua loba com pele de ovelha,
Invades o meu ser e ainda me aconselha!
Espedaça a minha vida; fico sangrando então se apresenta
- camuflada de remédio.
Me arrebata para o tédio; te trago e me sufoca no isolamento.
Em minha pele injeta seu veneno - não suporto este tormento.
---
Sou um pleonasmo inverso – “a bebida que você não bebeu”.
Sou gustativa - “a delícia de mulher” que você não degustou.
Sou utopia da sensação - “o corpo que você não sentiu”.
Sou o paradoxo da companhia – “comigo; sempre estará só”
III
Não entendo teu linguajar, basta; já esta me arrancando tudo.
Sinto ira; ordeno, suplico - alguém me conte uma mentira!
Grito; vou para rua, lá você está, como um rolo compressor.
Não ouve meu brado; me esmaga, tritura – fico quebrado.
Levanto arrasado e você só diz – veja mais um pobre diabo!
---
Sou a mescla rara de um néctar maldito - tudo que te magoa.
Sou a mãe da tristeza - filha primogênita da angustia.
Me chamaste; vem tristeza - agora sou sua pele, “sua beleza”.
Me atiras para o alto; sou bumerangue – circulo com teu sangue.
--IV--
Sigo a rua, estou só, mas você me segue e grita – não esqueça de mim.
Olha um manequim: escute estão rindo, não tem ninguém - só pode ser de mim.
Sussurras no meu ouvido; sou invisível, é de você; viro e olho para eles.
Fazem cara de sério, não digo nada, mas te interrogo – eles são felizes?
Sim; não sabem que vão morrer; só porquê estão rindo?
---
Porque usas de metáforas para me atingir? Vai indo!
Teus passos sabes dirigir? – acha que agora vou rir.
Estou aqui para: com dor te atingir – não vou fingir.
Nem pense que vou te acudir, no chão pode cair.
Tenho uma missão a cumprir - tenho que te punir.
--V--
Logo decido, vou seguir - mas como posso?
Você é uma sombra, me segue como fantasma – não posso fugir.
Angustia-me, me faz mal, olha a manchete no jornal
– a felicidade está mais à frente.
Mas não sou crente, me empreste o pente, não te; esqueça
– nunca mais coloque a mão sobre minha cabeça.
---
Conheço tuas sensações tácteis – e sempre estarei te atormentando.
E fui, eu fiz, eu sou, tudo de bom que você queria ter vivido
pequenas e grandes coisas, um amor querido – sem viver, ficou inibido.
Alguém querido que não ajudou – uma conquista interrompida.
-VII--
Escute é a voz do mar; na esquina vou virar - acho que é lá seu ninho.
Chupo-te como uva, urino no esgoto - mas voltas com a chuva.
Tenho preguiça; tento correr e me seguras - como a areia movediça.
Na hora derradeira; sem querer te chamo de companheira.
Sei que és a antítese – do meu viver sem vida.
---
Esqueceu; sou o acróstico das iniciais de todos os teus males.
Mas lembre-se; sou tua companhia mais sociável - não te deixo ao léu.
E nem te quero no mausoléu – sempre te alcanço um chapéu.
--IX--
Esta é boa, agora você é meu anjo da guarda, minha amante.
Lembrei estou precisando é de uma amante, duas ou três
– quem sabe a solidão espante.
Estou ilhado preciso de alguém, vou ver uma boneca ou uma madona
- se não tiver vou para zona.
Vejo uma; grito; estou aflito - vem meu amor, me tira da solidão.
---
Engana-se; sou insubstituível; nem amor, dor ou pudor.
Sou a esfinge; ninguém me decifra; não tenho cor – sou ilegível.
Sem pudor dou a luz à angústia – e batizam meu filho de dor.
--X--
A festa acabou, vem comigo - mas não sei aonde vou.
Virei olhando seu rosto; uma lágrima rolou; ela chorou - que foi?
Tu és uma flor; sim mas você vai - a solidão me atacou.
Sai em silêncio, bati a porta, corri, gritei, adeus - nunca mais solidão.
Deixei-a com ela, ela ficou com minha solidão - estou livre!
Como um pássaro; quase seminu - atirei minha penas para o ar.
---
Pare, pare, aquela solidão era a dela - eu sou a sua.
Cada um tem a sua companheira que é a solidão verdadeira.
Sempre te acompanhei, acompanho - nunca largarei.
Senta ai e se acalme, volte a ser triste – nada de alarme!.
