Esplendorosa lua
Círculo luminoso num céu escuro
Que luz intensa
Sinto por momentos que me quer falar
Tal é a intensidade com que está a brilhar,
Observo-a atentamente
Enquanto sinto que me acaricia o vento
Empurra me docemente
Me rodeia e envolve
Num abraço carinhoso
Ergo meus olhos para o céu
Num agradecimento silencioso
Por nesta noite os ter ao meu lado
A lua para conversar o vento para me reconfortar,
Rebelde, como só ele,
Empenhasse nos meus cabelos
Que pouco a pouco se vão desprendendo
Parecendo uma vela ao som da agitação de uma Caravela,
Os grãos da areia fria
Escapam se por entre os dedos
Pisados, por vezes acariciados
Recebem os raios do sol, as gotas da chuva
Sem qualquer protecção, ali ficam à mercê da vida,
Surpreendentemente desperto dos meus pensamentos
Para o chamamento do mar
Que sorrateiramente molha meu corpo
Batendo em retirada mas não sem antes beijar a sua areia amada,
Cessou o barulho dos carros
Extinguiram se as luzes das casas
Mas falta me a vontade de voltar ao lar
Pois é a solidão,
Que com um sorriso me recebe
No meu regresso…
Ciúme, perdemos a razão,
Só ouvimos o coração, que grita de dor
Não suportando o que nos diz a imaginação,
Que o nosso amor, outros lábios
Irá beijar, outro corpo amar…
Por momentos somos cegos
Incertos sem saber que estrada trilhar,
Deixamos morrer o tanto,
Que nos demos, e recebemos
Amamos e sofremos
Pela distância do tempo…
Fui tua, como nem minha
Contigo descobri em mim
Extraordinários sentimentos…
O mundo brilhava
Repleto de beleza
Descobria a Lua
A imensidão do Mar…
Fui menina
Saltando, sorrindo
Brincando, descobrindo
Fui mulher, amante
Momentos encantados
Onde estava em ti, corpo, alma
Perfeita mistura quando se ama…
Por tantos dias iluminaste a minha vida
Vivia por ti e em ti…
Ansiava, esperava
Uma palavra, um sinal
Que fazia meu coração soluçar de saudade
Quando não acontecia
Não estavas comigo em telepatia…
Nada mais queria a não ser ouvir o calor da tua voz
Com palavras de amor e carinho
Que por magia fazia renascer em mim
A confiança de continuar a sonhar
Na conquista do mundo
Só para to entregar e juntos o partilhar…
Nas noites solitárias
Adormecia idealizando, construindo sonhos
Nas frias manhãs
Acordava com a esperança de os vir a realizar
E um dia acordar, sem solidão, sem frio…
Na ultima vez que meus olhos encontraram os teus
Que intensa vontade de te abraçar
Tanta saudade acumulada dentro de mim
Não me importava a aparência
Queria sentir que ainda estavas em mim e por mim
Depois de tantos dias de ausência…