Ao tocar no ponto fraco, o espadachim
A arte de amar só para quem sabe
Despertar o amor é ser querubim
Sentir alvoroço realizar desejos carne
O instinto age assim e anseia amor
Correspondido! Ser amado como quem ama
Um belo dia foi uma vez conheceu flor
Alimentou o corpo e é constante a chama
Adentro-me pelo jardim e os sons soam-me
Como a reprimidos risinhos de ninfas em becos
Sem saída. Vou em frente volto à direita
Depois à esquerda e ouço o som da fonte ao lado
Nada melhor que águas cristalinas e árvores de porte
Sem cajado, nem pau lá vem meu Espadachim
E no jardim encantado surge um Achtim! Despertado...
Joaninhavoa,
(helenafarias)
22 de Setembro de 2008
2ª POESIA: TE ESPERO ESPADACHIM
Amórfica...
num quanto qualquer...
vejo epitélios infectos
de seres mortais...
Podridão, vermes no chão
espremidas em lágrimas de dor...
corroídos sem viço num coração
que goteja rastilhos do amor...
Na imagem mórbida que ficou
vejo amargura em teu semblante
sina lírica, diabólica e mortal
seguimos entre o bem e o mal...
No brilho da arma reluzente
vejo um olhar trepido e ausente.
em outras vidas foi meu algoz
corpo e alma o que será de nós?
Vácuo inexistente...
efêmero e persistente...
último suspiro fecha os meus
olhos e beijas minh'alma...
Sopras ao vento cinzas de ti
e de mim...
grifada em tua espada fica essa
frase:
Voltarei...
Amo-te, meu espadachim...
(LU LENA)
3ª Poesia: ESPADACHIM PROTETOR
Gostaria como teu cavalheiro protetor
Desembainhar meu cetro de espadachim
E descrever versos em teu corpo com ardor,
Em formato de soneto como faço assim:
Em doze estocadas silábicas com fervor,
Marco o ritmo inicial que seguirei até o fim.
Após sempre em forma suave, mas com destemor
Fecho os quartetos com você abraçada em mim.
Prossigo com o florete e em toque sedutor
Marco a tua pele com o aroma do jasmim
Que lanço em ti com as pétalas dessa flor
Viçosa e cheirosa que engalana meu jardim
E de onde tiro meu poder e todo o amor,
Que me permite possuí-la assim como Espadachim.
"" dentro de tua alma vejo a sinceridade,e serenidade ,aquela serenidade que busco para estar do seu lado pra te amar para sempre todos os dias de minha vida,até alem da minha morte,pra sempre eu vou te amar. ""
Hoje minha alma amanheceu chorando de tanta saudade de ti!
Meus dias e noites têm sido de tormento... Não posso estar ao teu lado... Ah meu amado, como dói essa distância!
querido, ter-te e não poder ver-te, é como não poder ver o sol que nasce e com ele vem um novo dia,é ver o mar e não poder deixar que as ondas molhem os meus pés, é trocar a noite com uma lua prateada, pelas trevas de uma noite de tempestade, é não poder sentir a vida!... Quem dera poder sentir-te, quem dera poder tocar-te, sentir o teu peito palpitante durante o abraço, poder beijar loucamente os teus lábios e todo o teu corpo, partícula por partícula, sentir o perfume do teu suor, ouvir o teu sussurro ao meu ouvido, me dizendo frases desconexas, sentir a tua respiração ofegante e quente, me causando arrepios de tanto prazer, até irmos às raias da loucura!
A cada dia que passa, sinto o quanto te quero, o quanto te desejo, o quanto te amo! As longas noites quentes, me fazem delirar e no meu delírio te vejo chegando; o calor se mistura ao suor do meu corpo desejoso de ti ! Tento adormecer, porém não consigo, a tua presença é muito forte dentro de mim. Choro e me lamento ao travesseiro que já foi nosso cúmplice nos maravilhosos momentos em que ficamos juntos e hoje ele chora comigo lamentando a minha dor!
