Alma

Foto de Rodrigo obelar

"SOU TEU"

Amo-te com toda força da minha alma,
E entre todas as falas, és meu idioma,
O pouco que conheço de meu universo,
É teu sorriso,
O motivo de minha existência.

E para todos os minutos, o sempre,
Sou teu palavra e versos em forma de passos,
Sou teu arrepio em corpo nu, por dentre,
Sou o perfume de tua escolha.

Assim sou horas tua regredindo da vida,
Sou as lágrimas que escorrem da vida, fugidas,
Sou o teu preenchimento e não o vazio,
Sou teu corpo, teu destino, tua alma.

E no repouso de meu instante,
Sou mais do que amor reconhecido,
Sou eu o que não sai de teu corpo,
Nem o que se esquece por tempo.

Estou entre sua virgindade e tua morte,
Sou o que estava escrito no roda pé do teu destino,
Não sou o que brinda sua saudade,
Sou sua liberdade voando para o mundo.

Soneto cantado ao longe para o infinito,
São minhas orações enviadas a cristo,
Faz-te minha no hoje e para o fim dos dias,
Pois o ontem são lágrimas perdidas.

E maior do que as horas que me cronometram do mundo,
É meu coração, acalanto para o seu infinito amor,
E colados como anjos encarnados em almas gêmeas,
Acompanhamos um ao outro,
Então o fim, é apenas mais um recomeço.

Foto de Zaruquita

LAMENTO

LAMENTO

Lamentando a minha sorte
E a sina que Deus me deu
Chego a desejar a morte,
Que um destino igual ao meu
Eu sei,..não há quem suporte.

No meu triste coração
Tão cheio de desilusão
Já não consigo ser forte
Depois de tanto sofrer
Eu vouvivendo sem querer
Lamentando a minha sorte.

Meus olhos choram,que importa
Porque em vida eu já estou morta
Meu corpo já não é meu
Se o meu viver acabou
Lamentando agora eu vou
A sina que Deus me deu.

Choram tristes os meus olhos
Vivendo num mar de escolhos
Sem saber qual é meu norte
A minha alma anda perdida
Por não ser compreendida
Chego a desejar a morte.

No meu peito só há dor
Em tão grande desamor
O meu coração perdeu
Sinto minha alma tão triste
No mundo não mais existe
Um destino igual ao meu.

As lágrimas dos olhos meus
Quando choram pelos teus
Sentem que não muda a sorte
Vivo sem crer no futuro
Sem ter um lugar seguro
Eu sei...não há quem suporte.

Arlete Anjos

Foto de Carmen Lúcia

Transmutação...

Recolho meus versos...
Os que despejei aos teus pés...
e me devolveste o reverso...
um versejar sem alma, desconexo.

Transmuto-me ao meu inverso...
Deixo de ser eu;
sou aquela que me perdeu...
Que desfez seu pacto com a lua
e o encanto esmoreceu...

E agora, sem poesia, anda nua...
Sem ter porque se inspirar,
a quem amar, onde ancorar...
Anda a esmo...
nem por si mesmo
é capaz de se edificar.

Apago as estrelas...
Seu brilho já não me diz nada...
No céu, a luz apagada
transpassa toda madrugada,
varando uma manhã nublada...
Me encolho feito caracol...
sem ver o sol...
só há sombra...
e eu...
só.

Carmen Lúcia

1º de outubro/2009

Foto de Robson Fraga

Recomeço

Chega uma hora na vida
em que tudo parece torto:
a música não rola,
o chope não desce,
e a cabeça não pára de rodar.

Qualquer palavra é xingamento;
a resposta ao "oi" é tchau!
Os minutos demoram a correr
e a estrada fica longa demais.
Não há luz no fim do túnel.

A poesia que antes despertava
teima em dar sono.
Os filmes da TV são repetidos.
Na agenda não há sobrenomes
e a linha está sempre vazia.

Na garganta apenas um nó
apertado pela culpa.
As entranhas contorcidas
insistem em gritar,
mas no vento não há eco.

Tô sozinho nessa imensidão.
Olho pro mundo e não vejo estrelas,
pro tempo e ele já se foi...
pra dentro e não vejo saída;
pra alma e quase desisto!

Paro pra pensar de novo.
Insisto em buscar caminhos.
Brigo com meus monstros,
me escangalho por inteiro.
No último suspiro derroto a soberba.
É hora de recomeçar!