--XII--
Se cada um tem a sua; porque ninguém gosta da solidão?
Quero distância, vou embora - você é bem sem elegância.
Há quem se queixe; nas festas, nos amores – lá você está presente.
Veja quanta gente; fernandinhas e caubóis – mas tua marca os corrói.
---
É filho; estou com os poderosos, incapazes e medrosos.
Nova; sou invisível, nada aparece, com o tempo meu ser se fortalece
– junto com tuas desilusões meu poder cresce.
Sou abstrata, imaginária mas todos sentem o peso de minha mão
– minha maldade sempre aparece.
--XIII--
Não me chame de filho. Alguém disse que você é a praga do século.
Tem muita gente sofrendo por tua causa, até se matam ou matam.
Você leva a depressão; a tristeza, que deve ser tua irmã ou irmão.
Toda vez que sua sombra cinza visita um ser - sempre rouba um pouco.
Solitário ou nas festas, sempre tem alguém sofrendo – aqui acolá.
---
Amigo; nós da família solidão não temos culpa – cada vez tem mais espaço.
Estamos só cumprindo nossa função; tem gente que vive em uma eterna solidão
- sempre me chamam com a droga, intrigas, brigas – dizem que são amigas.
Você é um que sempre fica comigo. A propósito gostou de te chamar de amigo?
--XIV--
Amigo está melhor; já que não posso me livrar - vou te aceitar.
Chamarei-te de Teresa, ela também cansa a minha beleza.
Responda-me com certeza; e esta gente que só enxerga seu umbigo?
Sim mesmo aquele que se dizem bravos; também são seus escravos?
---
Amigão; para estes tipos de coisa eu nem ligo, são estúpidos sem receio.
Cá entre nós; são os que mais vivem a sós - e para solidão é um prato cheio.
Não invento, e ao ver eles afundando na amargura – só contemplo.
Ainda é tempo, me entenda; me aceite como sua amiga – sou pura.
Fico má, te afogo no veneno quando você quer – o sabor é da tua mistura.

Foto de Samoel Bianeck

Jogral da Solidão

-I-
Solidão; porque coloca esta sua mão fosca
sobre minha inocente cabeça?
Destilas a tua seiva, não doce, que vai ao poucos
se misturando com meus maus pensamentos
e descem lentamente até meu coração.
Nada te fiz - porque me persegues?
---
Olha quem diz; sou a solidão sim; mas é você quem me segue.
Estou sempre a seu lado – sou tua aprendiz.
Nunca amaldiçôo quem na minha frente não se ajoelha.
II
Me enganas, sua loba com pele de ovelha,
Invades o meu ser e ainda me aconselha!
Espedaça a minha vida; fico sangrando então se apresenta
- camuflada de remédio.
Me arrebata para o tédio; te trago e me sufoca no isolamento.
Em minha pele injeta seu veneno - não suporto este tormento.
---
Sou um pleonasmo inverso – “a bebida que você não bebeu”.
Sou gustativa - “a delícia de mulher” que você não degustou.
Sou utopia da sensação - “o corpo que você não sentiu”.
Sou o paradoxo da companhia – “comigo; sempre estará só”
III
Não entendo teu linguajar, basta; já esta me arrancando tudo.
Sinto ira; ordeno, suplico - alguém me conte uma mentira!
Grito; vou para rua, lá você está, como um rolo compressor
Não ouve meu brado; me esmaga, tritura – fico quebrado.
Levanto arrasado e você só diz – veja mais um pobre diabo!
---
Sou a mescla rara de um néctar maldito - tudo que te magoa.
Sou a mãe da tristeza - filha primogênita da angustia,
Me chamaste; vem tristeza - agora sou sua pele, “sua beleza”.
Me atiras para o alto; sou bumerangue – circulo com teu sangue.
--IV--
Sigo a rua estou só, mas você me segue e grita – não esqueça de mim.
Olha um manequim: escute estão rindo, não tem ninguém - só pode ser de mim.
Sussurras no meu ouvido; sou invisível, é de você; viro e olhos para eles.
Fazem cara de sério, não digo nada, mas te interrogo – eles são felizes?
Sim; não sabem que vão morrer; nem porque estão rindo?
---
Porque usas de metáforas para me atingir? Vai indo!
Teus passos sabes dirigir – acha que agora vou rir.
Estou aqui para: com dor te atingir – não vou fingir.
Nem pense que vou te acudir, não chão pode cair.
Tenho uma missão a cumprir - tenho que te punir.
--V--
Logo decido, vou seguir - mas como posso?
