Que saudade eu tenho daquele tempo!
Do fogão a lenha, da polenta com leite.
Dos cabritinhos que nasciam.
Do perfume das flores das jabuticabeiras.
Dos balanços amarrados nas árvores altas.
A “pinguela”, o moinho de fubá.
A “nona” resmungando.
Os nossos castelos de sabugos de milho.
Neno, o porquinho favorito.
Bolinha, o cabritinho.
Garoto, nosso lindo cão preto.
Pai, você ainda se lembra do dia em que me joguei no rio, por causa de uma bola linda?
E os doces em formato de carrinhos, homenzinhos!
Os bambuzais, o paiol.
A nossa casa simples.
Como eu me lembro de um caminho limpo, varrido todas as manhãs.
As espirradeiras carregadas de flores, os lírios brancos, as roseiras, as avencas, as samambaias.
Ali ficaram todas as nossas fantasias de criança, lá a nossa infância foi linda.
Às vezes eu me transporto para lá e me pergunto, onde, em que canto ficaram os meus mais doces momentos.
São Carlos, 12 de janeiro de 1990