Flash
Tive medo de capturar na foto
tua beleza... tão nua,
- E capitular.
A alma fotografada vive.
Tão clara e exposta,
E no quarto escuro se revela
Mas em desenho e zelo te desvelas.
Ou será que na verdade te escondes?
O belo transpira e transparecem desejos.
O belo pela beleza?
Delicadeza do beijo da lente na fotografia?
Sublima-se o homem a flor da pele.
Seduzido o belo é despretensioso no olhar.
Mas olha e pulsa.
Se o profano não se revela,
Deseja e não realiza.
Transforma a humana energia.
Sublime, sublima.
Fome e sede em obra santa.
Tenho medo do homem de desejos contidos
Da alma que arde em santa doutrina,
Do abismo entre contestações e certezas.
Meu medo não é o belo visto pelos teus olhos,
Compreendido e sublimado no ato da fotografia.
Mas, ver a cena pelos desvarios dos meus versos.
Encantada.
No minuto do flash que explode, arde e queima.
Rosamares da Maia 03/01/2011