Há quanto tempo não o vejo!
Nem por isso eu esqueço
O bem que ainda me fazes.
Quando vinha dos seminários,
O corpo e alma em pedaços,
Esperava-me teu doce abraço.
Um banho todo para mim
Das ervas do meu quintal
Mais hortelã e alecrim.
Oferecia o seu colo,
Com a voz bem carinhosa,
Dizia: "Pode chorar!
Recolho todos os cacos
Já lavados pelas lágrimas
Que já ficaram por lá. "
Sempre nas despedidas
Há muita raiva ou tristeza
Perdemos nossa beleza
E isso tudo sempre muda
Quando a gratidão, desnuda,
Traz-nos nova leveza.
Meu querido anjo amado,
Se a dúvida me enlaça,
Se a tristeza me abarca,
Volto a recordar a mesma luz
Daquele teu doce abraço
Que em puro amor se traduz.