CRUZES DO SERTÃO
Paulo gondim
09/04/2010
De quem é o abraço das cruzes dessa estrada?
Cruzes tortas, velhas, abandonadas
Perfiladas em espaços longos, pontilhadas
Como marcos de vidas sacrificadas
Cada uma carrega a dor e sua história
De quem por aqui viveu, embora pouco
Pois, no Sertão, viver é tarefa inglória
Quem não morre cedo, acaba louco
E nos braços rotos dessas cruzes tortas
Um galho de ramo alguém lhe oferece
Aliviando a dor de memórias mortas
Quem passa por elas logo se faz em prece
Em saber que ali se fecharam muitas portas
Na certeza de que essa dor é o que mais cresce
Da série: “Era assim, no Sertão”
Comentários
P/Paulo Godim, de Joaninhavoa
Há tantos sertões por aí
como aquele momento sem tempo
quando te foste sem mim!
Joaninhavoa
Joaninhavoa
tristeza telúrica
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em sua poesia, a dor do sertanejo nordestino vocifera verdades e
eloquência.
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