Alma

Foto de Rosamares da Maia

CORAÇÃO SUICÍDA

Coração Suicida

Meu coração é um poço profundo,
Mergulho em queda livre, sem fundo,
Mundo de identidade obscura,
Visão desfocada, formas profanadas.

Por ele circula uma dor antiga.
Inconsequente e por conveniência inexplicável.

Matéria amorfa, desnorteando o sentido.
Amor cultivado na região abissal.
A mágoa contida é solidão acompanhada.
Só a dor flui na nossa angustiada vida.

Mas, não amar o amor é lógica suicida.
Vaticínio de morte consentida.

Da nossa vida invisível emerge silêncio denso.
Mas, há você - viagem que faço sem rumo,
Como um passaporte para a insanidade.
Teu coração é poço profundo, sem fundo,
Onde depositei o expurgo de Minh ‘alma,

Mesmo assim desprovida da razão, creio,
Neste intangível castelo pulsa o amor!
Tênue sopro de ti, quase ausente, meu presente,
Espaço vazio e insipiente onde transpiramos
Vidas,...sobreviventes.

Rosamares
26/11/2009

Foto de Maria silvania dos santos

Voltei a ser criança!

Voltei a ser criança!

_ Sabe, Hoje sozinha navegando nas minhas imaginações de como poderia ser a vida, pude refletir no tempo a traz, voltando minhas lembranças do tempo que não volta mais , senti saudade.
Confesso que por um instante, voltei a ser criança, preenchi meu peito de esperança, pedindo a Deus que as realize, nesse momento naveguei profundamente, voltei ao passado, em seguida ao presente, notei que hoje o mundo é diferente, é bem mais cruel, já não existe mais tanta caridade, a compartilha é substituída pela maldade.
Hoje sou coberta por um manto de saudade.
Quanta saudade há em meu peito!
Do tempo que passou, o meu tempo de criança o qual em meu peito avia só esperança, em que eu via no futuro um mundo melhor e não este mundo de fazer dó, eu sentia esperança no sentir de uma criança, com tanta simplicidade que eu chegava a falar só, faria planos como se nunca houvesse a maldade para destruí-los.
Hoje, quanta saudade sinto das coisas que não existem mais, as quais o destino nos levou.
Hoje as vezes, apenas navego nas minhas imaginações, entre elas sinto em meu coração o toque de cada lembrança, lembrança do tempo que não volta mais, neste momento sinto tanta saudade!..
Saudade do meu tempo de criança, cheio de ilusões e inocência, o tempo que em cada coração avia a pureza que hoje já não se conhece mais, que as crianças andavam com as vestis rasgada, outra hora apenas com uma rasgada calcinha e uma chupeta já preta em sua boca e ninguém a desrespeitava, que a pobreza era de dinheiro, mas existia a riqueza da alma, a riqueza de espírito, onde a caridade, com o pouco que existia era compartilhado.
A amizade, era ou não era. Este é o tempo que ainda me provoca saudade, que ainda resta vazio em meu coração a ser preenchido, mesmo que seja apenas da lembrança e de esperança de um dia esta inocência voltar entre nós reinar.
A lembrança da pureza , e em que tudo era visto com amor e que hoje o vento levo!...
AUTORA: Maria silvania dos santos

Foto de Carmen Lúcia

Poesia, um caso de amor...

Danço a poesia, sou bailarina no esplendor da arte,
exponho em poesia fragilidades e limitações,
silencio em poesia o meu grito sem fazer alarde,
brado poesia com orgulho e ostentação,
confesso em poesia fraquezas e imperfeições,
bebo poesia com as palmas das mãos,
respiro poesia, perfume das manhãs,
rego poesia com o orvalho da madrugada,
rezo poesia na hora da Ave-Maria,
faço da poesia alegria da chegada,
canto poesia dando ênfase à melodia,
toco poesia com o lirismo da sonata,
vivo a poesia, essência de minh’alma,
choro a poesia movida pela emoção,
expando em poesia mágoas que viram rimas,
sonho em poesia todo encanto da magia,
cultivo a poesia e colho rosas em botão,
caminho com a poesia e afasto a solidão,
voo com a poesia rumo à fascinação,
gero a poesia e é ela quem me dá à luz,
sinto a poesia e me arrepia a inspiração,
navego em poesia ancorando em corações,
penso a poesia e dou asas à imaginação,
amo poesia... e sem mais explicação.

