Arrumei meus pensamentos,
Num cantinho do meu cérebro,
Para que não perturbem mais minha mente,
Para que possam não mais provocar delírios infundados,
Ou alucinações persistentes.
Arrumei meus sentimentos
Algures dentro do meu peito,
Para que não possam mais provocar medo,
Ou dores atrozes que teimam
Em perseguir meu coração.
Arrumei meus sentidos,
Já inexactos, e sem razão de ser,
Para que não me incomodem mais
Nas minhas descobertas a novos horizontes,
Se eles estiverem adormecidos,
Poderei seguir em paz o meu caminho.
Tentei arrumar minha alma, também,
Embora sem êxito,
Uma vez que ela transporta grandes paixões,
Que não consigo esquecer.
Ela é o reflexo do meu olhar,
Quando relembro amores mal resolvidos.
Mas minha alma teimosa,
Não responde aos meus apelos,
E continua o seu percurso solitário,
Em busca do impossível.
Chamei sua atenção,
Briguei com ela, mas de pouco serviu.
Tentei mostrar-lhe o meu triste passado
De mágoas e ressentimentos,
Mas nada a fez mudar de ideias.
Então, peguei em pequenos pedaços dela,
E arrumei-os algures no meu já ferido coração,
E continuo negociando, para que minha alma
Possa deixar para trás o passado,
E recomeçar a viver uma vida plena,
Repleta de amor e sentimentos bons.
E continuo assim...
Sem perder as forças,
Até que ela responda aos meus apelos.