NA JANELA DO PASSADO
Eu ficava na janela debruçada
Ficava olhando a noite estrelada
Parecia que ela me dizia
Parecia
Que ela me dizia que eu era tua amada
Nada me afastava da janela
Nem o vento da madrugada
Eu ficava lá parada
Parado ficava o meu corpo
Porque nos pensamentos eu voava
Nos meus devaneios eu te encontrava
Te abraçava
Te beijava
Éramos pouco mais que dois adolescentes
Tão inocentes
E crentes
Deus, até hoje eu lembro o gosto do primeiro beijo
Lembro do desejo
E lembro dos nossos risos
Do nosso primeiro olhar
O tempo passa
Vai carregando
Vai levando
Tanta coisa vai apagando
Mas algumas vão ficando
Hoje estou lembrando
A janela, eu debruçada
Naquele tempo eu me sentia plenamente amada
Plenamente amada
Era tão jovem e bela e adorava ficar sonhando na janela