_Carmen Lúcia_

Foto de Maria silvania dos santos

O amor chegou de mansinho

O amor chegou de mansinho

_ O amor chegou de mansinho me enconto sozinha e me fez um carinho.
Com sua frágil mansidão de mim não teve compaixão e seqüestrou meu coração.
O amor, amor palavra pequena significado enorme e inexplicavel.
Amor, magia da saudade, o qual nos faz viver novas realidade.
Amor, algo sem idade que nos provoca afinidades.
O amor vem como magia clareando nosso dia e fortalecendo nossas fantasias.
Com o amor percebemos que nossos dias ganham mais brilhos, nossa vida mais alegria, nossos jardins ficam mais floridos, nossas forças renovada, sem duvida sentimos amados.
O amor é como as noites de luar, que cada canto do céu que nós olharmos, com mais intensidade, uma estrela veremos a brilhar.
Ai é o amor, só o amor, só o amor pode nos fantasiar!
Só o amor, só o amor pode fazermos encarar o teto sem que o enchergamos.
Só o amor, só o amor tira o sono, tira a fome e alimenta a alma, só o amor!.
Autora; Maria Silvania dos santos.

Foto de elcio josé de moraes

VOLTES MULHER

Quero saber,
Aonde tu estás?
Preciso saber,
Já não agüento mais.

É tanta saudade,
Que eu sinto de você.
É pura verdade,
Sem tu não sei viver.

A minh’alma chama,
Você a todo o instante.
E o coração reclama,
Do seu amor distante.

Peço que tu voltes,
Esteja onde estiver.
E o teu amor devotes,
A este que lhe quer...

Elciomoraes

Foto de Gideon

A Vida Continua

A vida continua

Quando um amor se vai,
E esse amor, de fato, era amor,
A gente até finge suportar,
Finge desdém e indiferença..

Mas a droga da dor corrói a alma
E incomoda o coração dia inteiro
Noite a dentro, vida à fora

Quando um amor, que era amor mesmo,
Vai sem nem dar tempo de despedir
Como se bastasse um breve tchau
Uma lágrima força cílios a baixo
Abrindo caminho para um turbilhão
Que vem logo em seguida..

Parece que o amor, que é amor mesmo,
Quando vem, vem para zombar de nossos devaneios,
Definições e planejamentos,
E aparece displicente, diferente
Daquilo que pensávamos querer...

Mas esta droga de amor, que é amor mesmo,
Finca desejos no coração da gente...
Como uma bandeirinha espetada lá
E vez outra dá um peteleco nela
Fazendo doer coração aorta abaixo.

Quando um amor, que é amor mesmo,
Dá as cartas na nossa vida,
Muda tudo, a rotina vira escombros,
A vida passa a ser uma correria só.
A semana finda antes de iniciar,
O final dela é esperado como um grande evento...

O prazer mistura-se ao cotidiano,
Novos vícios de amar surgem,
Novas carências afloram
E até o tom de voz fica mais manhoso..

Às vezes a gente, na correria do amor
Não sabe expressar romanticamente
O sentimento que vivemos
Pois a urgência de amar sobrepõe-se
Às palavras melosas próprias dos apaixonados..

Depois disto tudo, de toda a simbiose
De todas as declarações de eternidades
De fidelidade, de entrega, de cuidado..
De sonhos desenhados para vivermos juntos..

Depois de a pele revirada e células trocadas
De beijos misturados e olhares sarcásticos,
De mãos entrelaçadas e passos apressados
De cumplicidade tacitamente pactuada..

O amor, que é amor de verdade, se vai
Resta olhar pela janela,
Fitar a montanha debochada,
Recolher os resíduos de lágrimas,
Com o dorso da mão ocupada,

Dar um sorriso sarcástico, de saudade
E recolher-se para o futuro..
Que droga de futuro...
A vida continua...

