Sem oásis que me proteja deste sol que me queima, sem sombra do teu ser, sem repouso possível, espero assim amor, assim como espera o abutre que me segue, espero assim a morte, assim como espero eu que ela chegue. Morro de sede sem te ver, morro de sede pois esta é impossível de saciar. Perdido num deserto de gente, procuro em cada duna, em cada ser a água para a minha sede, o lugar onde repousarei o meu corpo pela última vez, vazio de carne, perdido sem alma. Espero assim como me espera ele, esse vazio de ser, de sentir e de viver. Sem oásis que me proteja espero assim sem ver…