Foto de raul castro

Abutri

abutri desgraçado, minha carne esta pronta para ti,
não deixes nada para traz, devores tudo.
morte amiga, acalme minha alma,
desta vida desventurada.

abutri amigo, acabe com tudo,
pois desta vida não levo nada,
alem das minhas desgraças vividas.

Foto de pctrindade

VELHOS TEMPOS

Houve um tempo, em que os anjos brincavam neste quintal, ao olhar des-preocupado de Deus, pois não havia maldade. Eram anjos de todas as cores, sem raça definida, mesmo porque não existia um conceito que definisse a palavra raça. Eram anjos de aparência diferente, porém iguais.
Era possível encontra-los em qualquer lugar, pois viviam entre nós também que já pertencíamos a uma hierarquia mais antiga e nossa missão era fazê-los sentirem bem.
Houve um tempo em que o sol sabia controlar a medida certa de seu calor e dividir fraternalmente seu domínio com a chuva e o vent
Houve um tempo em que as estrelas não escondiam mistérios, e o papel da lua era apenas embelezar, sem a responsabilidade do domínio de rios e mares.
Houve um tempo em que não era preciso compor canções, pois todas elas pairavam de maneira etérea, ao alcance de qualquer ouvido e a poesia, estava configurada na alma e expressa no olhar.
Houve um tempo em que não existia saudade, e a maior distância conhecida era o tempo de fechar os olhos sonhar e acordar longe.
Era o tempo da felicidade que palavras seriam impossíveis de descrever mesmo ao mais arguto sábio.
Mas um dia, Deus sentado em sua varanda celestial, ao olhar seus anjos brincando, entediou-se, mas não por seus poderes supremos, e sim por estar cansado de ser mantenedor da harmonia e então resolveu repartir sua supremacia delegando
poderes e individualidades. Criou o livre arbítrio num estalar de dedos.
Os animais que antes enfeitavam seu quintal, notaram as diferenças entre si, o mesmo acontecendo com os anjos que passaram a olharem-se estranhando fisionomias, cores e vozes. O Criador instituiu raça e sexos.
Agora, novamente na varanda, Deus chora baixinho ,olhando seu quintal vazio, sombrio e silencioso .
Fecha seus olhos e vê seus anjos desentendidos, dispersos e morrendo em batalhas, ansiosos por tomarem seu lugar.
Adeus hierarquia
Abre os olhos novamente, olha para o alto e vê a lua que, já não cheia como criou, preocupada também em estender seus domínios.
Num gesto de desespero, usa seu infinito poder, conclamando o vento para transportá-lo às estrelas longínquas, onde restabelecerá suas forças, e de lá governará esse universo obscuro longe de nossos olhos.
Mas engana-se quem pensa estar Ele sentado em algum trono. Não,Ele adora simplicidade, e continua sentado numa varanda, só que agora cósmica, e tem à sua frente um vasto quintal também cósmico, onde brincam poucos anjos, todos resgatados de nosso quintal terreno.

*

Foto de pctrindade

BREVE DEFINIÇÃO DE SAUDADE

A saudade é o perfume da solidão.
É o pesadêlo do dia, o cansaço da noite...a insônia.
A saudade é gôta da lágrima no papel da carta.
É o olhar esquecido, o desasossego do corpo...a dor.
A saudade pode chegar no luar, na chuva...na canção.
Pode fazer morada no pensamento, na palavra...na alma.
A saudade é a memória do ter vivido.
A saudade...é a essência da ausência.

Foto de Carmen Lúcia

Fases...

(Des)compromissada com nada,
tudo era diferente, indiferente,
tempo que alegrava a gente, inocente...
A dor que só fazia cócegas...
Dor de barriga, dor de dente,
vontade de ganhar presente...
Roçava fábricas de lágrimas
que debulhavam intermitentes.
(Não contundentes, só aparentes.)

Tornou-se mais aguda, irreverente,
a dor e amor de adolescente...Adoles(sente)!
Que ao mesmo tempo ri e chora...
E a palidez da face, de repente, cora.
Muda a estação, no coração, a toda hora
em desarmonia com as estações lá fora.
Em sintonia com as sensações da alma,
revoada de emoções que aflora e refaz,
guerra de hormônios que não querem paz.

Uma nova fase, que não é da lua,
traz os sentimentos de uma alma nua
e na transparência, busca a essência
de um amor maior, de um amor maduro.
E se a dor vier bater a sua porta...
Nada mais importa! Dane-se o mundo!
O sofrimento é muito mais profundo.
E as fases da lua se fundem, se liquefazem
em lágrimas corrosivas rolando pelas faces.