Certa vez, li uma frase que dizia... Voltar é uma forma de renascer, ninguém se perde nos caminhos da volta! Achei-a verdadeira, muito profunda e significativa! - Volta meu amor! volta sem demora, volta correndo pra mim! Venha por completo, venha por inteiro, sem medo, sem dúvida, sem receio: Ouça o meu chamado... Volte! Estou te esperando pra vivermos o grande amor que um dia deixastes para trás, me deixando dilacerada por dentro, com o coração em pedaços ...
Todas as tardes, fico com o olhar perdido no caminho, o mesmo caminho que um dia te levou de mim, esperando que de um hora para outra possa ver-te e de longe acenares para mim dizendo... Amor, voltei!! Então, sem demora, correrei ao teu encontro, me atirarei em teus braços, me apertarei no teu abraço, beijarei tua boca e finalmente viverei a realidade de um sonho!
Enviado por Paulo Gondim em Sáb, 29/11/2008 - 01:01
VEREDAS
Paulo Gondim
28/11/2008
Assim foram meus caminhos
Um a um de estreitas veredas
Caminhei-os, só, todos eles
Obstinado na minha procura
Passei a vida a fio de navalha
Senti o medo que a noite espalha
Eu só, essa estranha criatura
Na lonjura sem fim do horizonte
A esperança, pouco a pouco, definhava
Os pés cansados perdiam-se no pó
E o chegar mais difícil inda ficava
Na confusão de minha mente embaralhada
Já não sabia onde daria aquela estrada
E nem sabia mais porque tanto caminhava
E no limiar absoluto desse transe
Minh’alma se desfez em agonia
Me vi nu, em vias tortuosas
Já não reconhecia mais nenhum caminho
Tornaram-se ainda mais estreitos
Irreconhecíveis, cheios de defeitos
Não vi saída e fiquei, ali, sozinho.
Leio em prosa todas as curvas do teu corpo
dizendo aos meus olhos o quanto me pertence
sem cessar pelos versos de emoções quentes,
de mim rio jusante à foz das tuas vontades
despojadas no lume nu dos desejos.
Enxotando a distância para rebentarmos a noite,
escravos de um fôlego que desfia a agitação
das estrelas libertas na medida em que nos amamos
num salto em direcção ao infinito,
onde usarás a coroa de sol do meu amor que triunfa sobre todas as cores ao sentares-te
no meu trono de palavras eternas no meu colo.
Palavras soltas na vastidão da verdade
que harmoniza o êxtase das nossas bocas,
diante um grito que age em nós murmúrios inquietos,
erguendo a imortalidade dos astros encadeados
pelo nosso tocar o cume
desprendido da alma.
Pertenço-te como os pensamentos ao silêncio,
lascivo em todo o devaneio à escuta da tua voz
que detém a chave da vida.
Amar-te é o néctar da juventude
que possui o ventre da felicidade,
conservando em nós o fruto suculento de paixão
que devoramos arrojados num perfeito júbilo
de paz...
Enviado por Paulo Gondim em Sex, 28/11/2008 - 12:35
Ermo da alma
Paulo Gondim
28/11/2008
Do nada, vi surgirem gritos
Ecos surdos na imensidão
Ermo da alma, ausência de calma
Feridas mórbidas de uma paixão
O chamado da morte se avizinha
Na sua voz rouca de terror
Gemidos soam pela noite afora
E o céu se enche de pavor
Notícias tristes que se espalham
Em remessas sórdidas do além
Doses inócuas de frio desalento
Cartas que ficam, outras que não vêm
E de um vale escuro e tenebroso
O escarro fúnebre já se faz ouvir
No beijo fatal, último e derradeiro
Da criatura feia que se faz sentir
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Título anterior: "o chamado", modificado com aprovação da poetisa DARSHAM.