Bolha de Sabão
Este amor é redemoinho, desatino, desassossego,
Que faz minha alma saltar do peito, transbordar.
Rasga o meu invólucro e expõe toda a fragilidade.
Vivo incertezas de um amor transversal, transgressor.
Um amor na contramão que insiste em se expressar.
Há uma emoção que não cala as minhas angustias,
Por que noite e dia é inquietude, doer sem sentido.
Meu amor não faz perguntas é inconsequente,
Irresponsável só quer as respostas dos teus beijos,
Não quer sentido e nem conhecer as tuas razões.
Meu amor vive de sentir paixão, sensações.
E nem tu me negas, respira no mesmo compasso,
No incessante ritmo dos nossos corpos no ato do amar.
Mesmo quando teu medo te torna consequente,
Nosso prazer é desassossego sublime, mesmo amoral.
Em nós tudo explode, se rompe, desmorona e se rende.
Mas, voltamos ao mundo real, como a bolha de sabão.
Recompomos nossa mentira em imagens comportadas,
Para conviver entre os muros do castelo da hipocrisia,
Na loucura do viver furtivamente este amor, dia a dia.
Rosamares da Maia 27.12.2012