Parei, com as mãos, o vento,
E, em uma de suas voltas, depositei
Minha coleção de sentimentos. Depois,
Abri as mãos, e o soltei.
Virei-me, então, de costas,
Para que não me visse partindo:
As mãos, sobre o peito, postas,
A vida, pelas mãos, saindo.
Por esta forma - Inconcebível! –
Joguei toda minha esperança:
Que um vento vário e irascível,
Chegue a ti, em sua andança.
Nunca vi tanto desespero,
Uma alma tão sentida,
Quanto naquele, que ao destempero
Dos ventos, joga a própria vida!
Serenado, o movimento, suspensa
A vida por um fio, passa
O tempo em silêncio. Densa,
A alma sente frio e serenamente cessa.