Te via inerte naquela madrugada alheia ao mundo em teu sono quase celestial.
Um ser que se pretendia indomável e que após alguns minutos de selvageria se prostraria frágil, vulnerável.
Mas eu estava ali a te velar como pai que protege sua criança travessa em seus braços.
E me sentia como um deus com o poder da vida e da morte nas mãos que te guarneciam.
Então elas encontraram as tuas, nossos dedos entrelaçaram-se e tu murmuraste como felina que ronrona por carinho.
E enfeitei tua orelha com um beijo, e aconcheguei minha pele na tua e lá tu estavas:
A fera de nome doce confiada à sua própria vítima agradecida, vigilante e fiel.
20/10/10