Cavalguei toda a vida
Num corcel de esperança
Sem armadura nem lança
Travando luta renhida.
No meu corcel de sonho
Que ninguém podia vencer
Cavalgava sem temer
Um mundo revolto e medonho
E quando a noite caía
Semeando um luar belo
Junto às muralhas dum castelo
Ao relento ali dormia
O aroma das flores do campo
O meu peito enchia
Enquanto veloz me batia
Nas desventuras d'um encanto
Tanta luta que travei
Com força de ranger os dentes
Com cavaleiros mais potentes
As minhas armas quebrei
Não sei bem o que procurava
Talvez a minha felicidade
Ou era ilusão da idade
Mas só desventura encontrava
Então para casa regressei
Pelo campo pisando flores
E nunca mais ouvi rumores
Dos combates que travei.
Atrás de mim deixei a dor
Esquecendo o sofrimento
Tenho agora o entendimento
Que tendo paz... tenho amor
Delusa