Perda de familiares, momentos de tristeza extrema,
Não sei o que dizer aos amigos, procuro a natureza.
Ofereço-lhes uma pintura, um quadro, uma gravura
Do meu lugar favorito: a praia de Cabeçudas.
A gaivota cruza o céu de nuvens de espumas,
Idênticas aos babados das ondas, feito as plumas
Que enfeitam a aconchegante Praia de Cabeçudas.
Vai surgindo devagar ... navega no azul do céu
Que é igualzinho ao mar ...
As praias de Itajaí são os seus lares supremos
Onde os antepassados viveram dias serenos.
A gaivota sabe onde termina o mar e começa o firmamento
Deixa-se bailar e embalar pelas suaves asas do vento.
Não precisa de diploma nesta terra sem lamentos
Confia na natureza que lhe supre de alimentos.
Vem da Caverna do Morcego, atravessa a pedra do Mergulho
Chega ao início da praia onde está o molusco mais puro.
Voar nas asas rasantes e dançar os bailados no ar
Retira-me das tristezas, a gaivota, minha companhia de paz.
Quem não tem pretensão alguma de parecer o que não é
Aqui recebe de tudo: liberdade, aconchego e fé.
Sequer pensa algum dia afastar-se desse céu
A comida está nas ondas, nas rochas. O lazer está no céu.
As rochas oferecem às ondas o instrumento do som
Para ouvidos atentos e almas repletas de amor.
Lazer, alimento, beleza, repouso em meio às agruras
Não falta a quem quiser ver e sentir na Praia de Cabeçudas.