Fernando Pessoa já dizia outrora:
“O poeta é um fingidor. Finge tão completamente que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente!”...
Que sejas então,
Se expressar-me verdadeiramente,
Íntima, incansável, completa, é fingir...
Que sejas assim,
Não vou mentir pra mim,
Pra satisfazer os desejos seus,
Não vou deixar de ser assim...
De ser fiel a mim, de amar-me cada vez mais...
Que seja fingir...
Que eu seja, não importo,
Fingir que sou dor, alegria, tristeza, cansaço, amor,
Fingir ser o que meu coração sente e o que ele vê...
Fingir que sou livre, errante, carinho, paixão,
Fingir... Pra você...
Pra mim não,
Mas se queres então, conhecer-me...
Não me veja como um simples fingir,
Me olhe como poeta,
Que é aquilo que deveras sente!