Essa figura que é tão sinistra
Que vem sem sequer avisar
Entramos pela porta dentro
Sem pedir licença de entrar
Seja rico, pobre ou remediado
Não faz qualquer distinção
Para ela somos todos iguais
Na dor também na consternação
Ninguém está livre da sua visita
Seja de dia, noite ou madrugada
Dessa figura que é tão sinistra
Porque vem sem ser convidada
Quando ela nos faz a sua visita
Cerimónia para ela não existe
Nem dor ou mesmo sofrimento
Ou se alguém vai ficar triste
Essa figura tão sinistra que é
Trata-nos sem formalidades
Quando somos por ela visitados
Nem admite quaisquer vaidades
De: António Candeias