Certo dia
Ao alvorecer
Vi passar no centro de São Paulo,
Uma dama de vermelho.
Era uma verdadeira rosa,
Uma rosa de vermelho.
Deu-me um bom dia
E, disse-me:
És bonito como meu avô.
E foi embora,
Num lotação
E impregnou
Meu coração.
Diante de tanta emoção,
Comprei uma muda de
Rosa
E plantei num cercado
Da Praça da República.
Poucas vezes passo por lá,
Mas quando o faço,
Vou ver meu
Pé de Rosa.
Quando posso,
Apanho uma
Rosa.
Sempre tem uma
Pronta para ser colhida.
Certa vez,
Ao entardecer,
Depois de muito esforço
E cansado de pular as altas grades
Para apanhá-la,
Ao sair,
Vi
Que essa mesma moça,
Uma mulher maravilhosa,
Aguardava-me.
Então,
Coloquei a rosa recém colhida
Nos seus cabelos esvoaçantes,
Que a cobriam como um manto
E ela com seus lábios carnudos
E vermelhos de carmim
Deu-me um beijo
Que ficou até hoje,
Marcado,
Em mim.
Aqui no meu coração.
Essa moça
Vestida de vermelho.
É a ROSA,
"Maria Flor",
Uma mulher muito charmosa.
Como uma rosa palpitante.
Vive aí a me inspirar:
Às vezes muda o nome,
Para "ROSANA", "ROSE",
"ROSITA", "ROSEMARI"
E até "M A R I E"...
Mas sei que é ela, mesma,
Ajuda-me a escrever,
Dormindo ou acordado,
Como agora,
Sobre o
Poder das Rosas.