Foto de CARLOS RIBEIRO

Uma alma aflita

Dentro de mim uma alma aflita
Sentimentos que se atraem
Uma luz que clareia passivamente
Decido o meu ser, o coração mo que fazer
De baixo de meus sonhos, o que não sei
Diante de tanto sofrimento, me calo
Me flachelo nos becos da vida, estou a mendigar
O anoitecer, a escuridão e eu ali sentado
Foi você tudo isso o culpado, por você não ser amado
O meu vago é tão vazio, que ninguém mais reparar em mim
Tudo é você, você que me fez ficar assim
AUTOR

CARLOS RIBEIRO
09/08/2012

Foto de Carmen Lúcia

Sem palavras

Recolho palavras que me atropelam
no silêncio inquieto que me interpela,
preciso com elas entrar num consenso,
que venham sem eco integrar meu contexto.

Ou mesmo sem nexo, sem explicação
porque eu nem sei explicar a razão
de estar tão calada, tão introvertida,
desconheço quem sou ou me sou bem conhecida.

Procuro nos simples detalhes um recomeço,
um motivo maior para continuar,
pular as reticências, revirar aos avessos
e nas entrelinhas reescrever o meu texto.

Mas as lacunas se tornam pesadas,
devo preenchê-las de palavras sensatas,
esvaziar de minh’alma meus medos e traumas
que o silêncio estimula e a palavra engasga.

_Carmen Lúcia_

Foto de Rosamares da Maia

Mulher - Anos 40

Mulher - Anos 40

Despertei surpresa aos quarenta
e descobri que ainda quero e espero
o meu cavalheiro andante.
Lancelot, Galahard, Arthur?
Não importa. Por que não esperá-lo?

Não será o primeiro é certo que não.
O último?... Talvez.
Será sempre um bravo pioneiro.
Sábio ou guerreiro. Talvez um menino?
Quem desbravará meu coração?

Se neste território onde habita o meu ser,
não houver mata virgem, encontrará recantos
todos originais, com muitos encantos,
Áreas inteiramente preservadas.

Sonho aos quarenta. Ainda desejo amar,
É justo, necessário e lícito sonhar.
E por que não sonhar?
E por que não realizar?

Sou pura essência, alma intacta,
Sem máculas, sem rótulo de validade.
Minha paixão não está contida na idade,
Não foi deserdada pelo tempo.

Este fogo é incêndio que brota no coração.
Simplesmente não se apaga.
É mar de larvas que se propagam.
Sempre em ebulição, pronto para a erupção,
Onde só queima quem arrisca e nada.

E se é verdade que o tempo tudo acalma,
Sou como o próprio vulcão que respira,
Contido medita, mas apenas dorme,
Aos quarenta! Viva a vida, pois nada morre.

Rosamares da Maia.

A todas as mulheres que aos 40, 50, 60 e infinitamente têm a coragem do Ser.

Foto de Rosamares da Maia

Patchwork não!

Patchwork não!

Eu não sou patchwork. Não!
Sou mesmo colcha de retalhos, de todo tipo,
Pedacinhos de sobras de pano, irregulares,
Cortados na tesoura de minha avó portuguesa.
Sem modelagem ou ângulos retos harmoniosos.
Nem tecido fino de boa origem - tom sobre tom.
No aproveitamento, sou chitinha povoada de cor.
Dançando na mesa farta de minha avó,
Viva e sempre consistente de generoso amor.
Desse jeito era minha Mãezinha com nome de flor,
Costurava sem burocracia recortes do dia a dia.
Os retalhos unidos com a linha da solidariedade.
Trama pueril de filhos e netos, naturais e postiços.
Entrelaçados na colcha fraterna da família
Cada laçada uma lembrança – eram tantas.
Cada pedacinho uma história brincando de vida,
Amor costurado em colchas e toalhas de mesa,
Verdades transbordando na noite sem TV,
No som sem cortes dos programas de rádio,
Pregados na emoção dos pedaços da alma,
Banhada em sorrisos entre lagrimas e orações.
Não! Não quero ser patchwork não.
Aprendi a assimetria simples de minha avó,
De ser retalhinho sem sofisticação, costurado á mão,
Empregnado do som das novelas de rádio,
Do olhar ao longe desenhando os personagens,
Doce olhar da minha saudade descosturada,
Dos retalhos da minha infância distante,
Que o tempo não aprendeu a remendar.

Rosamares da Maia – 06 de agosto de 2012

Para a série "Retalhos - Pedaços de Vida"

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