DOIS SEGUNDOS
No primeiro, eterno segundo, acendo a luz e vôo.
Rodopio como um desvairado dervixe, em coreografias cintilantes clareando o etéreo ar noturno, lá vou desbravando e desvirginando a amante terra, resplandeço a liquida esmeralda das águas, embrenho-me nas matas arremeto as montanhas.
No segundo, eterno segundo fico cego.
Minha coreografia não passa de um mergulho rodopiaste como nave abatida. Não posso dançar a dança do acasalamento, a única certeza é de que Deus segura a minha mão.
Minha professora Leda Araújo, pelos tempos idos do primeiro grau, certa vez dentro da sala de aula fez uma analogia do que seria o tempo decorrido de um segundo na eternidade: um rochedo cúbico de sete léguas de aresta, um passarinho de sete em sete anos vem limpar o seu bico, quando o rochedo ficar totalmente gasto se terá passado um segundo da eternidade.
As antigas sociedades secretas egípcias já estudavam a dualidade do ser humano e do universo.
Portanto pirilampo não te desespere, pois para existir o côncavo tem que existir o convexo, para o lado de dentro o lado de fora, para a escuridão a luz, para o ódio o amor.
Só não te esqueces de quando estiver na luz continuar segurando a mão de Deus.
Ronald Martorano Bathke.
*Publicação permitida: desde que conste o nome e e-mail do autor.
Comentários
Para Martorano Bathke...
Caro Poeta...
A analogia feita por sua professora é tão profunda quanto à prosa que você postou, mas seguramente a mão de Deus sempre deve estar presente, seja no claro ou no escuro, na subida ou na descida, seja na vida ou seja na morte, enfim...em todos os segundos.
Gostei muito da sua prosa e tens meu voto.
Parabéns.
Ro.
PoderRosa...o poder da mulher...
PoderRosa...o poder da mulher...
Para PoderRosa
Obrigado pelo seu voto e pelo seu comentário.
Martorano Bathke