Blog de ek

Acabo de ter um desejo quase irreprimivel de plagiar alguns amigos meus, por pouco, não faço meus alguns textos de Machado, Oscar Wilde e até alguns de Fernando Verissimo. Sei que não são meus, mas assim os sinto.

estes nossos dias minha bela
quase inteiros desperdiçados,
estes nossos passeios aos sebos em busca de velhos discos,
você encontra maria bethania
e eu levo o capital...

hoje amanhecemos sem acordar às duas da tarde,
voce me desperta com beijos,
eu finjo ainda dormir.

falamos quase nada,
ouço musicas que nunca ouvi.
nos amamos ainda mais um pouco
e deijamo-nos assim
a nos olhar
por mais algumas horas.

nossos dias meu amor
assim perfeitamente aproveitados.

Te amo minha bela.

Eu, amante confesso da matemática, lutei por anos, para aprender as normas de nossa difícil língua portuguesa, as regras de nossa gramática.
Conheci alguns poucos textos que me levaram a amar as palavras, a desejá-las, corretas, belas, assim quase desenhadas...
Agora, decidem alterá-las, sem antes me consultar... Eu que hoje as amo como são, me recuso a abrir mão de meu dicionário, a aprender a nova gramática. Fico pois onde estou, como sou, com a forma que amo, minha língua já não é mais a portuguesa, minha gramática agora é brasileira. Minha amada língua brasileira.

Quando precisamos pagar para expressar uma idéia que julgamos importante, é porque talvez ela não seja tão importante assim.

este é um ser humano experimental, podendo assim, apresentar ainda alguns traços eminentes de sua natureza. Porém, fica aqui o propósito de aperfeiçoá-lo à medida do possível, até a utópica realização de se obter um 'ser humano humano'.

só pra lembrar
o ano já começou
o carnaval já passou
e agora reina a ordem
trabalhar, estudar,
ir ao cinema e morrer de tédio.
vamos dormir cedo
(já acabou o horário de verão)
não vamos nos atrasar
perder a hora, desapontar.
agora cobram
pontualidade, responsabilidade,
devemos conquistar credibilidade.
não faça cagada,
estava funcionando
volta funfando.
eis a frase do dia!
mais um ano que começou
e mais um carnaval que se passou,
agora reina a ordem.
a ordem que intimida,
ameaça, amedronta, e nos diverte
(nosso riso assustado, nosso medo camuflado).
viva a ordem,
viva o regime,
vida longa.

evandro kunha - 27.02.07

Este calor, este mormaço
o calor desta vida, esta vida morna.
Esta dor, este cansaço
a dor de meus braços, meus olhos cansados.
Os dias assim,
vagarosos, vaporosos.

Percebo
que vou ficando velho,
envelhecendo eu vou.

Vejo
a vida mais simples,
mais simples a vida eu vejo.

Sinto
que sou mais fraco diante dos sentimentos
diante dos sentimentos mais fracos.

o dia parece amanhecer tarde,
as horas se atropelam
e o sol que ainda esta nascendo já vai indo.

É imprescindível que haja o medo,
a incerteza, a duvida e até mesmo a dor.
Na ausência destes elementos,
tudo se torna banal.
Quando não há a expectativa,
esta aposta no futuro,
a vida é um livro que já sabemos o final.