Você é uma sombra, me segue como um fantasma – não posso fugir.
Me angustia, me faz mal, olha a manchete no jornal
– a felicidade esta mais à frente.
Mas não sou crente, me empreste o pente, não te; esqueça
– nunca mais coloque a mão sobre minha cabeça.
---
Conheço tuas sensações tácteis – e sempre estarei te atormentando.
E fui, eu fiz eu sou, tudo de bom que você queria ter vivido.
Pequenas e grandes coisa, um amor querido – sem viver, ficou inibido.
Alguém querido que não ajudou – uma conquista interrompida.
-VII--
Escute é a voz do mar; na esquina vou virar - acho que é lá seu ninho.
Te chupo como uva, urino no esgotos - mas voltas com a chuva.
Tenho preguiça; tento correr e me seguras - como a areia movediça.
Na hora derradeira; sem querer te chamo de companheira.
Sei que és a antítese – do meu viver sem vida.
---
Esqueceu; sou o acróstico das iniciais de todos os teus males.
Mas lembre-se; sou tua companhia mais sociável - não te deixo ao léu.
E nem te quero no mausoléu – sempre te alcanço um chapéu.
--IX--
Esta é boa, agora você é me anjo da guarda, minha amante.
Lembrei estou precisando é de uma amante, duas ou três
– quem sabe a solidão eu espante.
Estou ilhado preciso de alguém, vou ver uma boneca ou uma madona
- se não tiver vou para zona.
Vejo uma; grito; estou aflito - vem meu amor, me tira da solidão.
---
Engana-se; sou insubstituível; nem amor, dor ou pudor.
Sou a esfinge; ninguém me decifra; não tenho cor – sou ilegível.
Sem pudor dou a luz à angústia – e batizam meu filho de dor.
--X--
A festa acabou, vem comigo - mas não sei onde vou.
Virei olhando seu rosto uma lágrima rolou; ela chorou - que foi?
Tu és uma flor; sim mas você vai - a solidão me atacou.
Sai em silêncio, bati a porta, corri, gritei, adeus - nunca mais solidão.
Deixei-a com ela, ela ficou com minha solidão - estou livre!
Como um pássaro; quase seminu - atirei minha roupas para o ar.
---
Pare, pare, aquela solidão era a dela - eu sou a sua.
Cada um tem a sua companheira que é a solidão verdadeira.
Sempre te acompanhei, acompanho - nunca largarei.
Senta ai e se acalme, volte a ser triste – nada de alarme.
--XII--
Se cada um tem a sua; porque ninguém gosta da solidão?
Quero distância vou embora você – é bem sem elegância.
Há quem se queixe; nas festas, nos amores – você está presente.
Veja quanta gente; fernandinhas e caubóis – mas tua marcas os corrói.
---
É filho; estou com os poderosos, incapazes e medrosos.
Nova sou invisível - nada aparece, com o tempo meu ser se fortalece
– junto com tuas desilusões meu poder cresce.
Sou abstrata, imaginária mas todos sentem o peso de minha mão
– minha maldade sempre aparece.
--XIII--
Não me chame de filho. Alguém disse que você é a praga do século.
Tem muita gente sofrendo por tua causa, até se matam ou matam.
Você leva a depressão; a tristeza, que deve ser tua irmã ou irmão.
Toda vez que sua sombra cinza visita um ser - sempre roubas um pouco.
Solitário, nas festas, sempre tem alguém sofrendo – aqui acolá.
---
Amigo; nós da família solidão não temos culpa – cada vez tem mais espaço.
Estamos só cumprindo nossa função; tem gente que vive em uma eterna solidão
- sempre me chamam com a droga, intrigas, brigas – dizem que são amigas.
Você é um que sempre fica comigo. A propósito gostou de te chamar de amigo?
--XIV--
Amigo está melhor; já que não posso me livrar - vou te aceitar.
Te chamarei de Rodrigo, pelo menos rima com quem
- da felicidade é mendigo.
Agora te pergunto ou digo; e esta gente que só enxerga seu umbigo?
Mesmo aquele que se dizem bravos; também são seus escravos?
---
Amigão; para este tipos de coisa eu nem ligo, são estúpidos sem receio
Cá entre nós; são os que mais vivem a sós - e para solidão é um prato cheio.
Não invento, e ao ver eles afundando na amargura – só contemplo.
Ainda é tempo, me entenda me aceite como sua amiga – sou pura.
Fico má, te afogo no veneno quando você quer – o sabor é da tua mistura

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