Esquecimento
Paulo Gondim
25/07/2014
Quem me viu não verá jamais
Escondi-me na minha solidão
Pouco ficou do que eu fui
Um vulto apenas na escuridão
A brisa mansa, prenúncio do dia
Nem soprou, perdeu-se na madrugada
Fugiu com o sono, que também não veio
Abandonou-me na noite passada
Certamente, abandonar-me-á na próxima
E assim serão meus próximos dias
Longos, lentos, enfadonhos
Como as noites, também, longas e frias
O desprezo agora é verdadeiro
Não é mais só um pressentimento
O abandono que tu falta me impôs
Relegou-me a mero esquecimento