Embora possa parecer coisa de doida
a minha vida desse jeito
concebi
como a sair de outro tempo
de outra estrada
a via torta desta forma
construí
E pendurei a minha alma num farrapo
um pano um trapo
algo que nem mesmo eu
entendi
Só uma coisa sem saber virou tratado
o louco amor em cada víscera
por ti
Não há decreto
não há lei
nada adianta
para mudar o som que sai da minha alma
Só sei dizer que trago em mim algo de planta
que seca às vezes
se auto-pune
se retranca
E vai nascer de novo
en-canto diferente
se transmudando como arte
quase mito
E desabrocha em teu adubo
no i n f i n i t o
Vai no teu cálice beber
por doce
instinto