BANZÉ
Ela dizia.
Pára, Zé.
Lá era um verdadeiro banzé.
A casa da mãe Joana.
Lá tinha de tudo.
Caldo de cana.
Sanfona.
Tinha gente fanfarrona.
Ela dizia.
Zé, esta vida me amedronta.
Ele dizia.
Mulher, não seja tonta.
Ela sabia que tanta festa muito certo não daria.
Tinha dia que ela comia.
Tinha dia que a dispensa estava vazia.
Ela dizia.
Zé, ó, Zé.
Ele dizia.
Mulher sem fé.
Hoje em dia não tem mais festa.
Espio a casa por uma fresta.
Está fechada.
Encerrada.
Não sobrou nada daquela casa bagunçada.