Perambulo pela rua,
de coração na mão.
Sem rumo sem direção
só com a imagem tua.
Em um velho papel dobrado,
encontram-se palavras suas.
Borradas com lagrimas caídas,
escorridas no passado.
Paro e penso um instante.
Como pode ter existido?
Chorado, gemido, sofrido
Se paixão não é algo errante!
E vejo o pai colocando seu filho
num caminho de sol escaldante.
Com coroa de espinhos e sangue
é levantado na cruz e morrido
Penso mais e vou mais a diante.
Por que chamam de Paixão de Cristo?
A dor de um Deus que foi Homem,
será mesmo a paixão um presente?
De alegria pura e doação permanente.
Nocente e se torna dura!
Quando a vida se mostra escura
paixão viva eminente.
Quem sabe nas maiores loucuras,
se chegue ao maximo ponto,
onde amor e paixão se encontram,
E a dureza da vida se anula.