Esforço-me por dar forma
Aos pensamentos e imagens
Que minha mente transformam.
Como prensa, esmagam-me o cérebro
Feito breu, embotam-me a mente,
Nas ruas, torno-me cego.
E dou roupa aos pensamentos,
E coordeno as palavras
E tudo se vai com o vento.
Reina um triste lamento
Ao pegar papel e pena
Fugiu o rico talento.
“Te orienta, te coordena”
Vem repreender-me a voz
“Não seja escravo do tempo
Dá mais vida à tua pena”.
Marilene Anacleto
16/03/99