_Carmen Lúcia_

Foto de maria guimaraes

CHUVA PERFUMADA

CHUVA PERFUMADA

Há uma chuva risonha caindo dentro de mim...
Perfumada, macia, encantada...
Minha alma ri, brinca com os pingos da chuva
Que caiem lá fora...
Pérolas... cordões de diamantes...
Beleza sem fim.
O sol está com ciúmes,
Esconde-se, teima em não aparecer,
Tal é a luz que vê dentro de mim...
Leio um poema, poeta só meu...
Riu-me como uma criança,
Tenho mais que o mundo...
Tenho-te...
Com quem sempre sonhei,
E ao acordar estavas lá...
Real como eu te imaginei...

SONHA COMIGO

Sonha comigo, ainda que o sonho
Seja uma mentira, sonha comigo...
Sonha que há purpurinas na noite
Em que me amarás...
Sonha comigo, no lado de lá da vida,
Imaterial, como uma nuvem, um elemento...
Sonha comigo, enquanto vês
Um quadro de Van Gogh
Ou uma escultura de Rodin,
Sonha comigo, com risos abertos na madrugada
Do sonho, com cânticos
Que nunca ouviste mas saberás inventar...
Sonha comigo, quando o sol
Tomba no poente, e te doira o olhar
Perdido no tempo...
Sonha comigo, quando já não
Há mais nada em ti com que sonhar...
Sonha comigo...

PENSANDO EM TI
Lentamente abro as cortinas da janela,
Que dá lá para fora. O sol bate no muro branco,
As sombras das arvores dançam na sua brancura...
O céu está imensamente azul,
Um par de rolas namoram além...
E eu fico aqui olhando o nada,
Pensando em ti...
Penso em palavras que dissemos,
E outras escondidas nas metades das que não dissemos...
Penso em risos, e olhos a brilhar...
Em ficarmos parados, calados,
Como que a definir sentimentos,
A criar uma corrente que atravessa
Os nossos pensamentos...
Depois, falamos e lembramos tempos, coisas...
Fico aqui a ver o sol, e as folhas das arvores
Desenharem sombras, no muro branco...
E perco-me na memória do tempo, e em ti....

LENDA

Há um vento sibilante entre as fragas.
As ondas trazem consigo as algas
Verdes que se espalham pela praia.
Olhando o mar, sento-me aqui e espero.
Espero como Penelope esperou Ulisses,
Tecendo o manto de palavras não proferidas, adiadas...
O sol caminha para o ocaso,
Nostalgicamente belo, esplendoroso...
O dia caminha para a noite, e eu, como Penelope,
Desfaço o manto de palavras que urdi
Neste dia que chega ao fim.
Amanha, recomeçarei, e noutro dia,
E noutro , infinitamente,
Com os olhos presos no horizonte da vida,
Esperando acabar de tecer este manto
De palavras, para um dia te oferecer...

GUARDA EM TI...
Guarda em ti tudo o que trazias quando nasceste,
E os Deuses, e as fadas te fadaram, e predisseram...
Guarda em ti, a fala da cigana que te sinou...
Guarda em ti o coração antigo da sabedoria,
Da vontade, e da razão.
Guarda em ti também o coração novo,
Do homem nascido em ti,
Que ri, que brinca, que sonha...
Guarda em ti, todos os rituais antigos,
Que os Deuses te ensinaram...
Guarda em ti, as lagrimas como pérolas,
Que só o coração puro pode doar...
Guarda em ti, a força da vontade, e do querer.
Guarda em ti, como dádiva
Divina, o riso, o amor, e o sonhar...

Foto de Guto Buarque

Sem Destino

Hoje estou sentindo sua falta
Sinto um aperto no peito
Parece que não vai ter mais jeito
Meu coração chora de dor

Chora por seu amor
Amor que vivi intensamente
Que agora não se faz mais presente

Tento seguir algum caminho
Não consigo, pois me sinto sozinho
Não sei para onde ir
Nem onde vou chegar

Vago pelo mundo sem destino
Levando comigo a saudade desse amor
Amor que rasga minha alma
Amor que faz perder minha calma

Uma sensação de abandono
Sinto-me como um cão sem dono
Perdido no meio da multidão
Não posso ficar nessa situação

Tentarei minha vida mudar
Sem ter hora para sair
Nem hora de chegar
Sei que um dia tudo vai melhorar!

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