AGULHINHA, TALVEZ
Arroz
Arroz do bom
Solto e branco
Navio solitário
sem marinheiros
Arroz de tacho
preto no fogão de lenha
que estalava
que exalava
cheiro d'alho
misturado com linguiça
toicinho e chouriço
que defumavam
No tacho preto e enorme
de D. Olívia
ficavam imersos pedaços
de carne que pegavam
gosto na borra da gordura de côco
Lata bonita
pintada de coqueiros
Dali emergiam costelas
peitos de frango
bifes de tresontem
amaciados
Que delícia!
Angú bonito, espirrante
com taiobas do quintal
Feijao
E arroz, agulhinha
se me lembro bem
Branco. Branco como
a pomba No livro de Tostói
como a bandeira branca da paz...
E solto!